O gigante acordou na segurança de Julio Cesar, na raça de
David Luiz, no drible de Neymar, no faro de gol de Fred, no grito da torcida.
Não havia palco melhor para isso. Não havia também maior adversário para isso.
No novo e efervescente Maracanã, a Seleção encontrou o velho futebol. Na garra
e no talento, incorporou o imprevisível e fez a tão temida Espanha se curvar. O
tiki-taka pifou. A um ano da Copa do Mundo, conquistou o tetracampeonato da
Copa das Confederações. Absoluto, emplacou um 3 a 0. Em um momento de
manifestações e questionamentos políticos, um sinal em campo. É preciso lutar. É
preciso suar a camisa. Esse Brasil mostrou que está no caminho certo depois de
cinco anos de desconfiança. Esse time, enfim, nos representa.
A hierarquia do futebol começou a ser estabelecida logo cedo. Eram apenas dois
minutos quando Hulk cruzou. Na área, Fred caiu. Tinha pouco tempo para pensar.
Em um segundo, olhou para a bola e, deitado, chutou para o gol. Foi quando o
camisa 9 se levantou e partiu para comemorar junto com a torcida. A Espanha
parecia fora de si. Foi abafada pela marcação adiantada. O pentacampeão mundial
se impôs sobre o campeão. O Maracanã, então, entrou no ritmo. A torcida gritava
em polvorosa: “Ôoooo, o campeão voltou!”.
Fred marcou dois gols e Neymar deixou a sua marca. Foto: Laurence Griffiths/FIFA.
O jogo seguiu no embalo da arquibancada. Qualquer observação
desconfiada começou a ruir entre os brasileiros. Não existiria um novo
Maracanazo. Não ontem. Ainda mais quando David Luiz correu e, de carrinho,
tirou a bola chutada por Pedro. Estava ali construída a vitória. Eles não iriam
fazer um gol sequer. Não em Julio Cesar que voltou a ser gigante.
Após o susto, o Brasil tratou de responder. Tinha menos posse de bola, mas tinha poder de fogo. Fred chegou a perder um gol de frente com Casillas. Enquanto isso, Neymar corria em busca da sua chance de definir. Era incisivo. Brigava e brilhava. Aos 44, ele ensinou a Arbeloa e Casillas o que pode fazer nos clássicos com o Real Madrid. Passou fácil e chutou de esquerda para fazer o segundo.
Os espanhóis tiveram 15 minutos de intervalo para tentar assimilar o que estava acontecendo. Não era comum para eles. A Roja não perdia uma partida oficial há 29 jogos. Mas não dava tempo. Inspirado, Fred teve um dia de digno dos melhores centroavantes que passaram pela Seleção. Novamente aos dois minutos, bateu de chapa e correu para decretar o que muitos duvidavam. A Espanha caiu. Nem gol de pênalti conseguiu fazer. A ordem voltou a ser estabelecida.
BRASIL 3 X 0 ESPANHA
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 30 de junho de 2013 (domingo)
Horário: 19 horas (de Brasília)
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos da Holanda)
Cartões amarelos: Arbeloa, Sergio Ramos (Espanha)
Cartão vermelho: Piqué (Espanha)
Data: 30 de junho de 2013 (domingo)
Horário: 19 horas (de Brasília)
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda)
Assistentes: Sander van Roekel e Erwin Zeinstra (ambos da Holanda)
Cartões amarelos: Arbeloa, Sergio Ramos (Espanha)
Cartão vermelho: Piqué (Espanha)
Gols: BRASIL: Fred, a um minuto, e Neymar aos 43 minutos do primeiro tempo; Fred aos 2 minutos do 2º tempo.
BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz
e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar; Hulk (Jadson), Fred (Jô)
e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Técnico: Luiz Felipe Scolari
ESPANHA: Casillas; Arbeloa (Azpilicueta), Sérgio Ramos,
Piqué e Jordi Alba; Busquets, Xavi, Iniesta e Mata (Jesús Navas); Pedro e
Fernando Torres (David Villa)
Técnico: Vicente del Bosque
Técnico: Vicente del Bosque
IMAGENS DE BRASIL 3 X 0 ESPANHA
Neymar marca o 2º gol, aos 43 minutos do 1º tempo. Foto: Ronald Martinez/Fifa.
O gol de Neymar visto de outro ângulo.
Neymar vai comemorar com a torcida. Foto: Alexandre Guzanshe/A.Press.
David Luiz evitar um gol da Espanha, quase em cima da linha. Foto: Jasper Juinen/Fifa.
Jogadores brasileiros comemoram, enquanto Neymar beija a taça. Foto: Laurence Griffiths/Fifa.
Espanhóis assistem a festa brasileira. Foto: Tânia Rêgo/EBS
Após a falta em Neymar, o tempo esquentou. Foto: Tânia Rêgo/EBS
Os artilheiros da competição: Fred, 5 gols (chuteira de prata), Fernando Torres, 5 gols (chuteira de ouro) e Neymar, 4 gols (chuteira de bronze). Foto: Tânia Rêgo/EBS.
A festa de encerramento no Maracanã. Foto: Tânia Rêgo/EBS.
Por: Brenno Costa/Diário de Pernambuco
Nenhum comentário:
Postar um comentário