O Santa Cruz manteve a escrita. Se em competições estaduais vem levando vantagem desde 2011 em jogos decisivos contra o Sport, com quatro estaduais conquistados em cima do rival, agora o tricolor levou a freguesia para níveis internacionais. Superiores em campo, os corais venceram os rubro-negros por 1 a 0, nesta quarta-feira, na Arena de Pernambuco, e se classificaram para a próxima fase da Copa Sul-Americana, onde enfrentarão Sportivo Luqueño ou Independiente Medellín. que venceu a ida, na Colômbia, por 3 a 0. Campeão pernambucano e da Copa do Nordeste, o Tricolor, ainda em situação difícil no Brasileiro, rompe mais uma fronteira. Agora para fora do País. A vitória também foi a primeira do Santa sob o comando do técnico Doriva.
Para a partida, cada treinador optou por uma estratégia diferente na montagem dos times. Enquanto Doriva repetiu a escalação pelo terceiro jogo seguido, apostando no entrosamento, o rubro-negro Oswaldo de Oliveira fez três mudanças. Além do esperado retorno do meia Diego Souza, também promoveu a estreia como titular de Mansur, na lateral esquerda, e deu uma nova oportunidade para Mark González, sacando Éverton Felipe.
E ao contrário do modorrento primeiro tempo do jogo de ida, dessa vez as duas equipes promoveram um início de clássico movimentado, aberto. Mas - assim como há uma semana -, com o Santa Cruz ligeiramente melhor. O entrosamento coral levava vantagem sobre as mudanças leoninas. E sempre usando a já conhecida velocidade na saída de bola, tendo em João Paulo o seu ponto de equilíbrio.
Magrão até defendeu o chute de Keno, mas não agarrou o rebote de Bruno Moraes que fez o gol da vitória.
A estreia do Santa Cruz na Sul-Americana: (pé) Keno, Grafite, Tiago Cardoso, Danley, Uillian Correia, Luan Peres e Danny Morais. (agachados): Alan Vieira, João Paulo, Pisano e Léo Moura.
segundo tempo
Por sinal, os tricolores só não abriram o placar graças a péssima fase do atacante Grafite, que, após ganhar de Ronaldo Alves e de frente para Magrão, chutou em cima do goleiro leonino. No lance, o zagueiro se machucou e deu entrada para Durval, que retornou ao time após nove partidas. Antes do primeiro tempo, o Santa ainda desperdiçaria outra boa chance com Pisano, após boa jogada trabalhada por Keno.
Já o Sport sentiu a falta de ritmo de Diego Souza. Após passar cinco partidas ausentes, o camisa 87 retornou, mas se mostrou longe do ideal. Disperso e facilmente marcado. Por outro lado, González aberto pela esquerda, era sempre uma alternativa boa de ataque. Porém, a única chance do Leão (e a melhor do primeiro tempo) saiu após um erro coral. Tiago Cardoso saiu errado com os pés, mas se recuperou em seguida ao defender chute de Gabriel Xavier e, logo depois, fazer um milagre no rebote, em finalização de Edmílson.
Erro fatal
A boa etapa inicial fez com que os dois treinadores não promovessem substituições para a segunda metade da partida. E o ritmo do clássico também não mudou. Aberto, com as duas equipes buscando o ataque, apesar de com mais erros que acertos. Principalmente de passe. E com o Santa ainda um pouco superior, tendo em João Paulo o melhor jogador em campo.
Enquanto isso, o Sport seguia com Diego Souza apagado, tendo dessa vez a companhia de Mark González. Tanto que, com 18 minutos, Oswaldo de Oliveira queimou as duas substituições que faltavam, sendo apenas a entrada de Vinícius Araújo na vaga de Edmilson por opção. Antes, Paulo Roberto machucado havia cedido a vaga para Serginho. Minutos depois, Bruno Moraes entraria na vaga de Grafite, também lesionado. E essas duas últimas alterações seriam decisivas.
Quando o ímpeto ofensivo foi dando mais espaço a precaução defensiva, já que a essa altura, um gol poderia ser decisivo para um lado ou para outro, um erro sacramentaria a classificação coral. Aos 37 minutos, Serginho saiu jogando errado no meio de campo, dando ao Santa a chance de pegar a defesa leonina desprevenida. Magrão até defendeu o chute de Keno, mas no rebote, um iluminado Bruno Moraes, livre, só empurrou para as redes, para levar o Santa, de fato, para o primeiro jogo internacional oficial de sua história.
Bruno Moraes entrou no lugar de Grafite e fez o gol da vitória. Foto: Felipe Oliveira/AFP.
Ficha do jogo
Sport Recife 0
Magrão; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Ronaldo Alves (Durval) e Mansur; Rithely, Paulo Roberto (Serginho), Gabriel Xavier, Diego Souza e Mark González; Edmilson (Vinícius Araújo). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Santa Cruz 1
Tiago Cardoso; Léo Moura, Luan Peres, Danny Morais e Allan Viera; Derley (Jádson), Uillian Correia, João Paulo (Arthur), Pisano e Keno; Grafite (Bruno Moraes). Técnico: Doriva.
Local: Arena de Pernambuco. Árbitro: Diego Haro (Peru). Assistentes: Raul Lopez Cruz e Michael Orue (ambos do Peru). Cartões amarelos: Derley, João Paulo e Uillian Correia (SC); Edmilson, Vinícius Araújo e Gabriel Xavier (S). Gol: Bruno Moraes (37’ do 2T, Santa) Público: 6.570. Renda: R$ 102.840,00
Por: João de Andrade Neto/Diário de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário