1º de junho de 2016
Tolo daquele que confiar em favoritismo no futebol. Principalmente em um clássico da tradição e da envergadura de um Santa Cruz e Sport, com 100 anos de história. Se antes da bola rolar todos os fatores apontavam para um triunfo coral, com dois títulos na temporada, invicto há 18 jogos e então terceiro colocado no Campeonato Brasileiro, bastou o apito inicial para o Sport, em crise e com uma sequência de oito jogos sem triunfos e então lanterna da Série A, fazer valer a força da sua camisa. Melhor em campo durante todo o confronto, o Leão fez as pazes com a sua torcida ao bater os tricolores por 1 a 0, em pleno Arruda. Primeira vitória do técnico Oswaldo de Oliveira. Primeira derrota de Milton Mendes com os corais.
Para a partida, as duas equipes repetiram praticamente as mesmas escalações da última rodada. Enquanto Sport repetiu os mesmos 11 jogadores que iniciaram a partida contra o Corinthians, o Santa fez apenas uma mudança. E mesmo assim, forçada, com a estreia do lateral esquerdo Roberto na vaga do suspenso Tiago Costa. Sem surpresas, nas formações, o exaltado favoritismo em favor dos tricolores ficou apenas na teoria.
Em nenhum momento do primeiro tempo, os donos da casa foram superiores aos leões. Na verdade, quem não estivesse acompanhando o Campeonato Brasileiro, poderia pensar que a posição na tabela de classificação dos dois rivais estariam invertidas, tamanha a superioridade do rubro-negros em campo. Enquanto o Sport faria a sua melhor etapa da temporada, o Santa teria o seu pior momento sob o comando de Milton Mendes.
Dois fatores colaboraram com isso. No Sport, o resgaste da entrega do time, sumida nos últimos jogos, com cada jogadores se desdobrando em campo e tendo Diego Souza como o comandante. O coração e cérebro no meio de campo. Já os donos da casa, assim como já havia apresentados no empate diante com a Chapecoense, no último sábado, tiveram enorme dificuldade em fazer a transição da defesa para o ataque, com Wallyson empacando e deixando essa comunicação lenta, e com João Paulo sofrendo forte marcação.
Outro fator que mudou a partida foi o gol rubro-negro, marcado logo aos oito minutos, pelo atacante Edmílson, após lindo passe de Diego Souza, cortando a defesa rival. A vantagem leonina tão cedo fez com que o Santa Cruz provasse do próprio veneno, tendo que sair para o jogo e dando o campo para os contra-ataques do Leão.
Assim, a vantagem de 1 a 0 ao final dos primeiros 45 minutos ficou barato para os tricolores, já que o Sport desperdiçou, pelo menos, outras três grandes chances de ampliar. Duas com Everton Felipe e a melhor com Serginho, entrando livre , novamente no meio da defesa do Santa, mas demorando para chutar, facilitando a defesa de Tiago Cardoso. Antes mesmo do término da etapa, Milton Mendes sacou Wallyson e pôs em campo Lelê, retornando de lesão.
Segundo tempo
Os minutos iniciais da etapa final foram de continuação aos finais do primeiro tempo. Com a entrada de Lelê, o Santa passou a passar mais tempo com a bola no pé, rondando a área adversária. Sem, porém, conseguir algo de concreto contra Magrão. Já o Sport, com o placar favorável, atuava com tranquilidade, a espera de uma brecha coral. Em mais um erro de Alemão, Diego Souza perdeu cara a cara com Tiago Cardoso outra chance de ampliar.
Aos 18 minutos, Milton Mendes perdeu a paciência com Alemão e sacou o zagueiro para a entrada do meia Fernando Gabriel. Com isso, Uillian Correia foi recuado para a zaga. Era a senha para o “tudo ou nada” tricolor. Porém, poucos minutos depois, uma ducha de água fria nas pretensões do Santa, com o estreante Roberto expulso aos 26. Pouco tempo depois, nova chance do Leão matar o jogo desperdiçada, com Gabriel Xavier chutando na trave. A essa altura, o Santa já estava entregue em campo, com direito a outra bola na trave. Dessa vez com Everton Felipe. Vitória merecida do Leão.
Ficha do jogo
Santa Cruz 0
Tiago Cardoso; Léo Moura, Alemão (Fernando Gabriel), Danny Morais e Roberto; Uillian Correia, João Paulo, Wallyson (Lelê), Arthur e Keno; Grafite. Técnico: Milton Mendes.
Sport Recife 1
Magrão; Samuel Xavier (Ronaldo), Matheus Ferraz, Durval e Renê; Rithely, Serginho, Gabriel Xavier (Rodrigo Mancha), Diego Souza e Éverton Felipe; Edmilson (Lenis). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Local: Arruda. Árbitro: Raphael Claus (Fifa-SP). Assistentes: Clóvis Amaral (PE) e Cléberson do Nascimento Leite (PE). Gol: Edmilson (8 min do 1º). Cartões amarelos: Roberto, Alemão, Uillian Correia, Léo Moura, Arthur (SC), Diego Souza, Serginho (S). Cartão vermelho: Roberto (SC). Público: 16.951. Renda: R$ 290.070.
Por: João de Andrade Neto\Diário de Pernambuco.
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