Entrudo, festividade que antecedeu o Carnaval, que chegou ao Brasil em 1723. Gravura: Debret
1723- Antes que o carnaval se concretizasse em definitivo, a grande festa provinciana que antecedeu o carnaval foi o Entrudo, era uma brincadeira diversificada parecida em alguns aspecto com o carnaval existente desde a Idade Média em Portugal. Grandes bonecos eram feitos denominados: entrudos. No Brasil, o entrudo foi introduzido por imigrantes portugueses das ilhas da Madeira e Açores, como a festa que antecedia os quarenta dias da abstinência de carne da quaresma e que perdurou até as primeiras décadas do século XX.
O entrudo consistia em dois blocos diferentes: o entrudo familiar e o entrudo popular. O entrudo familiar eram realizados dentro das casas senhoriais dos principais centros urbanos, onde caracterizava-se pelos arremessos dos limões de cheiro em forma de tortas que os jovens lançavam entre si. Já o entrudo popular era uma brincadeira violenta e grosseira que ocorria nas ruas das cidades provincianas, promovida pelos escravos e a população pobre das ruas, onde eram arremessados todo tipo de objetos e produtos pegajosos, além de ovos, farinha, água suja, urina e até sêmem( esperma). O entrudo popular tornou-se cada vez mais violento, que a partir de 1830, o governo imperial começou a adotar uma série de proibições para acabar com essa grosseira comemoração, quase sempre sem êxito, já que esse tipo de brincadeira resiste até os dias atuais como festa da pipoca, na Bahia e o mela-mela, em Pernambuco.
1811- Surge em Olinda, o Maracatu, que nasceu da tradição do rei do Congo( país africano). É uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana áfro-brasileira. Os maracatus mais antigos em atividade em Pernambuco são: O Maracatu de baque virado Leão Coroado (1863) do bairro de Águas Compridas, em Olinda e o Maracatu rural Cambinda Brasileira(1898) do município de Nazaré da Mata-PE.
1838- O jornal recifense "O Carapuceiro" na edição do dia 3 de fevereiro, foi o primeiro veículo de imprensa pernambucano a citar a palavra samba aqui no Estado, todavia, esta palavra não significava na época, um gênero musical, nem a dança frenética dos atuais sambistas, e sim, uma roda de dança semelhante ao coco e ao maxixe promovidas pelos negros escravos e mulatos que quase sempre acabava em pancadaria. Durante o século XIX, as pessoas costumavam a chamar as rodas de dança que acabavam em brigas ou por intervenções da polícia de "Acaba samba".
1838- O jornal recifense "O Carapuceiro" na edição do dia 3 de fevereiro, foi o primeiro veículo de imprensa pernambucano a citar a palavra samba aqui no Estado, todavia, esta palavra não significava na época, um gênero musical, nem a dança frenética dos atuais sambistas, e sim, uma roda de dança semelhante ao coco e ao maxixe promovidas pelos negros escravos e mulatos que quase sempre acabava em pancadaria. Durante o século XIX, as pessoas costumavam a chamar as rodas de dança que acabavam em brigas ou por intervenções da polícia de "Acaba samba".
Em 1845, o Diário de Pernambuco publicou uma matéria sobre o carnaval pela primeira vez, com o título: "O divertimento novo da Província".
1850- Os mascarados deixam os salões dos clubes e ganham as ruas da cidade do Recife.
1860- Os foliões começam a se organizar e formar os clubes de rua, tanto de pedestres quanto de alegorias.
A partir de 1863- Surgem as agremiações carnavalescas mais antigas em atividade do carnaval pernambucano que são: o Maracatu de baque virado Leão Coroado(1863), Clube das Pás(1888), Clube Vassourinhas(1889), caboclinhos Canindé e Carijós(1897), Maracatu rural Cambinda Brasileira(1897) de Nazaré da Mata-PE e Clube Lenhadores(1898).
Caboclinhos Canindé se apresentando na Praça da Bomba do Hemetério em 2011. Foto: Jânio Odon.
1869- Surge o Clube de Máscaras Azucrins, responsável pela publicação do primeiro jornal carnavalesco do Recife, em 1873.
1897- O Caboclinho não tem uma data especifica de seu surgimento no carnaval pernambucano, sabe-se apenas que surgiu no nordeste brasileiro e é executado no carnaval. O Caboclinho é uma dança folclórica, formada por grupo fantasiados de índios que, com vistosos cocares, adornos de penas na cinta e nos tornozelos. Seus colares representam cenas de caça e combate. Os caboclinhos mais antigos em atividade no carnaval pernambucano e servem como referência são: O Caboclinho Canindé do bairro da Bomba do Hemetério, fundado em 5 de março, com o nome "Príncipe do Rio do Rei Canindé" e mudado para o atual nome só em 1957, e também o Caboclinho Carijós, os dois fundados em 1897, ainda este ano, são introduzidos no carnaval brasileiro, as serpentinas e os confetes,trazidos da Europa.
1869- Surge o Clube de Máscaras Azucrins, responsável pela publicação do primeiro jornal carnavalesco do Recife, em 1873.
1897- O Caboclinho não tem uma data especifica de seu surgimento no carnaval pernambucano, sabe-se apenas que surgiu no nordeste brasileiro e é executado no carnaval. O Caboclinho é uma dança folclórica, formada por grupo fantasiados de índios que, com vistosos cocares, adornos de penas na cinta e nos tornozelos. Seus colares representam cenas de caça e combate. Os caboclinhos mais antigos em atividade no carnaval pernambucano e servem como referência são: O Caboclinho Canindé do bairro da Bomba do Hemetério, fundado em 5 de março, com o nome "Príncipe do Rio do Rei Canindé" e mudado para o atual nome só em 1957, e também o Caboclinho Carijós, os dois fundados em 1897, ainda este ano, são introduzidos no carnaval brasileiro, as serpentinas e os confetes,trazidos da Europa.
1900- Com a maior abertura promovida pela Proclamação da República, é cada vez maior o números de corporações de trabalhadores nas festividades de rua. Surge o ritmo denominado de marcha carnavalesca pernambucana.
1901- Foi criado o Clube de Alegorias e Críticas dos Caras-Duras, que tinha sua sede no Cais do Capibaribe (Rua José Mariano, 228, Recife), a banda tocava marchas e polcas aceleradas, o que levava os seus seguidores ao delírio, formando um burburinho humano então chamado de "frevedouro".
1907- O Frevo que vem da palavra ferver é um ritmo musical que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira, com origens em Pernambuco. Surgido no Recife, no fim do século XIX, muito executado no período de carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam a frente de seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seus estandartes. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo. A data escolhida como sendo da criação do frevo foi 9 de fevereiro de 1907, em virtude da publicação de uma matéria do extinto vespertino Jornal Pequeno do Recife, que noticiou pela primeira vez na imprensa a palavra frevo em reportagem sobre ensaio do clube "Empalhadores do Feitosa" do bairro recifense do Hipódromo.
1907- O Frevo que vem da palavra ferver é um ritmo musical que mistura marcha, maxixe e elementos da capoeira, com origens em Pernambuco. Surgido no Recife, no fim do século XIX, muito executado no período de carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam a frente de seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seus estandartes. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo. A data escolhida como sendo da criação do frevo foi 9 de fevereiro de 1907, em virtude da publicação de uma matéria do extinto vespertino Jornal Pequeno do Recife, que noticiou pela primeira vez na imprensa a palavra frevo em reportagem sobre ensaio do clube "Empalhadores do Feitosa" do bairro recifense do Hipódromo.
1920- Surgem os blocos carnavalescos mistos. A classe média urbana se insinua e passa a integrar as agremiações.
1927- O lança-perfume passa a ser usado no carnaval. Entre 1927 e 1929, a Rhodia produziu 8 milhões de ampolas. Seu perfume embalou o carnaval pernambucano e brasileiro até 1961, quando através de decreto foi proibido pelo Presidente da República Jânio Quadros.
Ainda em 1927, surge o Boi Misterioso, o mais antigo em atividade do carnaval pernambucano. O auto do bumba-meu-boi presente no culto natalino, se transforma no carnaval, e vem às ruas do Recife, num colorido e coreografia própria para os dias de folia. Bois, burras, calus, Mateus, Catirinas, Sebastião, Mané pequenino, babau, ganham as ruas dos subúrbios durante o carnaval e, sob o comando do capitão no seu cavalo marinho, põem em polvorosa a criançada e fazem a alegria das classes mais humildes.
1929- As famílias abastadas começam a desfilar nos carros alegóricos denominado: Corso. O Corso era formado por carros alegóricos puxados à cavalo, também havia caminhões, charretes, carroças e calhambeques bem ornamentados. As pesssoas desfilavam da Faculdade de Direito pelas ruas do Hospício, Imperatriz, Nova, Praça do Diário, Imperador Pedro II, Ponte Princesa Isabel e terminava no ponto inicial. As pessoas desfilavam fantasiadas jogando confetes e serpentinas, àgua com limão e bisnagas com água perfumada. As fanfarras eram contratadas para fazerem parte do desfile.
1930- A música pernambucana de carnaval é gravada cada vez com maior intensidade.
1931- Os irmãos João Valença e Raul Valença compõem "Mulata", primeiro grande sucesso carnavalesco do Brasil.
1934- Fundado no bairro do Arruda e depois transferido para a Bomba do Hemetério, A Troça Carnavalesca Abanadores do Arruda em 1º de outubro.
Turma Quente, a primeira Escola de Samba de Pernambuco. Foto: Diário de Pernambuco- 24/4/1938.
1937- Surge no bairro do Pina, a primeira Escola de Samba de Pernambuco, "A Turma Quente", que em 1942, já no bairro de Água Fria, lá no Alto do Céu, mudou de nome para "Garotos do Céu" e em 1974 se transformou na tradicional, Gigante do Samba. Em 1938, A Turma Quente ganhou uma marcha do compositor Nelson Ferreira. O grupo era formado por doze músicos: Danilo, Casaca, Caduda, Grady, Camisa Listada, Príncipe, Grande Demais, Duda, Pitiguari, Militão, Bira e Alvinho.
Turma Quente, a primeira Escola de Samba de Pernambuco. Foto: Diário de Pernambuco- 24/4/1938.
1937- Surge no bairro do Pina, a primeira Escola de Samba de Pernambuco, "A Turma Quente", que em 1942, já no bairro de Água Fria, lá no Alto do Céu, mudou de nome para "Garotos do Céu" e em 1974 se transformou na tradicional, Gigante do Samba. Em 1938, A Turma Quente ganhou uma marcha do compositor Nelson Ferreira. O grupo era formado por doze músicos: Danilo, Casaca, Caduda, Grady, Camisa Listada, Príncipe, Grande Demais, Duda, Pitiguari, Militão, Bira e Alvinho.
1939- Os foliões erguem "O Homem da Meia-Noite" o primeiro boneco gigante de Olinda, com mais de 3 metros de altura e pesando 30 kg. O que começou como apenas uma brincadeira, transformou-se no maior símbolo do Carnaval olindense. Só em 1969, surge o segundo boneco: "A Mulher do Dia", depois veio "O Menino da Tarde", e aí não parou mais a produção de bonecos de Olinda. Atualmente os bonecos são feito em: isópor, madeira, espuma, nylon, tecido, fibra, resina, massa plástica e tinta. Feito de maneira artesanal, dura de 15 dias à um mês para ficar pronto. Os bonequeiros mais famosos de Olinda são: Silvio Botelho, que já viajou com os bonecos para os Estados Unidos, México, Cuba, Argentina e França; o outro é Jovenildo Bezerra, o "Camarão".
1940- É fundada a Federação Carnavalesca de Pernambuco, que passa a organizar o carnaval de rua do Estado.
1942- Fundada no Alto do Céu, no bairro de Beberibe, a Escola de Samba "Garotos do Céu", em 16 de março, que mudou de nome em 1974, para a atual Escola de Samba Gigante do Samba, com sede na Bomba do Hemetério.
1947- É fundado em 17 de Fevereiro, em Olinda, Pitombeiras dos Quatro Cantos. Uma das agremiações mais importante da cidade.
1950- Surge a Troça do Urso Polar do bairro de Areias, o Urso carnavalesco mais antigo do carnaval pernambucano. Os Ursos do carnaval são originários dos ciganos europeus que percorriam a cidade com seus animais presos numa corrente , que dançavam de porta em porta em troca de algumas moedas, ao som da ordem "dança la ursa".
1951- O Reisado Imperial da Bomba do Hemetério, do Mestre Geraldo Almeida é fundado em 11 de janeiro.
1952- A gravadora pernambucana Rozemblit, foi responsável pela produção musical do carnaval pernambucano, divulgação garantida. Em 12 de fevereiro, é fundado Elefante de Olinda, a segunda agremiação mais importante da cidade histórica.
1956- Foi realizado o primeiro festival de escolas de samba no Estado, promovido pela Sociedade Folclórica de Apipucos com a participação de 20 Escolas de Samba.
1956- Foi realizado o primeiro festival de escolas de samba no Estado, promovido pela Sociedade Folclórica de Apipucos com a participação de 20 Escolas de Samba.
1960- O modelo carnavalesco de passarela ou arquibancada, criado pela federação, começa a decair.
1974- É criado o Bloco da Saudade, que reativou o movimento de blocos no Recife.
O primeiro desfile do Galo da Madrugada, em 1978, passando em frente ao cinema Moderno, na praça Joaquim Nabuco, Recife.
1978- Em protesto contra a presença das passarelas, conhecidas como carnaval de porteiras, surge o Clube de Máscaras Galo da Madrugada, a maior agremiação de rua do mundo, por atrair mais de um milhão de pessoas e entrar no Guiness Book ( livro dos recordes) em 1995.
1978- Em protesto contra a presença das passarelas, conhecidas como carnaval de porteiras, surge o Clube de Máscaras Galo da Madrugada, a maior agremiação de rua do mundo, por atrair mais de um milhão de pessoas e entrar no Guiness Book ( livro dos recordes) em 1995.
Ainda em 1978, é realizado a primeira edição do concurso de frevos, Frevança.
1980- As passarelas são abolidas e surge o carnaval-participação, com o povo tomando as ruas. O topless foi a marca do carnaval.
1990- O carnaval começa a acontecer no bairro do Recife, em especial no Marco Zero. Os Papangus de Bezerros tomam projeção no carnaval pernambucano.
2002- É fundada pelo Maestro Forró, a agremiação mais prestigiada da Bomba do Hemetério, a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério.
2011- O Galo da Madrugada deixa de desfilar pela Rua da Concórdia e passa a desfilar pela Avenida Dantas Barreto. A estimativa é que o Galo atraiu Um milhão e seiscentos mil foliões que acompanharam os trinta trios elétricos.
Fonte:Diário de Pernambuco, Revista Nossa História, Wikipédia e historiadora Cláudia M. de Assis Rocha Lima/Fundaj.
Por: Jânio Odon de Alencar.
Na vida, a história precisa ser construída, aperfeiçoada, lembrada e respeitada por todos. Lindo esse texto. Ivanise Tibúrcio.
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