segunda-feira, 22 de junho de 2015

Xica, o peixe-boi que viveu 22 anos na Praça do Derby, morre aos 52 anos

Xica, o peixe-boi que já foi a grande atração da Praça do Derby, morre aos 52 anos em Itamaracá.

14 de junho de 2015 (domingo)



Xica, a fêmea de peixe-boi que marcou época vivendo em um pequeno tanque na Praça do Derby, no Recife, morreu neste domingo (14) no Centro de Animais de Mamíferos Aquáticos (CMA), na Ilha de Itamaracá. Ela estava com 52 anos e era a mais antiga da espécie vivendo em cativeiro no Brasil. Apesar de confirmar a morte do animal, o CMA não divulgou detalhes sobre as causas. A necrópsia deve ser feita nesta segunda-feira (15).
Ainda filhote, Xica se perdeu da mãe e encalhou na Praia de Ponta de Pedras, em Goiana. O ano era 1963. Resgatada por um pescador, que a abrigou por um curto período, Xica foi entregue a um fazendeiro do município. Durante sete anos, viveu em um tanque do tamanho do seu corpo, até que foi parar no tanque da Praça do Derby. Tornou-se a principal atração para as crianças que visitavam a praça por 22 anos, até ser levada para o CMA, após uma longa campanha, com direito até a processo na Justiça.

 Xica viveu duas décadas na Praça do Derby, no Recife. Durante a enchente de 1975, o tanque de Xica ficou submerso, mas ela permaneceu em seu cativeiro aguardando dias melhores. Foto: Diário de Pernambuco.

Xica pesava 300 quilos quando foi entregue ao centro, em 1992. Era a metade do peso ideal para um mamífero adulto criado em cativeiro. Além de mal alimentada, ela não tinha espaço para mergulhar e logo ganhou uma queimadura de sol, que a deixou com uma marca esbranquiçada nas costas. Outra sequela foi uma deformidade na coluna vertebral, causada pela falta de mergulhos. Na praça, ganhava pipoca das crianças, admiração de adultos, mas também levava pedradas.
Quando completou 50 anos, em 2013, ganhou homenagens, foi parar em camisetas, chaveiros e folhetos. Estava então com 750 quilos, ganhos graças às refeições regulares de legumes. No centro, chegou a parir dois filhotes, que terminaram morrendo. Continuou vivendo em cativeiro porque, segundo especialistas, morreria sem alcançar a própria comida.

Por: Diário de Pernambuco.

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