quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O favorito Sport Recife é goleado pelo Náutico na Arena PE

Pedro Castro (SPO) tenta conter o impetuoso Wallace Pernambucano (NAU) que marcou duas vezes. Foto: Roberto Ramos/DP.


24 de janeiro de 2018 (Quarta-feira)

No chamado “clássico do abismo”, Davi venceu Golias. Com uma folha salarial 17 vezes menor que a do Sport, o Náutico diminuiu a diferença financeira entre os elencos com muita aplicação tática e uma estratégia inteligente do técnico Roberto Fernandes. Ciente das limitações do seu elenco, o treinador soube anular o ataque rubro-negro e montar um contra-ataque eficiente para sair da Arena de Pernambuco com uma vitória por 3 a 0.

Resultado que mais do fazer o Timbu assumir a liderança do Estadual, com seis pontos, dá ao elenco uma dose importante de confiança e um sinal de dias melhores pela frente. Já ao Sport,favorito no clássico e para a conquista do título, a certeza de que, além de um elenco forte, será preciso achar uma forma de jogar. Principalmente ofensivamente, que diante de uma defesa fechada (tendência a ser encarada nesse estadual) mostrou dificuldades até aqui.

O jogo

Os dois times vieram modificados com relação à rodada anterior. Pelo lado do Sport, o meia Thomás e o atacante Gabriel, autores dos gols na vitória por 2 a 0 sobre o Afogados, começaram como titulares. Porém, a maior quantidade de alterações foi do lado alvirrubro. 

Insatisfeito com a atuação pífia do time na derrota por 3 a 0 para o Central, o técnico Roberto Fernandes mexeu em todos os setores do time, com as entradas dos prata da casa Kevyn e reestreia do zagueiro Breno Calixto na defesa, a presença do garoto William Gaúcho no meio de campo e o avanço do meia Wallace Pernambucano para atuar no ataque. E diante de tantas mudanças, aos do Náutico foram bem mais efetivas.

Atuando de forma mais precavida, com três volantes, os alvirrubros não permitiram nenhuma infiltração do ataque leonino, transformando o goleiro Jefferson quase em um expectador. Por outro lado, a aposta nas saídas em velocidade para o ataque foram eficientes. Quase sempre explorando o lado esquerdo de ataque, nas costas de Felipe Rodrigues. Assim, de forma surpreendente, o Timbu dominou o primeiro tempo. 

E foi pelo lado esquerdo que o Náutico abriu o placar, logo aos 11 minutos.Em cobrança rápida de escanteio, Medina pediu a bola na lateral e cruzou para Wallace Pernambucano, no meio da defesa do Sport, cabecear sem chance para Magrão.

Na vantagem, os alvirrubros intensificaram a forma de atuar. E de forma ainda não vista até então na temporada, acertavam a maioria dos passes. Já pelo lado do Sport, Marlone pouco inspirado pouco produzia, assim como o trio ofensivo Thomás, Rogério e Gabriel, presos na marcação do rival.

Superior em campo, o Náutico ampliou aos 41 minutos na jogada sínteses da sua estratégia. Após erro na saída de bola de Pedro Castro, William Gaúcho lançou Wallace Pernambucano, que ganhou na corrida para o volante e tocou por cima de Magrão. Golaço.

Segundo tempo

No retorno para a etapa final, o técnico Nelsinho Baptista fez duas alterações no Sport, com Raul Prata e Juninho ganhando as vagas de Felipe Rodrigues e Thomás. O cenário do clássico, no entanto,não iria mudar. Com os rubro-negros tendo mais posse de bola, enquanto os alvirrubros, fechados, a espera de um vacilo defensivo do rival. 

O Sport, no entanto, mostrava-se mais perigoso que no primeiro tempo. Logo aos sete, a chance de diminuir ficou a centímetros dos pés de Marlone e Rogério, após cruzamento de Raul Prata. Encurralando o Náutico em seu campo defensivo, o Leão obrigou Jefferson a fazer a sua primeira grande defesa aos 14 minutos, após chute de fora da área de Anselmo, melhor jogador do Sport no jogo. 

O Náutico, a essa altura, já se defendia com dez atrás, tendo só Wallace Pernambucano como válvula de escape. E para dar ainda mais fôlego ao seu sistema defensivo, Roberto Fernandes sacou o garoto William Gaúcho para a entrada de Hygor, aos 20 minutos. O problema do Timbu a essa altura era que, ao contrário da etapa inicial, o time quando recuperava a bola não procurava a troca de passes e devolvia a posse de bola sempre na base do chutão. Melhor jogador em campo, Wallace Pernambucano deixou a partida aos 26 minutos, cansado, para a entrada do prata da casa Tharcysio.

E foi de mais um garoto, que sacramentou a vitória timbu por 3 a 0, já aos 47 minutos. Vitória justa. E surpreendente.

Roberto Fernandes vibrou muito com a surpreendente vitória timbu. Foto: JC Imagem.

Náutico 3
Jefferson; Thiago Ennes, Breno Calixto, Camutanga e Kevyn; Negretti, Josa e William Gaúcho (Hygor); Medina, Wallace Pernambucano (Tharcysio) e Gabriel Araújo (Luiz Henrique). Técnico: Roberto Fernandes.

Sport Recife 0
Magrão; Felipe Rodrigues (Raul Prata), Ronaldo Alves, Durval e Sander; Anselmo, Pedro Castro (Thallyson) e Marlone; Thomás (Juninho), Rogério e Gabriel. Técnico: Nelsinho Baptista.

Local: Arena de Pernambuco
Árbitro: Péricles Bassols Cortez
Assistentes: Marcelino Castro e Bruno César Chaves
Gols: Wallace Pernambucano (11 min  e 41 min do 1º)  e Tharcysio (47 min do 2º tempo)
Cartões amarelos: Júnior Timbó, Josa, Kevyn(N), Anselmo, Rogério (S).
Público: 3.685 torcedores
Renda: R$ 73.235,00

Por: João de Andrade Neto/Diário de Pernambuco.



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