25 de fevereiro de 2015 (quarta-feira)
Betinho é daqueles centroavantes
típicos que não desiste. E foi por isso que o Santa Cruz venceu o Náutico por
2×1, de virada, na noite desta quarta-feira (25), na Arena Pernambuco, pela
quinta rodada do hexagonal do título do Campeonato Pernambucano. O camisa nove
marcou o gol da vitória aos 42 minutos do segundo tempo, resultado que pôs o
Santa Cruz em quarto lugar. O Náutico caiu para a quinta posição. Os dois times
voltam a se enfrentar no próximo domingo (1/3) no mesmo local.
Com a corda mais apertada no
pescoço que seu colega de profissão, Ricardinho adotou uma postura mais
agressiva: mandou seus jogadores marcarem no campo do Náutico e tentou
aproximar as linhas. Boa. O timbu sofreu para sair jogando durante boa parte do
primeiro tempo, tanto que apelou várias vezes para a bola longa. Já os corais
quando tomavam a bola do rival pareciam não saber o que fazer com ela, tantos
eram os passes errados.
Nesse jogo de perde-perde, o
instrumento de trabalho, a bola, sofreu um bocado ainda que no primeiro minuto,
Waldison tenha carimbado a trave esquerda de Júlio César. Sempre há uma trave
no caminho do Santa, que manteve a pressão até acertar três passes seguidos, o
que só aconteceu aos 27. Raniel cruzou rasteiro da direita e Waldison passou
lotado. Mas Biteco não. Quando ele dominou deixou a bola escapar um pouco mais,
porém ainda conseguiu finalizar, mas David apareceu de carrinho quando a bola
já passara por Júlio César.
O Náutico não quis ficar para
trás e resolveu coordenar uma jogada com qualidade também. E foi bem parecida
com a do Santa, só que pelo lado esquerdo. Aos 34, Patrick Vieira lançou
Fillipe Soutto, que cruzou rasteiro para a marca do pênalti. Renato estava
sozinho como Biteco estava sete minutos antes, mas concluiu melhor: no canto de
Fred para fazer 1×0.
Mesmo com um volume de jogo bem
menor que os corais, os alvirrubros estavam na frente. Por isso, o Santa
resolveu fazer justiça com os próprios pés, embora Júlio César tenha ajudado
com as mãos. Júlio César saiu meio desesperado para cortar um cruzamento.
Biteco pegou o rebote e mandou para a área. Alemão bateu bonito de voleio para
deixar tudo igual. E assim ficou até o fim da primeira etapa.
Os dois times voltaram para o
segundo tempo marcando com um pouco mais de distância. Melhor para o Náutico,
que teve mais posse de bola. Até o festival de passes errados teve um segundo
ato mais discreto. Por isso os dois times finalizaram mais. Logo aos quatro,
Danny Morais cabeceou raspando a trave esquerda depois de Biteco bater um
escanteio.
A trave, que anda incomodando os
tricolores desta vez aprontou para os alvirrubros. Aos oito minutos Bruno Alves
engrenou a quinta marcha e cruzou rasteiro. Renato recebeu sozinho e tentou
estufar a rede. Terminou bombardeando o travessão. Depois começaram as
mudanças. Nininho e Emerson Santos entraram nos lugares de Moisés e Biteco,
respectivamente. No Náutico, Jefferson Nem e João Paulo entraram nas vagas de Bruno
Alves e Renato. Ricardinho mudou pela queda de rendimento de Biteco e uma
dividida em que Moisés ficou sentindo. Já Moacir Júnior quis manter o sistema,
porém com jogadores mais descansados.
Mesmo mudados os dois times
mantiveram o rigoroso equilíbrio. Emerson Santos fez uma boa jogada pela
esquerda e chegou a passar por Júlio César, em mais uma saída precipitada. Para
sorte do goleiro do Náutico, o tricolor perdeu o equilíbrio na hora de cruzar
para Betinho.
Na reta final da partida o
cansaço imperou e as faltas reinaram. O jogo ficou mais cadenciado e nem as
bolas paradas surtiam mais efeito. Parecia que o caminho seria o 1×1 até
Betinho ser premiado pela insistência. Aos 42 minutos, depois dois
impedimentos, um chute mascado e um par de passes errados, duas assistências
contra o Central e três bolas na trave contra o Salgueiro, a bola rendeu-se ao
camisa nove coral. Renatinho cruzou rasteiro e o centroavante tocou de leve, o
suficiente para a bola entrar no canto esquerdo.
Horário, logística, segurança, má fase. Tudo isso somado dá 4.626, as testemunhas do Clássico das Emoções, que nos tempos das vacas gordas chegou a colocar 76.000 pessoas. Para se ter uma ideia, o público para Serra Talhada 1×0 Salgueiro foi de 4.859.
Com a sete estavam Renato para o Náutico e Raniel para o Santa. Ambos oriundos da base dos dois clubes. E ambos mostrando que podem dar conta do recado sem precisar gastar fortuna com medalhões. Que tenham uma sequência maior. Ainda que pese o gol incrível perdido por Renato, ele foi vital para a produção ofensiva do time.
Normalmente, os técnicos tentam chamar a atenção de seus atletas para alguma orientação aos berros na beira do gramado. Para economizar um pouco a garganta, o técnico Moacir Júnior, bem mais agitado que Ricardinho, optou por um assobio alto e estridente.
Ficha do jogo:
Náutico: Júlio César; David,
Elivelton, Diego e Gaston Filgueira; João Ananias, Fillipe Soutto, Patrick
Vieira e Bruno Alves (Jefferson Nem); Renato (João Paulo) e Josimar. Técnico:
Moacir Júnior.
Santa Cruz: Fred; Moisés
(Nininho), Alemão, Danny Morais e Renatinho; Édson Sitta, Bileu, Raniel e
Biteco (Emerson Santos); Waldison (Anderson Aquino) e Betinho. Técnico:
Ricardinho.
Local: Arena Pernambuco. Árbitro:
Gilberto Castro Junior. Auxiliares: Albert Junior e Marcelino Castro. Gols:
Renato, aos 34; e Alemão, aos 42 do primeiro. Betinho, aos 42 do segundo.
Cartões amarelos: João Ananias, Alemão, Danny Morais, Édson Sitta e Bileu.
Público: 4.626. Renda: R$ 110.605.
Por: Wladmir Paulino/NE10.UOL.
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