A frase “o Recife parou”,
comumente usada para se falar dos constantes engarrafamentos da capital
pernambucana, descreveu a cidade na tarde desta quinta-feira (20).
Diferentemente dos outros dias, porém, nas principais vias do Centro, apenas
pessoas. Por mais de quatro horas, nenhum carro ou ônibus cruzou grandes
avenidas como Agamenon Magalhães, Cruz Cabugá e Conde da Boa Vista. Elas foram
interditadas para os manifestantes.
Os ônibus não pararam de circular. Apenas na áreas bloqueadas pela CTTU, a circulação foi suspensa durante o protesto. Ao contrário do que havia sido divulgado, os rodoviários não fizeram a paralisação. Segundo o Consórcio Grande Recife, no entanto, houve paralisação nos terminais integrados de Cajueiro Seco e do Barro.
Os ônibus não pararam de circular. Apenas na áreas bloqueadas pela CTTU, a circulação foi suspensa durante o protesto. Ao contrário do que havia sido divulgado, os rodoviários não fizeram a paralisação. Segundo o Consórcio Grande Recife, no entanto, houve paralisação nos terminais integrados de Cajueiro Seco e do Barro.
Pela manhã, porém, muitos ônibus
não conseguiam chegar ao Centro e algumas pessoas precisaram caminhar muito
para conseguir pegar uma condução. Táxis também não eram vistos. Um grupo de
manifestantes de Boa Viagem precisou descer no Pina e caminhou até a Praça do
Derby para poder participar do ato. “Fomos andando porque é importante nessa
época de copa fazermos o nosso gol”, comentou um deles, o estudante de
publicidade William Braga, 22 anos.
Algumas empresas decidiram
liberar os funcionários mais cedo e o comércio fechou as portas. No fim da
tarde e início da noite, quando muitos manifestantes começaram a se dispersar,
a solução foi voltar para casa caminhando. Os ônibus voltaram a circular às
18h54, mas a
Avenida Conde da Boa Vista
permanecia lotada e, minutos depois a Avenida Agamenon Magalhães foi fechada
novamente nos dois sentidos por um grupo de manifestantes.
Em diversos bairros do Recife, as ruas permaneceram vazias, mesmo sem serem palco de manifestações. Foi o caso das avenidas Rosa e Silva e Caxangá, onde nenhum carro era visto circulando. Nas avenidas Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, também foram poucos os veículos que transitaram.
Em diversos bairros do Recife, as ruas permaneceram vazias, mesmo sem serem palco de manifestações. Foi o caso das avenidas Rosa e Silva e Caxangá, onde nenhum carro era visto circulando. Nas avenidas Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, também foram poucos os veículos que transitaram.
Para se ter uma dimensão real do
que foi o protesto do Recife, nesta quinta-feira, 20, era preciso olhar do
alto. Antes mesmo do horário anunciado para início do ato, que não teve nome
nem comando, diversos manifestantes estavam concentrados na praça do Derby,
ocupando as duas mãos da avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da
cidade, e ruas adjacentes. O percurso seguiu pela avenida Conde da Boa Vista,
interditada desde o início da tarde e onde outras tantas pessoas esperavam para
juntarem ao cortejo que seguia rumo ao Marco Zero.
Muitos cartazes e faixas de protestos abrilhantaram a gigantesca passeata no Recife. Foto: Tereza Maia/DP.
O protesto do Recife transcorreu em clima de tranquilidade, se comparado a
outras capitais que tem vivenciaram manifestações semelhantes nos últimos dias.
Conflitos foram vistos em pontos isolados, mas, na grande maioria, eram
rapidamente contidos pelos policiais. Muitas pessoas que participaram do ato
contribuíram para isso com gritos de ordem como “Violência Não” quando fogos de
artifício eram soltos, causando sustos, por exemplo.
Nas ruas pessoas de diversas
idades, classes sociais e com as mais diferentes queixas. Os cartazes
mostravam, por exemplo, repúdio à PEC 37, que proíbe o Ministério Público de
conduzir investigações, melhor qualidade de transporte público, fim da
corrupção, respeito aos ambulantes, acessibilidade a cadeirantes, direitos para
homossexuais. Enfim, a pluralidade fez-se presente e cada um levou para a rua a
reivindicação que queria. Enquanto eles passavam, papéis picados eram jogados
do alto de prédios da avenida Conde da Boa Vista.
De acordo com dados oficiais da
Polícia Militar (PM), 52 mil pessoas participaram da concentração. Ao longo do
percurso, o número teria chegado a 100 mil pessoas.
Muita criatividade nos cartazes da juventude recifense. Tereza Maia/DP.
Percurso
Após saída da Praça do Derby, às 16h, os manifestantes seguiram rumo ao Marco
Zero. Até lá, porém, algumas paradas, uma delas em frente à Assembleia
Legislativa do estado, onde houve confusão e muitos gritavam palavras de
protesto aos deputados. O poder estava fechado desde o final da manhã e muitos
policiais da Força Nacional faziam a segurança na área.
É difícil dizer ao certo
que horas a manifestação teve fim. Por volta das 18h as pessoas começaram a
dispersar-se porém, muitos permaneceram até mais tarde. À noite, um grupo
seguiu para a prefeitura do Recife, onde começaram a jogar pedras contra as
vidraças. Pedras também foram jogadas contra o Tribunal Regional do Trabalho.
No Palácio do Governo, que está fechado devido a reforma, muitos manifestantes
deixaram colados os cartazes que usaram no protesto antes de voltarem para
casa.
Mesmo com o registro de alguns
conflitos, 30 ocorrências segundo a Secretaria de Segurança Social, o protesto
realizado no Recife não registrou cenas de violência de grande proporção como
as que ocorreram em outras capitais do país, a exemplo de São Paulo, Brasília e
Rio de Janeiro. Durante a manifestação, que durou quatro horas, e teve início
no bairro do Derby em direção à Praça do Marco Zero, no centro do Recife, o
Centro Integrado de Defesa Social – CIODS registrou que 28 pessoas foram
detidas por agressão, ameaça roubos e tumultos, dentre outras ocorrências.
Ao longo do percurso algumas pequenas confusões foram registradas, mas a polícia estava atenta e os próprios manifestantes diziam "não à violência", fazendo com que os tumultos fossem dissipados. Os pedidos de paz, no entanto, não foram suficientes para evitar que um soldado da Polícia Militar, que não teve o nome revelado, fosse esfaqueado no braço nas imediações da Praça Maciel Pinheiro. O militar foi socorrido, e segundo fontes da cúpula da PM, passa bem. O agressor estaria entre os manifestantes, foi detido e levado para o plantão da Delegacia de Santo Amaro. De lá, o suspeito seguiu para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ao longo do percurso algumas pequenas confusões foram registradas, mas a polícia estava atenta e os próprios manifestantes diziam "não à violência", fazendo com que os tumultos fossem dissipados. Os pedidos de paz, no entanto, não foram suficientes para evitar que um soldado da Polícia Militar, que não teve o nome revelado, fosse esfaqueado no braço nas imediações da Praça Maciel Pinheiro. O militar foi socorrido, e segundo fontes da cúpula da PM, passa bem. O agressor estaria entre os manifestantes, foi detido e levado para o plantão da Delegacia de Santo Amaro. De lá, o suspeito seguiu para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Policiais militares cumpriram sua missão e torceram pelo sucesso do movimento com muita paz...
...e emocionou nossa comandante, pois o sucesso foram de todos nós, parabéns Pernambuco.
No final da tarde, um princípio de tumulto foi registrado em frente à
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Alguns manifestantes tentaram
invadir o local, mas foram contidos pela polícia. Nesse momento o clima ficou
tenso. Algumas pedras foram arremessadas contra os policais, mas não feriu
ninguém. Após o incidente, a maioria dos manifestantes se dispersaram. Os que
continuaram em frente à Alepe resolveram fazer um protesto pacífico, fechando a
Rua da Aurora. Os manifestantes cantaram o hino nacional. Por volta das 19h o
protesto foi chegando ao fim.
Outros grupos seguiram para a sede da Prefeitura do Recife e Avenida Agamenon Magalhães. Na prefeitura, cerca de 200 pessoas depredaram o prédio público, localizado no Cais do Apolo. Muitos cobriram o rosto e jogaram rojões e pedras no edifício. Muitos vidros e lampâdas de iluminação foram quebrados. Um veículo que estava estacionado próximo à prefeitura também foi atingido, além da guarita do Tribunal Regional do Trabalho.
Os manifestantes também
danificaram paradas de ônibus da localidade. Mas a decisão de tumultuar
não era consenso. Alguns manifestantes pediam "violência não". Um
grupo de policiais se dirigiu para o local e inicialmente não reagiu à ação dos
manifestantes. Após a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar, foi
usado gás lacrimogênio para dispersar o grupo. Pelo menos dois homens foram
detidos e o movimento foi controlado.
À noite, o clima ficou tensoi na Avenida Conde da Boa Vista. Quatro pessoas foram detidas pela polícia após praticar assaltos no local. Também na avenida, próximo à Ponte Duarte Coelho, um homem quase foi linchado pela população acusado de furtar um celular. Como o aparelho não foi achado, os manifestantes liberaram o rapaz.
Na Avenida Agamenon Magalhães, o clima também ficou tenso à noite. Os manifestantes bloquearam a via e atearam fogo em sacos de lixo no cruzamento da Avenida Rui Barbosa. Também foi bloqueado o cruzamento do Parque Amorim e o acesso na Rua Joaquim Nabuco, ambos nas Graças. Por causa da retenção, mais de 45 ônibus, dezenas de carros e motos ficaram retidos a partir do Parque Amorim. Somente quatro ambulâncias foram liberadas a passar. Por volta das 22h30 as vias foram desbloqueadas pela polícia, os focos de incêndio apagados com extintores e o trânsito voltou a fluir normalmente.
À noite, o clima ficou tensoi na Avenida Conde da Boa Vista. Quatro pessoas foram detidas pela polícia após praticar assaltos no local. Também na avenida, próximo à Ponte Duarte Coelho, um homem quase foi linchado pela população acusado de furtar um celular. Como o aparelho não foi achado, os manifestantes liberaram o rapaz.
Na Avenida Agamenon Magalhães, o clima também ficou tenso à noite. Os manifestantes bloquearam a via e atearam fogo em sacos de lixo no cruzamento da Avenida Rui Barbosa. Também foi bloqueado o cruzamento do Parque Amorim e o acesso na Rua Joaquim Nabuco, ambos nas Graças. Por causa da retenção, mais de 45 ônibus, dezenas de carros e motos ficaram retidos a partir do Parque Amorim. Somente quatro ambulâncias foram liberadas a passar. Por volta das 22h30 as vias foram desbloqueadas pela polícia, os focos de incêndio apagados com extintores e o trânsito voltou a fluir normalmente.
Por: Cláudia Eloi e Júlia
Schiaffarino/Diário de Pernambuco.
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