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Peixinhos é uma localidade muito
antiga e seu povoado surgiu por volta da segunda metade do século XIX. Antes, chamado de Peixinho, estas
terras pertenceram a Jerônimo de Albuquerque, que fundou o engenho de açúcar
Nossa Senhora da Ajuda, que depois se transformou em Engenho Velho e Forno da
Cal. A origem do nome “Peixinho” tem tudo haver com o Rio Beberibe que corta o
duplo bairro e que até 1832, suas águas eram tão limpas que abasteciam a
população de Olinda e do Porto do Recife com sua água potável e produção de
peixes historicamente pequenos. No início do século XX, Peixinhos foi dividido
em dois. O Peixinhos do Recife, pequeno e privilegiado, com matadouro, bondes
elétricos e trólebus. O Peixinhos de Olinda, gigante e desafiador. O bairro do
Curtume de Santa Maria, do fosfato, da feira livre, que já foi a maior da RMR,
do CAIC, das manifestações culturais, da Avenida Presidente Kennedy. De acordo
com o censo do IBGE (2010), a população de Peixinhos do Recife, é de quase 5
mil habitantes e o Peixinhos de Olinda, atinge mais de 36 mil habitantes.
Conheça um pouco desse duplo bairro de Peixinhos, histórico, emblemático e
desafiador.
Tudo começou com a chegada do
donatário Duarte Coelho Pereira (o primeiro governador de Pernambuco) em 1535
para assumir a Capitania de Pernambuco As
primeiras providências do donatário foi povoar as terras da capitânia, para
isso, combateu os índios expulsando-o de suas terras. Concretizado o fato,
Duarte Coelho começou a doar terras aos
nobres portugueses que o acompanharam na viagem, através das sesmarias (doação
de terras). No período colonial brasileiro a legislação fundiária permitia que
o governante cedesse pequenas ou grandes parcelas de terras de acordo com a
posição ou prestígio que o indivíduo ocupava na sociedade, sendo de forma
definitiva ou revogável. De acordo com a legislação fundiária o processo era
feito por meios de avisos, resoluções administrativas, cartas de doação
(foral), bem como textos de ordenações.
O primeiro senhor de engenho de Pernambuco |
Jerônimo de Albuquerque, fundou em 1542, um
dos primeiros engenhos de cana de açúcar de Pernambuco, denominado de Engenho
Nossa Senhora da Ajuda. Para alguns historiadores, o primeiro de Pernambuco.
Para outros, o Engenho São Salvador, que ficava localizado na margem direita do
Rio Beberibe, nesta região, e que também pertencia a Jerônimo de Albuquerque, e
que foi fundado neste ano, só que meses antes. Todavia, segundo consta no livro
da Casa da Índia da Alfândega de Lisboa, do início do século XVI, o recebimento
em Portugal, do açúcar vindo do engenho de Pedro Capico, localizado na Ilha de
Itamaracá em 1526. Salientando-se que, nesta época, Itamaracá era uma capitania
independente de Pernambuco, governada pelo donatário Cristovão Jacques e que só
foi anexada a Pernambuco por volta de 1760.
Jerônimo de Albuquerque, era
cunhado de Duarte Coelho, que era casado com sua irmã, Brites de Albuquerque. Ganhou
vasta extensão de terras em Serinhaém, Paulista e Olinda. Jerônimo de
Albuquerque ao receber as terras, logo cuidou de desbravá-las. E numa dessas
investidas, se defrontou com os índios tabajaras no dia 2 de janeiro de 1547.
No confronto, Jerônimo de Albuquerque levou uma flechada e perdeu um dos olhos.
Fora de combate, ele foi capturado pelos tabajaras e levado para a aldeia como
prisioneiro. Na aldeia, foi julgado e condenado à morte pelo cacique Uirá Ubi
(Arco Verde), mas graças a intervenção da filha do cacique, a índia chamada de
Tabira ou Tindarena, que apaixonou-se
perdidamente pelo prisioneiro e o quis como marido. Jerônimo, foi poupado, e
casou-se com Tabira. O enlace selou a paz
entre os índios tabajaras e os colonizadores portugueses. Após o
casamento católico, Tabira foi batizada e passou a se chamar Maria do Espírito
Santo Arco Verde, tiveram oito filhos. Depois deste episódio, Jerônimo de
Albuquerque recebeu o apelido de “o torto”. Jerônimo de Albuquerque faleceu em
25 de fevereiro de 1583 e foi sepultado na Capela Nossa Senhora da Ajuda, em
Engenho Velho.
Documentos do início do século
XVII, revela que onde mais tarde surgiria o povoado de Peixinho, pertencia às
terras do Engenho Velho e que depois passaria a chamar-se Forno da Cal. A área
era gigantesca, para se ter uma ideia de sua dimensão, nestas terras,
atualmente ficam os bairros de: Peixinhos e o bairro homônimo, parte de
Aguazinha, Vila Popular, Salgadinho, Jardim Fragoso, todo Jardim Brasil, Ouro
Preto e Cidade de Tabajara.
Em 15 de março de 1610, era
batizado na ermida do Engenho Velho, Domingos Fernandes Calabar. Ele que seria
o homem mais odiado pelos portugueses durante a ocupação holandesa a
Pernambuco. Calabar, foi de grande importância para os holandeses que não
conheciam a região invadida e vinham levando desvantagens nos combates com os
luso-brasileiros. Calabar que odiava os portugueses e conhecia todos os atalhos
do litoral, se debandou para o lado dos batavos. A partir daí, os holandeses
começaram a levar vantagens sobre os luso-brasileiros e consolidaram a
conquista durante 24 anos.
No período holandês (1630-1654) o
Engenho Nossa Senhora da Ajuda já era conhecido como Engenho Velho ou Forno da
Cal. O relatório do comandante holandês Adrian Van Der Dussen a serviço da
Companhia das Índias Ocidentais de 1639, revelava que o Engenho Velho ficava
próximo a Olinda (referia a cidade alta) e pertencia ao português Manuel
Alvares Deusdará e que lá funcionava um forno de cal.
Por volta da década de 1660, religiosos
da irmandade católica de São Filipe Néri (os oratorianos) fundaram
sua congregação em Forno da Cal, que além de outros bens, receberam diversas
porções de terras durante anos.
Em 1676, Olinda é elevada a
categoria de cidade. No final do século XVII e início do século XVIII, O Forno
da Cal se encontrava nas mãos do capitão-mor José de Sá de Albuquerque, um dos
descendentes de Jerônimo de Albuquerque.
Neste mapa do Pântano de Olinda do século XIX, vê-se a vala de água potável construída por Niemeyer em 1855, vindo do Sitío dos Craveiros (ponto vermelho) até o Varadouro (ponto azul).
O PÂNTANO DE OLINDA
Em 7 de janeiro de 1745, o Presidente da Província de Pernambuco, Henrique Luiz Pereira Freire de Andrade, no sentido de remediar o problema da falta de água potável em Olinda, onde em dias de maré alta, as águas do Capibaribe invadia as águas doce do rio Beberibe prejudicando o abastecimento da população de Olinda, começou a ser construída a represa denominada Varadouro, onde foram feitos aterros numa extensão de 1.584 metros. Foi erguida uma grande muralha em alvenaria acima de 70 metros de comprimento, 57 metros de largura e 36 metros de altura. Na parte superior da represa foram construídas onze aberturas, chamadas de sangradouros e na parte inferior, foram mais doze pequenas aberturas chamadas de bicas. As obras foram concluídas em 20 de outubro de 1749, no governo de Dom Marcos José de Noronha Brito.
A represa evitava que as águas do mar trazidas pelo Capibaribe invadisse o rio Beberibe. Formaram-se grupos de canoeiros, a maioria escravos, que levavam a água potável do Beberibe até o porto e a povoação do Recife. A represa que elevou o nível de água do rio Beberibe e fez funcionar as bicas do Varadouro, durante quase 70 anos, foi considerada uma grande obra provinciana.
Durante a grande enchente de 1818, um grande desastre aconteceu. A cheia de um inverno tenebroso, destruiu todo o aterro e o grande volume de água dos rios Capibaribe e Bebebribe transpôs a represa, além da falta de manutenção e a ação dos ratos, carangueijos e formigas fez a represa vir a baixo e as águas se misturarem. O arrombamento da represa, causou uma grande destruição e uma inundação jamais vista. Para se ter uma ideia, o desastre provocou um aumento gigantesco no pântano natural em mais de 1.300 vezes, que ficou conhecido como o Pântano de Olinda. O problema foi tão sério que durante anos, o pântano de Olinda foi a grande dor de cabeça da Província de Pernambuco no século XIX, agravadas pelas enchentes de 1830, 1842 e 1854. O pântano de Olinda ocupou as áreas dos atuais bairros de Varadouro, Santa Tereza, Vilar Popular, Salgadinho, Santo Amaro, Sitio Novo, Campo Grande, Peixinhos, Fundão, Jardim Brasil, Fragoso, Aguazinha, São Benedito, Porto da Madeira e Beberibe.
Em 1850, outro grande problema afetou diretamente o pântano de Olinda, um surto de cólera-morbo que afetou não só a povoação de Peixinhos, mais toda Olinda e Recife. A epidemia do cólera-morbo provocava no indivíduo, diarréia aguda, causava morte rápida e degradante, ocasionada por um processo de desidratação e perda de peso acelerado, aparentava uma aparência esquelética, os olhos afundados e a cor da pele azulada.
A última grante enchente do século foi a de 1854, arrasou as cidades de Olinda e Recife, foram 72 horas de chuva torrencial e uma destruição jamais vista. O pântano de Olinda recebeu um volume espantoso de água. A represa do Varadouro, novamente foi destruída e as águas do mar invadiram totalmente sua muralha e o leito do rio Beberibe, deixando a população desesperada e sem água potável. Os mais de 40 proprietários das ilhas, sitíos e pequenas proprietários de terra na área do pântano de Olinda, ficaram submersos. O pântano que outrora, provocou a perda de áreas de agricultura, navegabilidade do rio Beberibe e epidemias a população, viveu seu pior momento de caos de sua história com essa cheia e pelo rompimento da represa do Varadouro.
Com este grande desastre de 1854, o projeto de saneamento e dessecamento do pântano de Olinda que já vinha sendo feito desde 1841 na gestão do Presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros (o Conde da Boa Vista), recebeu um orçamento maior do governo imperial e da província e foi dado o início das obras. Foi construída uma vala em linha reta desde o Sitío dos Craveiros, que ficava em no Forno da Cal, onde atualmente fica o bairro de Peixinhos, extremo com Sitío Fundão, até o Varadouro. Os aterros começaram a ser executados, sob a coordenação do engenheiro português, Conrado Jacob de Niemeyer, os recursos não foram suficientes e as obras foram concluídas em 1855, na gestão de José Bento Figueiredo. Até a primeira metade do século XX, Olinda ainda sofria com os problemas do pântano de Olinda e o processo de degradação do rio Beberibe, onde até os dias atuais sofre com os problemas de falta de água. Finalizou.
Meados do século XVIII, Forno da
Cal pertencia aos jesuítas, que começaram a ser expulsos a partir de 1759,
tiveram todos os seus bens confiscados. A propriedade de Forno da Cal foi
vendida em hasta pública.
Em 1826, parte do Forno da Cal
passou a ser propriedade do Coronel, Bento José da Costa, em hasta pública.
Em 1830, aquelas terras de Forno
da Cal que foram adquiridas pela congregação dos padres de São Filipe Néri,
devido a extinção dessa ordem, foram incorporados ao patrimônio da Santa Casa
de Misericórdia.
Através da Lei Provincial Nº 152 de 30 de março de 1846, o Forno da Cal deixou de pertencer a Freguesia da Sé e passou a pertencer a Freguesia de São Pedro Martir, limitando-se ao povoado de Beberibe.
Henry Gibson |
Em 27 de outubro de 1859, o bem
sucedido comerciante inglês, Henry Gibson, adquiriu a propriedade de Forno da
Cal através de foro concedido pela Câmara de Olinda. Na ocasião de posse, Henry,
encontrou a propriedade de Forno da Cal decadente, o Engenho Velho, já não
produzia mais açúcar e estava invadido por posseiros. Ele reintegrou-se das
terras invadidas, ocupou toda área pantanosa alagada e terras de alvorêdos. Conseguiu
fortuna com vendas de madeira, arrendamentos de terras para cultura agrícola e
pastagens e pelos negócios da cal. O inglês Henry Gibson veio da cidadezinha de
Great Harwood e se naturalizou-se no Recife, foi um dos responsáveis pela
implantação do gasômetro do bairro de São José no mesmo ano que adquiriu a
propriedade de Forno da Cal.
De acordo com o Dicionário
Topográfico Estatístico e Histórico da Província de Pernambuco de 1863, a
antiga estrada que antecedeu a estrada de São Benedito e a atual avenida Presidente Kennedy, foi aberta
a partir de 1842. A estrada ligou o
terreno ao sul do Forno da Cal à Olinda (cidade alta) e a Freguesia
de Beberibe, que na ocasião pertencia a Olinda.
Planta da Cidade do Recife e seus arrabaldes de março de 1875, mostrando a estrada que ligava o Porto da Madeira ao Forno da Cal, no Engenho Fragoso e o povoado de Peixinho.
Em Planta da Cidade do Recife e
seus Arrabaldes de março de 1875, organizada pela repartição das obras
públicas, sob determinação do Sr. Henrique Pereira de Lucena, Presidente da
Província de Pernambuco, conforme Art. Nº 36 da Lei Provincial Nº 1141, revela
o surgimento do povoado de Peixinho (ainda no singular) e a velha estrada
aberta em 1842, que antecedeu a estrada de São Benedito, que conforme as primeiras referências são de 1889, aberta a partir do Porto da Madeira, e que em 1968 deu lugar a atual Avenida Presidente Kennedy. Na velha estrada que começava na Praça Nossa Senhora da Conceição
(atual Praça da Convenção) em Beberibe, passando por São Benedito e Porto da
Madeira, seguindo à direita (atual Rua Dalva de Oliveira) até atingir a estrada
de ferro da Estrada Nova de Beberibe (atual Avenida Beberibe). Este trecho
ficou conhecido a partir do final do século XIX, por Estrada do Matumbo. O outro lanço da
estrada seguia da Rua Dalva de Oliveira, pelo caminho onde atualmente fica o
prédio da Antarctica até atingir a Estrada de Aguazinha pela vegetação e
plantações ali existentes até o futuro bairro de Jardim Brasil seguindo pelo caminho onde atualmente fica a II Perimetral até atingir às terras do Fragoso, onde chega-se ao
Forno da Cal (onde atualmente ficam os bairros de Jardim Fragoso e Cidade de
Tabajara). Na intersercção desta mesma
estrada seguindo à direita, encontramos o Sítio do Salgueiro (onde atualmente
fica a Rádio Tamandaré) e mais adiante o povoado do Peixinho. Este trecho, por volta de 1889, ficou conhecido como Estrada de São Benedito, estrada iniciada a partir do Porto da Madeira, onde ficava a capela no povoado de São Benedito, atualmente, um bairro e a antiga capela se transformou-se em paróquia, e ainda existe.
Matadouro de Peixinhos (Recife) em 1925. Foto: Fundaj.
O MATADOURO INDUSTRIAL MUNICIPAL
DO RECIFE (MATADOURO DE PEIXINHOS)
Em 1874, foi lançada a pedra
fundamental do Matadouro Industrial Municipal do Recife. Alguns contratos foram
feitos para dá início a obra, entretanto, nenhum foi cumprido. Em 1911, o
prefeito do Recife, Archimedes de Oliveira, fecha contrato com o engenheiro
civil e bacharel em direito Joaquim José de Almeida Pernambuco (Dr.
Pernambuco), que havia adquirido vários sítios em Forno da Cal, tanto do lado
recifense, quando do lado olindense. Finalmente em 1912, começaram
efetivamente, as obras do matadouro. O edifício era composto de: pavilhão da
diretoria, hall de circulação, de abate de gado graúdo e miúdo, hall de abate
de porcos, instalações frigoríficas, seção sanitária, oficina de limpeza, sala
para preparo de fressuras (conjunto das vísceras mais grossas de alguns
animais), salsicharia, forno e crematório, tudo abrigado em 15 blocos. Parte do
material utilizado na sua construção foram importado. O ferro da estrutura da
cobertura veio da França. Azulejos, telhas e vidros, também vieram da Europa. Em
1919, equipamentos do antigo matadouro do Cabanga que foi fechado, foram
transferidos para o matadouro de Peixinhos, assim que foram concluídas às
obras. O couro do gado bovino era negociado com o curtume Santa Maria que
funcionava próximo ao matadouro em Peixinhos (Olinda). A de salientar, que o
matadouro está localizado no município do Recife, no bairro do Peixinhos
(Recife). Em sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE)
do dia 6 de outubro de 1975, o deputado estadual José Fernandes anunciava o
fechamento do Matadouro de Peixinhos (Recife) da seguinte forma: “O fechamento
do Matadouro de Peixinhos foi uma determinação de órgão federal, em vista das
precárias situações sanitárias daquele abatedouro. Esclarece que o prefeito do
Recife, Antônio Farias está fazendo o levantamento de todos os servidores que
ali trabalham, para aproveitá-los em outros setores da administração
municipal”.
Engenheiro e bacharel em direito, Joaquim José de Almeida Pernambuco (Dr. Pernambuco). Foto: F. Vilela. Coleção Francisco Rodrigues/Fundaj.
O Curtume Santa Maria surgiu junto com o Matadouro de Peixinhos (Recife) em 1919, e pertencia a família Cunha Andrade, que trabalhava com o couro bovino beneficiado adquirido no matadouro. Com a decadência do Matadouro de Peixinhos (Recife) o curtume se transformou na Imobiliária Santa Maria que era dirigida pelo Sr. Fernando da Cunha Andrade, e funcionava na Praça dos Peixinhos, Peixinhos (Olinda). Um dos empreendimentos da Imobiliária Santa Maria foi o loteamento do Sítio Aguazinha com 74.837,49 m² e o Sítio Ilha com 59.857,90m², ambos localizados em Peixinhos (Olinda) em outubro de 1959. (FIM)
O Curtume Santa Maria surgiu junto com o Matadouro de Peixinhos (Recife) em 1919, e pertencia a família Cunha Andrade, que trabalhava com o couro bovino beneficiado adquirido no matadouro. Com a decadência do Matadouro de Peixinhos (Recife) o curtume se transformou na Imobiliária Santa Maria que era dirigida pelo Sr. Fernando da Cunha Andrade, e funcionava na Praça dos Peixinhos, Peixinhos (Olinda). Um dos empreendimentos da Imobiliária Santa Maria foi o loteamento do Sítio Aguazinha com 74.837,49 m² e o Sítio Ilha com 59.857,90m², ambos localizados em Peixinhos (Olinda) em outubro de 1959. (FIM)
Charles Frederick Hartt |
No dia 16 de setembro de 1875,
uma comissão geológica chefiada pelo geólogo norte-americano nascido no Canadá, Charles Frederick Hartt
comunicou ao governo imperial de D. Pedro II, que havia encontrado em terras de
Forno da Cal, um calcário branco e compacto de onde havia retirado alguns
fósseis (gastrópodes e dentes de tubarão).
Em 1904, alguns sítios do Forno
da Cal e adjacentes foram adquiridos pelo engenheiro civil Joaquim José de
Almeida Pernambuco (Dr. Pernambuco) que pertenciam a Família Gibson, que
detinha as terras de Forno da Cal, entre eles: o Água Fria, Olha, Dona Manuela,
Boca da Maré, Jangada ou Jangadinha e a área de Pântano ( onde atualmente ficam
a Moto Mais e o giradouro do Complexo de Salgadinho). Entre 1907 e 1923, Dr.
Pernambuco, que o povo dizia que era podre de rico, comprou os sítios:
Trapicheiro, Aguazinha, do Viana, Serafim, Maria Libânia, do Fundão ou Olga de
Souza, Nesga de Terra, do Braga ou Água Fria do Fragoso, do Ferreira, dos
Arcos, e parte de terra da marinha e anexou ao Forno da Cal.
O Rio Beberibe fotografado por Augusto Stahl em 1858.
O Dicionário Corográfico
Pernambucano de 1908, relatando a trajetória do Rio Beberibe desde a sua foz em
Camaragibe até Olinda, revela as características existentes de seu leito e sua
importância na época, e que com o passar do tempo, o homem destruiu
completamente e que atualmente o governo tenta recuperar sem poder. Destaca-se
sua trajetória pelo percurso onde na época citada ficava os povoados de Porto
da Madeira, Coqueiros, Sítio do Salgueiro e Peixinho (no singular), onde a
narrativa é descrita da seguinte forma: “... o vale deste rio, desde a sua
nascença até a povoação de Beberibe, é muito estreito, porém da povoação para
baixo alarga-se bastante, de maneira que, a pouca distância, entre a grande
várzea denominada pântano de Olinda. Os terrenos laterais ao rio são de barro
ferruginoso e massapê, e nos lugares mais baixos, ariscos; segundo dizem, não
são de grande produção; mas, é de presumir não seja isso exato, porque ali se
encontram muitas plantações, tais como mandioca, macaxeira (aipim), que
produzem em grande abundância, e em alguns lugares também se encontram a cana
de açúcar, o feijão, o arroz, e até mesmo o ananaz, abacaxi, cujas plantações
alcançam grandes proporções, e produzem abundantemente sem auxílio de estrume”.
Mulheres lavando roupa às margens do Rio Beberibe em Peixinhos (1927). Foto: Pernambuco Arcaico.
Em 10 de junho de 1919, o governador de Pernambuco, Manoel Antônio Pereira Borba, sancionou a Lei Estadual Nº 1430, que delimitava as áreas dos municípios de Olinda e Recife onde fazia referência a localidade de Peixinhos da seguinte forma: “ ...no ponto em que passa a cerca separatriz dos sítios Sant’anna e Baixa do Gabriel, atingem a margem do pântano de Olinda (Peixinhos), no ponto em que findam os limites dos referidos sítios, seguem pelo rio novo até o riacho Água Fria (canal do Arruda) e por estes, até sua foz no Beberibe, pelo qual sobem até o ponto extremo dos limites das propriedades do matadouro e curtume dos Peixinhos de onde seguem até o largo do mesmo matadouro, em direção normal à estrada do Fundão,...”
Escola Dom Bosco em Peixinhos (Olinda), a primeira do bairro olindense. Foto: Jornal Pequeno/Pernambuco Arcaico (tirada em 27/8/1949).
A PRIMEIRA ESCOLA
Em 1933, A Fundação Dom Bosco,
ligado aos Salesianos, adquiriu por doação do Dr. Pernambuco, uma propriedade
que foi desmembrada do Forno da Cal. Em 1934, a fundação inaugura a Escola Dom
Bosco, a primeira de Peixinhos. Em 6 de outubro de 1965, a prefeitura de
Olinda, concedeu o parcelamento de um terreno com uma área de 44.584,00 M²
pertencente ao loteamento Dom Bosco em nome do padre José Airton Guedes. O
terreno foi dividido em 7 quadras e 135 lotes. Desde 2004, a escola realiza o
projeto na área de gestão para o terceiro setor de forma voluntária. Funciona
também, o ICLB- Instituto Cultural Ladjane Bandeira. A Escola Dom Bosco é uma
entidade filantrópica que desde sua fundação atende jovens carentes das
comunidades de Peixinhos (Olinda) e Jardim Brasil I e II, atua nas áreas de
sócio-educação, artes e ofícios e sua missão é de promover a inclusão social de
crianças e jovens das comunidades carentes de Olinda através da educação formal
e religiosa. Atualmente, Peixinhos (Olinda) conta com importantes unidades de
ensino, tanto da rede municipal, como estadual, sem falar nas particulares.
Destacam-se: Escola Estadual Monsenhor Arruda Câmara, Escola Estadual Cândido
Pessoa, Escola Municipal Monsenhor Fabrício, Escola Municipal Monteiro Lobato,
CAIC- Norma Coelho (Municipal) e Escola Municipal Sara Kubitscheck.
Bondes que circularam em Olinda e Peixinhos (Recife).
OS BONDES ÉLÉTRICOS DE PEIXINHOS
(RECIFE)
Os bondes elétricos eram veículos
urbanos de tração elétrica que circulavam sobre trilhos e se destinava ao
transporte coletivo de passageiros ou de cargas. O serviço de bondes elétricos
no Recife foi inaugurado oficialmente no dia 13 de maio de 1914, pela companhia
inglesa The Pernambuco Tramways and P. C. Limited, na gestão do governador de
Pernambuco, Emydio Dantas Barreto. Com a construção do matadouro industrial do
Recife em Peixinhos (Recife) houve a necessidade da construção da linha-férrea
para o bairro, já que antigos funcionários que trabalhavam no antigo matadouro
do Cabanga foram reaproveitados no novo matadouro, além de novos funcionários
admitidos de outras localidades do Recife, Olinda e até da Paraíba. Os bondes
elétricos saíam da Estação Central da Tramways a partir da meia-noite, mas o de
Peixinhos (Recife) obedecendo a tabela de horários da companhia, só começava a
circular a partir das 3 horas da manhã, seu trajeto até o Recife era o
seguinte: Saía do matadouro pela rua Correia de Brito; Estrada de Belém;
Estação da Encruzilhada; Avenida João de Barros; Rua do Príncipe; Ponte
Princesa Izabel e encerrava na Avenida Rio Branco (Recife antigo). Os bondes elétricos de Peixinhos (Recife)
circularam no bairro até a primeira metade da década de 50 do século XX. (FIM).
PEIXINHOS (OLINDA), TERRA RICA EM
FOSFATO
No dia 21 de julho de 1944, herdeiros do Dr.
Pernambuco (que havia falecido) venderam as terras de Forno da Cal para um
grupo de acionistas da Usina Catende, presidida pelo industrial Antônio Ferreira
da Costa Azevedo que criou a empresa denominada de Novas Indústrias Olinda S/A
(Novolinda).
Antônio C. Azevedo |
Em 1949, Antônio Ferreira da
Costa Azevedo solicitou ao professor e químico, Paulo José Duarte, que
realizasse estudo do solo das terras do Forno da Cal, que após análise,
constatou que havia grande presença de fosfato no subsolo.
Em 1951, foi criada outra empresa
para exploração de fosfato em terras de Forno da Cal, só que na área onde
ficava o engenho Fragoso, onde atualmente fica a Cidade de Tabajara (Olinda), a
empresa denominada de Companhia Indústrias Reunidas Olinda (CIRO).
De 1951 a 1955, o consumo de
fertilizantes fosfatados no Brasil foi de 47.716 toneladas, das quais 17%
consistiam na produção interna. Os fosfatos proviam principalmente da jazida de
Jacupiranga (São Paulo), explorada pela Serrana S/A, e da jazida de Forno da Cal (Olinda) pela Fosforita S/A.
Fabrica da Fosforita Olinda S/A (Peixinhos) em 1960. Foto: Revista O Cruzeiro (RJ)/Fundação Biblioteca Nacional (RJ).
Em 15 de maio de 1953, a Novolinda e a Ciro se unem e formam a Fosforita Olinda S/A (FASA). O objetivo principal desta junção, era com o solo de suas propriedades fundiárias, no sentido de ampliar investimentos em empreendimentos imobiliários e com a produção de fertilizantes em grande escala na exploração do subsolo. Ainda neste ano, começou a exploração de fosfato em Forno da Cal. Sua sede ficava na Estrada de São Benedito, em Peixinhos (Olinda).
Em outubro de 1955, a Novolinda
desmembra trecho do Forno da Cal implantando o Jardim Novolinda, área
localizada nos atuais bairros de Peixinhos (Olinda) e Vila Popular. Dois anos
mais tarde, a empresa comunicava deter 70% do capital da Fasa e, como o Forno
da Cal apresentava grande valor imobiliário, o patrimônio valorizava-se
sensivelmente.
Em 1958, o Presidente da República, Juscelino Kubitscheck visitando as instalações da Fosforita Olinda, em Peixinhos (atualmente esta área fica o bairro de Jardim Brasil, que foi criado em 1968).
Em 19 de janeiro de 1958, foi
inaugurado os novos maquinários da Fosforita Olinda S/A (FASA), pelo seu
presidente, o industrial Domingos da Costa Azevedo, que contou com a presença
do Presidente da República, Juscelino Kubitscheck. O grande investimento,
produziu fertilizantes fosfatados em grande escala. Toda produção seguia para
São Paulo e o Rio Grande do Sul. A Fosforita Olinda S/A contava com 356
operários e 54 funcionários, muitos deles, do interior do Estado ou de outros
Estados nordestino. Neste ano, a Fosforita Olinda S/A construiu a igreja de
Nossa Senhora da Ajuda e a escola primária Costa Azevedo na rua da Canequinha,
conhecida também como rua dos Canequinhos (atual avenida Antônio da Costa
Azevedo). A energia elétrica utilizada pela Fosforita Olinda S/A, necessário ao
processo de produtivo e utilização de máquinas de grande potência como a
Drag-Line Elétrica, da marca Bucyrus Erie, era fornecida diretamente da
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) através da linha de
transmissão Mirueira-Fosforita.
Em 12 de novembro de 1965, a
Empresa Novolinda conseguiu junto a Prefeitura de Olinda a aprovação do parcelamento
das terras denominada Cidade Nossa Senhora da Ajuda, possivelmente objeto da
requisição, sob Nº2290, de 1964, com Estrada de São Benedito com a Rua da
Canequinha (atual Avenida Antônio da Costa Azevedo).
Em 10 de março de 1966, foram
aprovados os “planos B e C” do parcelamento das terras denominada, Cidade Nossa
Senhora da Ajuda, unindo-se ao “plano A”, a oeste, em nome da Empresa
Novolinda. Estes dois planos contaram com 22 quadras e 444 lotes, localizados
em Peixinhos (Olinda).
Em 1968, a Fosforita Olinda S/A
abre falência. Os motivos foram vários: A baixa cotação do fosfato no mercado
internacional; a distância da indústria local dos maiores centros consumidores
do produto (Centro e Sul); falta de subsídios governamentais e produtos
associados aos custos passo da produção, devido à competição pelo mercado
brasileiro de fertilizantes, pleiteada pela empresa Philips Petroleum, da
Flórida (E.U.A), promoveu um dumping que consistiu na redução dos preços do
produto no mercado até inviabilizar a indústria localizada em Forno da Cal.
Em 1981, trabalhadores rurais que
tinham produção agrícola sobre as terras de Forno da Cal na área que foi das
jazidas de fosfato, apelaram para o Presidente da República, João Baptista de
Oliveira Figueiredo para que não permitisse as empresas Novolinda e Ciro
transformarem seus estabelecimentos agrícolas em loteamentos urbanos. Através
da Lei Municipal Nº 4.393, de 5 de dezembro de 1983, sancionada pelo prefeito
de Olinda, José Arnaldo Amaral, proibia estas empresas da retomada das
atividades em terras de Forno da Cal devido das terras já terem sido alvo de
parcelamentos urbanos por empresas ligadas a Fosforita Olinda S/A (FIM).
Em 13 de julho de 1947, era
criado o comissariado de Peixinhos (Olinda) para atender a população de
Peixinhos residentes na Estrada de São Benedito, Areia Branca, Forno da Cal e
Sítio dos Arcos.
Feira de Peixinhos (Olinda). Foto: Adalberto Oliveira.
FEIRA LIVRE DE PEIXINHOS (OLINDA)
Em 1949, começou a funcionar na Rua da Canequinha ( atual avenida Antônio da Costa Azevedo), em Peixinhos (Olinda) a feira livre do
bairro, que com a criação do bairro de Jardim Brasil em 1968, quando houve um
crescimento populacional muito grande nesta região, transformou a feira de
Peixinhos até a década de 1990, a maior feira livre da Região Metropolitana do
Recife. Em 1998, a Prefeitura de Olinda transferiu a feira para o pátio do
Areial, onde funciona até hoje. (FIM)
No dia 26 de agosto de 1950, O Departamento de Trânsito do Recife divulgou relatório informando que Peixinhos (Recife) seria servida por dois ônibus da empresa Auto Unidas, classificados como sendo de 2ª classe e com passagem no valor de CR$ 1,00 (um cruzeiro), saindo com intervalos de 45 minutos, no sentido da Estrada de Belém até o Centro do Recife.
Em 1951, é implantado o primeiro
chafariz de Peixinhos (Olinda) no local onde em 1955, foi construído o Mercado
Público do bairro.
Em 5 de julho de 1952, a
Prefeitura Municipal de Olinda aprova o parcelamento de parte do Sítio dos
Peixinhos, terreno adquirido em 1946, pelo Instituto de Aposentadorias e
Pensões dos Comerciários (IAPC) em Peixinhos (Olinda), no qual foi implantado o
conjunto habitacional João Goulart, para atender a demanda de seus associados
de baixa renda.
Em 1953, A Prefeitura Municipal
de Olinda leva iluminação pública para o centro de Peixinhos (Olinda).
Destaca-se: a Rua da Harmonia (atual Terezita Bandeira) e a Rua do Canequinho
(atual Avenida Antônio da Costa Azevedo).
A INAUGURAÇÃO DA ESTRADA DE SÃO BENEDITO
A estrada de São Benedito é uma estrada muito antiga. A primeira referência encontrada foi através das páginas do extinto Jornal do Recife em 20 de outubro de 1889, a partir do povoado de São Benedito e sua capela (atualmente paróquia) que na época era uma localidade do Porto da Madeira.
Em 1927, o prefeito de Olinda, coronel José Cândido Miranda, abriu uma estrada ligando o Varadouro à Peixinhos, foram 1.200 metros em terreno de alagados e de manguês, aumentando em extensão a estrada de São Benedito.
No dia 12 de dezembro de 1954, o governador Etelvino Lins entregou aos moradores de Peixinhos (Olinda) o trecho da Estrada Recife-Olinda. às 15 horas, o engenheiro, Hélio Lorêto, Secretário de Viação e Obras Públicas, em nome do governador, inaugurou a Estrada de São Benedito que substituiu a antiga estrada. O ato contou com as presenças do prefeito de Olinda, Alfredo Lopes de Oliveira; os vereadores de Olinda: Nivaldo Machado, Pedro Ramos e José Aureliano da Silva; professor Barreto Guimarães, dr. Benjamim Machado, Leopoldo Casado, João Camilo Guimarães, representantes do Delegado de Trânsito; alunos da Academia Santa Gertrudes e do Colégio Santa Tereza; autoridades militares, eclesiásticas e representantes da imprensa, além de grande massa popular.
O prefeito de Olinda, Alfredo Lopes de Oliveira, fez o seguinte discurso: É para nós filhos da Velha Marim, um dia de alegria inaugurar este melhoramento, que tantos benefícios virá trazer para vida do nosso burgo. Em nome do povo de Olinda, expresso o nosso contentamento e o nosso sincero agradecimento, ao dr. Etelvino Lins, governador do Estado. A conclusão rápida deste trecho da pavimentação. Apelo para os poderes públicos no sentido que o trecho final, desta estrada seja pavimentada com a maior brevidade possível, pois assim os moradores desta populosa zona, principalmente os da Vila Bernardo Vieira de Melo. Finalizou.
Em 15 de novembro de 1955, o
prefeito de Olinda, Antônio Lopes, inaugurou o Mercado Público de Peixinhos.
O ônibus elétrico que fazia a linha de Peixinhos/Via Suassuna em 1970.
O TRÓLEBUS – A ERA DO ÔNIBUS
ELÉTRICO
Em 1959, o prefeito do Recife,
Pelópidas Silveira, adquiriu dos Estados Unidos à Marmon-Herrington, um lote de
65 ônibus elétricos, o chamado trólebus. Na primeira leva, chegaram os
primeiros cinco ônibus, modernos para época, tinham capacidade para transportar
cem passageiros, sendo quarenta e nove sentados e eram os únicos do Brasil a
possuírem ventilação artificial, equipados com motores Westighouse de 140 HP.
Em 1960, já na gestão do prefeito Miguel Arraes de Alencar começaram a circular
os primeiros, na linha de Casa Amarela. Depois vieram outras linhas, entre
elas, a linha de Peixinhos (Recife), que teve o privilégio de contar com os
ônibus elétricos em dois itinerários distintos:
Peixinhos- via Espinheiro e Peixinhos- via Suassuna. O terminal no subúrbio
ficava próximo ao Matadouro de Peixinhos (Recife). Os ônibus elétricos
circularam pelo bairro de Peixinhos (Recife) entre 1960 e 1981. (FIM)
De acordo com a publicação feita
pela Revista Brasileira de Geografia em 1962, havia um trecho em Peixinhos
conhecido por Areia Branca, trecho este, compreendido entre Vila Popular
Bernardo Vieira de Melo e a Fosforita Olinda S/A, atualmente no lugar onde fica
a feira livre de Peixinhos é conhecido por Areial. Tudo faz crer, que tenha
conotação com esta referência. Existe outro local em Olinda com este nome. Fica
entre a rua São Miguel e a estrada de Rio Doce, nas vizinhanças dos Bultrins,
segundo a revista.
Avenida Presidente Kennedy foi aberta em 1968. Foto: Flickr/2009.
Em 1968, é inaugurada a Avenida Kennedy, como era chamada no início, na gestão do prefeito de Olinda, Benjamin de Aguiar Machado. Todavia, o processo de pavimentação foi bastante lento, sob alegação de falta de recursos já que a mesma possui 6 quilômetros de extensão. A avenida foi aberta no barro batido, sem asfalto e durante anos foi sendo pavimentada por etapas.
Ainda em 1968, foi criada a Vila
da Cohab de Peixinhos (Olinda). O Diário de Pernambuco destacou: “Houve uma
experiência habitacional pioneira, a transformação dos mocambos e casas de
taipa em casas de alvenaria, de dois pavimentos (duplex), para aproveitamento
das reduzidas áreas que ocupavam, ficando como mutuários os moradores do
local”.
Em 30 de janeiro de 1970, era
criada a SANER (Saneamento do Recife) que atuou junto com a criada Compesa,
mais que é considerada a sua antecessora. Em 1971, a SANER fez em Peixinhos (Recife) o passadiço
sobre o rio Beberibe para os emissários do Sistema Peixinhos que funciona na
Avenida Jardim Brasília, no valor de CR$ 61.885,00 (Sessenta e um mil,
oitocentos e oitenta e cinco cruzeiros).
No dia 29 de agosto de 1972, o
prefeito de Olinda, Ubiratan de Castro, dá início a pavimentação da avenida
Presidente Kennedy em convênio com a COHAB.
Em 2 de novembro de 1972, foi
liberado a quantia de CR$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil cruzeiros) no
montante de CR$ 4.300.000,00 (quatro milhões e trezentos mil cruzeiros)
referente a primeira parcela do convênio firmado entre a COHAB e BNH na
construção de 250 casas no bairro de Peixinhos, no total de 1.600 casas.
Girador do Complexo de Salgadinho, (à esquerda) Avenida Presidente Kennedy; (acima) Avenida Pan Nordestina. Atualmente neste circulo existe um viaduto. Foto: Flickr./2005.
No dia 2 de fevereiro de
1975, foi liberado após conclusão,
trecho do girador do Complexo de Salgadinho, em Peixinhos (Olinda), ligando a
estrada do Paulista (atual Pan Nordestina) até próximo ao 7º R.O em Ouro Preto.
Nascedouro de Peixinhos (Recife), inaugurado em 2006. |
DO CENTRO SOCIAL URBANO (CSU) AO
NASCEDOURO DE PEIXINHOS
Maio de 1977, começam as obras de
adaptação do antigo matadouro de Peixinhos (Recife) em Centro Social Urbano
(CSU), a área total do terreno é de 40.992 M² e um conjunto de 15 blocos
construídos. Em abril de 1978, após as adaptações feitas, dá-se início a
construção do CSU com recursos dos governos municipal, estadual e federal. O
prédio central teve 90% da estrutura metálica recuperada. A obra custou CR$
423.000,00 (quatrocentos e vinte três mil cruzeiros). Nele funcionava um núcleo
da Fundação Guararapes.
Em 1981, o prefeito do Recife,
Gustavo Krause na tentativa de concluir as obras do CSU, no velho matadouro de
Peixinhos, conseguiu recursos na ordem de CR$ 54.700,000,00 (cinquenta e quatro
milhões e setecentos mil cruzeiros). Os recursos vieram do FAZ (Fundo de
Assistência Social) CR$ 34,7 milhões, e da Caixa Econômica Federal: CR$ 20
milhões. De maio de 1977 a junho de 1979, a prefeitura do Recife já havia gasto
com as obras mais de CR$ 16 milhões de cruzeiros. O Centro Social Urbano de
Peixinhos (Recife) denominado de CSU- Eraldo Gueiros Leite, só foi inaugurado
em 1984, pelo prefeito do Recife, Joaquim Francisco Cavalcanti, que ainda em
sua gestão foram retirados toneladas de ferros da estrutura do velho matadouro,
causando grande protesto da população.
Depois de anos para reestruturar
todo o complexo do matadouro e seu centro social, além do gasto astronômico do
dinheiro público na obra. Com o passar dos anos, o velho matadouro revitalizado
começou a se deteriorar e se tornar foco de bandidos e drogados. O velho
matadouro voltou a ficar decadente e ruir. Mais nos anos 90, grupos ligados a
manifestações sócio culturais de Peixinhos (Olinda) começaram a reivindicar o
espaço do velho matadouro para suas atividades. A ideia era transformar o
matadouro em nascedouro de manifestações culturais e de cidadania, transformar
e melhorar a imagem do bairro, que na ocasião constava nas estatísticas como um
dos bairros mais violentos de Olinda, com alto índice de criminalidade, com
muitos homicídios e tráfico de drogas. Um dos lugares mais conhecidos em
Peixinhos pela violência era a comunidade do Condor, popularmente conhecida
como “Favela do Condor”. Pois bem, esses grupos culturais queriam que o bairro
de Peixinhos ficasse conhecido como o berço das manifestações culturais de
Olinda, e não, como Peixinhos da favela do Condor e sua violência. A luta
desses grupos surtiram efeito, em 1999, o Projeto Prometrópole, coordenado pelo
Governo do Estado e o Banco Mundial, que tem como objetivo principal a
implementação de ações integradas de infraestrutura urbana e de provisão de
serviços públicos que beneficiem as áreas ocupadas pela população de baixa
renda. O Prometrópole apostou na
revitalização do Nascedouro que hoje abriga o Balé Afro Majê Molê; Grupo da
Terceira Idade; ONG Grupo Comunidade Assumindo suas Crianças; Grupo Saúde Condor
Cabo Gato; Biblioteca Multicultural Nascedouro; Movimento Cultural Boca do Lixo
e o Grupo Alcoólicos Anônimos. O nome Nascedouro foi criado por um poeta da
comunidade ligado ao Movimento Cultural Boca do Lixo, Caetano Alves Pereira. O
Nascedouro só foi inaugurado em 17 de março de 2006.
Rádio Tamandaré, Peixinhos (Olinda) |
RÁDIO TAMANDARÉ
Em 1978, instalava-se Peixinhos (Olinda), no antigo
terreno do Sítio do Salgueiro, a Rádio Tamandaré. Emissora que foi
inaugurada em Recife, no dia 3 de março
de 1951 por Assis Chateubriand, sendo a terceira rádio do Recife. Em 1984, foi
transferida para um prédio na Avenida Mascarenhas de Morais, no bairro da
Imbiribeira, no Recife. Em 1994, foi vendida aos empresários: Luiz Cavalcanti
Lacerda e Serafim de Sá Pereira e retorna ao seu antigo endereço na Avenida
Presidente Kennedy, Peixinhos (Olinda). Atualmente sua programação é dedicada
ao público evangélico.
CAIC DE PEIXINHOS
Em 27 de julho de 1994, o
prefeito de Olinda, Germano Coelho inaugura em Peixinhos, o CAIC- Centro de
Atenção Integral à Criança/Norma Coelho. O programa do Governo Federal era
inovador, um sistema de ensino em tempo integral, onde o aluno permanecia o dia
todo na escola com várias atividades pedagógicas e recreativas, além de duas
refeições por dia. Projeto criado pelo governador do Rio de Janeiro, Leonel
Brizola e copiado pelo Governo Federal.
ACEROLA
Em 1995, o censo agropecuário
municipal de Olinda, comprovou o aparecimento da fruta acerola em Olinda e
Peixinhos(Olinda).
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DE
PEIXINHOS (OLINDA)
Levantamento feito em Peixinhos
(Olinda) constatou que existe mais de 48 grupos culturais, no entanto, três
merecem destaque: Maracatu Nação Maracambuco, Movimento Cultural Boca do Lixo e
o Balé Majê Molê.
Maracatu Nação Maracambuco- Foi
idealizado por Marcionilo Antônio de Oliveira. A origem do nome maracatu nação
vem dos orixás, cada maracatu tem sua regência, seu orixá. Iemanjá é do
Maracambuco. O nome tem um significado: Maracatu de Pernambuco. O maracatu
trabalha com setenta crianças e adolescentes, com idade entre 10 e 18 anos. Na
oficina, eles aprendem a dançar maracatu, a tocar instrumentos, fazer
figurinos, maquiagem e adereços. A primeira apresentação do
Maracatu Nação
Maracambuco aconteceu em 9 de junho de 1993.
Movimento Cultural Boca do Lixo-
Foi organizado por jovens de Peixinhos que buscavam espaço para difundir o rock
e punk no bairro. O estilo musical barulhento e a maneira agressiva e exótica
de se vestir em apresentações pelas ruas do bairro, virou caso de polícia. Os
moradores não viam com bons olhos aquelas algazarras e logo chamavam a polícia,
que vinha e acabava a festa. Isto aconteceu por volta de 1993.
Em 1995, com ajuda de uma ONG
denominada “ Comunidade assumindo suas crianças”, localizada no bairro e
coordenada por um antigo morador, o grupo resolveu que seu objetivo a partir de
então seria promover um espaço de interação e troca de diversas expressões
culturais produzidas no bairro. Assim, não só a música teria espaço, mas também
a dança, o teatro, a poesia e a pintura.
A escolha do nome do movimento
surgiu como uma homenagem às pessoas que lutaram, nos anos de 1983 e 1984,
contra a instalação de uma estação de tratamento de lixo no bairro. Com a luta
dos moradores ao longo de um ano, foi conseguido que o lixão não fosse
instalado, sendo transferido para o bairro vizinho de Aguazinha.
Ainda em 1995, foi organizado o
primeiro evento promovido pelo Movimento Cultural Boca do Lixo, a primeira
semana de cultura de Peixinhos,
realizada no CAIC- Norma Coelho. Esse evento contou com diversas expressões
culturais, como música, poesia, dança e artes plásticas, e teve como preço
simbólico para entrada no evento a doação de 1 Kg de alimento não-perecível. Os
alimentos arrecadados foram distribuídos para as pessoas que viviam à procura
de comida no lixão de Aguazinha. O evento foi um grande sucesso e veio a se
repetir por vários anos.
Balé Majê Molê de Peixinhos (Olinda) Foto: Folha de Pernambuco. |
Balé Afro Majê Molê- Criado em
1997, por Glória Maria da Silva Gomes e o coreógrafo Gilson José Pereira Gomes,
que fez parte do balé Arte Negra de Pernambuco. Eles que faziam desde 1995, a
festa do dia das crianças no bairro de Peixinhos (Olinda), resolveram
introduzir a dança durante a festa, surgindo daí a ideia de formar o balé de
dança afro.
O nome do grupo afro Majê Molê
veio de um dicionário africano que foi emprestado. O nome significa “crianças
que brilham”. O figurino é simples. Composto por roupas feitas de quengas de
coco e saias de palhas de coco e tecido. No cabelo elas usam pitós, enfeites
coloridos que prendem o cabelo. A ideia dos pitos veio do Texas (EUA), quando
um morador do bairro foi participar do show da banda Sepultura e observou que
as dançarinas usavam pitós no cabelo. O vestuário foi tirado de uma revista que
veio do Maranhão, com quenga de coco, e as meninas chegaram a procurar no lixo
a quenga de coco para compor o figurino.
O grupo é composto por 15
garotas, o Majê Molê já alcançou lugar de destaque e é o orgulho do bairro de
Peixinhos (Olinda), pois não faltam convites para apresentações. Sua sede fica
no Nascedouro de Peixinhos (FIM).
No bairro de Peixinhos (Recife),
encontramos um conjunto habitacional denominado de Vila das Pedreiras ou Vila
das Mulheres Pedreiras. O conjunto resultou do trabalho de 78 mulheres, atuando
em regime de mutirão, para construção de casas com 44m², em um terreno doado
pela COHAB, cuja área era de 2,2 hectares. À época, para a presidenta da
Federação de Mulheres de Pernambuco, Edna Costa, a vila representava uma
conquista para quem ganhava até um salário mínimo e ainda vivia de aluguel. De
acordo com informações de moradores, a origem das mulheres pedreiras era de
Recife, Camaragibe e outras localidades da Região Metropolitana do Recife, que
viviam em áreas de risco.
Em 2000, foi criada a Vila União,
conhecida também, com Vila do Lixão, em Peixinhos (Olinda). Contou com a
intervenção da EMHAPE, uma vez que a COHAB, foi incorporada pela Pernambuco
Participações e Investimentos S/A (PERPART), em 22 de novembro de 1999. De
modo, a EMHAPE foi responsável pelo parcelamento da terra em 13 de abril de
2000, na gestão do prefeito de Olinda, Germano Coelho, que remanejou famílias
que moravam no lixão de Aguazinha, após a transformação do lixão em aterro
sanitário, que não permite a presença de catadores no local.
Na década de 2000, foram criadas
as Unidades de Saúde a Família (USF) em Peixinhos (Recife) encontramos a USF-
Tasso Bezerra/Chié II; na Peixinhos olindense pela sua grande extensão
demográfica temos: as USF- Azeitona, USF- Azeitona II, USF- Professor Antônio
Francisco Areias, USF- Cohab Peixinhos I, II e III, USF- Vila Cohab e USF- Vila
Tamandaré, além da Policlínica Peixinhos.
Rua Vasco Rodrigues em Peixinhos (Olinda), começou a surgir os primeiros prédios a partir de 2004. Foto: Flickr.
Em 2004, o bairro de Peixinhos (Olinda) com mais de 40 mil habitantes (CENSO 2010) começava a verticaliza-se de forma mais contundente. O exemplo é verificado na Rua Vasco Rodrigues, rua onde ficava a sede da Fosforita Olinda S/A, lá, foi construído o Conjunto Residencial Pernambuco, com oito edifícios com quatro pavimentos. A partir daí, os empreendimentos imobiliários não pararam mais. Quem passa em frente a Rádio Tamandaré, percebe que as construções verticais já atingiram o bairro de Jardim Brasil II.
Em 2004, o bairro de Peixinhos (Olinda) com mais de 40 mil habitantes (CENSO 2010) começava a verticaliza-se de forma mais contundente. O exemplo é verificado na Rua Vasco Rodrigues, rua onde ficava a sede da Fosforita Olinda S/A, lá, foi construído o Conjunto Residencial Pernambuco, com oito edifícios com quatro pavimentos. A partir daí, os empreendimentos imobiliários não pararam mais. Quem passa em frente a Rádio Tamandaré, percebe que as construções verticais já atingiram o bairro de Jardim Brasil II.
23 de maio de de 2008, o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, inaugura em Peixinhos (Recife), o
Centro Tecnológico de Cultura Digital (CTCD).
De acordo com o Censo do IBGE
(2010), a população do pequeno bairro de Peixinhos(Recife), que começa na
Avenida Jardim Brasília, no antigo matadouro e finda na Avenida Professor José
dos Anjos, no canal do Arruda, e faz divisa com os bairros recifenses de
Campina do Barreto, Arruda e Campo Grande, além do homônimo olindense, tem uma
população de 4.998 habitantes, sendo 2.443 do sexo masculino e de 2.555 do sexo
feminino. O gigantesco bairro de Peixinhos de Olinda que começa na divisa do
bairro de Santa Tereza e finda próximo a perimetral em Aguazinha. Faz divisa
com: Aguazinha, Jardim Brasil, Vila Popular, Sítio Novo, Peixinhos(Recife),
Salgadinho e Santa Tereza. Sua população é de 36.133 habitantes, sendo 16.758
do sexo masculino e 19.375 do sexo feminino.
Atualizado em 22/07/2022.
Por: Jânio Odon/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS)
Por: Jânio Odon/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS)
Fonte: Diário Oficial de Pernambuco/CEPE; Diário da
Manhã/CEPE; IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Dicionário
Topográfico Estatístico Histórico da Província de Pernambuco de 1863, de Manoel
da Costa Honorato; Dicionário Corográfico Pernambucano de 1908; Revista Brasileira
de Geografia de 1962, do Cel. João de Melo Moraes; Bairro de Peixinhos, da Professora
Maria do Carmo Andrade/Fundaj; Território municipal de Olinda (PE):
parcelamento do solo e diversidade dos espaços urbanos na região metropolitana
do Recife (2011) – Roberto Silva de Souza, Doutor Pós Graduado em Geografia da
UFPE; Cultura Suburbana de Peixinhos: Entre o Popular e o Pós-Moderno, por:
Michelle Pequeno de Azevedo; A Fosforita Olinda S/A (FASA) e sua vinculação com o período desenvolvimentista no Brasil (1953 - 1983), por: Roberto Silva de Souza (UFAL), Fundação Biblioteca Nacional (RJ).
PEIXINHOS EM FOCO
Peixinhos,1926. O bonde elétrico de Peixinhos passando pelas instalações do Matadouro. Foto: Revista de Pernambuco/1926.
PEIXINHOS EM FOCO
Peixinhos,1926. O bonde elétrico de Peixinhos passando pelas instalações do Matadouro. Foto: Revista de Pernambuco/1926.
Peixinhos, 1926. O Presidente da República, Washington Luis (com terno escuro e mão no bolso) visitando as instalações do Matadouro. Foto: Revista de Pernambuco/1926.
Vista do Matadouro de Peixinhos em sua retaguarda, às margens do Rio Beberibe em 1929. Foto: Pernambuco Arcaico.
Fosforita Olinda S/A em 1960. Fotos (4): Revista O Cruzeiro/ Fundação Biblioteca Nacional (RJ).
Extração de fosfato da Fosforita em 1960, que na época, esta área ainda pertencia a Peixinhos (Olinda) e que a partir de 1968, foi criado o bairro de Jardim Brasil.
Jânio, li quase todas as tuas postagens acerca da história dos bairros e tal, um trabalho que árduo para construção, eu imagino!! Um presente, para as pessoas, que assim como eu, ficam encantadas com a história, com o passado, com tudo.. Queria falar contigo, não achei teu email por aqui.. Sou do inicio de Águas Compridas, aquele lugar que ninguém sabe se é Águas Compridas ou Sapucaia de Fora.. Minha avó mora aqui há quase 30 anos, e o que sempre me deixa curiosa, é que os documentos da casa são de antigo loteamento, chamado loteamento Caenga. Será que tu não teria por ai algum dado do que foi, se tem a ver com a formação do Alto Nova Olinda que fica mais em cima.. meu e-mail é: silvanaalbuquerque225@gmail.com se tiver algo, ou apenas interesse em ver algo, podemos trocar uma ideia.. Parabéns, mais uma vez.
ResponderExcluirParabéns... belo trabalho de pesquisa.
ResponderExcluirObrigado, acompanhe o blog. Breve mais novidades.
Excluirgostaria de fotos antigas desde 1970 mostrando mercado publico de peixinhos , av pres. kennedy toda , comercio de peixinhos naquela epoca, a av. com calçamento de paralelepipedo e outros
ResponderExcluirA proposta está feita. caso consiga fotos antigas de Peixinhos publicarei. Um abraço!
ResponderExcluirescreva algo sobre a historia da campina do Barreto
ResponderExcluirBoa noite Gilberto. Vou chegar lá.
ExcluirMuito boa essas matérias. Parabéns Jânio Odon de Alencar, seu blog nos dá uma aula de história e nos remete a um bom passado.
ResponderExcluirObrigado. Tudo de bom.
ExcluirGostei muito não li mais devido a bateria baixa do celular. Boa tarde!
ResponderExcluirBom entender. A história do nosso bairro
Não vai faltar oportunidade. Tudo de bom.
ExcluirJanio seu material é muito bom, meus parabens.
ResponderExcluirBoa noite Hekel. obrigado pela visitação. Terá muitas novidades ainda.
ExcluirPor favor entra em contato comigo whatsapp 81986705324 sua matéria esta otima porém tem pouca coisa sobre AGUAZINHA estou pretendendo a identidade e história do bairro de aguazinha e sapucaia em Olinda poderia me ajudar?
ResponderExcluirboa tarde, Sérgio Anderson. Obrigado pela opinião. Pretendo mais adiante contar a história de Aguazinha e Sapucaia, mas, ainda não comecei a pesquisa. Um abraço.
ExcluirSenhor Jânio sou colaborador da pagina de facebook aguazinha em foco eu poderia postar seu artigo em nosso blog e dar os devidos créditos ao senhor?
ExcluirSenhor Jânio sou colaborador da pagina de facebook aguazinha em foco eu poderia postar seu artigo em nosso blog e dar os devidos créditos ao senhor
ResponderExcluirQueria saber sobre o bairro de sitio novo poderia postar sobre ele? sugiro que você faça um Instagram ,seria legal!
ResponderExcluirBoa noite, Magrão. Penso em contar a história de todos os bairros da região. Todavia, tudo depende de pesquisa e tempo. Mais a proposta está registrada. Não tenho interesse de postar no instagram. obrigado pela visita ao blog, um abraço.
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirEstive lendo por alto sobre a história de peixinho e acabei encontrando o seu blog. Trabalho rebuscado, denso, minucioso e relevante. Parabéns.
Eu tenho boa parte da minha família residindo em Loteamente Tamandaré. Você teria alguma informação sobre a criação desse loteamento? Minha mãe disse que ele fazia parte da fosforita e que depois foi concedida a Marinha. Vejo um sentido nisso, pois Almte Tamandaré é o patrono da marinha. Se vc tiver algo sobre esse loteamente, ficaria feliz em saber. Obg
Infelizmente, não encontrei nada à respeito deste loteamento, caso eu venha a encontrar, lanço na matéria. Um abraço!
ExcluirJânio, estou curtindo bastante o seu trabalho. Que incrível!
ResponderExcluirQueria pedir um favor, será que você tem a foto ou algum registro de um restaurante chamado Luar, na avenida presidente Kennedy por volta do ano de 79,80,81...
Boa noite, Heyde. Infelizmente eu não tenho. tudo que é possível eu publico. obrigado pela visitação. Um abraço!
ResponderExcluirBom dia Jânio. somos colegas de profissão e se possível necessito de sua ajuda: conhece um livro sobre a história da favela de Peixinhos, lançado na década de 1980?
ResponderExcluirPoxa que pena, só em 2021, é que tomei conhecimento desse trabalho, vivo aqui desde 1967, muito grato, parabéns.
ResponderExcluirBoa noite, Cìcero. Nunca é tarde para conhecer a história do bairro. Uma abraço.
ExcluirBom dia Jânio! Parabéns pelo excelente trabalho. Acredito que isso ajuda a preservar bastante a história. Se você me permite, o dono do Matadouro de Peixinhos era José Antônio de Almeida Pernambuco. E não Joaquim. A Foto que faz referencia neste blog não é do Dr. Pernambuco e sim do seu irmão Miguel José de Almeida Pernambuco.
ResponderExcluirFelipe, boa noite. Obrigado pela visitação e pela opinião. Foi feito uma minuciosa pesquisa e foi verificado com cautela essa sua informação. Na verdade, não há engano nem no nome, nem na pessoa da foto. Acontece que nas fontes que vc pesquisou, foi que se equivocaram. Ex: no rodapé da foto verifique que tem tio Joaquim.
ExcluirSou morador de peixinhos desde meus 6 anos, hoje estou com 58 anos, e deixo meus parabéns a todos os que contribuiram para este material tão importante para nós que fazemos parte da história de peixinhos.
ResponderExcluirBoa noite, amigo. por incrível que pareça, este é um trabalho individual, não há equipe, apenas eu. Sempre amei história e notei que os bairros periféricos não tinha uma história decente, só os bairros centrais e nobres tinham, aí resolvi conta as histórias de nossas periferias ricas em histórias e sofridas em vivencias. Sinto que estou sedo útil, isso é a maior recompensa. Obrigado pela visitação e participação. Uma abraço.
Excluirdesculpa, na pressa acabei esquecendo algumas letras kkkk
ResponderExcluirSou Jonas Serafim de Sousa. Nasci em Peixinhos no de 1962. Minha mãe era de Caruaru e chamava-se Neuza Serafim de Sousa. Meu pai era do Ceará e se chamava José Santos de Sousa. Ele trabalhou na Fosforita de Oli da. Eu estudei o Jardim da Infância (Infantil Cinco) na Escola Monteiro Lobato, vizinho ao Matadouro (atual Nascedouro). Em 1970, meu pai que trabalhava na Cervejaria Antártica, passou a trabalhar na Cervejaria Brahma, em Fortaleza-Ceará. Em julho de 2022, após 52 anos visitei minha natal natal... Revivi uma memória história nunca sentida... Que a história seja registrada com a Arte que alimenta fraternalmente a vida.
ResponderExcluirMeu contato: 85 9 8604.8862.
serafimjonas@yahoo.com.br
Bom dia, Serafim. Obrigado pela visitação. Um grande abraço!
Excluir