9 de fevereiro de 2016 (terça-feira)
No último dia 9 (terça-feira), do
corrente, estive no bairro da Bomba do Hemetério, bairro onde nasci e cresci,
para curtir um pouquinho o carnaval. Na verdade, foi o único dia que acompanhei
algo ligado a festa de momo, preferir a tranquilidade da minha casa me
recuperando de uma indesejada erisipela. Este ano, o carnaval da Bomba do
Hemetério viveu um momento especial, pois a Prefeitura da Cidade do Recife,
homenageou nosso filho ilustre, o maestro Forró, da Orquestra Popular da Bomba
do Hemetério, como também, o criador do Mangue Beat, Chico Science. Pois bem,
lá pelas 16 horas, me desloquei até o pólo carnavalesco da Bomba do Hemetério
para curtir as apresentações das agremiações prevista para o horário. Aconteceu
que as agremiações começaram a chegar. O Caboclinhos Canindé; o Caboclinho do
Índio do Papo Amarelo de Goiana, e a Troça Estrela da Tarde, e nada do
apresentador dar início ao evento. O palco se encontrava abarrotado de
equipamentos de som, os músicos afinando os instrumentos, e os técnicos conectando
e ajustando os equipamentos para o show de palco que aconteceria logo mais à
noite. E o povo lá impaciente aguardando. Resultado: atraso de uma hora e meia.
Mais tudo bem, o público presente aguardou de forma ordeira, e o que é melhor,
sem bagunça.
A apresentação começou com a
Troça Estrela da Tarde que deu show de exibição. Com uma evolução muito boa,
passistas harmoniosos, músicos competentes. Mostrou como se faz carnaval. Muito
bom. Depois foi a vez da Tribo Índio do Papo Amarelo, de Goiana. Sem querer
desmerecer, mais foi a pior apresentação entre todas, os garotos pareciam que
nunca haviam ensaiados de tão desorganizados. Totalmente perdidos, em uma
apresentação bisonha. Apenas os músicos se salvaram. Fraquíssimo. Logo em
seguida, a centenária Tribo dos Caboclinhos Canindé da Bomba do Hemetério, uma
apresentação majestosa e belíssima, uma evolução impecável, o grupo mostrou
muita competência e organização, uma das melhores de Pernambuco. Nota dez. Depois
foi a vez do grupo de passistas do Linguarudo de Ouro Preto. Uma aula de
frevo, um grupo muito vibrante e coeso, sabe tudo de frevo. Depois da exibição,
aplausos merecidos. A quinta exibição foi a do tradicional Boi Mimoso, o
puxador da agremiação demonstrou muita vibração, liderança e garra. O cara sabe
tudo, e os componentes do bloco seguiram a vibração do puxador. O Boi Mimoso
representa de fato, a verdadeira cultura pernambucana. Muito bom. Finalizando
outra agremiação da Bomba do Hemetério, o Reisado Imperial, do mestre Geraldo
Almeida, de 92 anos e que estava presente e fantasiado no Pólo da Bomba do
Hemetério, com toda energia de um garoto. Na proporção em que a sua agremiação se apresentava, o mestre
Geraldo fazia evolução com sua espada aluminada em frente a orquestra dirigida
pelo seu filho, Sérgio Almeida, que me parece não vai deixar o Reisado Imperial
morrer. A apresentação do Reisado Imperial foi um conjunto explícito de uma
agremiação que expressa em sua evolução harmoniosa e simples a essência de quem
faz carnaval há 65 anos, levando a cultura do carnaval pernambucano ao extremo
de sua maestria. Uma apresentação perfeita com elementos do pastoril, do
bumba-meu-boi e do frevo.
À noite, o Pólo da Bomba do
Hemetério lotou e veio gente de tudo que é lugar só para vê a grande atração da
noite, a banda de regaee carioca do Natiruts, que diga-se de passagem, estava
prevista para se apresentar às 23h40, mais subiu ao palco pouco mais das 20h00,
o que frustrou muita gente que chegou no horário anunciado. Uma mancada
imperdoável da organização. A verdade é que o Natiruts foi sensacional,
espetacular. Uma banda excepcional que eu, por incrível que pareça, ainda não
conhecia. A Natiruts cantou grandes sucessos que a plateia já conhecia, a banda
carioca foi a principal atração do Pólo da Bomba do Hemetério este ano, e
deixou saudades. Foi uma apresentação de gala. Na programação do dia, ainda
iria se apresentar o maestro Lima Neto, Stúdio Viegas de dança, orquestra 100%
Mulher e Fabiana, a Pimentinha do Nordeste.
Parabéns a moçada da Bomba do
Hemetério que se comportaram exemplarmente, de forma ordeira e pacifica.
Fazendo desta forma, que o carnaval da Bomba do Hemetério fosse o mais
tranquilo da RMR.
Por: Jânio Odon/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS)
GALERIA CARNAVAL DA BOMBA DO HEMETÉRIO 2016
A Troça Estrela da Tarde e seus passistas com muito frevo no pé.
O reizinho na roda.
Os papanguns do Estrela da Tarde.
Os passistas do Estrela da Tarde contagiou o público presente.
Evolução dos passistas do Estrela da Tarde.
Tribo Índio do Papo Amarelo de Goiana, deu vexame no pólo da Bomba. Um amontoado de garotos que não sabiam o que fazer. Sem ritmo, sem nada.
Tribo Canindé, da Bomba do Hemetério, muita vibração e tradição secular.
Tribo Canindé
Tribo Canindé, as crianças deram o seu show.
A nova geração da Tribo Canindé.
Os músicos deram o ritmo a bela apresentação da Tribo Canindé.
O Linguarudo de Ouro Preto, apresentação só de passistas que deram uma aula de frevo.
O Boneco Linguarudo de Ouro Preto.
Muita harmonia na evolução dos passistas.
Muito frevo e beleza.
Boi Mimoso, uma apresentação magistral.
Reisado Imperial, outra tradicional agremiação da Bomba do Hemetério, sempre dá aula de frevo.
Evolução do Reisado Imperial.
À noite, o público lotou a Praça da Bomba para vê a sua maior atração, a banda de regaae carioca do Natiruts. Foto: Izabel Xenofonte.
Pelo belo sorriso da garota, o Natiruts agradou bastante.
No final, muitos aplausos e o carinho da banda Natiruts com o público. Foto: Izabel Xenofonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário