sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dominguinhos, o mestre da sanfona

Dominguinhos, o herdeiro de Luiz Gonzaga.


José Domingos de Morais, o Dominguinhos, nasceu em Garanhuns, em 12 de fevereiro de 1941. Foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro,  teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Teve em sua formação musical influências de baião,bossa nova, choro, forró, xote e jazz.

Oriundo de família humilde, seu pai, mestre Chicão, era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas. Dominguinhos interessou-se por música desde cedo, começando a aprender sanfona com seis anos de idade, quando ganhou um pequeno acordeão de oito baixos e chegou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro junto com seus dois irmãos, com quem formava o trio Os Três Pingüins. Praticava o instrumento por horas a fio, e logo tornou-se proficiente nas sanfonas de 48, 80 e 120 baixos, e acabou por tornar-se músico profissional ainda garoto.

Dominguinhos com o mestre Luiz Gonzaga.

O INÍCIO

Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que este estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro.  Dominguinhos o fez em 1954, então com treze anos de idade, acompanhado do pai e dos dois irmãos, indo morar em Nilópolis.  Ao encontrar-se com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações. Em uma dessas viagens, em 1967, conhece a cantora de forró  Anastácia (nome artístico de Lucinete Ferreira), com quem se casa e forma uma parceria artística que duraria onze anos. Dominguinhos já tinha um filho, Mauro, nascido em 1960 de seu primeiro casamento. Em 1976, Dominguinhos conhece a também cantora Guadalupe Mendonça, seu terceiro casamento, do qual nasceria uma filha, Liv.
Separaram-se, mas mesmo após a separação, os dois mantiveram a amizade até a morte do cantor.
A sua integração à equipe de músicos de Luiz Gonzaga fez com que ganhasse reputação como músico e arranjador e ele aproximou-se de músicos do movimento bossa nova.  Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba e Toquinho, e eventualmente acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop.

A DOENÇA

No fim de 2012, Dominguinhos teve problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória e foi internado no Recife, sendo posteriormente transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Os médicos informaram que o cantor não deverá mais retornar do coma  em que se encontra.
Apesar das declarações feitas por seu filho, Dominguinhos está minimamente consciente e apresenta leve quadro de melhora.
Em 13 de julho, o cantor deixou a UTI, mas ainda permaneceu internado, com quadro considerado estável.

Dominguinhos estava internado no hospital Sírio-Libanês em São Paulo e morreu às 17h50 do dia 23 de julho de 2013 após sofrer complicações infecciosas e cardíacas. O músico morreu após perder uma batalha que durou seis anos contra um câncer de pulmão. Dominguinhos foi sepultado no cemitério Morada da Paz, em Paulista, região metropolitana do Recife.

Luiz Gonzaga, Guadalupe (esposa), Dominguinhos e Genival Lacerda.

OS PRÊMIOS

Em 2002, Dominguinhos foi vencedor do Grammy Latino  com o CD Chegando de Mansinho.
Após cinco anos sem lançar um trabalho solo, Dominguinhos voltou em 2006 a gravar pela Eldorado na qual Conterrâneos 2006, agraciado no Prêmio TIM (2007) na categoria Melhor Cantor Regional.
Em 2007, Dominguinhos, concorreu ao 8º Grammy Latino com mesmo álbum na categoria melhor disco regional.
Em 2008, Dominguinhos foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileiro.
Em 2010, foi o vencedor do Prêmio Shell de Música 2010.

DISCOGRAFIA:

O primeiro disco em 1964
1964 – Fim de Festa
1965 – Cheinho de Molho
1966 – 13 de Dezembro
1973 – Lamento de Caboclo
1973 – Tudo Azul
1973 – Festa no Sertão
1974 – Dominguinhos e Seu Acordeon
1975 – Forró de Dominguinhos
1976 – Domingo, Menino Dominguinhos
1977 – Oi, Lá Vou Eu
1978 – Oxente Dominguinhos
1979 – Após Tá Certo
1980 – Quem me Levará Sou Eu
1981 – Querubim
1982 – A Maravilhosa Música Brasileira
1982 – Simplicidade                                                                      

O sexto disco, em 1973
1982 – Dominguinhos e Sua Sanfona
1983 – Festejo e Alegria
1985 – Isso Aqui Tá Bom Demais
1986 – Gostoso Demais
1987 – Seu Domingos
1988 – É Isso Aí! Simples Como a Vida
1989 – Veredas Nordestina
1990 – Aqui Tá Ficando Bom
1991 – Dominguinhos É Brasil
1992 – Garanhuns
1993 – O Trinado do Trovão
1994 – Choro Chorado
1994 – Nas Quebradas do Sertão
1995 – Dominguinhos É Tradição
1996 – Pé de Poeira
1997 – Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga
1998 – Nas Costas do Brasil
1999 – Você Vai Ver o Que É Bom
2001 – Dominguinhos Ao Vivo
2001 – Lembrando de Você
2002 – Chegando de Mansinho
2004 – Cada um Belisca um Pouco (com Sivuca e Oswaldinho do Acordeon, Biscoito Fino)
2005 – Elba Ramalho & Dominguinhos
2006 – Conterrâneos
2007 – Canteiro (participação especial no CD de Margareth Darezzo)
2008 – Yamandu + Dominguinhos

O CD "Sem limites", um dos últimos trabalhos.

MAIS FOTOS DE DOMINGUINHOS

Anastácia e Dominguinhos em 1976, na gravação do "Som Brasil".

O filho do primeiro casamento, Mauro, com Dominguinhos. Desse casamento, nasceu também, Madalena que faleceu aos 30 anos. Foto: Blog Play, de Carolina Santos. 

A cantora de forró, Anastácia (segunda esposa, conviveu por 10 anos).

Guadalupe (terceira esposa, conviveu com ele por 20 anos) e a filha, a cantora Liv Morais. Foto: Blog Play, de Carolina Santos.

Parceria com Elba Ramalho.

Dominguinhos e o forrozeiro Santana.

Fonte: Jornal do Commercio,O Nordeste, Dicionário Cravo Albin e G1.



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