segunda-feira, 29 de junho de 2015

A História de Beberibe de Baixo e a formação dos bairros de Água Fria, Arruda e Fundão

O Mercado Público de Água Fria, a principal referência do bairro. Foto: Irandi Souza/PCR/2013.

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A região do antigo Beberibe de Baixo era composta pela junção dos povoados de Água Fria, Arruda e Fundão, arrabaldes da zona norte do Recife e que começou a se formar a partir da segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, quando começou a ser ocupada com o loteamento de alguns sítios e chácaras proveniente da especulação articulada pela modernização dos transportes coletivos que começaram a traçar os arrabaldes do Recife com os trilhos do trem a vapor. Período caracterizado por expressivas mudanças decorrentes do processo de modernização e higienização do centro urbano do Recife que acabou por deslocar sua população pobre de negros e mulatos oriundos dos mocambos então existentes nos manguezais dos bairros centrais do Recife, como também, os flagelados que fugiam da seca do sertão e de outras regiões do interior que migraram para capital em busca de melhores condições de vida, população esta, que invadiram o Baixo Beberibe e ocuparam seus morros, córregos e seus manguezais que ali existiam.

BEBERIBE DE BAIXO: UM PRESENTE DE CASAMENTO

No  século XVI,  com a chegada do primeiro donatário de Pernambuco em 1535, Duarte Coelho e sua esposa D. Brites de Albuquerque, veio também, Izabel Fróes que era criada e afilhada da rainha D. Catarina, mulher do rei de Portugal, D. João III, e que viera com recomendações da rainha no sentido de ampará-la  e protegê-la, o que foi feito. Mas adiante, D. Izabel Fróes casou-se com o auditor da guerra, o português Diogo Gonçalves que recebeu como dote de casamento uma vasta extensão de terra que corresponde aos atuais bairros de Casa Forte, Várzea e Beberibe, este último em especial,  era uma área bem maior do que é hoje, pois abrangia as áreas dos atuais bairros de: Caixa D’Água, Águas Compridas, Dois Unidos, Linha do Tiro, Porto da Madeira, Cajueiro, Alto do Pascoal, Alto Santa Terezinha, Bomba do Hemetério e o Beberibe de Baixo (Água Fria, Arruda e Fundão).

A ESTÂNCIA DE LEONARDO FRÓES

Em 1609, As terras de Diogo Gonçalves, passaram para as mãos de seu filho, Leonardo Fróes, que em 1637 montou uma base de resistência contra os invasores holandeses em Água Fria, conhecida na época como “Estância de Leonardo Fróes”, onde avisada a tempo, as tropas de Matias de Albuquerque em uma emboscada, combateram as tropas batavas que tinha em seu contingente 800 homens e evitaram assim a tomada do Forte do Bom Jesus ( onde fica atualmente o Sítio da Trindade). A tropa holandesa sofreu uma baixa de quase 100 homens, todavia, as tropas luso-brasileira não impediram a tomada de Beberibe e seu engenho.

OS PIONEIROS

 O viajante e aventureiro inglês Henry Koster contou em seu livro "Travels in Brazil", que em 1810, fez uma longa viagem até Goiana, à cavalo, partindo da povoação Cruz das Almas (Tamarineira) passando pela atual Estrada de Água Fria, subindo a Estrada da Boiada (estrada que cortava as atuais localidades do Alto do Pascoal, Alto Deodato e Alto dos Coqueiros) até sair em Beberibe. Limitou-se a poucas palavras dizendo que ao sair de Cruz das Almas onde residia..."Passara eu pouco antes pelo caminho que seguíamos  ao clarão da lua e que antes percorrera tantas vezes que bem poderia servir de guia. Durante 3/4 de léguas marcharmos por um caminho arenoso (referindo-se a Estrada Velha de Água Fria) e depois entramos a subir uma ladeira íngreme (Estrada da Boiada), cujos os lados e o planalto eram cobertos de arvoredos." 

No inverno de 1815, Henry Koster relata todo seu trajeto de volta para o Recife, quando voltava da Ilha de Itamaracá com seu escravo e guia Manuel, passando pelas povoações de Paratibe, Mirueira, Beberibe, subindo a Estrada da Boiada até sua chegada em Água Fria. Ele relatou:

...Chegamos ao pé da colina sem acidentes e quando atingimos a povoação de Beberibe, a chuva cessara, a noite estava clara, não obstante a lua continuar oculta. Cruzamos vagarosamente a colina além de Beberibe e alcançamos Água Fria, residência de um dos meus amigos, a duas léguas do Recife, entre uma e duas da madrugada. Se o tempo estivesse bom, teríamos chegado às 8 ou 9 horas da noite anterior. O instinto (se posso assim chamar) que os indígenas possuem, assim com grande número de negros e de mulatos, de encontrar o caminho certo, sempre me surpreendeu, mas não tanto como nessa ocasião. Eu nada podia enxergar, mas Manuel estava certamente convicto de conhecer a estrada, ao contrário não falaria de modo tão arrogante. Ele possuía uma grande reserva de coragem mais era sempre frio e prudente.

Passei em Água Fria uma das horas mais agradáveis da minha residência no Brasil. O dono é um cavalheiro inglês ao qual devo muitas obrigações. Eràmos amigos íntimos e me sentia à vontade em Água Fria como em Itamaracà. O lugar estava em situação desoladora quando ele tomou posse e mesmo que o solo não fosse muito propício, o sítio prosperava. Construíra uma boa casa, edificando galpões, fazendo cercas e plantando árvores úteis e ornamentais. O lugar era infestado pelas formigas vermelhas, mas, com muito trabalho, as destruíra, escavando o solo para matar os fomigueiros. Detrás da residência havia um lago de considerável extensão, formado por um riacho cujo o curso parara pelo entulho de areia solta e branca na parte onde passa a estrada, sendo esta, de uma banda, mais elevada que o lago assim com os terrenos onde o riacho antigamente corria. Quando as águas descem pelo inverno o lago transborda e alaga a estrada, mas durante a maior parte do ano o caminho é seco ou quase seco. Se esse lago fosse drenado, a propriedade de Água Fria valeria dez vezes mais o que vale atualmente, porque seus limites são dados pelo mesmo canal do riacho. O lago é coberto de juncos, caniços e ervas, cujas raízes entrelaçadas formam uma espécie de tecido a flor d'água, não suportando o peso de um homem, mas exigindo muito esforço para abrir-se uma brecha através dele. Nesse lago há numerosos jacarés ou aligátores (tipo de jacarés encontrados na América do Norte e na China) tornando perigosa a operação de cortar os juncos, necessária para abrir  para bebida e banhos dos cavalos, assim como guardar a erva seca que será alimento para os animais no verão." 

A primeira vez que a denominação Beberibe de Baixo foi citado pelos meios de comunicações do Estado, aconteceu na edição do extinto jornal O Cruzeiro, onde sua tipografia funcionava na Rua da Cadeia (atual Rua do Imperador Pedro II, no bairro de Santo Antônio) no dia 8 de outubro de 1829, numa quinta-feira. Tratava-se de um anúncio de um furto de um cavalo. A nota dizia o seguinte:

Furtou-se na noite, amanhecer para o dia 4 de outubro do corrente ano, do sitío denominado Beberibe de Baixo, um cavalo russo pearez, com sinais de uma matadura no fio do lombo e da barrigada parte direita, o cabelo comido de espóra, e altura bastante baixo com meio carrego. Roga-se a toda e qualquer pessoa que dele tiver notícia, faça aviso para esse jornal ou se pegar remeta a Rua da Cruz, nº 66, que será bem recompensado. Finalizou.

Há registro, que em 1867, a Srª Germana do Espírito Santo solicitava licença da Câmara de Olinda para lotear o sítio de sua propriedade, o chamado Beberibe de Baixo, onde pretendia iniciar uma povoação. Já em 1869, houve uma divisão das terras do Sítio Água Fria, de propriedade do Srº Pedro de Souza Tenório, cuja designação, tudo faz crer, estava ligada ao afluente do Rio Beberibe, o riacho Água Fria, denominado, justamente pela temperatura de seu manancial. Tempos depois, o riacho emprestou o nome ao bairro.

 Detalhe da Região de Beberibe de Baixo em 1875, em planta da cidade do Recife feita pelo alemão Franz Heinrich Carls.

ESTRADAS DO BEBERIBE DE BAIXO

No século XIX, o Baixo Beberibe sofreu grandes mudanças e o progresso avançou em direção a esta região. Tudo começou com a abertura da Estrada Nova de Beberibe (atual Avenida Beberibe), através da Lei Estadual nº 626, de 16 de maio de 1865, sancionada pelo Presidente da Província de Pernambuco, Antônio Borges Leal Castelo Branco. A obra foi iniciada em 1866, que começou a partir da Encruzilhada até o próspero povoado de Beberibe, a obra custou 18:326$000 (dezoito  contos, trezentos e vinte seis mil réis) e terminou em 1867. Com a conclusão da estrada , Beberibe de Baixo tornou-se um local mais frequentado  e consequentemente  mais valorizado. Na altura do Beco da Beliscada, no atual bairro de Água Fria, a Estrada Nova de Beberibe cruzava com a Estrada Velha de Beberibe (atual Estrada Velha de Água Fria), conforme mapa do cartógrafo português João Teixeira Albernaz, " o velho" (1602-1660), este caminho foi aberto durante o domínio holandês (1630 a 1654), pelas tropas luso-brasileira, contornando neste caminho, a não mais existente Lagoa do Concelho. Este caminho ligava o povoado de Beberibe ao Forte do Arraial Velho do Bom Jesus (atual Sítio da Trindade)  que ia até a Tamarineira, que na verdade, era o ponto inicial e que na época era chamado de Cruz das Almas (intersecção das atuais ruas Padre Roma com a Muniz Tavares). Este trecho de viação havia uma ponte de madeira sobre o Riacho do Jacaré (atual Canal do Arruda, próximo ao DNOCS)  aonde existia também a Estrada da Boiada que  seguia paralelamente à Estrada Velha pelas margens de um riacho em direção aos Córregos São Sebastião e Deodato, cruzava todo o morro até então desabitado, onde atualmente chamamos de Alto do Deodato, Alto dos Coqueiros e Alto do Céu e terminava no povoado de Beberibe.
Nota publicada no Diário de Pernambuco em 3 de março de 1891. Assalto a uma taverna= (estabelecimento que vende bebida alcoólica) na atual Estrada Velha de Água Fria onde levaram 50 mil réis.

 Estação de Chapéu do Sol no Largo de Àgua Fria em 1909. Observe a Maxambomba do lado esquerdo e um grande sombreiro em formato de guarda-chuva do lado direito, próximo onde funcionou o Cinema Império.

AS MAXAMBOMBAS

No dia 1º de março de 1871, o Presidente da Província de Pernambuco, conselheiro Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque, aprovou a planta para a construção da linha férrea do ramal de Beberibe, em sessão na Assembleia Legislativa Provincial de Pernambuco.

No dia 11 de maio de 1871, foi inaugurado pela Companhia Trilhos Urbanos do Recife a Olinda e Beberibe e pelo Presidente da Província de Pernambuco, Manoel do Nascimento Machado Portela, o ramal da estrada de ferro do trem a vapor entre encruzilhada de Belém (atual bairro da Encruzilhada) até o povoado do Porto da Madeira, pelo fato da linha férrea se encontrar inacabada.

No dia 23 de setembro de 1871, foi inaugurado definitivamente, a partir da estação da Encruzilhada, o ramal da estrada de ferro do trem a vapor, até o povoado de Beberibe com seus 4.450m. 
   
Em Beberibe de Baixo foram erguidas três estações de embarque e desembarque, sendo elas: no Arruda, no cruzamento da Rua São João (atual Rua Bolivar, onde ficava a antiga sede do Santa Cruz Futebol Clube) com a Estrada Nova de Beberibe (atual Avenida Beberibe), próximo a estação, existia uma pequena mercearia pertencente ao português Manuel Ignácio de Arruda, conhecido como “Seu Arruda”, antigo e muito popular no local, recebeu homenagem, surgindo daí o nome do bairro. A segunda era a estação de Chapéu do Sol, na verdade, um grande sombreiro em formato de guarda-chuva que ficava localizado próximo ao Beco da Beliscada (atual travessa Dowsley) na entrada da estrada velha; a última estação de Beberibe de Baixo ficava na Estrada do Fundão, próximo ao antigo Sítio de Fundão, a população batizou a estação de Bento Magalhães em homenagem ao Sr. Bento José  da Silva Magalhães, segundo relatos, responsável pela instalação da estação no local.
 Estação dos bondes na Estrada do Fundão em 1947. Foto: Alexandre Berzin.

As maxambombas eram pequenos trens da Brazilian Street Railway Company que chegaram ao Recife em 1867. Partiam próximo ao Nº 83, na Rua da Aurora, pertinho da ponte Princesa Izabel e seguia por Pires, Príncipe, João de Barros, Espinheiro e Encruzilhada, onde havia dois ramais, um seguia pela Estrada de Belém até Olinda, onde começou a funcionar a partir de 1870, e a outra pela Estrada Nova de Beberibe (atual Avenida Beberibe) passando por Ponto de Parada, Beberibe de Baixo, Porto da Madeira até atingir o povoado de Beberibe. Ramal inaugurado em 1871. As maxambombas deixaram de circular  nesta região em 1922, quando foram implantados os bondes elétricos.

Antes era uma capela fundada em 1873. Esta paróquia foi inaugurada em 1939. Foto: Jânio.Odon./21.05.2023.


 Altar de 15m60cm erguido na Rua de Santo Antônio ( atual Zeferino Agra) ao lado da Capela de Santo Antônio para celebração da missa do natal de 1927. Em madeira e formato de igreja. Foto: Revista da Cidade/Fundaj.
 
A IGREJA DE SANTO ANTÔNIO

Em 1873, o povoado de Água Fria fundou a Capela de Santo Antônio, ligada a Igreja de São Pedro Mártir de Olinda. Entre os anos de 1926 a 1939, ficou sob jurisdição da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Beberibe, tornando-se paróquia em março de 1939. Ainda neste ano, a atual igreja é inaugurada durante a procissão de Santo Antônio no dia 13 de junho. Por causa da capela, a rua onde ela ficava localizada recebeu o nome de Rua Santo Antônio, mudando de nome em 21 de dezembro de 1936 para Rua Zeferino Agra, homenagem prestada pela Câmara Municipal ao ilustre comerciante da firma Manoel Gonçalves Agra & Cia, ele que fez parte da maçonaria pernambucana, formado em direito, foi vereador do Recife e senador por Pernambuco. Faleceu em 20 de dezembro de 1929, aos 62 anos. Salientando, que houve outro Zeferino Agra que seguiu na política, que era seu sobrinho. 

O Jornal Pequeno, em 27 de junho de 1910, segunda-feira, publicou uma nota sobre as festividades de Santo Antônio, no Arruda. A nota dizia o seguinte:

Paróquia de Beberibe - Santo Antônio do Arruda - Com solenidade, iniciou-se anteontem no arrabalde do Arruda, a festa de Santo Antônio de Pádua. Pelas 7 horas da noite, saiu da residência da juíza da bandeira, dona Corina de Jesus Catanho, uma bem organizada procissão, conduzindo a efígie do glorioso taumaturgo que foi levantada no pátio da capela em meio de luzes multicores e ao som de marchas da Filarmônica Almirante Innauma e dos sinos.

Recolhendo-se a multidão ao templo, cantando  o "Veni Creator", subiu ao púlpito o vigário da freguesia, padre José Elias de Almeida, que por espaço de um quarto de hora, discorreu sobre o culto de Santo Antônio, que disse naquele momento não ser de Lisboa ou de Pádua, mas do Arruda pela devoção que lhe dedica o povo daquela localidade.

Em seguida fez, se ouvir o conto da doutrina cristã que harmoniosamente entoou as ladainhas antonianas em latim, encerrando-se o exercício com a benção do Santíssimo Sacramento. Finalizou.  

 Sitio de Pai Adão, o mais antigo do Nordeste Brasileiro. Foto:

O SÍTIO DE PAI ADÃO

Por volta de 1875 surgia  na Estrada Velha de ´Beberibe, o terreiro de xangô Obá Ogunté, também  conhecido como Sítio de Pai Adão, o mais antigo terreiro de xangô em atividade do nordeste brasileiro, foi fundado pela ex- escrava nigeriana e yalorixá Ifá Tinuké que adotou o nome no Brasil de Inês Joaquina da Costa, e ficou conhecida por Tia Inês, que foi trazida para o Brasil pelo também africano João Otolú, que se estabeleceu em Água Fria quando recebeu herança de uns portugueses de Olinda. Com a morte de Tia Inês em 1919, assumiu o terreiro Felipe Sabino da Costa, o Pai Adão, que era filho de santo dela. O célebre Pai Adão faleceu em 25 de março de 1936, mais o terreiro continua em atividade até hoje.

Na edição do dia  19 de novembro de 1887, do tabloide recifense “Anti-Rebate” faz referência a Beberibe de Baixo em um anúncio de venda: Vende-se um bom terreno de 50 palmos de frente e 500 de fundo em Beberibe de Baixo, Freguesia de São Pedro Mártir de Olinda. Quem pretender comprá-lo dirija-se a Rua da Senzala Nova, Nº 17, onde saberá o preço.

O RIACHO ÁGUA FRIA

O Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco de 1908, descreve o riacho Água Fria da seguinte forma: Nasce na Freguesia do Poço da Panela, no lugar Brejo e daí, correndo a sudeste, depois para leste, pelo lugar Bartolomeu, até a Estrada Nova de Beberibe, parte desta a desaguar  no rio Beberibe, abaixo do lugar Peixinho, divide os municípios do Recife e Olinda. Sobre ele existe uma ponte de madeira na Estrada de Beberibe, com 7 metros e 80 centímetros... ( a referência é da antiga ponte do Arruda).

A CATIMBOLÂNDIA

Beberibe de Baixo no século XX – Nos primeiros decênios, a política de modernização e higienização do centro do Recife, obrigou que a população pobre invadissem os alagados, morros, ladeiras e córregos da Zona Norte da cidade e muitos escolheram o Beberibe de Baixo para fixar residência. Parcela dessa população em sua maioria, eram composta por negros e mulatos expulsos de seus mocambos nos bairros centrais do Recife, outros, libertos da zona açucareira, como também, flagelados do sertão da fome. Muitos deles que aqui chegaram, cultuavam seitas e religiões afros, os terreiros de culto nagô, gege, xanhá com predominância de nagô, invadiram estas áreas de Água Fria, Arruda, Fundão, Campo Grande, Encruzilhada e Beberibe, a ponto desta região ficar conhecida por muito tempo pela imprensa e pela população recifense pejorativamente de “catimbolândia”. Os cultos afrodescendentes neste período eram bastantes discriminados e sofriam forte perseguição porque muitos consideravam como centro de bruxarias. Em virtude desta perseguição, muitos desses grupos criaram estratégias na tentativa de impedir o fechamento de seus terreiros, seja camuflando-se em agremiações carnavalescas, seja ocultando seus ancestrais e divindades africanas por trás dos santos católicos.

Durante o período de perseguição aos cultos afrodescendentes, o Serviço de Higiene Mental (S.H.M) conduzido pelo médico Ulisses Pernambucano tinha como função realizar a mediação junto à polícia para funcionamento dos terreiros na primeira metade do século XX. Prestando serviço no Beberibe de Baixo ao terreiro São João, do pai Arthur Rosendo Ferreira, e ao da Rua do Mangerico, do pai João Nepomuceno Sampaio, ambos em Água Fria. No Arruda recebeu liberação de funcionamento a seita africana Santa Bárbara, localizada na Rua das Moças, conduzida pela mãe Josefa Guedes Pereira (Dona Zefinha), outro terreiro bastante badalado era do Pai Anselmo. E no Fundão o terreiro africano de Santo Antônio, situado na Rua do Craveiro, que tinha como liderança mãe Maria Celina.

 O centenário baobá localizado na Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena. Foto: Jânio Odon/2015.

A OCUPAÇÃO DO BEBERIBE DE BAIXO

Na região do Beberibe de Baixo, os primeiros mocambos foram se concentrando ao longo dos terrenos mais  sólidos, localizados no entorno das estações de trem, nas cercanias das casas de sítio e terreiros de xangô, ou ainda em áreas  circunvizinhas à Capela de Santo Antônio. A região citada corresponde ao quadrante formados pelas atuais: Avenida Beberibe entre a Rua Bolivar no Arruda até a Rua da Regeneração em Água Fria seguindo pela Rua das Moças até encontrar  novamente a Rua Bolivar. Neste quadrante, localizamos importantes e antigas ruas do Beberibe de Baixo como: Sete Pecados, Triunfo, Alegre, Zeferino Agra, São Bento, José Austregésilo e Machado. Outros mocambos, porém, foram construídos nas áreas mais úmidas ou alagadas próximas aos pequenos cursos d’água. Depois disso, os últimos mocambos passaram a se estabelecer nas margens do riacho Água Fria, batendo o solo frouxo dos manguezais na ampliação do espaço sólido.


Congregação do Circulo Panteísta "Deus e Verdade" situado na Avenida Beberibe em Fundão.
Foto: Diário de Pernambuco/23.01.1938.

O Circulo Panteísta é de origem indiana e reverencia os elementos da natureza, o templo do Fundão era presidido por José Amaro Feliciano, que apesar de reverenciar a natureza era um grande admirador de Bento José da Veiga, o Bento Milagroso, considerado o mais famoso curandeiro da história do Recife.

Com o passar dos anos, e a consequente melhoria da infra- estrutura urbana, os povoados surgidos ao longo da Estrada Nova de Beberibe foram evoluindo, unindo-se uns aos outros, na difícil conquista de terras inundáveis e irregulares da topografia local. O povoado de Fundão estabeleceu-se numa área anteriormente ocupada pelo Sitio do Fundão, na altura da Estrada do Fundão (atual Coronel Urbano Ribeiro de Sena, que recebeu este nome através da Lei Municipal do Recife Nº 96, de 5 de julho de 1948) localizada no sopé das colinas terciárias, outrora drenado pelo antigo riacho Jacaré (atual, canal do Jacarezinho), subafluente do rio Beberibe. O arrabalde do Arruda, por sua vez, ocupou os sítios e manguezais à margem do riacho Água Fria, numa área plana e extensa correspondente ao primeiro loteamento de terras ali realizado em 1867. As ruas, vielas e becos do povoado se estenderam desde a estação  de maxambomba na Estrada Nova de Beberibe até as redondezas  da Capela de Santo Antônio, situada na porção central do antigo Beberibe de Baixo.
 A maxambomba passando pelo povoado de Fundão em 1910. Foto: Allen Morrison.

No cruzamento da Estrada Velha com o caminho novo de Beberibe, no espaço físico marcado pelo encontro da planície recifense com outeiros da Zona Norte, o antes Sítio Água Fria acabou por transformar-se no bairro de mesmo nome. Irradiando seu crescimento tanto no sentido leste rumo às terras baixas do Arruda e parte de Fundão, como na direção oeste em busca das matas, córregos e elevações situadas entre os núcleos periféricos de Beberibe e Casa Amarela. Assim, se configurou os bairros do Arruda, Água Fria e Fundão, tornando parte expressiva da Zona Norte do Recife.

Até os primeiros anos do século XX, o arrabalde de Água Fria apresentava uma infra-estrutura deficiente. Compunha-se de ruas estreitas e acanhadas com nomes santificados (São João, São Pedro, São Paulo, Santo Antônio) e excêntricos (Rua Sete Pecados, Beco da Beliscada, Rua das Peruas, Rua das Petitas, Beco do Xamego, Beco do Moreira, Rua Nova do Feitosa, Rua Nova Seita e Rua dos Cavalos). Todas sem saneamento, com casas de palha, algumas de taipa, outras de tijolo, localizadas em meios a sítios próximos a estação de trem.

 Em 1922, os Bondes Elétricos começaram a circular pela Avenida Beberibe. Foto: Allen Morrison.

OS BONDES ELÉTRICOS E A INFRA-ESTRUTURA DO BEBERIBE DE BAIXO

Em 1914, a Pernambuco Tramways and Power Company Ltd implantou nos bairros centrais do Recife e arredores próximos, o sistema de bondes elétricos. No dia 24 de fevereiro de 1922, a empresa Beberibe Eletric Light Company, inaugura no Distrito de Beberibe, o sistema de energia elétrica em um grande evento que acabou com um grande jantar para as autoridades do Estado no Palace Hotel, no Recife. Com a chegada da energia elétrica à Beberibe, veio também, neste ano, os bondes elétricos que substituíram os trens a vapor (maxambombas), sendo erguidos postes de embarque nas proximidades das antigas estações de trens localizadas  em toda extensão da Estrada Nova de Beberibe.   

Estes acontecimentos, trouxeram para Beberibe de Baixo e toda região um grande desenvolvimento, pois, as distâncias foram diminuídas, os acessos facilitados. Em decorrência disto, o uso do solo e a paisagem foram modificadas. Os sítios foram subdivididos e áreas maiores foram sendo ocupadas, novas ruas surgiram e novas casas foram edificadas. O comércio local veio a crescer , e nas décadas seguintes, o saneamento básico, a assistência pública e novas opções de lazer foram surgindo.
Apesar de todo progresso da região conquistada com a chegada das linhas férreas. Com o passar dos anos, os bondes elétricos começaram a sofrer a concorrência do chamado transporte popular feito por donos das chamadas correções, que eram caminhões semelhantes aos Paus-de-Araras, com assentos de madeira e cobertos com lona, onde circulava até o Centro do Recife e se podia levar de tudo, até animais. O mesmo acontecia com as viações, que eram ônibus tipo jardineira e que funcionavam com os mesmos critérios das correções. A Viação São João era a mais utilizada em Beberibe de Baixo, o terminal ficava próximo ao Cinema Império.

Em 26 de agosto de 1950, O Departamento de Trânsito do Recife divulgou relatório com dados do transporte coletivo que circulavam entre Encruzilhada e Beberibe pela Avenida Beberibe e serviam aos moradores desta região. Os ônibus classificados como de 2ª classe, com passagens que custava CR$ 1,00 (um cruzeiro), distribuídos da seguinte forma: treze ônibus na linha de Beberibe, seis na Linha do Tiro, quatro em Campina do Barreto e quatro na linha de Água Fria.  



 Construção em concreto da Ponte do Arruda na Avenida Beberibe em 1947. Na ocasião, passava um ônibus jardineira da Viação São João. Os coqueiros não mais existem, atualmente no local fica o Bompreço Supermecados e área residencial.

Em 1947 o serviço de transporte coletivo no Recife estava sendo feito por 70 bondes e quase 300 ônibus, inclusive os carros de transporte popular. Diante da concorrência, a Pernambuco Tramways  Power Ltda que era a empresa detentora da exploração dos bondes na cidade, recorreu ao governo do estado alegando que a concorrência estava causando grandes prejuízos a empresa e solicitou a retirada de todos os ônibus que circulavam em Beberibe, Caxangá – Várzea, Casa Amarela e Tejipió. O pedido causou grande revolta e insatisfação à população, que protestou. O governo não aceitou os argumentos da Pernambuco Tramways e não acatou o pedido. Com isso, a Pernambuco Tramways perdeu o interesse pelos bondes e a falta de investimento, fizeram aos poucos, os bondes desaparecerem de circulação.

No início de 1924, a prefeitura de Olinda fechou contrato com a Companhia de Santa Thereza, que foi criada em 10 de setembro de 1870, e que ficou responsável pelo abastecimento de água do Arruda até Caixa D’Água.

O crescimento da região de Beberibe de Baixo não foi acompanhada pelas empresas que forneciam energia elétrica e água encanada. Sem investimentos, os sistemas entraram em colapso.  A Companhia de Santa Thereza, por exemplo, foi bastante criticada pela população do Beberibe de Baixo e de Olinda pelos péssimos serviços prestados, onde a referida companhia também fornecia energia elétrica aquele município, salientando que, de 1908 até 1928, o Beberibe de Baixo pertenceu a Olinda. A Companhia de Santa Thereza sofreu forte pressão também da imprensa e inúmeras ações judiciais imposta pela prefeitura de Olinda. A questão só foi resolvida em 1933 com a morte de Claudino Leal, proprietário da companhia, quando a prefeitura enfim, conseguiu rescindir o contrato.

O brasileiro, filho de inglês, Thomaz Comber, homem bastante rico, com várias propriedades em Beberibe e Recife, e que  chegou a Pernambuco durante a implantação das ferrovias e telégrafos no Estado. Tornou-se diretor da Beberibe Eletric Light Company, responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Beberibe, Porto da Madeira, Água Fria e Arruda. Em 1948, a distribuição de energia nestas localidades era caótica, para se ter uma ideia, em algumas partes, a energia que deveria chegar com 220 volts, chegava com apenas 180 volts. No caso do Alto do Pascoal, a voltagem atingia 32 volts, um absurdo, com essa voltagem, as lâmpadas queimavam com facilidade e os equipamentos elétricos não funcionavam. A população revoltada, exigia que a distribuição fosse feita pela Tramways que era uma empresa de maior porte e que fazia a distribuição em outros bairros. Diante das circunstâncias, em julho de 1948, Thomaz Comber solicitou junto ao Governo do Estado um empréstimo de 8 milhões de cruzeiros para aquisição de maquinas. Após uma avaliação dentro da Beberibe Eletric constatou-se que o patrimônio da empresa não ultrapassava os 680 mil cruzeiros, o que tornou inviável o empréstimo, e a população continuou por algum tempo sofrendo as consequências. Há registros que nos anos 60 do século XX, a distribuição de energia elétrica em Beberibe de Baixo era feita pelo SILF (Serviço Industrializado de Luz e Força de Beberibe) que foi substituída pela CELPE em 1966. 

Uma publicação no Diário de Pernambuco em 25 de junho de 1961, mostra a insatisfação dos usuários da SILF pelo precários serviços prestados a população. A publicação dizia o seguinte: A Companhia de Força e Luz servindo mal aos consumidores - Não é um só morador de Cajueiro, Beberibe, Fundão, Arruda ou, enfim, de toda a zona servida pela Companhia de Luz e Força de Beberibe, que reclama contra a falta de eficiência dessa empresa, mas todos os habitantes desses bairros. É bem verdade que a SILF, a qual poderia ser apelidada  de Companhia de pouca luz e pouca força, modernizou os seus serviços de arrecadação das contas mensais de luz, colocou maquinas que facilitam o pagamento. Mas, não fez o mesmo com seus transformadores, parte de suas redes. E se o fez, o que existe é descaso dos atuais administradores.

Embora se saiba que a área ocupada por aqueles bairros seja, em sua maioria, habitada por pessoas pobres, muitos deles possuem  instrumentos eletrodomésticos, como televisão, refrigerador, radiola, liquidificador, etc., que exigem  uma corrente estável para funcionar regularmente. Não são poucas os casos de queimas desses aparelhos domésticos, em virtude da falta de estabilidade da corrente fornecida por esta Companhia de Luz.

No caso de luz pública das ruas do bairro, também não vem funcionando com acerto a companhia do Estado. Lâmpadas e mais lâmpadas se queimam, e não são, em tempo substituídas. Funcionários da Companhia, às vezes, explicam  que é por falta de matéria prima, " A lâmpada que está em falta". Não é possível, porém, que os habitantes daqueles bairros fiquem sujeitos à escuridão, somente porque os atuais administradores não cuidam de manter  um estoque suficiente para suprir, no devido tempo as queimas normais de lâmpadas. Há mais de um mês, por exemplo, que parte da rua Raul Cesário de Melo (Cajueiro), se encontra em completa escuridão, sem que ninguém se proponha  solucionar o problema. 

Fazemos daqui um apelo ao sr. Secretário  da Viação e Obras Públicas, engenheiro Lael Sampaio, para que verifique esta situação e se constatar que a culpa é dos atuais administradores da Companhia de Luz e Força que os substitua , para benefício  do público e do próprio Governo do Estado (Cid Sampaio). (FIM).

Em maio de 1949, Estevam Cavalcanti de Albuquerque, homem influente e um dos responsáveis pela construção da Escola Rotary no Alto do Pascoal, era também, responsável pelo sistema de abastecimento de água no referido alto e adjacências. Diante do grave problema e sem dinheiro para investir na modernização do sistema, Estevam Cavalcanti, solicitou ao governo do Estado  a isenção de impostos pelo período de vinte anos. No dia 26 de abril de 1949, foi aprovado através de decreto na Assembleia Legislativa de Pernambuco o pedido de Estevam Cavalcanti mediante as seguintes condições: a) Manutenção de tantos chafarizes quantos se fizerem precisos ao abastecimentos regular da população; b) Manutenção de banheiros públicos e gabinetes sanitários em perfeitas condições de higiene; c) Fornecimento, sem ônus, de água aos estabelecimentos de ensino gratuito ou de assistência social existente ou a existir. Em abril de 1950, a empresa de Estevam Cavalcanti foi multada por não cumprir as condições exigidas.

Em 30 de janeiro de 1970 foi criada a SANER- Saneamento do Recife, através da lei Nº 6.117 de 21 de junho de 1968, órgão que antecedeu a COMPESA. A situação de abastecimento de água no Beberibe de Baixo só melhorou quando em 1971 a SANER consolidou a linha-tronco distribuidora de água do Alto do Céu que custou CR$ 50.534,50 (cinquenta mil, quinhentos e trinta e quatro cruzeiros e cinquenta centavos), como também, a urbanização da estação elevatória de esgotos do Arruda que custou CR$ 36.221,15 (trinta e seis mil, duzentos e vinte um cruzeiros e quinze centavos).
 A Avenida Beberibe sendo pavimentada em paralelepípedo em 1947. Observe à esquerda, os trilhos dos bondes que começavam a ficar escassos. Ao fundo, vê-se a chaminé de uma padaria perto do Beco da Beliscada e o morro é o Alto do Pascoal. Foto: Museu da Cidade do Recife.

 A Avenida Beberibe no mesmo trecho da foto acima. Foto: Jânio Odon/2015.

PAVIMENTAÇÃO DA AVENIDA BEBERIBE

Em 1947, o prefeito do Recife, Antônio Alves Pereira, autorizou a pavimentação da Avenida Beberibe em paralelepípedo e a construção em concreto da Ponte do Arruda.
Em obras iniciadas em 1967 pelo prefeito Augusto Lucena,  o revestimento asfáltico da Avenida Beberibe, no trecho do Arruda foi concluído em outubro de 1968  custou CR$ 12.000,00 (doze mil cruzeiros). Já o trecho entre Fundão e a Praça da Convenção em Beberibe foi concluída em dezembro deste mesmo ano e custou CR$ 254.254,68 (duzentos e cinquenta e quatro mil, duzentos e cinquenta e quatro cruzeiros e sessenta e oito centavos).

Delegacia de Polícia Civil de Água Fria. Foto: Jânio Odon/15.4.2021

No dia 14 de maio de 1949, era inaugurado o comissariado de Água Fria.

A 2ª DELEGACIA DISTRITAL

Através do Decreto Estadual Nº 77, de 21 de junho de 1949, assinado pelo presidente da Assembléia Legislativa de Pernambuco, no  exercício do cargo de governador, Otávio Corrêa Araújo e João Inácio Ribeiro Roma, foi reorganizado a jurisdição territorial dos distritos policiais com base na Lei Nº 431, de 31 de dezembro de 1948, em (90) noventa municípios e (283) duzentos e oitenta e três distritos. Ficou decretado que a 2ª Delegacia Distrital seria responsável por todo território à direita do Rio Caplbaribe, ficando assim distribuído: Boa Vista, Chora Menino, Cajueiro, Caminho Novo, Ilha do Leite, Coelhos, Santo Amaro, Pombal, Macaxeira, Derby, Capunga, Graças, Aflitos, Espinheiro, Ponte de Uchôa, Jaqueira, Rosarinho, Hipódromo, Encruzilhada, Campo Grande, Campo Alegre, Ponto de Parada, Jacaré, Torreão, Cafundó, Poço, Casa Forte, Apipucos, Monteiro, Dois Irmãos, Alto do Mandú, Santana, Pedra Mole, Parnamirim, Casa Amarela, Mangabeira, Arraial, Brejo, Alto José do Pinho, Beberibe, Arruda, Água Fria, Porto da Madeira, Fundão, Sítio do Céu, Alto do Pascoal, Passarinho, Sítio Dois Unidos e Mumbeca. Com sede no bairro da Boa Vista. Observe as dificuldades da época dos distritos policiais. A polícia era mal equipada, efetivo reduzido e uma área extensa para cobrir, inclusive de difícil acesso e muitas, zonas rurais, que hoje em dia são gigantescos bairros.
 Os ônibus elétricos de cor laranja da linha de Beberibe, no terminal da Avenida Guararapes em 1960.

O TRÓLEBUS – A ERA DO ÔNIBUS ELÉTRICO

Em 1959, o prefeito do Recife, Pelópidas Silveira, adquiriu dos Estados Unidos à Marmon-Herrington, um lote de 65 ônibus elétrico, o chamado trólebus. Na primeira leva, chegaram os primeiros cinco ônibus, modernos para época, tinham capacidade para transportar cem passageiros, sendo quarenta e nove sentados e eram os únicos do Brasil a possuírem ventilação artificial, equipados com motores Westighouse de 140 HP. Em 1960, já na gestão do prefeito Miguel Arraes de Alencar começaram a circular os primeiros, na linha de Casa Amarela. Depois foi criada a linha 101- Beberibe que vinha da Praça da Convenção e ia até a Avenida Guararapes servindo a toda população do Beberibe de Baixo. Os trólebus deixaram de circular pela Avenida Beberibe em 1981.

O Diário de Pernambuco, de 19 de março de 1961, publicou: Fundão Ganha Linha de Ônibus Elétricos (era a manchete) - A CTU (Companhia de Transportes Urbanos) inaugura nova linha de ônibus. Desta vez, para o Fundão, bairro dos mais densamente povoados do Recife. Trata-se de uma zona intermediária, ficando sempre a receber os benefícios precários dos transportes de Beberibe e Cajueiro. De alguns anos a esta parte, o Fundão foi beneficiado com uma linha da Empresa São Paulo, que vinha servindo a contento. No entanto, o bairro cresceu muito e os reclamos da população em relação a transportes coletivos cresceram igualmente. Isto forçou às vistas dos dirigentes da CTU no sentido de estender também para Fundão as linhas de seus elétricos. Até o momento em que estamos esta pois a nova linha ainda não havia sido inaugurada. Mas os fios todos postos e acreditamos que quando os leitores estiverem lendo esta edição do Diário, Fundão já esteja beneficiado pelo novo serviço de transportes coletivos.


 O Alto do Pascoal visto da Rua Arapixuna. Podemos vê as palmeiras da Escola Rotary (alto), e a Paróquia de São Sebastião (alto, à esquerda). O italiano Pascoal Sivini na primeira metade do século XIX, adquiriu vários lotes de terra neste local, daí, a origem do nome: "Alto do Pascoal".


Aspecto do Alto do Pascoal em 1960. Foto: Museu da Cidade do Recife.

O CÓRREGO SÃO SEBASTIÃO E O ALTO DO PASCOAL

Nos primeiros decênios do século XX, o córrego São Sebastião, que foi o primeiro córrego  de Água Fria a ser ocupado por ficar próximo da estação de trem do Chapéu do Sol, era cortado por um extenso riacho, possuía uma água corrente fria, que servia de fonte de renda para a população pobre do bairro de Água Fria. No inverno, a chuva trazia dos morros grande quantidade de areia que se concentrava no leito do riacho. A população retirava essa areia e comercializava em outros lugares da cidade. Todavia, em 1958, o prefeito do Recife, Pelópidas Silveira transformou o referido riacho num extenso canal de 2 Km. Dona Severina Carneiro (D. Nem) que mora em Água Fria a mais de 80 anos, revelou: “Naquela época pagava-se o foro ao dono do sítio para construir e viver numa casa de taipa... Daqui pra cima, na Ladeira de Pedra (Alto do Pascoal), só era sítio, mato, riacho e casebre... Depois vieram mais pessoas e mais casebres... Éramos todos pobres e sofridos, mas satisfeito com a vida...A água era de cacimba e não tinha luz elétrica”.  Circundando o córrego, fica o Alto do Pascoal, que recebeu esse nome porque boa parte das terras deste morro pertenceu ao italiano da cidade de Nápoles, Pascoal Sivini, que chegou ao Brasil com apenas 20 anos, na primeira metade do século XIX, morou na Rua São Bento, no Arruda, abastado, construiu várias casas no local. Foi fazendeiro e comerciante bem sucedido, faleceu em 1905. Anos mais tarde, a família Savine loteou e arrendou as terras, inicialmente a população pobre advindas dos bairros centrais, e depois, aos migrantes oriundos do sertão nordestino. Por conseguinte, a partir das décadas de 40 e 50 do século XX, outros morros, córregos e ladeiras, também começaram a ser ocupados. Atualmente são elas as localidades existentes em Água Fria: Alto do Pascoal, Córrego São Sebastião, Alto Belo Horizonte, Alto do Bonito, Alto do Guilhermino, Alto do Pereirinha, Córrego do Bomberense, Córrego da Calma, Córrego do Cotó, Córrego do Deodato, Córrego da Padaria, Córrego do Pastor e o Córrego São José.

Através da Portaria Nº 601 de 18 de abril de 1938, o Secretario de Segurança Pública atendo sugestões da comissão de censura das casas de diversões públicas e da assistência a psicopatas determinou o fechamento do Centro Espírita Maria Luiza, no Alto do Pascoal, Nº 122, em Água Fria.

No dia 5 de julho de 1949, era nomeado para assumir o sub-comissariado do Alto do Pascoal, o guarda civil José Miranda Uchôa.


Avenida Aníbal Benévolo e seus mocambos em 1968. Foto: Diário de Pernambuco/23/6/1968.

Através da Lei Municipal Nº 564, de 27 de novembro de 1949, sancionada pelo prefeito do Recife, Manoel César de Moraes Rêgo. Ficou denominada de Avenida Aníbal Benévolo, a antiga Estrada do Alto do Céu (Beberibe) até encontrar-se com o Alto do Pascoal em Água Fria.

Através da Lei Municipal Nº 689 de 17 de março de 1950, sancionada pelo prefeito do Recife, Manoel César de Moraes Rêgo, ficou autorizada a pavimentação do trecho da Estrada Velha de Água Fria que dar acesso à subida do Alto do Pascoal denominada de Ladeira de Pedra.   A Lei Municipal do Recife Nº 14.503 de 3 de janeiro de 1983, sancionada pelo prefeito Jorge Cavalcante, fica denominada de radialista César Brasil, a Ladeira de Pedra, do Alto do Pascoal.                                                                                                                    


 Paróquia de São Sebastião no Alto do Pascoal fundada em 1957. Foto: Google.
 
Em 22 de janeiro de 1957 era inaugurada no Alto do Pascoal, a Paroquia de São Sebastião.

Em janeiro de 1965, na gestão do prefeito Augusto Lucena, iniciou-se a pavimentação em paralelepípedo de toda Avenida Aníbal Benévolo, Ladeira de Pedra e Alto Santa Terezinha concluída em 1966., como também, o alargamento da Avenida Beberibe. 

No dia 21 de agosto de 1966, num domingo, às 20 horas, era inaugurada a primeira linha de ônibus do Alto Santa Terezinha pela Companhia de Transportes Urbanos (CTU) onde oito ônibus a óleo diesel passaram a servir também as comunidades dos morros do Alto dos Coqueiros e Alto Pascoal via Bomba do Hemetério. Compareceram a solenidade o general Viriato de Medeiros, presidente da CTU, Augusto Lucena, prefeito do Recife e demais autoridades.

CLUBES DE FUTEBOL

Os primeiros clubes de futebol do Beberibe de Baixo surgiram na década de 20 do século passado. Destaca-se os clubes amadores do Montenegro Futebol Clube, do Arruda e do Liberal Futebol Clube de Água Fria, que tinha seu campo localizado na Estrada Velha. Em 1931, outro clube mereceu destaque, foi a Associação Atlética do Arruda que participou do Campeonato Pernambucano de Futebol deste ano convidado pela Liga Pernambucana de Desportos Terrestres (atual F.P.F). No entanto, seu desempenho foi algo desastroso, terminou na última colocação, além de sofrer inúmeras goleadas, um verdadeiro vexame. Em 7 de setembro de 1934 era fundado o Centro Esportivo Água Fria pelo Sr. Fenelon Leite, seu campo ficava na Estrada Velha, Nº 1220, em Água Fria.


 Uma das formações do vitorioso Monte Pascoal Futebol Clube com seu segundo uniforme, que viveu seus tempos de glória entre os anos de 1976 à 1984. A formação acima da esquerda para direita composta por: Sr. Edmundo (treinador), Regi Carnaval, Carlos Beiçola, Armando, Jorge, Nino, Tuta, Café, Sr. Horácio (diretor), goleiro Paulo Chupeta e Mário Cururu (sem uniforme). Agachados: Gilson (de cabeça baixa), Cleiton, Sidinho, Dedé, Daniel, Arlindo Dezenove e Mizaque. Foto: Arquivo de Daniel.  

Em 10 de maio de 1952, era fundado no Alto do Pascoal, por  José Rodrigues de Souza e Maria de Mercês Barbosa de Souza, o Monte Pascoal que tinha as cores preta e verde, semelhante ao América mineiro, tornou-se um dos mais respeitados clubes suburbanos do Recife entre os anos de 1976 e 1984. Em 1976, o Monte Pascoal chegou a ficar 22 jogos invictos jogando com as maiores e as mais respeitadas equipes amadoras da Região Metropolitana e do interior do Estado. Esta invencibilidade permaneceu até antes do jogo do dia 21 de dezembro de 1976 contra União Esporte Clube, no Campo do União da Macaxeira. O clube local estava em festa e entusiasmado, à noite, o Grupo Mustang estaria se apresentando em sua sede. O entusiasmo contagiou os jogadores do União que quebraram a invencibilidade do Monte Pascoal goleando-o pelo placar de 4 a 1. Armando fez o gol de honra do Monte Pascoal que jogou com: Dinho; Edmilson (Jorge), Amaro, Tuta e Quito; Café, Lula, Armando e Arlindo; Aluízio (Dado) e Mizaque. Na preliminar o 2º quadro do Monte Pascoal venceu o União por 3 a 1. No ano seguinte, o Monte Pascoal comemorou seu 25º aniversário jogando contra o Vera Cruz de Abreu e Lima, em seu campo chamado de Estádio Arlindo Cunha, também conhecido como campo da caixa d’àgua, no entanto, a fonte não informou o resultado do jogo. Neste ano, o Monte Pascoal seguiu vitorioso, permanecendo 20 jogos invictos, desta feita, perdeu a invencibilidade no município de Limoeiro diante do Grêmio local pelo placar de 3 a 1, em 30 de outubro de 1977. No dia 11 de junho de 1983, o Monte Pascoal inaugurava sua quadra polivalente. O embate entre o Monte Pascoal e o Avenida, também do Alto Pascoal, tornou-se em uma das maiores rivalidades entre equipes suburbanas do bairro de Água Fria.

O principal clube do Beberibe de Baixo e principal referência do bairro do Arruda é o Santa Cruz Futebol Clube. Foi fundado em 3 de fevereiro de 1914, no Pátio de Santa Cruz no bairro da Boa Vista, no Recife. É um clube tradicional do futebol brasileiro e viveu sua melhor fase na década de 70 do século passado, onde conquistou sete títulos estaduais, chegou as semifinais do Campeonato Brasileiro/Série A de 1975, sendo eliminado pelo Cruzeiro-MG. Depois foi 5º colocado em 1978 e 10º colocado em 1977. O Santa Cruz depois de passar por alguns bairros do Recife como: Vila São Miguel (Afogados); Rua da Glória (Boa Vista); Rua do Imperador Pedro II (Santo Antônio) e Estrada de Belém (Campo Grande), finalmente o clube coral chegava à Avenida Beberibe, nº 1285, Arruda.

 Terreno adquirido pelo Santa Cruz em 1943, onde hoje fica o Estádio do Arruda.

O clube chegou em 1943 ao alugar um terreno entre a Avenida Beberibe e a Rua das Moças e que vinha sendo utilizado pelo Centro Esportivo Tabajaras, clube suburbano local. O terreno pertencia ao industrial Arthur Lundgren, fundador das Casas Pernambucanas. O terreno na época era bastante cobiçado, o Santa Cruz através de Aristófanes de Andrade e do médico coral Gonçalo de Melo, apressou-se em adquiri-lo, pagou ainda CR$ 1.000,00 (Hum mil cruzeiros) ao Tabajaras que tinha uma loja de artigos esportivos. No mesmo ano, foi comprada uma casa na Avenida Beberibe, esquina com a Rua Bolívar, que foi reformada e tornou-se a sede social do clube. Em 1954, com ajuda do Prefeito do Recife, José do Rego Maciel que atraiu investidores para compra e construção do estádio, como o Banco Bandepe (extinto banco do Estado) e ajuda de torcedores que ajudaram a construir o “Alçapão do Arruda” em terreno que acabou sendo doado pelo coronel Frederico Lundgren. O estádio tinha arquibancadas de madeira e era situado em posição oposta à atual. Em 1965, com ajuda de torcedores que doaram materiais de construção e de mão-de-obra, o Santa Cruz ampliou seu estádio que foi inaugurado em 4 de junho de 1972, contra o Flamengo-RJ em jogo que terminou empatado: 0 x 0. 


 O Mundão do Arruda, orgulho e referência do bairro

Em 1978, foi inaugurado o Parque Aquático e em 1º de agosto de 1982, foi inaugurado o anel superior, quando o Mundão do Arruda passou a ter capacidade elevada para 110.000 pessoas. Em 2000, todos os estádios brasileiros tiveram sua capacidade reduzida pela metade, passando o Arrudão a comportar apenas 60.044 pessoas. O Santa Cruz vendeu a sua antiga sede ao Armazém Coral e a atual sede que ficou anexada ao parque aquático foi inaugurada em 3 de fevereiro de 1980.

 Sede dos Irresponsáveis na Rua do Machado, em Água Fria.

 Desfile  dos "Os irresponsáveis - É quem pode. Foto: Wagner Ramos/ Folha de PE.

AGREMIAÇÕES CARNAVALESCAS

As primeiras agremiações carnavalescas do Arruda surgiram no início do século XX, são elas: Flor da Lira, Camponeses, O Bagaço é Meu, Eco da Mocidade e Cachorro Lambe Tudo. O Abanadores do Arruda, surgiu em 1940, mudou-se para vários endereços e por muitos anos, sua sede funcionou na Rua Antônio Meira, na Bomba do Hemetério. Atualmente permanece no mesmo bairro, entretanto, em outro endereço, na Rua Bomba do Hemetério. 

Em Água Fria temos algumas agremiações tradicionais do carnaval do Recife, começamos pela mais antiga em atividade, Batutas de Água Fria que foi fundado em 11 de julho de 1940. Já o Boi Teimozo surgiu no bairro da Torre no dia 12 de fevereiro de 1946, fundado por Nelson José dos Santos. Migrou para Água Fria há mais de 40 anos. O Pastoril Estrela Brilhante é genuinamente do bairro, surgiu em dezembro de 1958, pela brilhante Maria das Neves da Silva (Dona Dengosa) que faleceu em 1995. O Cabloclinho Sete Flechas  foi fundado em 7 de setembro de 1971 pelo alagoano José Severino dos Santos, o Zé do Alfaiate, que veio morar em Água Fria em 1970. O Sete Flechas já apresentou-se na França, Itália e Cuba. Outro cabloclinho de prestígio é o Oxossi Pena Branca, que surgiu no bairro de São José, no Recife, em 17 de janeiro de 1979, depois, migrou para o Alto do Pascoal, sua sede fica localizada na Rua Elza. Em 1983, surgiram o Urso Cangaça, fundado em 3 de janeiro, e o badalado bloco da Rua do Machado que sai sempre na quarta-feira de cinzas e leva multidões às ruas puxados por vários trios elétricos. O Bloco “Os Irresponsáveis – É Quem Pode” foi fundado por vários amigos, comerciantes locais, no dia 9 de março.  

 

 Foto aérea  do bairro do Arruda onde podemos ver todo complexo do Estádio José do Rego Maciel (Arrudão); a Avenida Beberibe (centro); o Canal do Arruda e o Bompreço (à esquerda). Foto: Jânio Odon/2010.
 
DIVERSÃO

Nas primeiras décadas do século XX, apareceram o Teatro do Melado no Arruda, que apresentava dramas, fandangos, e destes os mais conhecidos eram os dos velhos “Canela de Aço, Fuzarca, Baú e Pimenta”. Muitos circos  do tipo “Tomara que não chova”, que traziam atrações com os palhaços de cara suja que faziam convites a população para o espetáculo, ora utilizando pernas de pau, ora montados em jumentos. Na festa de natal havia mamulengos, bumba-meu-boi; fadango e retretas de bandas musicais, além da tradicional queima da lapinha. Estas tradicionais festas e diversões também aconteciam próximo a Estação Chapéu do Sol, no centro comercial e cultural de Água Fria. Lá acontecia apresentação de pastoris e até desafios de luta romana como esta chamada feita pelo Diário da Manhã de 4 de dezembro de 1927: Realizar-se-á hoje, às 21 horas, no local do pastoril de Água Fria o esperado encontro de luta romana, na qual se baterão o pernambucano João Tubarão e o paraibano José Lopes. Outra chamada referia-se ao evento natalino publicado no Diário da Manhã de 1º de dezembro de 1929: “Revestir-se-á de muita animação a noite de natal, sendo os festejos organizados por uma comissão. Haverá pastoris, barracas de prendas, fandango, bumba-meu-boi, e outros divertimentos”.

Anúncio do Jornal Pequeno em 1937, de evento de luta livre e box no Córrego do Deodato, em Água Fria.
Jornal Pequeno, em 16 de janeiro de 1937, publicou um anúncio de um evento de luta livre e box, na praça 4 de Outubro, no Córrego do Deodato em Água Fria. prática bastante comum no início do século XX, nos arrabaldes do Recife, lembrando que na ocasião do evento, o Alto, ainda era chamado por Monte Pascoal, local sem água encanada, sem asfalto, com poucas ruas com precária iluminação pública, sem postos de saúde e sem escolas. Para se ter uma ideia, a primeira escola no Alto do Pascoal, o Rotary, só foi inaugurada em 1937.

 A Escola Rotary é a mais antiga do bairro de Água Fria situada no Alto do Pascoal. Foto: Arquivo do Rotary/Ranniery Pinheiro.       

AS PRIMEIRAS ESCOLAS

No dia 7 de julho de 1937, foi inaugurada solenemente a Escola Rotary do Alto do Pascoal, que contou com a presença do Governador Carlos de Lima Cavalcanti, o prefeito do Recife, Antônio Novaes Filho, autoridades, convidados e representantes do Rotary Club. A Escola Rotary do Alto do Pascoal foi a primeira do Brasil criada pelo Rotary Club Internacional, foi também, a primeira escola do Beberibe de Baixo. Inicialmente, contava com 58 alunos, mas no ano seguinte já eram 100 alunos Tudo começou em 1935, quando o presidente do Rotary Club de Pernambuco, Leonardo Arcoverde tomou conhecimento através de Estevam Cavalcanti que no Alto do Pascoal, em Água Fria, havia uma escolinha funcionando com cem crianças carentes em terreno pertencente a família do Barão de Lucena, pelo qual ele era procurador, e que funcionava precariamente e sem professoras habilitadas para a função e que estavam dispostos a cedê-la a uma instituição que se comprometesse a diligenciar para que o governo providenciasse as professoras. Leonardo Arcoverde designou Isaac Gondim a verificar o local. Lá, constatou as informações cedidas por Estevam, verificou a presença de mais quatro casebres cobertos de palha  entorno da escolinha, mas que havia uma visão privilegiada da região do Beberibe e do Recife. Esclareceu tratar-se de uma área de clima aprazível que o terreno oferecido se situava no ponto mais elevado do Alto do Pascoal, de onde se descortinava um maravilhoso panorama da cidade.  Esses relatos contribuíram decisivamente para que o Rotary Club acolhesse a proposta transmitida por Estevam Cavalcanti e que a ideia da construção de uma escola fosse aprovada, segundo um anteprojeto preliminar que veio ser apresentado por João Magalhães.


 Pátio da Escola Rotary e suas palmeiras com quase 80 anos. Foto: Jânio Odon/13/7/2015.
 
A construção da Escola Rotary do Alto do Pascoal exigiu empenho e esforço continuado  dos rotarianos, especialmente no que concerne ao provimento dos recursos necessários. Para isso,  contou com a ajuda do governador Agamenon Magalhães que através de convênio, cedeu as professoras; verbas foram arrecadadas e, em agosto de 1936, por proposição da empresa Ernesto Odenheimer, sob a batuta dos maestros Ernani Braga e Vicente Fitipaldi um grande espetáculo foi promovido no Teatro Santa Izabel para reforço de caixa, que contou com a participação dos Orfeões do Ginásio Pernambucano e da Escola Normal, ensejando amealharem-se mais sete contos de réis. No início do ano seguinte, nova campanha  foi promovida no seio do clube, ocasião em que Ricardo Brennand doou uma grande quantidade de telhas; a firma Dolabela Portela doou 60 sacas de cimento; e Meira Lins (Diretor do Hospital Infantil), parte do material necessário; tendo Adolfo Cardoso Ayres, companheiro do Rotary Club do Rio de Janeiro, colaborado financeiramente. Todos eles, contribuíram decisivamente para que a Escola Rotary do Alto do Pascoal fosse um sonho realizado. A Srª Adalgisa Vieira de Souza foi a primeira diretora da Escola Rotary do Alto do Pascoal.


Em 4 de novembro de 1942, a Escola Rotary do Alto do Pascoal, durante três anos e onze meses,  passou a se chamar de “Escola Reunidas”, mas através do Ato Governamental Nº 1976, de 6 de agosto de 1946, sancionada pelo governador e interventor de Pernambuco, Agamenon Magalhães, devolveu a escola sua antiga denominação: Escola Rotary. 

Outros dois importantes estabelecimentos de ensino foram inaugurados em 1942 em Água Fria. O primeiro, pela igreja católica, anexada a casa paroquial e denominado de Colégio Santo Antônio. 
 
Grupo Escolar Dom Sebastião Leme (atual Escola Alfredo Freyre) em 1962, totalmente ampliado no governo de Cid Sampaio. Foto: Diário de Pernambuco
 
O segundo, denominado de Grupo Escolar Dom Sebastião Leme, que por volta de 1957, ganhou outro nome, Grupo Escolar Professor Alfredo Freyre. Durante muito tempo, o colégio funcionou com as duas denominações e só no final dos anos 70 do século passado, ficou em definitivo como Colégio Professor Alfredo Freyre. Ainda sobre o Alfredo Freyre, o Diário da Manhã do dia 8 de novembro de 1942 destacava: “Comemorando o 5º aniversário do Estado Novo, a Secretaria do Interior inaugurará no dia 10 de novembro de 1942, o Grupo Escolar Vidal de Negreiros, na Vila dos Ferroviários, às 09 horas; e o Grupo Escolar Dom Sebastião Leme, no Arruda, às 15 horas”. Em 1953, o governador Etelvino Lins adquire terreno junto ao Grupo Escolar Dom Sebastião Leme e o colégio é ampliado. Em 6 de outubro de 1962, o governador Cid Sampaio amplia novamente e inaugura o novo prédio (foto acima). O Diário de Pernambuco publicou: "O mais moderno e maior Grupo Escolar - Considerado pela Secretária de Educação como a mais moderna e maior unidade de ensino primário  do Estado, o Grupo Escolar Dom Sebastião Leme será inaugurado hoje à tarde, pelo governador Cid Sampaio. Inteiramente construído no atual governo, que nele empregou 20 milhões de cruzeiros, contra apenas 5 milhões de ajuda federal, o novo Grupo Escolar tem 2.700 metros quadrados de área de construção e dispõe de 15 salas de aula e três para artes industriais, além de instalação para assistência dentária. Localiza-se em Água Fria e tem capacidade para 1.800 alunos." Finalizou.  Observe que os meios de comunicações vez por outra se equivocavam quanto a localização da escola. Neste caso, o Grupo Escolar Dom Sebastião Leme fica localizado no bairro de Água Fria. Entretanto, justifica-se, a Rua Zeferino Agra é a divisória entre os dois bairros.
 O Cinema Império foi inaugurado em 1939 pelos irmãos Filizola e Carrazona. Esta foto é de 1952. Foto:


 Cinema Olímpia do Arruda em 1960. Funcionou onde era a Casa Cias e onde atualmente fica o Canal da Construção.

OS CINEMAS

No dia 8 de dezembro de 1939, era inaugurado no Largo de Água Fria, o Cinema Império, pela firma Irmãos Filizola & Carrazona, projetado pelo arquiteto Abelardo Gama e construído pela construtora J. A. Camarinha & Cia.  O Cinema Império foi o mais importante e o maior do Beberibe de Baixo. Projetado no início para 1.200 pessoas, depois foi reduzido para 809 pessoas, para dar um melhor conforto aos seus frequentadores, sendo o último cinema a fechar. No dia 27 de fevereiro de 1980, o Diário de Pernambuco anunciava o fechamento do Cinema Império, e em 13 de março de 1980, o Império deu lugar ao Supermercado Minibox. O outro cinema que funcionou em Água Fria foi o Cinema Pompéia que tinha apenas 234 assentos e pertencia a firma Viana & Filhos e funcionava na Estrada Velha de Água Fria, Nº 1546. Os cinemas mais antigos que surgiram no Beberibe de Baixo ficavam no Arruda, quando em 1922, as maxambombas foram substituídas pelos bondes elétricos o bairro já possuía dois cinemas, o Guarani ou Arruda (1914) e o Guanabara (1919). O Cinema Arruda foi destruído por um incêndio durante a Revolução de 1930 e funcionava na esquina da Rua do Triunfo, onde hoje funciona uma panificadora.

O Cinema Guanabara foi inaugurado em 22 de dezembro de 1919. Dois dias depois, o jornal recifense "A Província" publicou: No Arruda, foi inaugurado anteontem, o Guanabara Cinema, de propriedade da Empresa João Honório. Comporta o cinema arrudense uma lotação de 500 pessoas em primeira classe e 200 pessoas em segunda.

Na tela foi projetada o filme "Ajustando as contas" com Tom Mix, da Fox. Tocando durante as sessões, uma banda de música da Força Pública. Os preços de entrada são: 600 réis para a primeira classe e 300 réis para a segunda. Aos presentes, no ato da inauguração, foram servidos bolinhos e bebidas finas. (finalizou). 

Em 1956, o empresário Orlando Batuta inaugurou o Cine Olímpio, um pouco menor do que o Império, possuía 784 assentos e era bastante frequentado, que depois passou para as mãos do Grupo Severiano Ribeiro. Funcionava na Avenida Beberibe, em frente a antiga garagem de ônibus da Empresa São Paulo. Depois de fechado, o Olímpio cedeu seu espaço ao comercio, lembro-me que lá funcionou a Casa Cias Supermercados e que atualmente funciona o Armazém Canal da Construção.

 O Mercado Público de Água Fria em 1954. Ainda existia a fiação dos bondes e os trilhos. Fotos: Museu da Cidade do Recife.


 Quando inaugurado, o Mercado de Água Fria possuía jardim e em sua área central foram plantadas três palmeiras.
 
O MERCADO PÚBLICO DE ÁGUA FRIA

Através da Lei Municipal Nº 162, de 30 de setembro de 1948, sancionada pelo prefeito do Recife, Manoel César de Moraes Rêgo, foi desapropriado o terreno na Praça de Água Fria, na Avenida Beberibe, pertencente a Srª Rita Carolina de Souza, avaliado em CR$ 180.649,00 (Cento e oitenta mil, seiscentos e quarenta e nove cruzeiros),  destinado a construção do Mercado Público.

O Mercado Público de Água Fria teve sua construção iniciada em 28 de julho de 1952, mas só foi inaugurado em 26 de janeiro de 1954, na gestão do prefeito do Recife, José do Rego Maciel. Como na maioria dos mercados públicos do Recife, no local havia  uma pequena feira livre, onde se comercializava frutas, verduras e outros gêneros. Atualmente, o forte do mercado são os artigos  de umbanda e candomblé, miudezas em geral  e cerâmica, mais especificamente, panelas de barro. Há também, uma boa demanda pelo café da manhã típico – cuscuz, macaxeira, inhame, com charque ou carne guisada e pelo almoço comercial.

Já o Pátio da Feira só viria 40 anos depois. Inaugurado no dia 13 de outubro de 1993, na Estrada Velha de Água Fria, numa área de 3.087.22 M². Atualmente abriga 162 boxes padronizados. O terreno foi desapropriado pela prefeitura do Recife na gestão de Jarbas Vasconcelos e custou CR$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta mil cruzeiros). No dia 19 de dezembro de 2011, o lugar deu espaço a Policlínica Salomão Kelner.

O CALDÍSSIMO
Dolabella e Paulo Gracindo, "O Bem Amado" em 1980.

Quem chegou a frequentar o caldíssimo  de seu João na esquina da Rua Zeferino Agra com a Rua Alegre não esquece. Quem não chegou a conhecer, perdeu o melhor e o mais tradicional caldinho de feijão de Água Fria. Na realidade, o caldinho ficava no bairro do Arruda, acontece que a Rua Zeferino Agra serve de divisória entre os dois bairros e o famoso caldinho ficava do lado direito para quem segue em direção ao bairro da Campina do Barreto, portanto, pertence ao Arruda, mas os méritos sempre foram para Água Fria. O barracão de cor azul escuro e repleto de cartões com dados pessoais dos frequentadores, eram colados em toda parte do barracão onde funcionava o Caldíssimo. Se chegou a ter outra cor eu não cheguei a vê. Dizem que em 1975 o ator global Paulo Gracindo, o Odorico Paraguaçu da novela “O Bem Amado”, chegou a vir experimentar o famoso caldinho de seu João e ficou fascinado com o sabor, chegando ao ponto de divulgá-lo em horário nobre na programação da Rede Globo. O fato é que o caldinho de seu João ganhou fama. Um fato eu presenciei. Em 1980, eu estudava no Alfredo Freyre que ficava de frente ao Caldíssimo, e determinado dia, numa tarde, ouvia-se gritos e via-se alunos correndo de todos os lados, parecia que era algo trágico. Eu também sai da sala, só aí fiquei sabendo que o motivo daquele alvoroço, era a presença do ator Carlos Eduardo Dolabela no Caldíssimo, que estava sendo agarrado, puxado pra tudo que é lado. Foi um frisson geral. O ator na ocasião, fazia parte do elenco da nova temporada de “O Bem Amado” com o personagem Neco Pedreira, que era um jornalista opositor ao prefeito Odorico Paraguaçu. A série foi um grande sucesso da televisão brasileira.

No dia 20 de agosto de 1971, o Diário da Manhã publicou a seguinte nota sobre o descoberto “Caldíssimo”: Caldinho de feijão de Água Fria tem que ser incluído no Turismo – Muita gente sabe de sua existência, uns vão lá de vez quando. Levam amigos. Vão de garrafa térmica na busca do caldo enfeitado com camarão, ketchup e azeitonas, sem falar no limão ou na pirauíra (tira o cheiro da cana para o cara não apanhar na cara, em casa). Antigamente o velhinho colocava até patê no diabo do caldinho de feijão, mas ficava caro e ele subtraiu. O caldinho acompanhado da respectiva custa CR$ 0,70 ( setenta centavos), se não nos falha a memória. O caldinho duplo é caro, o copo pequeno sai na base de CR$ 1,50 (um cruzeiro e cinquenta centavos).
O endereço, o Comendador não sabe informar, mais pode fazer o mapa da mina: quando chegar no sinal luminoso numa indicação somente para ônibus (refere-se a Rua Alegre), você entra e pergunta onde é a barraca do caldinho. A cachaça fica acumulada no filtro de barro e já foi feita uma grande ampliação na casa. Vale a pena conhecer e bem que a EMETUR (atual Empetur) poderia arranjar um jeitinho de transferir o pessoal do “Caldíssimo” para um local mais central. Fica a ideia.

 O governador Joaquim Francisco trouxe o SENAI para Água Fria em 1994.

ESCOLA TÉCNICA DO SENAI

O SENAI do bairro de Água Fria é um dos grandes empreendimentos instalado na região do Beberibe de Baixo e de grande benefício para população. Instalado no antigo prédio do Centro Social Urbano Agamenon Magalhães na Rua Japaranduba, Nº 98, por trás do Mercado Público.  Surgiu através da Lei Estadual Nº 11.094 de 30 de junho de 1994, o Governador Joaquim Francisco sancionou a lei autorizando o uso do prédio do CSU pelo SENAI, a princípio pelo período de 5 anos. A parceria acabou dando certo e o SENAI existe até os dias atuais.

A unidade atende a cadeia produtiva da construção civil com cursos profissionais, realiza ensaios e assessoria às empresas na área da construção civil, presta consultoria para implantação do sistema de gestão integrada. Participa do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, que promove a qualificação de construtoras e projetistas, melhoria da qualidade de materiais, implantação do sistema da gestão da qualidade para laboratórios e implantação de gestão de resíduos na construção civil, assim como ensaios de cerâmica vermelha (bloco e telha cerâmica), argamassa colante industrializada, ensaios em concreto. Todos os ensaios são acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO.

OS FAMOSOS
 Segundo o escritor e jornalista  Urariano Mota que lançou o livro: “Memórias de Água Fria”. O compositor Sivuca, o cineasta Vladimir Carvalho, o cantor Orlando Dias, o goleiro Manga, o revolucionário Gregório Bezerra já residiram em Água Fria. Eu não cheguei a ler o livro, só vi um depoimento do Urariano em um blog. 
Patrícia França morou no Arruda.

 
Fora isso, o que eu sei e confirmei é que a atriz pernambucana Patrícia França depois que se mudou da Rua Uriel de Holanda em Beberibe veio morar no bairro do Arruda e chegou a fazer peças de teatro no Colégio Alfredo Freyre. Na foto ao lado, ela em 1992 quando deixou o Recife rumo a Rede Globo no Rio de Janeiro.
O radialista Geraldo Freyre da Rádio Jornal Commercio quando criança fugiu de casa em Mimoso, distrito de Pesqueira, e veio morar na casa de uma tia em Água Fria, também estudou no Alfredo Freyre. O Gregório Bezerra chegou a morar em casa de um amigo na Estrada Velha.

FATOS MARCANTES

Em 23 de novembro de 1929, jornais anunciavam um surto de febre tifo e a morte de uma pessoa em Chapéu do Sol (Água Fria). O pânico tomou conta da população.

Nos dias 17 e 18 de julho 1975, aconteceu a maior enchente da história do Recife atingindo 80% dos bairros. O bairro do Arruda ficou inundado, o campo do Santa Cruz ficou quase que totalmente submerso. Fundão e Água Fria também sofreram com as inundações, só o Alto do Pascoal escapou, mais não evitou os deslizamentos de várias barreiras e casas. Foi uma catástrofe.
O Arruda inundado Foto: Blog do Santinha.

 Em 30 de março de 1979, o Bompreço do Arruda sofreu um incêndio de grande proporção. O incêndio começou por volta de 00:00 horas, proveniente de um curto-circuito. A loja foi destruída parcialmente e não houve vítimas.

Em 2 de novembro de 2013, o fotógrafo Diego Nigro, do Jornal do Commercio, registra três crianças da favela Saramandaia recolhendo objetos dentro do Canal do Arruda, sendo que dois estavam mergulhados entre os detritos e um à margem do canal coletando os objetos. O caso teve grande repercussão no Brasil e no exterior, principalmente porque o Recife era uma das sedes da Copa do Mundo de futebol.
Crianças mergulhadas no lixo do Canal do Arruda


Em 28 de maio de 2014, Um grande incêndio em um posto de gasolina na Estrada Velha de Água Fria, esquina com a Rua São Bento, por volta das 20:30, provoca medo e pavor na vizinhança . O incêndio, segundo testemunha, começou através de uma fagulha que saiu do cano de escape de uma moto e atingiu a gasolina que escorria pelo chão do posto. O incêndio fez um estrago grande no estabelecimento, além de ter provocado queimaduras em uma cliente e destruição de quatro motos, cinco carros e o caminhão tanque que ia abastecer o posto.

REGIÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA  

De acordo com o Decreto Municipal Nº 14.452 de 26 de outubro de 1988, sancionada pelo prefeito do Recife, Jarbas Vasconcelos, e pela Lei Municipal Nº 16.293/97, de 3 de fevereiro de 1997, sancionada pelo prefeito do Recife, Roberto Magalhães. Ficou definido os limites dos bairros na reformulação das Regiões Político Administrativas –RPAs. O Beberibe de Baixo ficou assim definido:


 Largo de Água Fria em 1947, próximo ao Beco da Beliscada e Estrada Velha. Foto: Museu da Cidade do Recife.
 
Água Fria – Está localizada na RPA-2, microrregião 2.2. Fica  a 6,17Km do Centro do Recife, área territorial de 193 hectare². População residente 43.529 habitantes (CENSO 2010).
Água Fria – Começa na Avenida Beberibe na confluência das Ruas São Bento, do Triunfo e Alegre; segue por esta até a Rua Zeferino Agra, onde deflete à direita, prosseguindo até a Rua das Moças, defletindo à esquerda e continuando até a Rua Constância, onde deflete à esquerda para atingir a Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena, por onde deflete à esquerda seguindo para a Rua do Machado, onde deflete à esquerda ao encontro da Rua Manoel Silva, defletindo à direita; prosseguindo pela Rua São Joaquim do Monte, alcançando, a Avenida Beberibe, deflete à esquerda ao encontro da Rua Pereira Silva, prosseguindo até a Rua Violeta, deflete à direita e segue por esta até a Rua Alto Bonito, deflete à esquerda e segue por esta até atingir a Rua São Sebastião, deflete à direita e segue por esta até a Rua Conselheiro Barros Barreto; deflete à direita e segue por esta até atingir a Avenida Aníbal Benévolo; daí deflete à esquerda  e segue por esta cruzando a Rua Sodrelândia  até atingir a Rua Tamboara , prosseguindo por esta até atingir a Rua Arapixuna; deflete à esquerda e segue até atingir  a Rua Sumauna, onde deflete à esquerda e segue por esta até o Córrego Pastor Benoby Carvalho de Souza; deflete à direita e segue por esta até a Rua Vênus, onde deflete à esquerda atingindo a Rua São José da Coroa Grande, por esta se dirige para o Córrego São Francisco, onde deflete à direita em direção a Rua Aline, onde deflete à esquerda e segue para Rua São Rafael, por onde alcança a Rua São Sebastião; daí deflete à direita e encontra a Rua Riolândia, onde deflete à esquerda para chegar a Estrada Velha de Água Fria, por onde deflete à direita; segue até a Rua São Bento, onde deflete à esquerda até atingir a Avenida Beberibe, na confluência das Ruas Alegre e Triunfo, ponto inicial.

 O Arruda ainda guarda vestígios do passado, observe as fachadas superiores dos casarios próximo a Rua José Austregésilo. Foto: Jânio Odon/2015.

Arruda – Está localizada na RPA-2, microrregião 2.1. Fica a 4,81 Km do Centro do Recife, área territorial: 100 hectare². População residente – 14.530 habitantes (CENSO 2010).
Arruda – Começa na Avenida Beberibe no pontilhão situado no cruzamento desta Avenida Professor José dos Anjos; segue por esta última pelo canal existente naquela avenida até a Rua Desembargador Heráclito Cavalcanti, onde deflete à direita até seu cruzamento com a Rua Jacó, onde deflete à direita a Rua Manoel Torres; deflete à direita e segue por esta até atingir a Estrada Velha de Água Fria; deflete à esquerda para encontrar a Rua São Bento; deflete à direita, por onde segue para cruzar com a Avenida Beberibe alcançando a Rua Alegre, por onde continua até a Rua Zeferino Agra, onde deflete à direita prosseguindo até a Rua das Moças, onde deflete à esquerda até atingir um canal situado de forma paralela entre as Ruas da Regeneração e Marcílio Dias; neste canal, deflete à direita prosseguindo até o Canal do Arruda, onde deflete à direita e segue ao encontro do pontilhão localizado no cruzamento das Avenidas Beberibe e Professor José dos Anjos, ponto inicial.

 Avenida Beberibe e Praça do Fundão. Foto: Jânio Odon/2015

Fundão – Está localizada na RPA-2, microrregião 2.2. Fica a 5,95 Km do Centro do Recife, área territorial: 62 hectare². População residente – 8.132 habitantes.
Fundão – Começa na Avenida Beberibe no trecho compreendido entre as Ruas Moema e Dr. Pereira da Silva, seguindo por esta até a Rua Violeta; deflete à direita e segue por esta até a Rua Alto do Bonito; deflete à esquerda e segue por esta até atingir a Rua São Sebastião; deflete à direita seguindo por esta até a Rua  Conselheiro Barros Barreto; deflete à direita e segue por esta até atingir a Avenida Aníbal Benévolo, para alcançar a Rua Alto do Benjamim, desce até a Avenida Beberibe, daí deflete à direita contornando um canteiro ali existente, para atingir a Avenida Nova do Fundão, onde deflete à esquerda, seguindo em direção a Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena, onde deflete à direita e atinge a Rua do Machado; daí deflete à esquerda e segue até o cruzamento com a Rua Manoel Silva, onde deflete à direita, seguindo para Rua São José do Monte, onde se dirige para Avenida Beberibe, onde deflete à esquerda e segue para o encontro da Rua Dr. Pereira da Silva, ponto inicial.


Policlínica Salomão Kelner inaugurada em 2011, na gestão do prefeito João da Costa.

No dia 19 de dezembro de 2011, o prefeito João da Costa, inaugurou a Policlínica Salomão Kelner, na Estrada Velha de Água Fria, Nº 1652, em Água Fria. A policlínica faz atendimento especializado e ambulatorial e custou R$ 2,3 milhões de reais.


A Feira Nova de Água Fria, no local onde funcionou o Cinema Império. Foto: PCR.

No dia 15 de junho de 2016, o prefeito Geraldo Júlio, inaugurou no antigo espaço onde funcionou o Cinema Império, a Feira Nova de Água Fria, na Avenida Beberibe, Nº 1984, com 155 bancas e 36 boxes, todo coberto, beneficiando 179 ambulantes cadastrados que antes negociavam nas calçadas da avenida e nas ruas Eudes Costa, João Uzedo Luna, Japaranduba e Travessa Dowsley (antigo Beco da Beliscada).

Por: Jânio Odon/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS)
Agradecimentos: Aos senhores: Ranniery Pinheiro Alves (Diretor atual da Escola Rotary); Nilson Clóvis de Araújo (Membro do Monte Pascoal) e Carlos Antônio Martins do Rio, o Daniel, ex-atleta do Monte Pascoal.
Fonte: Diário Oficial de Pernambuco; Diário de Pernambuco; Jornal do Commercio; Diário da Manhã/Cepe; Parte desta postagem foi extraída do Trabalho acadêmico: “Notas de um resgate histórico da catimbolândia recifense no Beberibe de Baixo – séculos XIX E XX, do professor de geografia da UFPE, Bruno Maia Halley; Revista Veja 28 graus; Anais Pernambucanos – 1666 -1700, de Francisco Augusto Pereira da Costa. Livro: “Arruando pelo Recife” de Leonardo Dantas Silva. Livro: “Olinda e suas igrejas” de Bonifácio Mueller; “Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco - 1908” de Sebastião de Vasconcelos Galvão, e o Livro: "O Recife e seus bairros" de Carlos Bezerra Cavalcanti (1998) Câmara Municipal do Recife.










94 comentários:

  1. tem algo sobre a Casa do Pavão no largo de beberibe praça da convenção?
    sergiomunizcruz@hotmail.com

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    1. Na matéria " O secular bairro de Beberibe" contém informações a respeito. Um abraço!

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    2. Fequei muito feliz em ver como o bairro onde eu moro a 33 anos era antigamente. Moro colado com o clube monte pascoal ! Parabens pelo o belo trabalho 👏👏👏

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    3. Eu estou muito feliz em ver essa foto do time do monte pascoal eu moro em condado eu era adolescente quando ia ter jogo de futebol o time local seu nome era o progresso futebol club com o monte pascoal era festa todo mundo queria ver café jogar nas véspera do jogo só era que o povo falava só ia pra o campo se café doce jogar porque todo mundo queria ele jogar era um craque muito obrigado essas lembranças nunca sai da cabeça dos condadense

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  2. Gente... que lindo esse Blog, como é fascinante a história da Zona Norte. Um lugar histórico, heterogêneo, com memórias ainda viva. Que belo resgate, que belo trabalho, parabéns e muita gratidão =)

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    1. Patrícia querida, uma boa noite e obrigado pelos elogios ao blog. Sempre vai haver novidades, um abraço!

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    2. Batera, obrigado pela curtição. Sempre haverá novidades.

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  3. Muito boooom! Que trabalho lindo! Parabéns :)

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  4. Muito lindo! Amei saber dessa histórias!

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    1. Obrigado Cristiane. Breve mais novidades.

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    2. Adorei!!!!
      Sempre queria saber mais sobre a história do meu bairro e não encontrava. Na época da escola até fiz trabalho sobre a história do bairro, mas quase não encontrava informações do passado. E gostei mais ainda das fotos antigas mostrando como era no passado.
      Parabéns pelo blog 👏👏👏

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  5. Que memorias lindas ej nao sabia que Agua Fria tinha acolhido tantss gente importante para nossa historia.

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    1. Vasculhei o que foi possível para levar o melhor de nossa história para os leitores. Obrigado pela visita Linda.

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  6. Sou Bruno Maia e quero o email do responsável pelo blog.

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    1. Caro Bruno,boa noite. Obrigado em visitar o blog. O meu email: janioalencar63@gmail.com

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  7. Fui morador do bairro de Água Fria durante minha infância e parte da minha adolescência, assisti ao primeiro filme de cinema no antigo Cinema Império, presenciei a enchente, vi o estrago do incêndio no Bompreço, carreguei "frete" na feira e no mercado do bairro e subi muitas e muitas vezes as ladeiras do Alto do Pascoal carregando "água de ganho" pra ganhar "algum".
    Boas lembranças. Parabéns Jânio, belíssimo trabalho.

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  8. Bom dia Israel. Obrigado pelo elogio. Vc é um vencedor.

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  9. Nossa Eu e meu esposo amamos a história do nosso bairro.

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  10. Sandra e Alex, um abraço! Acompanhe sempre o blog. Sempre haverá novidade

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  11. Parabéns pelo blog excelente, um verdadeiro mergulho na história dos bairros da zona norte...não vivo mais no Recife, mas cresci no bairro Campina do Barreto, estudei em Cajueiro, e parte de minha família sempre morou em Água Fria...assim passei a infância, e assim aprendi a solidariedade com a minha avó, que estava sempre ajudando as pessoas da comunidade de Chão de Estrelas!

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  12. Jânio, eu estou fazendo uma pesquisa sobre o bairro da Mangabeira você pode mim ajudar?
    alexandrec49@gmail.com.

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  13. Junior estou grato pelo seu trabalho maravilhoso contando varias história do bairro de agua fria e próximo,
    sou de agua fria e sempre venho procurando historias passadas aqui encontrei algumas, parabens

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  14. eu adoro historia,e saber a historia do bairro onde passei boa parte da minha vida,senti falta do clube "Estrela" de biu da madeira, do SESI, do caboclinho canides, do "São Luiz" da bomba do hemeterio , mais adorei

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  15. Bom dia, Claudio Nery e o nosso amigo anônimo. Sobre o bairro de Água Fria, tudo que foi possível pesquisar, pesquisei. Sobre o Sesi e o Estrela, fez parte da minha vida. Só que não encontrei ninguém que me pudesse dá informações sobre estas duas agremiações. Em relação ao Caboclinhos Canindé e o São Luiz, que já foi São Jorge, Grêmio CTU, Mercadinho Nova Vida e atualmente é Igreja Universal. Está na história da Bomba do Hemetério. Breve terá novidades. Abraços!!!

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  16. Existe algum registro sobre a casa principal do sítio fundão??

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  17. se possível publique algo sobre os bairros de Campina do Barreto e Cajueiro.
    Parabéns excelente trabalho

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  18. Excelente!! Grandes recordações. Bom trabalho.Mas até hoje procuro fotos ou referências do antigo casarão que ficava no final da rua Professora Lourdes Dutra em Água Fria. Antes era só a barreira e vegetação. Atualmente mais uma favela.

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  19. Simplesmente, uma riqueza de informações para pesquisa acadêmica e para nosso próprio conhecimento. Com certeza, aprendi dezenas de coisas que não sabia sobre os bairros de Água Fria e Arruda.

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  20. O Blog VZN é independente. Gosto muito de história e toda novidade através de pesquisas posteriores que serão inseridas no texto.

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  21. amigo faltou historias dos bairros de campina do barreto,cajueiro e a comunidade de chão de estrelas, manda qualquer relato para meu e-mail pauljoebysilva7@gmail.com , ficarei muito grato

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  22. Breve terá histo´ria desses bairros. Um abraço Paulo José.

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  23. Excelente trabalho realizado. Parabéns a toda equipe.

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    1. Infelizmente, não existe uma equipe, apenas eu kkk. Leonardo, obrigado por sua opinião, um abraço!

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  24. Este comentário foi removido pelo autor.

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  25. Eu lembro do Caldinho... dos cartões nas paredes, do cheiro. Na época eu não entendia a razão de tantos cartões, e eu achava que eram receitas. E o caldinho sempre vivia cheio de gente. Morei no Arruda de 1974 até fevereiro ou março de 1982, na Rua Ana Maurícia Wandeley no pedaço depois de Zé do Caranguejo de quem vem de Água Fria. ou seja naquele pedaço cruzando a rua do machado. O cadinho ficava no caminho da escola que era o Instituto São Francisdo de Assis na rua da Delegacia. Antes eu estudei no Instituto August Conte de Dona Ruth.
    O Arruda que conheci, não existe mais... o de hoje para mim é irreconhecível... dá uma tristeza profunda. Graças a Deus na minha época não tinha essa porcaria de Irresponsáveis.

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    1. Boa tarde, Agnaldo. obrigado pela sua opinião. Uma pesquisa sempre é muito difícil,principalmente dos bairros, que são esquecidos. É quase impossível vc encontrar tudo, mas se tenta o máximo de informações, no entanto, a opinião de ex-moradores como vc, enriquece ainda mais esse árduo trabalho. Um abraço!

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    2. seu Agnaldo boa noite. o senhor lembra de dois bares que existiam na rua da leiteria em frente a discoteca do silveirinha. eu procuro por um dos proprietarios de nome wellington. o senhor conheceu.

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  26. Muito bom relembrar, estudei no Alfredo freyre e D. Sebastiao Leme, morei na rua espirito santo.

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  27. olá.Vi que o senhor é um conhecedor do bairro de água fria. gostaria da sua ajuda para encontrar uma pessoa que tinha um bar na rua da leiteria entre os anos de 75a77. esse bar ficava em frente a uma discoteca do silveirinha. em procuras fiquei sabendo que só possuia dois bares nesta época. o senhor tem como me ajudar é muito importante pra mim e não posso expor o motivo aqui publicamente. obg

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    1. O dono do bar já a faleceu faz anos, não mim lembro o nome dele, o dono do bar tinha um defeito na perna.
      Agorinha mesmo passei na barraca de pastel de sua filha, o nome da sua esposa era Norma.
      Elas moram no córrego são Sebastião

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    2. Infelizmente não posso te ajudar pq não moro neste local. O trabalho é feito em cima de pesquisas e os contatos com as pessoas são feitos no período da pesquisa.

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  28. algum morador antigo do bairro de água fria lembra de um bar que ficava em frente a danceteria do silveirinha na rua da leiteria em meados dos anos 75/76/77. estou a procura de um senhor de nome wellington que era proprietário desse bar. se alguém tiver uma informação agradeço.

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  29. Boa tarde, ao Jorge Luiz, ao Agnaldo e ao nosso amigo anônimo. O bom de pesquisar sobre os bairros, são as opiniões e comentários dos senhores que enriquece mais ainda, porque trazem curiosidades que não encontram-se em livros,revistas ou jornais, são lembranças do bairro que só existem na memória de cada um de vocês e que valoriza e muito o texto. Obrigados a todos.

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  30. Belo trabalho, meu amigo! Nas décadas de 50 e 60 morei na Rua São João Batista, no Fundão de Dentro; estudei nas Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria; o Pároco era o Cônego Jaime de Oliveira e a Diretora era Dona Maria de Lourdes; como gostaria de rever amigos de infância que foram colegas de classe nos anos de 1952, 1953, 1954 e 1955;estudei no Colégio Estadual de Beberibe, andei muito de bonde, assisti filmes e seriados no Cinema Império, como o seriado Marte Invade a Terra, etc. Quanta saudade da minha infância querida. Moro em Brasília ha 50 anos, tenho 73; estou morando temporariamente em Recife. Meu e-mail é matiaspai@yahoo.com.br, meu nome é Olavo Faustino de Oliveira; alguns amigos de infância dos quais me lembro são: João Pedro, Diná Marques do Aragão ou de Oliveira, Ines, Romildo do Rego Barros, todos da então Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria. Parabéns pelo Blog! Foi magnífico esse contato! Abraço a todos!!

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  31. Boa noite! Gostaria de corrigir o nome do meu colega de classe das Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria, de Romildo do Rego Barros para Fernando do Rego Barros.

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  32. Boa noite! O nome de outro colega de classe que citei como Joao Pedro, pode ser José Pedro! Abraço!

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  33. Corrigindo: O nome da Diretora das Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria era Maria das Dores Brandão! Abraço!

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  34. O baobá é uma árvore centenária! Ela era chamada por todos de a barriguda; havia um chafariz próximo a ela.

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  35. Na década de 60 morava no Fundão de Dentro uma família nossa amiga: O Sr. Alderico era garçom no então Grande Hotel do Recife, sua esposa se chama-se Carmelita; seus são Severino, Maria e Marcelo; não me lembro se havia outros; depois foram nossos vizinhos no Alto do Céu; nos separamos e nunca mais nos vimos. Posteriormente soube que talvez estejam morando em Águas Compridas; Dona Carmelita tem aproximadamente 90 anos hoje; é Evangélica da Assembleia de Deus; seu filho mais velho, Severino, tem mais ou menos 72 anos; é meu amigo de infância! Preciso encontrá-los! Quem tiver notícias, por favor, entre em contato; meu nome é Olavo Faustino de Oliveira, e meu e-mail é matiaspai@yahoo.com.br

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  36. Correção: sua esposa se chama Carmelita; seus filhos sao...

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  37. Gostaria de parabenizar o autor pelo excelente trabalho ao contar a história desses bairros, PARABÉNS!!! Faço apenas um pedido e uma correção, primeiro gostaria de saber de onde veio a fonte da história do Alto do Pascoal, e corrigindo o sobrenome de Pascoal, que se chamava Pascoal SIVINI.

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    1. Bom dia, amigo. Obrigado por curtir o blog. A pesquisa é feita em cima do site da Biblioteca Nacional, CEPE e diretamente no Arquivo Público e Bibliotecas. Sobre o Sivini que é nome de rua no Porto da Madeira, estou investigando se trata da mesma pessoa já que encontrei em dois livros com Pascoal Savine, caso, eu confirme, farei a correção. Obrigado pela participação.

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    4. Meu caro anônimo, boa noite. Sua opinião é muito valiosa sobre Pascoal Sivini, tanto que manterei sua preciosa opinião postada. Todavia,para um pesquisador, tudo é feito em cima de provas documentais, isto nos dar maior credibilidade, apesar que acredito na sua opinião. Gostaria, caso você tivesse alguma foto de época do Sivini nos mande se possível.Email: janioalencar63@gmail.com ... Um grande abraço, muito obrigado.

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  38. Excelente histórico da Zona Norte da nossa querida cidade do Recife, especialmente no que se refere ao bairro de Água Fria, bairro onde resido. Parabéns ao idealizador de tal relato histórico de uma região da nossa cidade. Mais uma vez, parabéns!!!

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  39. Realmente uma história magnífica, rica em detalhes, um artigo que serve de inspiração para futuros trabalhos acadêmicos, parabeniso pelo rico trabalho.

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  40. linda historia, Minha Familia tambem morou em Agua Fria, meu Bisavo, nos Anos 20,aos 43 se chamava Bellarmino ttrabalhou no cais do porto de Recife casado com Dona Augusta,mas seu nome verdadeiro era Maria de Andrade , seus filhos Florentina, Altamiro era gerente de uma fabrica de panos , Amaro protetico, meu avo Osvaldo Brege, era Marceneiro familia Gomes Da Silva, meu pai Eonque Gomes Da Silva ja e da epoca dos anos 40,50,60 ele trabalhava em uma Padaria e vendia pao em uma bicicleta pela estrada de Agua fria, nao sou de Recife , mas escuto sempre minha prima de 75 anos falar belas historias dessa epoca de sua infancia , e os novos da familia que continuam em Recife , nao no mesmo bairro,

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    1. Bom dia. Obrigado pela visitação ao blog. Seria bom se seus parentes tivessem fotos antigas de ambientes e locais do bairro para nos enviar. Um abraço!

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  41. Parabéns pelo belo trabalho, sou nascido e criado em água fria, mas precisamente no córrego são Sebastião e fiquei muito feliz em conhecer a história do "meu lugar".

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  42. Gosto muito de olhar para o passado e o quanto era lindo,e vejo que estamos aqui só de passagem para deixar o nosso legado e nossas histórias para as próximas gerações.

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  43. Parabéns pela pesquisa...minha avó falou da estação de água fria...a chapéu de sol...mostrei a imagem p ela...ela ficou encantada ao rever uma lembrança tão antiga

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  44. Faltou voce falar do abrigo central de.agua fria.foi o sr jayme bastos da silveira quet contrui fez o primeiro carnaval missa do galo em cima do abrigo todos os anos nas duas cheais quer teve ele fez campanhas para donativo se voce quizer saber mais ligui 986046819 meu nome eramir da silveira filho dele ok

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    1. Boa noite, amigo. Todo o trabalho foi feito em registros em jornais, livros e revistas. Obrigado pela informação. Fica o seu registro. Um abraço.

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  45. E rapas atualmente moro em belo horizonte e fiqusei fascinado como tudo começou aí na zona norte de recife inclusive eu li os relatos de uma tia que tenho em recife tia nem irmão do meu pai já falecido eu sou daí também.

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  46. Prezado Jânio! Quanta informação boa no seu blog! Gostaria que você, se assim desejar, publicasse um breve histórico sobre as Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria, hoje extinta, mas de saudosa lembrança! Funcionava no âmbito da Paróquia. Obrigado!

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  47. Muito informativo e interessante você faz um ótimo trabalho levando informações para os mais jovem e até os mais artigos dos bairros. Parabéns

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    1. Boa noite, caro leitor. Obrigado pela visitação. A ideia é essa mesmo, um bairro tão importante não poderia fica sem história.

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  48. Quando eu vi essa foto do time do monte pascoal eu lembro quando ele ia jogar no interior na cidade do condado fiquei muito feliz tinha um jogador por nome de café essa cara jogo a demas quando do monte pascoal ia jogar todo mundo só pra o campo se ele foce jogar o time local que era o progresso já avisava que monte pascoal vinho trazer café porque se café não foce jogar ninguém ia pra o estádio assisti o jogo

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    1. Boa noite, caro leitor de Condado. obrigado pela participação. Realmente, bons tempos esse do Monte Pascoal. Um abraço.

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  49. Parabéns pelo trabalho, seu blog é de excelente qualidade. Gostaria de lhe perguntar se você tem algum registro ou conhece a história do casarão que fica localizado no conjunto João Paulo II em Porto da Madeira.

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    1. Bom dia, Lucas.A história sobre o casarão do conjunto residencial João Paulo II. Será contada futuramente, inserida na história do Porto da Madeira que pretendo publicar. Obrigado pela visitação e opinião no blog. Um abraço.

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  50. Prezado historiador Jânio Odon! Parabéns pelo seu magnífico trabalho! Gostaria que publicasse o meu apelo para que um ou mais ex-alunos das Escolas Reunidas da Paróquia de Água Fria, hoje extinta, entrasse em contato comigo, Olavo Faustino de Oliveira, e-mail matiaspai@yahoo.com.br! Fui aluno nós anos de 1953 a 1956! O Pároco da Igreja era o Cônego Jayme de Oliveira e a Diretora era Dona Maria das Dores Brandão! Meus amigos de turma eram Dinah Marques do Aragão, Fernando do Rego Barros, Ivone e outros! Atualmente existe a paróquia do tempo da escola, e também a atual matriz! Obrigado pela atenção!

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  51. Excelente publicação, parabéns. Gostaria de possível, que vc fizesse um levantamento para informar se houve um cinema funcionando na Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena, e se for verídico, qual seria o nome do mesmo. Agradeço desde já.

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  52. Fiz uma viagem no tempo lendo essa matéria espetacular!casa foto uma viagem! parabéns pelo excelente trabalho!moro aqui desde 1989!fui agente de saúde e gosto muito de história!

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  53. Obrigado George pela visitação e comentário. Uma abraço.

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  54. Adorei a matéria, sou filha de Armando, jogador do monte Pascoal, feliz de ver a história dele contada assim!

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    1. Bom dia, obrigado pela participação e comentário. O pessoal do Monte Pascoal me contou que seu pai batia um bolão. Um abraço!

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  55. Nasci na Rua da Concórdia, em fev/ 1950, porém, ainda com meses de idade, mudamos para o Arruda, onde meu avô Julio Sampaio era comerciante(Casa Funerária Sampaio), aliás, existiam vários comerciantes antigos no Arruda que não foram citados. Confirmo que a mãe, uma irmã com filhas e um sobrinho, (o conhecido compositor J. Michilis) de Orlando Dias, residiram na Rua Zeferino Agra, sim. Orlando Dias os visitava com frequência. Gostei muito do seu trabalho!

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    1. Bom dia, Sr. Sampaio. Às vezes não publicamos alguns fatos por falta de documentações e relatos concretos que dê credibilidade ao fato. Um abraço.

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  56. Quando, e se for atualizar esse trabalho, fale sobre o Carnaval do Arruda e Agua-Fria na década de 60; do Ginásio Ipiranga, do "Amor e União" uma escola junto ao cinema Olímpia; do pátio da feira do Arruda, etc.

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  57. Bom dia. Todo o trabalho é feito em cima de pesquisas de antigos jornais, revistas, livros e outros documentos autênticos. Sabia da existência do Ginásio Ipiranga, por exemplo, inclusive havia uma amiga minha que estudou lá. Todavia não encontrei na à respeito. Fica aí o seu registro. Obrigado pela participação.

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