sábado, 2 de abril de 2011

A Bomba do Hemetério se fez História


Panorama da Bomba do Hemetério, vista do Alto do Pascoal. Foto: Ratão Diniz


A Bomba do Hemetério é um bairro da zona norte do Recife  que começou a se formar na segunda metade do século XIX. Na planta das cidades do Recife, Olinda e seus arrabaldes, sem data, de autoria de Ildefonso Ilídio de Souza Lobo. Pode-se afirmar, ser a planta antes de 1867, pois nela, não consta a Estrada Nova de Beberibe que foi construída e concluída neste ano. Todavia, consta-se a existência da Estrada do Hemetério, num traçado bem diferente aos dos dias atuais. Começando na Estrada Velha de Beberibe (atual Estrada Velha de Água Fria) no atual cruzamento com Avenida Norte/Miguel Arraes de Alencar, que na ocasião ainda não existia, daí, seguia cortando o Riacho Água Fria, pela encosta de um grande morro, onde atualmente ficam a Mangabeira e o Alto José do Pinho, passando pelo caminho estreito margeando o Riacho Catão (atual canal da Rua do Rio) entre outro gigantesco morro sem divisão alguma, ligando onde hoje ficam o atual Alto do Pascoal e a Ladeira do Boi (Alto José Bonifácio) e demais localidades. A planta revela, um morro intacto, sem a existência de nenhuma artéria, de vegetação rasteira e muitas arvores, sem ser uma mata densa, e sem nenhuma moradia, apenas um caminho denominado de "Caminho das Boiadas" que seguia da Estrada Velha de Beberibe, próximo ao atual terreiro de Pai Adão, em direção ao atual Córrego de São Sebastião seguindo ao atual Córrego Deodato até atingir o povoado de Beberibe. A Estrada do Hemetério, seguia até o atual, Largo da Bomba ou Praça Castro Alves, nome oficial. Daí em diante, era a Estrada do Bartolomeu até encontrar-se com o Córrego do Bartolomeu, onde fica a atual Rodinha.  

A planta de Ildefonso Lobo, mostra que nas margens da Estrada Velha de Água Fria se formou um pequeno povoado próximo a uma bomba d'água fixada pela Companhia de Viação e Obras da Província nas terras da família do Coronel Hemetério José Veloso da Silveira, (nas proximidades da atual Rua São Bento) onde os moradores da localidade utilizavam da água para seus afazeres. Este povoado ficou conhecido apenas pelo "povoado da Bomba", anos depois, foram feitas grandes escavações e retiradas de terra entre os dois morros existentes, onde o morro do lado esquerdo, situam hoje a Mangabeira e o Alto José do Pinho, e do lado oposto o Alto do Pascoal e demais localidades. Com esta abertura entre os morros ligando a Estrada do Hemetério, o povoado da Bomba avançou em direção a Estrada do Hemetério. Com o passar do tempo, esta conexão da Estrada do Hemetério com o povoado da Bomba fez com que as pessoas passassem a chamar este lugar de Bomba do Hemetério.

QUEM ERA SEU HEMETÉRIO?

Hemetério José Veloso da Silveira era um Oficial da Guarda Nacional da Província de Pernambuco,  possuía escravos, e segundo informações do pesquisador gaúcho Paulo Corrêa dos Santos, ele haveria nascido entre 1790 e 1800 e falecido em 1894. Hemetério chegou ao posto de coronel. Quando era Tenente-coronel em 1860 foi subdelegado de Igarassu. Casado com Ana Joaquina da Silveira. Teve sete filhos, o antônimo, Hemetério José Veloso da Silveira, era o filho mais velho, famoso advogado e jurista e que foi morar no Rio Grande do Sul, onde faleceu em 1914. Responsável pela emancipação de Itaqui (RS). Publicou em 1909, o conceituado livro: "As Missões Orientais e seus Antigos Domínios"; os outros irmãos eram: Amélia Amalia Veloso da Silveira;   Emília Amalia Veloso da Silveira; Julia Honorina Veloso da Silveira; Frederico Veloso da Silveira; Josefa Josefina Veloso da Silveira e Maria da Purificação Silveira. 

Em 1866, a partir da Encruzilhada, começava a abertura da Estrada Nova de Beberibe (atual Avenida Beberibe) que só foi concluída no ano seguinte. Os trens a vapor, as chamadas Maxambombas, começaram a circular pelos trilhos da Estrada Nova de Beberibe, em 1871. Os trens ligavam o povoado de Beberibe ao centro da cidade. 

O Jornal do Recife  de 12 de dezembro de 1871, publicou um anúncio sobre a venda de terrenos na Estrada da Boiada apropriados para plantações e que os terrenos ficavam próximos a uma rua recém aberta com 60 palmos de largura e que vindo em linha reta sobre a primeira curva da estrada de ferro de Beberibe. (seria próximo a estação de Chapéu do Sol, no Largo de Água Fria, na Travessa Dowsley, antigo Beco da Beliscada).


À esquerda, Baronesa de Lucena
Em 1914, a Srª Zilia Sophia Carneiro de Lucena (Baronesa de Lucena), viúva do Barão de Lucena, que havia falecido no ano anterior, adquiriu uma vasta extensão de terra no chamado Beberibe de Baixo, propriamente em Água Fria. As terras da baronesa eram denominadas de "Propriedade Água Fria de Beberibe" compreendia as atuais localidades do Alto do Pascoal, Córrego São Sebastião, Bomba do Hemetério, Rua das Crianças, Córrego João Francisco, Beco do Cariri e Estrada Velha de Água Fria e suas transversais. A Baronesa de Lucena, após morar alguns anos no Rio de Janeiro, veio a falecer em 7 de julho de 1927, aos 84 anos. (foto: Acervo da Fundação Joaquim Nabuco/Fundaj).

Em 1900, se instalava na Bomba do Hemetério, a agremiação carnavalesca, Tribo Indígena Canindé. 

Em 5 de junho de 1919, Governador Manoel Antônio Pereira Borba assinou o Decreto- Lei Nº 1430, que determinava os limites entre Olinda e Recife. A Bomba do Hemetério e parte da Zona Norte do Recife pertenciam à Olinda. Trecho do decreto-lei diz que: ...continuando por esta até encontrar a Estrada Nova de Beberibe (Água Fria) e, por esta estrada até a Ponte do Arruda, prosseguindo pelo leito do Riacho (Canal do Arruda) que atravessa a Estrada da Boiada (ligada a Estrada Velha de Água Fria), também conhecida por Estrada do Jacaré, à Estrada do Hemetério, na bomba do mesmo nome, até o Marco do Bobó (próximo a Rodinha), onde deixam o dito riacho  (Riacho Catão, atual canal da Rua do Rio), para alcançarem a Estrada do Bartolomeu... 

A Bomba do Hemetério na primeira metade do século XX era uma comunidade de extrema pobreza, com moradias precárias, sem infraestrutura onde muitas pessoas cozinhavam a base de carvão ou lenha. (Ilustração).

A Bomba do Hemetério até a primeira metade do século XX era uma localidade desconhecida e sem identidade, lugar de extrema pobreza onde a maioria das casas eram verdadeiros mocambos de taipa ou revestidos com restos de madeira e cobertos com palhas de coco e pedaços de zinco. O uso do carvão e lenha para cozinhar era uma prática muito comum nesta época. Seus moradores eram operários, boa parte da construção civil, principalmente das ferrovias, que na ocasião estavam em alta; migrantes do interior do Estado que fugiam da seca; antigos moradores dos mocambos do centro do Recife que foram expulsos pelo governo do Estado para serem remanejados para residências populares, entretanto, a maioria ficaram sem casas. Muitos afrodescendentes  também vieram para cá e dominaram toda esta região , tanto que, o Arruda, Água Fria e Fundão, ficaram conhecidos como a Catimbolândia do Recife, devido ao grande número de terreiros de Umbanda e Xangô. Vale salientar, que até a primeira metade da década de 1980, ainda era grande o número desses cultos afros na Bomba do Hemetério e adjacências.

Em 1939, O Governador Agamenon Magalhães, vinha sofrendo duras criticas por parte da oposição, por manter o Centro do Recife com aspecto de cidade colonial e seu litoral repleto de mocambos ( casa de taipa, coberta com palhas de coco, papelão, chapas de zinco ou madeiras) apresentando com isto, característica de cidade decadente. Sem uma política habitacional eficiente, foi criada a Liga Social Contra o Mocambo, que criou um programa de incentivo e de construção de casas populares para as diversas classes operárias, o certo é que, a população que morava em mocambos no Centro do Recife foram expulsas, numa desapropriação não planejada. Em 1945, a Liga foi reformulada e passou a se chamar Serviço Social Contra o Mocambo. Entre 1939 e 1945, o saldo do programa foi o seguinte: 14.597 mocambos derrubados e apenas 6.173 unidades construídas e um saldo de 42.120 pessoas que ficaram sem teto. Calcula-se que ¼ da população do Centro do Recife foram expulsas para a periferia da Zona Norte, ocupando os morros de Casa Amarela, Beberibe e Água Fria, neste período a população da Bomba do Hemetério que já vinha crescendo desde 1932, teve um aumento ainda maior.

No dia 30 de janeiro de 1941, A Propriedade Água Fria de Beberibe, pertencente a família da Baronesa de Lucena, coloca à venda, lotes na Estrada da Bomba do Hemetério, Córrego João Francisco, Rua das Crianças, Beco do Cariri, Alto do Pascoal, Córrego São Sebastião, Cafundó, Nova Descoberta e Estrada Velha de Água Fria e ruas transversais. Os lotes populares mediam 8 x 15 e custavam entre 600 réis a Um conto de réis. Os lotes maiores mediam 15 x 40 e custavam entre 2 contos a 4 contos de réis.

Em 7 de janeiro de 1949, através do Decreto Nº 85, sancionada pelo prefeito do Recife, Manoel César de Moraes Rêgo. O Recife foi dividido em quatro zonas: 1ª zona ou zona central; 2ª zona ou zona urbana; 3ª zona ou zona suburbana, onde a Bomba do Hemetério foi enquadrada, e a 4ª zona ou zona rural, onde ficavam os sítios e terrenos dentro do município, porém, fora dos limites das três zonas anteriores. 
Ônibus da Expresso 18 de Setembro, linha de ônibus da Bomba do Hemetério que começou a circular com quatro ônibus a partir de janeiro 1960 até 1980 quando foi adquirida pela Empresa São Paulo. Gravura: busdovanderbilt.wordpress.com


 Esta foto do Diário de Pernambuco tirada em 1980 é rara, o segundo ônibus a sua esquerda é da Expresso 18 de Setembro que fazia a linha Bomba do Hemetério. Foto: busdovanderbilt.wordpress.com (clique na foto para ampliá-la).

No dia 27 de janeiro de 1953, o prefeito do Recife, José do Rego Maciel, veio ao Córrego João Francisco, numa terça-feira, às 20 horas, inaugurar a iluminação pública e um pontilhão. Além do prefeito estavam presentes, o deputado estadual Antônio Luiz Filho e o vereador Aristófanes de Andrade, que foi o autor da solicitação do benefício. No dia 16 março, os moradores do Córrego João Francisco procuraram o vereador Aristófanes de Andrade para reclamarem dos aumentos abusivos dos aluguéis de casas e terrenos pertencente aos herdeiros da Baronesa de Lucena, que com as melhorias feitas na localidade, resolveram aumentar, em muitos casos, as prestações em até 100%.


A Estrada da Bomba do Hemetério em 1957. Foto: Museu da Cidade do Recife/JC/17.01.1957.

No dia 15 de novembro de 1953, o prefeito José do Rego Maciel, inaugurou às 09 horas, a primeira linha de ônibus da Bomba do Hemetério, o alvará concedido as empresas Norte Aparecida e São Marcos, segundo publicação do Jornal Pequeno do dia seguinte.

Em janeiro de 1960, era inaugurada a linha de ônibus oficial do bairro com apenas quatro ônibus e que pertencia a Empresa 18 de Setembro, e que operou no bairro durante 20 anos. Seu terminal a princípio estabelecido antes da Tribo Canindé, porque ainda não havia construído a ponte sobre o riacho que vem lá do Córrego João Francisco, atravessando a estrada, pela Rua São Gabriel. Depois de construída, o terminal passou para  Praça Castro Alves ( Praça da Bomba do Hemetério) no final dos anos de 1960. Depois passou a funcionar na entrada do Córrego do Tiro, pertinho da Capelinha, novamente mudou-se para a Rodinha, depois, no atual terminal do Córrego do Euclides e atualmente no Córrego José Grande. Salientando que depois a Empresa Expresso 18 de Setembro foi vendida a Empresa São Paulo em 1980. Antes, proprietários de velhos ônibus restaurados já  circulavam pela Bomba do Hemetério como era o caso da Auto Viação Bonfim, Rodoviária J.G. de Carvalho, Empresa Fernandes e outras mais.

O Diário de Pernambuco, de 9 de junho de 1960, publicou o início das obras ordenadas pelo prefeito do Recife, Miguel Arraes de Alencar da Estrada da Bomba do Hemetério. O jornal publicou: ...na Bomba do Hemetério, a Prefeitura está realizando obras de urbanização. Estão sendo realizados os trabalhos preliminares de meio fio e terraplanagem e desapropriação de mocambos. A da Bomba do Hemetério, quando estiver concluída, ligará a Estrada Velha de Água Fria, ao Córrego do Bartolomeu.

Em fevereiro de 1961, a firma Souza Lima inicia a construção do Canal da Bomba do Hemetério.

Em 14 de novembro de 1961, o prefeito do Recife, Miguel Arraes de Alencar, sancionou a Lei Municipal Nº 7593, para construção da estrada que liga a Bomba do Hemetério através do Córrego do Tiro até a Rua Uriel de Holanda, na Linha do Tiro.

Em 10 de julho de 1962, foram inaugurados pelo secretário de Viação, sr. Lael, os chafarizes do Alto do Cotó, Córrego do Cotó além do chafariz da Bomba do Hemetério, este, contou com a presença do governador Cid Sampaio, acompanhado pelo deputado João Cleofas.

Em setembro de 1962, o prefeito Miguel Arraes de Alencar inaugura três chafarizes no Córrego João Francisco, Alto da Alegria e Rua Elza.

Em 14 de outubro de 1964, é inaugurada a Rua São Bento, no Arruda. Esta artéria liga a Bomba do Hemetério com a Avenida Beberibe. O Diário de Pernambuco do dia seguinte publicou: "Ontem às 11 horas, o prefeito Augusto Lucena inaugurou a Rua São Bento, no Arruda. Além do chefe do executivo recifense, estiveram presentes  à solenidade o presidente da Câmara Municipal, vereador Wandenkolk Wanderley, Aristófanes de Andrade, deputado Antônio Luiz da Silva Filho, o secretário de finanças, Orlando Neves, engenheiro Barreto Campelo, titular da Secretaria de Viação e Obras, Sr. Reginaldo Guimarães, presidente da COMPARE e outros auxiliares imediatos do prefeito. A Rua São Bento é de vital importância  para o escoamento do tráfego entre as avenidas  Norte e Beberibe. Logo após a inauguração numerosos veículos  passaram a trafegar naquela artéria, diminuindo sensivelmente  o movimento  da Avenida Beberibe."

Em 21 de agosto de 1966, o prefeito Augusto Lucena e o presidente da Companhia de Transportes Urbanos (CTU), general Viriato de Medeiros inauguram a primeira linha de ônibus do Alto Santa Terezinha, via Bomba do Hemetério. Foram oito ônibus a óleo diesel.

Em novembro de 1968, o prefeito do Recife, Augusto Lucena concluiu a pavimentação da Estrada da Bomba do Hemetério que custou Cr$ 129.462,71. Concluiu também, o Alto Santa Terezinha, além de diversas pavimentações e escadarias no bairro.       

No dia 4 de fevereiro de 1985, o Governador Roberto Magalhães inaugura um dos grandes anseios da comunidade que foi a Escola Estadual Professor Mardônio Coelho. A obra custou Cr$ 155 milhões de cruzeiros. Com capacidade para 1.600 alunos para o 1º e 2º graus. A inauguração contou com as presenças da primeira-dama do Estado, Jane Magalhães, o prefeito do Recife, Joaquim Francisco, do secretário da educação Edgar Matos, além do governador. As aulas só começaram no dia 11/2.

A Bomba do Hemetério está localizada atualmente na RPA-2 e microrregião 2.2; sua área territorial é de 44,9 hectare e sua população residente é de 8.643 habitantes (IBGE-2000); sua taxa geométrica de crescimento anual é de 0,45% (IBGE-1991-2000); a média de habitante por domicílio é de 4,03 e sua densidade demográfica de habitante por hectare é de 192,6; O bairro é composto por pessoas de classe média C, com renda média mensal de R$ 740,00 (Setecentos e quarenta reais), seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,71% (IBGE). A Bomba do Hemetério faz limite com os bairros do Arruda, Água Fria, Mangabeira, Alto José do Pinho e Alto Santa Terezinha.

Através do Decreto Nº 14452, assinado pelo prefeito da Cidade do Recife, Jarbas Vasconcelos em 26 de outubro de 1988, onde foram instituídas doze regiões políticas administrativas (RPAs). Ficando a Bomba do Hemetério delineada da seguinte forma:

Começa na Estrada Velha de Água Fria, no cruzamento desta com a Rua Sete Pecados, segue pelo lado ímpar desta Estrada até encontrar a Rua Riolândia, onde deflete à esquerda para atingir a Rua São Sebastião, onde deflete à direita para alcançar a Rua São Rafael em direção a Rua Aline, segue por esta rua até atingir o Córrego João Francisco, onde deflete à direita ao encontro da Rua São José da Coroa Grande, onde deflete à esquerda atingindo a Rua Vênus, deflete à esquerda e atinge o Córrego Pastor Evangélico Benoby Carvalho de Souza, deflete à direita atravessando a Rua Conde de Sabugosa e seguindo pela rua Sumauna até atingir a Rua Arapixuna, por onde deflete à direita para encontrar a Rua Tamboara, daí deflete -à esquerda e segue para a Rua Ampere, onde deflete à direita atingindo a Rua Arabari, onde deflete a direita alcançando a Rua Airi, por onde atinge a Rua Córrego do Tiro, atravessa as Ruas: Áurea e Planaltina atingindo a Rua Serra Preta, onde deflete à esquerda cruzando a Rua Arlindo Cysneiros, alcançando a Rua Desembargador Heráclito Cavalcanti, deflete à esquerda e segue pelo canal ali existente até a Rua Jacó, onde deflete à esquerda seguindo pela Rua Prof. Manoel Torres, por onde atinge a Estrada Velha de Água Fria, ponto inicial.

Em 1992, O prefeito Gilberto Marques Paulo inaugurou o Posto de Saúde Dr. Luiz Wilson, outra grande conquista da comunidade bomberense. 

Atualmente a Bomba do Hemetério é conhecida pela sua rica cultura popular, reconhecida por ter a expressiva Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, do excêntrico Maestro Forró; da melhor escola de samba de Pernambuco que é Gigante do Samba; do centenário e vitorioso Caboclinhos Canindé; do tradicional Abanadores do Arruda e do brilhante Reisado Imperial, entre outros. A população atual da Bomba do Hemetério é composta pela classe operária, comerciantes e trabalhadores autônomos. Num bairro boêmio, onde os bares estão sempre lotados, seja qual for o dia da semana, as músicas predominantes atualmente são: o técnobrega, seja da banda Kitara, Musa do Calypso, Mc Léozinho, Mc Sheldon, etc; ou os pagodes do Exaltasamba, Sorriso Maroto, Revelação, Jeito Moleque, Molejo entre outros. Além do forró estilizado das bandas: Calcinha Preta, Forró do Muído, Limão com Mel, Cavalheiros do Fórro entre outras. As músicas baiana também são muito ouvidas, desde Ivete Sangalo, Cládia Leite à Chiclete com Banana. Nos anos 40 do século XX, o grande fenômeno da música que surgiu no bairro e toda redondeza, foi a do cantor cubano Bienvenido Granda com as músicas consagradas como: Perfume de Gardênia, Angustia e Nostalgia, até hoje muito tocada pelos moradores mais antigos, como também, as músicas caribenhas, guarachas e merengues, além das músicas de Reginaldo Rossi, Adilson Ramos, Augusto César, Fernando Mendes, José Augusto, Bartô Galeno, Trepidantes, Noite Ilustrada, Dalva de Oliveira, Orlando Dias, Altemar Dutra, Núbia Lafayette, Lindomar Castilho e Roberto Carlos e alguns outros. É possível encontrar em algumas residências do bairro, moradores antigos que ainda mantem coleções de LPs de vinil que são guardados como relíquias. O surgimento de celulares, Ipod’sMP3, MP4 e outros componentes tecnológicos que armazenam músicas em suas memórias e que fazem com que os usuários de maioria jovem, escolham suas próprias músicas e propaguem de maneira explícita, seja em vias públicas, dentro dos coletivos ou em carros equipados com som, e pior, muitas dessas músicas de gosto bastante duvidoso e que inibem a execução de músicas de antigos cantores, que no passado fizeram grande sucesso no bairro.

Atualizado em 17/12/2020.

Por: Jânio Odon de Alencar/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS).
Fonte: Wikipédia, Ademi-pe, Fundaj, Diário de Pernambuco, Prefeitura da Cidade do Recife Jornal A Província e Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano.


22 comentários:

  1. A hístória precisa ser lembrada, contada e respeitada por todos. Que maravilha! Ivanise Tibúrcio.

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  2. mmmmmmmmmeeeeeeee aaajjjuuuuuudddddoooouuuuuuuuuu mmmmmmuuuuiiiiiiiiiiiittttoooooooooooooooooo

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  3. A história mim ajudou muito pena que possui poucas fotos da época

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  4. Querido Jânio, muito obrigada!
    Estou escrevendo meu TCC sobre a comunidade, e suas informações tem me ajudado bastante. Gostaria do seu contato.

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  5. A Bomba do Hemetério, como vocês devem saber mais do que eu, um gaúcho, é um espaço territorial que compreendia no passado os distritos de Arruda, amoreira, Tamarineira e Beberibe. Pois em Beberipe residia o coronel Hemetério José Velloso da Silveira, dono de engenho no local e una das mais importantes autoridades do lugar. Foi militar e político, participando em toda vida social da região. Ele é pai do famoso juiz e cronista pernambucano. Dr. Hemetério José Velloso da Silveira, de mesmo nome. que ao envolver-se com potentados da época, indiciados em contrabando de escravos, prendendo a esses, foi ameaçado de morte e teve que evadir-se para o Sul. Aqui, sua história é riquíssima. Tenho um estudo bastante adiantado sobre esta família Velloso da Silveira. Historiadores, pesquisadores e ou descendentes dessa genealogia - façam contato com a gente. Prof. Paulo Santos (paulo-itaqui57@hotmail.com), de Itaqui, RS. A Bomba tem este nome porque o coronel Hemetério teria instalado uma bomba , disponibilizando água para os vizinhos. Este militar faleceu em 1893.

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    1. Estou tentando editar um livro sobre o juiz Hemeterio José Veloso da silveira, gostaria de receber material dos amigos historiadores e pesquisadores de pernambuco sobre essa importantíssima família Velloso da silveira, de intensa atuação na vida antiga desse estado. ok?

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    2. Fiquei curioso porque tenho sobrenome Hemetério e meu pai nasceu em Leopoldina Minas gerais 1939, depois serviu o exercito no rio de janeiro e acabou vindo pro norte do Paraná . Atualmente ele mora em ponta grossa PR e eu estou em joaçaba SC meio oeste .Pouco sei sobre os Hemetério !!

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    3. O Hemetério em questão, é da família Veloso da Silveira, que deu origem ao bairro da Bomba do Hemetério. Um abraço!

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  6. ao fazer contato podem acessar meu nome (Paulo Santos) no facebook e me adicionarem, terei prazer em conversar com os irmãos dessa terra linda pernambucana.

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  7. Parabéns pela pesquisa! Maravilhosa! Gostaria de saber se você tem conhecimento do Movimento de Reivindicação da Bomba do Hemeterio, durante o governo Arraes, entre a década de 1980.

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    1. Boa tarde Brígida.Não entendi a pergunta. Era um movimento sobre o quê?

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  8. Parabéns a todos que participaram desta linda pesquisa.
    Já vi morei na bomba na rua Bastos José Ribeiro em 1978, lembro muito do meu saudoso pai, Sr. Jair ramos

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  9. Estou formatando um livro sobre a história do Dr. Hemetério José Velloso da Silveira, cujo pai, de mesmo nome , deu origem ao bairro da Bomba do Hemetério. Peço aos migos de Pernambuco que me mandem mais informações dessa famíla ou dess bairro. Prof. Paulo Santos. Itaqui. email para contato. paulo-itaqui57@hotmail.com...ou ainda, acesem meu blo sobre a história de Itaqui chmado ALMANET. GRATO.

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  10. Boa noite !
    Eu fiquei sabendo a respeito dessa página e lembrei de um fato que aconteceu no ano de 1980, quando por volta das 13 horas um ônibus da linha do alto santa Terezinha desceu a ladeira e chocousse com o muro do canal da bomba, antes de ele cair no canal , o mesmo raspou dois pés de coração de negro, lembro muito bem desse fato, eu estava passando na hora no largo da bomba para levar minha irmã para a escola e presencie uma sena muito triste que aconteceu no bairro, eu vi quando tiraram o motorista e detalhe, ele foi socorrido e colocado num ônibus da mesma empresa que passava na hora destino cidade, foi uma tarde muito triste e comoveu todos os moradores da bomba.
    Meu nome é inaldo e morei na bomba desde criança na rua conde de sabogosa conhecida também como rua da jaqueira.

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  11. Boa noite, Inaldo. Acredito que este pode ter sido este acidente.

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  12. Vivi nesse bairro durante a minha infância, entre 1969 e 1973. Era um lugar pacato, onde as crianças estudavam, estudavam, eram obedientes e felizes. havia muita pobreza, mas tínhamos a esperança nos olhos, não havia violência, nossos pais eram trabalhadores humildes, muitos biscateiros, estivadores, porém honrados. Televisão somente em algumas residências, mas o bom mesmo era jogar bola na rua, empinar pipa, jogar pião e bola de gude. Éramos pobres, mas tínhamos bons modos e bons costumes. Éramos felizes e não sabíamos. Hoje, aqui distante, não sei como está, certamente é outra civilização, mas ficaram a tradição cultural dos maracatus e bumba meu boi. Povo marcado, povo feliz.

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  13. Boa Tarde, Paulo. Realmente tudo que vc falou à respeito da Bomba desse tempo, eu tbm vivenciei, como criança pobre que fui. Minha mãe, ainda reside lá desde 1962. E na mesma casa, desde 1967. A Bomba do Hemetério cresceu bastante, não é mais aquele bairro inocente de nosso tempo, mas quem mora lá não quer saí. No link "Bomba do Hemetério", vc pode ver muitas fotos da cultura e dos dias atuais. Um abraço!

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  14. Ótimas informações, vou caracterizar o bairro da Bomba do Hemetério com algumas dessas informações. Obrigado!

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  15. Adorei lembra muito meu passado quando morava no alto José do pinho sou da família tiburcio ferreira
    Agricio tiburcio ferreira só vizinho do maestro forro linda a história gostei

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