quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Tempero pernambucano na brilhante festa de encerramento da Olimpíada do Rio

O frevo pernambucano esteve presente na festa de encerramento da Olimpíada do Rio.


21 de agosto de 2016

O encerramento da Olimpíada, como era esperado, foi marcado pelo clima de descontração e não contou com participação do presidente em exercício Michel Temer. A música pernambucana ganhou grande destaque na festa dedicada ao esporte, que teve ainda homenagem a vários aspectos da cultura brasileira. As delegações entraram no Maracanã, palco da abertura e do fechamento, ao som da Orchestra Santa Massa, com o maestro Spok (voz e sax), André Julião (sanfona) e Yuri Queiroga e o DJ Mika Mutti.

O grupo de DNA pernambucano é formado por Hélder Aragão, mais conhecido como DJ Dolores, Maciel Salú (voz e rabeca), Isaar (voz), Fábio Trummer (voz e guitarra), da banda Eddie e Jam da Silva (percussão). Durante a performance do grupo, 14 passistas de frevo acalentaram o orgulho do estado e receberam muitos elogios nas redes sociais.

Músicos pernambucanos abrilhantou a festa.

Chiclete com banana (de Jackson do Pandeiro), O canto da ema (de Alventino Cavalcanti, Aires Viana e João do Vale, imortalizada por Jackson), A cantiga do sapo (de Jackson do Pandeiro e Buco do Pandeiro) e Sebastiana (de Rosil Cavalcanti) estiveram no repertório da banda. Maracatu olímpico, inédita, foi composta por Salú especialmente para a ocasião.

O cantor e compositor recifense Lenine fez uma versão de Jacksoul brasileiro, de autoria dele, para saudar o trabalho dos voluntários dos Jogos Olímpicos. "Quem fo que fez o povo chegar? Quem foi que fez o jogo rolar? Quem foi que traduziu o Rio de Janeiro?", cantou o autor de Leão do Norte.

Cantor pernambucano Lenine.

A cerimônia

Bem mais simples e com menos números musicais, a festa de encerramento abrangeu o espectro de representação da cultura brasileira. O sambista Martinho da Vila foi o primeiro a cantar na cerimônia - o clássico Carinhoso, de Pixinguinha. A bandeira brasileira, levada pela tenista aposentada Maria Esther Bueno, foi hasteada ao som do hino nacional cantado por um coral de crianças e tambores.

Uma das artistas mais importantes para a internacionalização da música brasileira, Carmen Miranda foi interpretada por Roberta Sá. Após o desfile das delegações, subiram ao palco o DJ e produtor musical norueguês Kygo e a cantora e compositora norte-americana Julia Michaels, que apresentaram a canção Carry me. 

A cerimônia, com direção geral de Rosa Magalhães, Fernando Meirelles, Andrucha Waddington e Daniela Thomas, seguiu com homenagem à Serra da Capivara e à arte rupestre. O artesanato foi celebrado, após texto gravado por Arnaldo Antunes, com a tradicional Mulher rendeira, entoada pelas Ganhadeiras de Itapuã, de Salvador (Bahia).

O Grupo Corpo, de Belo Horizonte, dançou o xote Xiquexique, de Tom Zé e Zé Miguel Wisnik. Após a performance de dança contemporânea, a mais famosa canção de Luiz Gonzaga, Asa branca, foi tocada em gravação do próprio Rei do Baião e dançada por voluntários com figurino em alusão à cerâmica e à arte do Mestre Vitalino.

Talento pernambucano no palco do Maracanã.

Momentos dos Jogos Olímpicos de 2016, em várias modalidades, foram reunidos em um belíssimo clipe de pouco mais de um minuto e projetados ao som de Bachianas nº 5, de Heitor Villa-Lobos, antes da entrega das medalhas aos vencedores da maratona olímpica: Eliud Kipchoge, do Quênia (ouro), Heysia Lilesa, da Etiópia (prata), e Galen Rupp, dos Estados Unidos (bronze).

Os oito minutos dedicados a Tóquio, no Japão, sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2020, foram marcados por destacado uso da tecnologia e por coreografias acrobáticas. Os esportes olímpicos foram mesclados a cenários da cidade no vídeo de abertura, seguido por apresentação sincronizada com projeções. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, compareceu à festa fantasiado de Mario, criado por Shigeru Miyamoto, ícone da cultura pop japonesa.

Homenagem aos bonecos de barro de Vitalino.

Após as falas de Carlos Nuzman e Thomas Bach, a cerimônia reverenciou o artista plástico e paisagista Burle Marx, com a música Chovendo na roseira, de Tom Jobim. A baiana Marienne de Castro fez a última interpretação: a música Pelo tempo que durar, de Adriana Calcanhotto e Marisa Monte. 

Ao som de Cidade Maravilhosa, o carnaval tomou conta do Maracanã. A Marcha do Cordão do Bola Preta (que entrou no estádio com a madrinha, a atriz Leandra Leal), Me dá um dinheiro aí, Mamãe eu quero, Sassaricando e foram as marchinhas escolhidas. A modela Isabel Goulart foi escalada como madrinha de bateria e entrou enquanto a banda tocava O amanhã, junto com as escolas Mangueira, Portela, Beija-Flor e São Clemente. O Maracanã virou um verdadeiro sambódromo, com hits marcantes do carnaval carioca, para empolgação do público e dos atletas. A Olimpíada virou carnaval. 

Por: Diário de Pernambuco.

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