24 de janeiro de 2018
(Quarta-feira)
No chamado “clássico do abismo”,
Davi venceu Golias. Com uma folha salarial 17 vezes menor que a do Sport, o
Náutico diminuiu a diferença financeira entre os elencos com muita aplicação
tática e uma estratégia inteligente do técnico Roberto Fernandes. Ciente das
limitações do seu elenco, o treinador soube anular o ataque rubro-negro e
montar um contra-ataque eficiente para sair da Arena de Pernambuco com uma
vitória por 3 a 0.
Resultado que mais do fazer o
Timbu assumir a liderança do Estadual, com seis pontos, dá ao elenco uma dose
importante de confiança e um sinal de dias melhores pela frente. Já ao
Sport,favorito no clássico e para a conquista do título, a certeza de que, além
de um elenco forte, será preciso achar uma forma de jogar. Principalmente
ofensivamente, que diante de uma defesa fechada (tendência a ser encarada nesse
estadual) mostrou dificuldades até aqui.
O jogo
Os dois times vieram modificados
com relação à rodada anterior. Pelo lado do Sport, o meia Thomás e o atacante
Gabriel, autores dos gols na vitória por 2 a 0 sobre o Afogados, começaram como
titulares. Porém, a maior quantidade de alterações foi do lado
alvirrubro.
Insatisfeito com a atuação pífia
do time na derrota por 3 a 0 para o Central, o técnico Roberto Fernandes mexeu
em todos os setores do time, com as entradas dos prata da casa Kevyn e
reestreia do zagueiro Breno Calixto na defesa, a presença do garoto William
Gaúcho no meio de campo e o avanço do meia Wallace Pernambucano para atuar no
ataque. E diante de tantas mudanças, aos do Náutico foram bem mais efetivas.
Atuando de forma mais precavida,
com três volantes, os alvirrubros não permitiram nenhuma infiltração do ataque
leonino, transformando o goleiro Jefferson quase em um expectador. Por outro
lado, a aposta nas saídas em velocidade para o ataque foram eficientes. Quase
sempre explorando o lado esquerdo de ataque, nas costas de Felipe Rodrigues.
Assim, de forma surpreendente, o Timbu dominou o primeiro tempo.
E foi pelo lado esquerdo que o
Náutico abriu o placar, logo aos 11 minutos.Em cobrança rápida de escanteio,
Medina pediu a bola na lateral e cruzou para Wallace Pernambucano, no meio da
defesa do Sport, cabecear sem chance para Magrão.
Na vantagem, os alvirrubros
intensificaram a forma de atuar. E de forma ainda não vista até então na
temporada, acertavam a maioria dos passes. Já pelo lado do Sport, Marlone pouco
inspirado pouco produzia, assim como o trio ofensivo Thomás, Rogério e Gabriel,
presos na marcação do rival.
Superior em campo, o Náutico
ampliou aos 41 minutos na jogada sínteses da sua estratégia. Após erro na saída
de bola de Pedro Castro, William Gaúcho lançou Wallace Pernambucano, que ganhou
na corrida para o volante e tocou por cima de Magrão. Golaço.
Segundo tempo
No retorno para a etapa final, o
técnico Nelsinho Baptista fez duas alterações no Sport, com Raul Prata e
Juninho ganhando as vagas de Felipe Rodrigues e Thomás. O cenário do clássico,
no entanto,não iria mudar. Com os rubro-negros tendo mais posse de bola,
enquanto os alvirrubros, fechados, a espera de um vacilo defensivo do
rival.
O Sport, no entanto, mostrava-se
mais perigoso que no primeiro tempo. Logo aos sete, a chance de diminuir ficou
a centímetros dos pés de Marlone e Rogério, após cruzamento de Raul Prata.
Encurralando o Náutico em seu campo defensivo, o Leão obrigou Jefferson a fazer
a sua primeira grande defesa aos 14 minutos, após chute de fora da área de
Anselmo, melhor jogador do Sport no jogo.
O Náutico, a essa altura, já se
defendia com dez atrás, tendo só Wallace Pernambucano como válvula de escape. E
para dar ainda mais fôlego ao seu sistema defensivo, Roberto Fernandes sacou o
garoto William Gaúcho para a entrada de Hygor, aos 20 minutos. O problema do
Timbu a essa altura era que, ao contrário da etapa inicial, o time quando
recuperava a bola não procurava a troca de passes e devolvia a posse de bola
sempre na base do chutão. Melhor jogador em campo, Wallace Pernambucano deixou
a partida aos 26 minutos, cansado, para a entrada do prata da casa Tharcysio.
E foi de mais um garoto, que
sacramentou a vitória timbu por 3 a 0, já aos 47 minutos. Vitória justa. E
surpreendente.
Roberto Fernandes vibrou muito com a surpreendente vitória timbu. Foto: JC Imagem.
Náutico 3
Jefferson; Thiago Ennes, Breno
Calixto, Camutanga e Kevyn; Negretti, Josa e William Gaúcho (Hygor); Medina,
Wallace Pernambucano (Tharcysio) e Gabriel Araújo (Luiz Henrique). Técnico:
Roberto Fernandes.
Sport Recife 0
Magrão; Felipe Rodrigues (Raul
Prata), Ronaldo Alves, Durval e Sander; Anselmo, Pedro Castro (Thallyson) e
Marlone; Thomás (Juninho), Rogério e Gabriel. Técnico: Nelsinho Baptista.
Local: Arena de Pernambuco
Árbitro: Péricles Bassols Cortez
Assistentes: Marcelino Castro e
Bruno César Chaves
Gols: Wallace Pernambucano (11
min e 41 min do 1º) e Tharcysio (47 min do 2º tempo)
Cartões amarelos: Júnior Timbó,
Josa, Kevyn(N), Anselmo, Rogério (S).
Público: 3.685 torcedores
Renda: R$ 73.235,00
Por: João de Andrade Neto/Diário
de Pernambuco.
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