21 de abril de 2019 (Domingo)
A história foi mais uma vez
repetida. Neste domingo e há 51 anos, sempre que Sport e Náutico se encontram
em uma decisão de campeonato é assim. Porém, dessa vez, com uma dose extra de
sofrimento.
Na final mais equilibrada entre
os dois times desde 1968, quando os alvirrubros comemoraram pela última vez um
título em cima do rival, o Leão levantou o seu 42º título pernambucano, com uma
vitória nos pênaltis, após o Timbu vencer no tempo normal por 2 a 1, de virada
e devolver a derrota por 1 a 0 no jogo de ida, nos Aflitos. O prata da casa
Mailson, herdeiro do ídolo Magrão no gol leonino, foi o herói da conquista ao
defender as cobranças de Rafael Oliveira e Diego Silva.
O título também tem um gosto especial
por outros motivos. É o primeiro levantado na Ilha desde 2010, quando venceu a
decisão justamente em cima do Náutico. Além disso, para um clube que busca se
reerguer após o rebaixamento à Série B, nada melhor do que iniciar a caminhada
com mais um troféu em sua já vitoriosa galeria.
Para a decisão, como era
esperado, o técnico Guto Ferreira manteve a mesma escalação do jogo de ida,
enquanto que pelo lado alvirrubro Márcio Goiano promoveu o também esperado
retorno do atacante Wallace Pernambucano ao time titular. Por outro lado,
perdeu o experiente Jorge Henrique, vetado pelo departamento médico.
Porém, decisão, independentemente
das escalações dos times, é uma partida diferente por natureza. Tensa, na
maioria das vezes. E isso ficou claro logo aos sete minutos, quando Sueliton e
Hernane trocaram agressões e foram corretamente expulsos pelo árbitro Ricardo
Marques Ribeiro. Os dois treinadores não fizeram nenhuma mexida nos times para
recompor as ausências. E com isso, o Sport soube tirar mais proveito.
Aos 17 minutos, com liberdade
para trocar passes na entrada da área do Náutico (Josa foi recuado para a
zaga), Guilherme foi derrubado pelo goleiro Bruno dentro da área. E cobrou o
pênalti, forte, no canto direito, sem defesa para o arqueiro alvirrubro que
ainda foi na bola.
Com a vantagem ampliada, o Leão
colocava uma mão e meia na taça. Mas ainda havia jogo. Ainda havia decisão.
Logo após marcar o gol, Guilherme, lesionado, foi substituído por Leandrinho. E
o Náutico, que não havia feito nada em termos ofensivos, arrancou o empate, aos
39, com um jogador improvável. Em um lance de pura raça, o zagueiro Diego Silva
ganhou na dividida para Charles e arriscou de fora da área. A bola desviou em
Danilo Pires e tirou o goleiro Mailson da jogada. Tudo igual na Ilha.
O gol serviu para despertar os
alvirrubros. Em campo e na arquibancada. E esquentou o jogo. Aos 47
minutos, Wallace Pernambucano mandou na trave. Antes, porém, o Sport voltou a
balançar as redes com Luan. Mas a arbitragem assinalou impedimento. O segundo
tempo prometia.
No retorno para os últimos
minutos do Campeonato Pernambucano, os dois times voltaram com a mesma
formação. Porém, as orientações do técnicos nos vestiários serviram para
ajustar o posicionamento das duas defesas. Com o jogo truncado, Guto e Márcio
fizeram mudanças aos 12 minutos. No Leão, Juninho entrou na vaga de Ezequiel,
enquanto no Timbu, o argentino Nahuel Cisneros foi acionado na vaga de Robinho.
O jogo, porém, seguia truncado. O
que era pior para o Náutico. Aos 22, Danilo Pires saiu cansado para a entrada
de Jimenez. No Sport, Élton foi acionado na vaga de Luan, com isso o time
perdia todo o quarteto ofensivo que iniciou a partida. Os alvirrubros erravam
passes. Os leoninos procuravam administrar o tempo.
Aos 31 minutos, Márcio Goiano foi
para a sua última cartada, com a entrada do centroavante Rafael Oliveira na
vaga de Thiago. E seis minutos depois, veio a virada, com um gol de
centroavante. Mas novamente com outro heroi improvável. Após cruzamento
perfeito de Hereda, Jimenez subiu mais que a zaga e, de cabeça, mandou para as
redes de Mailson, virando a partida, igualando a decisão e mandando a tensão
para os pênaltis.
Diego Silva (nau), bate e o goleiro Maílson do Sport Recife, defende para conquistar mais um título pernambucano. Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press.
Pênaltis
Nas cobranças de pênaltis, o
Sport foi mais competente ao converter todas as cobranças, com Élton, Norberto,
Rafael Thyere e Ronaldo. O Náutico desperdiçou com Rafael Oliveira e Diego
Silva parando em Mailson. Apenas Wallace Pernambucano e Jimenez converteram
Sport campeão. Pela 42ª vez.
Sport Recife 1 (4)
Mailson; Norberto, Rafael Thyere,
Adryelson e Sander; Charles, Ronaldo e Guilherme (Leandrinho); Ezequiel
(Juninho), Hernane e Luan (Élton). Técnico: Guto Ferreira.
Náutico 2 (2)
Bruno; Hereda, Diego Silva,
Sueliton e Assis; Josa, Luiz Henrique e Danilo Pires (Jimenez); Robinho (Nahuel
Cisneros), Wallace Pernambucano e Thiago (Rafael Oliveira). Técnico: Márcio
Goiano.
Local: Ilha do Retiro
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
(Fifa-MG).
Assistentes: Kleber Lucio Gil
(Fifa-SC) e Alessandro Alvaro Rocha De Matos (Fifa-BA).
Gols: Guilherme, aos 17 min e
Diego Silva, aos 39 do 1º, Jimenez, aos 36 min do 2º
Cartões amarelos: Luan,
Adryelson, Ronaldo, Leandrinho (S), Hereda, Jimenez, Diego Silva (N)
Expulsões: Sueliton (N), Hernane Brocador (S)
Público: 27.017
Renda: R$ 940.660
Por: João de Andrade Neto/Diário
de Pernambuco
GALERIA DA FINAL
O goleiro Maílson, prata da casa, defendeu dois pênaltis e foi o herói da final.
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