Seu pai era
médico na cidade do Recife. Seus estudos iniciais foram feitos em colégio
religioso, o Colégio Marista. Com 12 anos, começou a estudar violino na
Escola de Belas Artes do Recife. Teve aulas de violino com Luís Soler,
mestre-violinista catalão. Estudou canto lírico com Arlinda Rocha.
Dados Artísticos
Sua carreira
artística teve início na Orquestra de Câmara da Paraíba, onde atuou no
final dos anos 1960. No mesmo período, atuou na Orquestra Sinfônica do Recife e
deu concertos como solista em sua cidade natal. Por essa época,
recebeu do escritor Ariano Suassuna o convite para tomar parte do
Quinteto Armorial, como compositor e instrumentista. Com o Quinteto Armorial,
atuou no Brasil e no exterior e gravou quatro discos. Nesse período, teve
intenso contato com artistas populares do Nordeste, o que o levou a aprimorar
seus conhecimentos sobre as formas de expressão da cultura popular, em especial
a dança e a música.
Antônio Nóbrega
é um artista popular completo e polivalente. Foto: Blog Luis Nassif.
Em 1976, começou
a desenvolver seu próprio estilo de concepção de artes cênicas, dança e
música. No mesmo ano, apresentou no Recife o espetáculo "A bandeira do
divino" . Em 1982, apresentou em São Paulo, no Primeiro Festival
Internacional de Teatro, o espetáculo "A arte da cantoria". No ano
seguinte, apresentou "Maracatu misterioso", vindo a mudar-se no mesmo
ano, com a esposa Rosane para a capital paulista. Em São Paulo,
dedicou-se primeiramente à mímica e em seguida às aulas de circo, sob a
orientação de Klaus Viana. Nesse período, ajudou a implantar na Unicamp o
Departamento de Artes Corporais, tendo lecionado na mesma universidade danças
brasileiras, durante cinco anos. Pouco depois, dirigiu e atuou no espetáculo
"Mateus presepeiro". Em 1989, criou "O Reino do meio",
espetáculo solo apresentado no III Carlton Dance, e que recebeu premiação da
Apca. Criou, em seguida, com Bráulio Tavares, os espetáculos
"Brincante" e "Segundas Histórias", epopéia picaresca onde
introduz o personagem "Tonheta", uma espécie de colcha de retalhos de
diversos tipos populares que habitam as ruas e praças do Brasil. A partir
desses espetáculos, fortaleceu a parceria com a mulher Rosane, que se destacou
como sua parceira ideal nas apresentações, em razão de seus dotes circenses. O
casal criou, então, a Escola e Teatro Brincante, centro cultural, onde
ensaiam, apresentam espetáculos e promovem eventos e cursos.
A partir dos anos de 1990, mudou um pouco o ramo de seus espetáculos para a música, produzindo com Rosane diversos espetáculos. Em 1994, recebeu o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra. Em 1996, foi produzido, "Na pancada do ganzá", nome dado por Mário de Andrade aos registros musicais arquivados em suas viagens, entre 1927 e 1928, pelo Norte e Nordeste do Brasil. O espetáculo e o CD resultante foram uma homenagem ao poeta brasileiro e ao coqueiro Chico Antonio, descoberto por Mário em suas andanças. No CD, lançado pelo Estúdio Eldorado, estão presentes diversas composições de domínio público, entre as quais, "Vinde, vinde, moços e velhos" e "A vida do marinheiro". Aparecem, ainda, diversas composições de importantes compositores pernambucanos, entre as quais, "Serenata suburbana", de Capiba, "Marcha da folia", de Raul Morais e "Mexe com tudo", de Levino Ferreira, além de composições do próprio Antônio Nóbrega e o primeiro movimento do Concerto de Bach em ré menor, para rebeca e flauta. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Mambembe pelo conjunto de sua obra, o Prêmio O Globo pelo melhor show do ano, além do Prêmio Sharp pelo melhor CD, "Na pancada do ganzá", melhor música "Na pancada do ganzá" e o Prêmio Apca de Projeto e Pesquisa Musical do Ano.
A partir dos anos de 1990, mudou um pouco o ramo de seus espetáculos para a música, produzindo com Rosane diversos espetáculos. Em 1994, recebeu o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra. Em 1996, foi produzido, "Na pancada do ganzá", nome dado por Mário de Andrade aos registros musicais arquivados em suas viagens, entre 1927 e 1928, pelo Norte e Nordeste do Brasil. O espetáculo e o CD resultante foram uma homenagem ao poeta brasileiro e ao coqueiro Chico Antonio, descoberto por Mário em suas andanças. No CD, lançado pelo Estúdio Eldorado, estão presentes diversas composições de domínio público, entre as quais, "Vinde, vinde, moços e velhos" e "A vida do marinheiro". Aparecem, ainda, diversas composições de importantes compositores pernambucanos, entre as quais, "Serenata suburbana", de Capiba, "Marcha da folia", de Raul Morais e "Mexe com tudo", de Levino Ferreira, além de composições do próprio Antônio Nóbrega e o primeiro movimento do Concerto de Bach em ré menor, para rebeca e flauta. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Mambembe pelo conjunto de sua obra, o Prêmio O Globo pelo melhor show do ano, além do Prêmio Sharp pelo melhor CD, "Na pancada do ganzá", melhor música "Na pancada do ganzá" e o Prêmio Apca de Projeto e Pesquisa Musical do Ano.
Em 1997, produziu o espetáculo "Madeira que cupim não rói" , que é o nome de uma consagrada marcha-rancho do compositor pernambucano Capiba. No espetáculo e nas músicas do CD, procurou fortalecer a herança musical ibero-mediterrânea e afro-indígena, com a utilização de instrumentos musicais brasileiros quase em desuso, como o urucungo, elo perdido entre o berimbau e a rebeca e o marimbau, uma espécie de berimbau de latas tocado com o auxílio de um pedaço de vidro e uma baqueta. É prestada uma homenagem ao esquecido compositor pernambucano de frevos e polcas Lourival Oliveira, o Louro amigo. São divididas com Wilson Freire, a autoria de 11 das 20 músicas do disco. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Multicultural Estadão como "Criador Participante na Cultura Brasileira", o Prêmio Ministério da Cultura "Cultura Popular", o Prêmio O Globo por Melhor Show do Ano e recebeu a indicação para o Prêmio Sharp como melhor show e melhor arranjador. Apresentou, ainda, "Aula espetáculo/Sol a pino".
Em 1998, foi convidado, pelo Departamento Cultural do Itamarati e pela Comissão Nacional dos 500 anos do Brasil, a excursionar em Portugal e outros países com um espetáculo especialmente criado para os festejos luso-brasileiros, chegando a exibir-se na Expo de Lisboa com muito sucesso. Em 1999, lançou o espetáculo e o CD "Pernambuco Falando Para o Mundo", que era o nome de um programa de rádio da cidade do Recife. Neste trabalho, apresenta uma viagem pela diversidade da música pernambucana, através de seus principais compositores, seja os clássicos, como Capiba, seja os desconhecidos, como Felinho e Luís de França. Em 2000, o ator-músico apresentou o show no Rio de Janeiro, com cenários e figurinos inspirados nas ruas do Recife e Olinda, assinados pelo artista plástico Dantas Suassuna, filho de Ariano Suassuna. Apresentou-se acompanhado por uma autêntica orquestra de frevo, a Banda Pernambuco, com 14 integrantes. Seu trabalho realiza um resgate das fontes brasileiras, uma viagem pelo folclore, especialmente o nordestino, revitalizando gêneros como frevo, coco, maracatu, caboclinho, ciranda, cavalo-marinho e as marchas de bloco. Em 2001 apresentou uma aula-show, no Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, durante o VII Encontro Nacional de Pesquisadores da MPB. No mesmo ano, apresentou no Teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro o espetáculo "O marco do meio-dia", apresentado também em São Paulo e Brasília.
Em 2002 voltou ao Rio de Janeiro para comemorar os 50 anos de vida e 30 de carreira com seu novo espetáculo "Lunário perpétuo", encenado no Teatro Odylo Costa Filho, na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O espetáculo, do qual foi gravado CD homônimo, vem do nome de um livro que, segundo Câmara Cascudo, serviu por 250 anos de régua e compasso aos poetas populares do nordeste do Brasil. O espetáculo foi mais centrado na música, se compardo a "O marco do meio dia", montado no ano anterior no mesmo espaço da Universidade do Rio de Janeiro. O mesmo show foi apresentado no Teatro João Caetano também no Rio de Janeiro, desta vez, de Dona Militana, de 70 anos, mestra do romanceiro medieval e figura mítica do sertão nordestino em especial, no Rio Grande do Norte, onde nasceu. No CD "Lunário perpétuo" interpretou, entre outras composições "A morte do touro mão de pau" e "Romance da filha do Imperador do Brasil", parcerias com Ariano Suassuna; "Carrossel do destino"; "Meu foguete brasileiro" e "O rei e o palhaço", com Bráulio Tavares e "Pagão", de Pixinguinha, além de "Ponteio acutilado", de sua autoria.
Antônio Nóbrega
e sua inseparável rebeca. Foto: O Globo.
Em 2004, passou
a apresentar no canal Futura, juntamente com Rosane Almeida a série "Danças
brasileiras", um inventário de danças de todo o país passando pelas
diferentes regiões. Em fevereiro de 2005, foi convidado para
apresentar-se no Teatro Nacional de Havana, em Cuba. No mesmo ano, apresentou
show de encerramento da cerimônia em homenagem a Ariano Suassuna, a quem foi
entregue o título de Doutor Honoris Causa, na Universidade de Passo Fundo,RS,
sendo aplaudido efusivamente por cerca de 5 mil pessoas, entre estudantes,
professores e intelectuais. No início de 2006, lançou o primeiro CD do projeto
"Nove de freveiro", pela aproximação do centenário do frevo. Em
novembro do mesmo ano, apresentou-se no programa Sr. Brasil, na TV Cultura de
São Paulo, que lhe dedicou dois blocos da programação. Na oportunidade,
interpretou diversas obras de compositores de sua estima, como "Folias da
madrugada", de Toscano Filho, acompanhando-se de sua rabeca. Também
interpretou o frevo-canção " "Dia azul" e o clássico
"Madeira que cupim não rói, ambas de Capiba, além de "Mulher
peixão", de Luís de França. Ainda em dezembro do mesmo ano, lançou o
segundo CD do projeto "Nove de Freveiro", aludindo ao dia e mês de 1907,
em que a palavra frevo foi falada pela primeira vez numa rádio. O lançamento de
"Nove de Freveiro II" foi realizado com temporada de show em São Paulo
e em outras cidades, como no Rio de Janeiro, em que teve lugar no Teatro Sesc
Ginástico, no centro da cidade. O show, homônimo do disco, teve direção do
próprio Antônio Nóbrega, que deu uma aula-show, e contou com participação de diversos
artistas, entre eles, a Spok Frevo Orquestra. Um telão no centro do palco, em
formato de estandarte, exibiu uma vídeo instalação com fotos de Recife na
década de 1930, além de uma animação em que bonecos dançam e tocam frevo,
trabalho assinado por Gabriel Almeida, filho de Nóbrega e Dantas Suassuna. No
repertório do show, um mix de músicas dos dois CDs do projeto Nove de Freveiro.
Do primeiro CD, entre outros, como "Fervo e festim", parceria com
Wilson Freire, além de clássicos de mestres como, "Galo de Ouro", de
Zé Menezes, "Corisco", de Lourival de Oliveira e uma versão em frevo
de "Melodia sentimental", de Villa-Lobos. O CD traz encarte de 60
páginas com biografias de importantes personalidades do frevo, fotos do
fotógrafo Pierre Verger, um ensaio fotográfico realizado por Walter Carvalho
sobre a dança de Nóbrega e, entre outras, uma faixa
especial:"Florilégio", um pot-pourri de frevos na voz de artistas
como Elba Ramalho, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Chico César, Ná Ozzetti,
Silvério Pessoa e Dalva Torres. De produção independente, o disco foi
distribuido pelo Selo Brincante, de Antônio Nóbrega. Em fevereiro de 2007, foi
um dos participantes do CD "100 anos de frevo", lançado pela Biscoito
Fino, do qual participaram diversos artistas consagrados como Elba
Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Chico Buarque e Gilberto Gil. No
disco, interpretou "Evocação", de Nelson Ferreira.No carnaval do
mesmo ano, comandou o tradicional "Arrastão do dia do frevo", com a
apresentação de diversos blocos líricos e orquestras itinerantes e com a
apoteose no Marco Zero, num grande show de lançamento do CD Duplo "100
Anos do Frevo- É de perder o sapato". Também nesse carnaval, apresentou-se
no palco do Citibank Hall, em São Paulo, acompanhado da Spok Frevo Orquestra,
juntamente com outros artistas representativos da música nordestina, como Alceu
Valença, Elba Ramalho, Silvério Pessoa, Lula Queiroga, Lirinha, do Cordel do
Fogo Encantado, num evento que marcou o lançamento do Carnaval do Recife em São
Paulo. Cidade onde reside a quase 40 anos.
Obra
A morte do touro
mão de pau (c/ Ariano Suassuna)
Carrossel do
destino (c/ Bráulio Tavares)
Desassombrado
Lunário perpétuo
(c/ Bráulio Tavares e Wilson Freire)
Mateus
embaixador
Minervina (c/
Marcelo Varella)
Na pancada do
ganzá (c/ Wilson Freire)
O rei e o
palhaço (c/ Bráulio Tavares)
O romance de
Riobaldo e Diadorin (c/ Wilson Freire)
Ponteio
articulado
Romance da filha
do Imperador do Brasil(c/ Ariano Suassuna)
Discografia
(2006) Nove de
Freveiro I • Independente • CD
(2006) Nove de
Freveiro II • Independente • CD
(2002) Lunário
perpétuo • CD
(2001) Marco do
meio-dia • CD
(1999)
Pernambuco falando para o mundo • CD
(1997) Madeira
que cupim não rói • Eldorado • CD
(1996) Na
pancada do ganzá • Estúdio Eldorado • CD
Por: Nordeste.com
Fonte: Itau
Cultural
Parabéns pelo blog! Tenho familiares na Bomba do Hemetério e de vez em quando, quando tenho tempo, leio seus artigos.
ResponderExcluirObrigado Ricardo,breve tem mais novidades do passado da Bomba do Hemetério. Estou pesquisando. Um abraço.
ResponderExcluirporque todo artista cultural , é tricolor ?
ResponderExcluir