6 de setembro de 2014
O ex-governador de Pernambuco e
ex-candidato à Presidência Eduardo Campos, morto em um acidente de avião no
último dia 13 de agosto, e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral
(PMDB) estariam entre os beneficiários de um esquema de corrupção da Petrobras,
segundo o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
Os nomes dos dois ex-governadores
e da atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), teriam sido
mencionados por Costa em depoimento à Polícia Federal, informa reportagem
publicada pela revista Veja em sua edição deste fim de semana.
O ex-executivo da Petrobras foi
preso em março deste ano sob a acusação de participar de um esquema de lavagem
de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef e optou por colaborar com a
polícia, concordando com a delação premiada.
Nos depoimentos prestados à
Polícia Federal desde o dia 29 de agosto, Paulo Roberto Costa teria dito que os
três governadores mencionados (todos de Estados com grandes projetos da
Petrobras), seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados embolsaram
dinheiro ou tiraram algum proveito da parte dos valores desviados dos cofres da
Petrobras.
Entre os nomes mencionados pelo
ex-diretor, cujos depoimentos já contam mais de 40 horas, estariam os atuais
presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e do Senado, Renan
Calheiros (PMDB), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), e
dos senadores Ciro Nogueira (PI), que é presidente nacional do PP, e Romero
Jucá (PMDB-RR), ex-líder de governo.
Também aparecem na suposta lista
de Paulo Roberto Costa os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do
governo na Câmara, e João Pizzolatti (PP-SC). O ex-ministro das Cidades Mário
Negromonte (PP) seria outro citado como beneficiário. Costa ainda teria dito à
polícia que João Vaccari Neto, secretário nacional de finanças do PT, era quem
fazia a ponte entre o partido e o esquema de propinas da Petrobras.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobrás denunciou esquema de corrupção envolvendo vários políticos.
O esquema
De acordo com os detalhes dos
depoimentos de Costa revelados pela revista Veja, os responsáveis pelo esquema
exigiam uma contrapartida das empreiteiras que queriam fechar negócio com a
Petrobras. Essas empresas tinham de reverter parte dos lucros aos cofres da
estatal. Depois de lavado por doleiros, o dinheiro era repassado a políticos da
base do governo.
O número de beneficiários do
esquema varia de acordo com a fonte. Nesta sexta-feira (5), o jornal O Estado
de S.Paulo informou que pelo menos 32 parlamentares foram citados por Costa. De
acordo com a Folha de S.Paulo, contudo, o número de deputados envolvidos seria
de 45, além de outros 12 senadores.
Segundo Costa, o esquema teria
funcionado ao longo dos dois governos Lula e durante parte do governo Dilma
Rousseff, e o ex-diretor da Petrobras diz que chegou a despachar com o então
presidente Lula várias vezes. Costa teria dito ainda, segundo a revista Veja,
que a distribuição do dinheiro servia para garantir o apoio dos partidos
aliados ao Palácio do Planalto no Congresso Nacional, assim como no esquema do
mensalão.
Por: R7 Notícias.
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