quarta-feira, 11 de maio de 2016

No clássico centenário, o Santa Cruz conquista o Bicampeonato Pernambucano

Grafite disputa bola com Rithely, Keno e Uilliam Corrreia, do Santa, observam.

8 de maio de 2016 (Domingo)



Você tricolor, que ler esse texto, saiba: nenhum outro torcedor coral, em qualquer época, viu uma geração tão vitoriosa quanto a sua. A geração “papapá” agora é papa títulos. Uma semana após levantar a Copa do Nordeste, o Santa Cruz, com um time que faz jus ao coro da arquibancada ao ser chamado de “guerreiro” segurou o 0 a 0 neste domingo contra o Sport, faturando o bicampeonato pernambucano, o quinto título nos últimos seis anos, o quarto em cima do Sport, o terceiro na Ilha do Retiro. Somando também a conquista da Série C, em 2013, são sete títulos desde 2011. A sala de troféus do Arruda precisará ser ampliada. Na atual década nenhum outro clube do Estado fez o que o Santa fez. Hegemônico em Pernambuco..
O jogo
Para a decisão, onde qualquer falha pode custar o campeonato, os dois treinadores foram conservadores nas escalações. Pelo lado rubro-negro, Oswaldo de Oliveira repetiu a mesma formação que iniciou o jogo de ida, no Arruda, mantendo Everton Felipe no time e deixando Túlio de Melo e Lenis, recuperado de virose, como armas para o decorrer do jogo. Já o tricolor Milton Mendes, trabalhando com a vantagem do empate, optou pelo volante de contenção Wellington Cézar para substituir o lesionado João Paulo, cérebro e coração do time. E o primeiro tempo seguiu o script imaginado, com o Leão buscando pressionar e os corais apostando na construção de um contra-ataque mortal.

Ao Sport, no entanto, faltou corrigir um defeito que vem perseguindo o clube por toda a temporada. Transformar a maior posse de bola em algo concreto, em perigo de gol. Algo que Mark Gonzalez, Gabriel Xavier e Everton Felipe não conseguiram. Além disso, os donos da casa confundiram em alguns momentos motivação com nervosismo. Exemplo disso foi o cartão amarelo recebido por Luiz Antônio ainda aos cinco minutos de jogo ao empurrar Lelê pelas costas, após o tricolor chutar uma bola em cima de Everton Felipe, caído no chão. O lance poderia custar a expulsão do volante rubro-negro, que passou a atuar pendurado.
 
 O goleiro Tiago Cardoso, um gigante no clássico centenário, garantiu o bicampeonato. Foto: CoralNet.

Já o Santa, sem o seu maestro, buscou atacar sempre que possível, principalmente apostando no lado esquerdo da defesa rubro-negra, falha na marcação com Renê e Mark González. Mas também pouco produziram efetivamente com bolas trabalhadas. Assim, as melhores chances de um truncado primeiro tempo vieram em cobranças de faltas. Na melhor delas, Danilo Fernandes defendeu chute de Tiago Costa, quase no ângulo. Nos minutos finais do primeiro tempo, o Santa ainda perderia Lelê, lesionado. Wallyson foi acionado.
As duas equipes retornaram para a última etapa do campeonato sem modificações. Mas não demorou muito. Com seis minutos, Túlio de Melo entrou na vaga de Vinícius Araújo, em mais uma partida apagada com a camisa do Sport. E já no lance seguinte, os donos da casa obrigaram Tiago Cardoso a fazer a sua primeira defesa difícil do jogo, após chute cruzado de Everton Felipe. Ninguém aproveitou o rebote.
A essa altura, a pressão do Leão era tamanha que muitas vezes apenas o goleiro Danilo Fernandes ficava na defesa, com todos os outros 21 jogadores do outro lado do campo. Jogo perigoso para o Santa, que precisava achar uma válvula de escape para o ataque. A essa altura, o desgaste pela sequência de jogos decisivos também começava a pesar contra os corais. Aos 17 minutos, Oswaldo de Oliveira foi para o tudo ou nada, abrindo o time ao trocar a pegada de Luiz Antônio pela velocidade de Lenis.

E o jogo que era perigoso para o Santa se tornou perigoso também para o Sport. Com mais campo para criar, o tricolor então acuado, por pouco não abre o placar em cabeçada de Wallyson, livre na pequena área, aos 21 minutos.A pressão do Sport, no entanto, continuava. E obrigou Tiago Cardoso a fazer ujm novo milagre na Ilha ao defender à queima-roupa e no puro reflexo, cabeçada de Henriquez, Quando não era o paredão, a trave também jogava para o lado coral. Foi ela que impediu o gol de Durval, aos 37 minutos, no maior momento de pressão leonina. Por sinal, a essa altura o xerife rubro-negro já atuava como atacante.

Nos minutos finais, Grafite ainda perderia a última chance da partida. Não faria falta. Hora do banho de piscina na sede do clube.
 O técnico Milton Mendes, uma revolução no Arruda. Foto: Diego Nigro/JC.

Ficha do jogo
Sport Recife 0
Danilo Fernandes; Samuel Xavier, Henriquez, Durval e Renê; Rithely, Luiz Antônio (Lenis), Gabriel Xavier, Everton Felipe (Matheus Ferraz) e Mark Gonzalez; Vinícius Araújo (Túlio de Melo). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Santa Cruz 0
Tiago Cardosoo; Vítor, Danny Morais, Neris e Tiago Costa; Wellington Cézar, Uilliam Correia, Lelê (Wallyson), Keno (Alemão) e Arthur; Grafite (Bruno Morais). Técnico: Milton Mendes.

Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Sebastião Rufino Filho. Assistentes: Marcelino Castro e Marlon Rafael Gomes. Cartões amarelos: Luiz Antônio, Túlio de Melo, Rithely (SP) e Lelê, Tiago Cardoso, Grafite (SC)Publico: 27.493 Renda: R$ 497.540


 Grafite, eleito o melhor jogador do campeonato, comemora com os companheiros, o seu primeiro título do pernambucano.        

Por: João de Andrade Neto e Brenno Costa/Diário de Pernambuco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário