quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Baiano, o super artilheiro de Pernambuco

Baiano (Náutico)

Valmecyr  José  Margon, o Baiano, nasceu em 14 de maio de 1953, no município de Colatina-ES. Era meio-campista e começou sua carreira profissional no Rio Branco-ES em 1973 e permaneceu lá até 1978. Mas tarde, em 1987, voltaria a vestir novamente a camisa do clube que o projetou para o futebol. Baiano foi três vezes campeão capixaba (1973, 75 e 78), sendo co-artilheiro em 1973, juntamente com seu companheiro de equipe, Rogério, com 7 gols, e em 1978 foi artilheiro com 10 gols. Em 1973, após ser campeão estadual pelo Rio Branco-ES, Baiano foi emprestado no segundo semestre a Desportiva Ferroviária para disputar o Campeonato Brasileiro da Série A, que contou com a participação de 40 clubes. A Desportiva Ferroviária terminou o campeonato na 27ª colocação. Baiano estreou em Campeonato Brasileiro em 25 de agosto de 1973 contra o Sergipe. Marcou apenas um gol, justamente contra o Náutico, em 5 de dezembro de 1973, na vitória por 2 a 0, no Engenheiro Araripe. Vestindo a camisa do Rio Branco, Baiano marcou 53 gols.     
Em 1980, o Santa Cruz  começou reformular sua equipe de futebol, pois no final da década anterior,  já havia perdido seus principais jogadores e principalmente para seu maior rival, o Sport Recife. Jogadores que deram muitas alegrias para a torcida coral como: Edson, Wilson Carrasco, Betinho, Joãozinho e Givanildo, agora estavam na Ilha do Retiro. Outros ídolos como: Luís Fumanchu e Nunes (o cabelo de fogo) já haviam se debandados para o Fluminense.
Baiano chegou ao Santa Cruz em 1980, e no ano seguinte já foi artilheiro do Campeonato Pernambucano com 38 gols, quebrando um tabu de 22 anos. Foto: Revista Campeão.

Entre os novos contratados do Santa Cruz, chegava um jovem meio-campista capixaba desconhecido dos grandes centros futebolísticos que respondia pelo apelido de Baiano. No Campeonato Pernambucano de 1980, Baiano disse pra que veio, já disputou a temporada pau-a-pau pela artilharia, com veteranos como Sena (Santa Cruz), companheiro de equipe, que acabou sendo o artilheiro com 23 gols, e o velho Dadá Maravilha (Náutico) que foi o vice-artilheiro com 22 gols, e Baiano dividiu a 3ª posição com Reinaldo (Náutico) marcando 15 gols. Baiano já começava a despontar como um dos grandes artilheiros do futebol pernambucano. Entretanto, o Santa Cruz ficou com o vice-campeonato.

No Campeonato Pernambucano de 1981, Baiano ainda vestindo a camisa do tricolor do Arruda, que não fez uma boa campanha e acabou em terceiro,  quebrou um tabu que já durava 22 anos. A de maior artilheiro em uma única temporada. Ele fez 38 gols no campeonato, superando a marca de 36 gols de Pacoti (Sport Recife) que foi artilheiro do campeonato de 1958. Baiano superou os artilheiros: Roberto Coração de Leão (Sport) 29 gols; Ivan (Santa) 19 gols; Denô (Sport) 15 gols; Rivaldo (América-PE) 12 gols e Reinaldo (Náutico) 11 gols. No final da temporada de 1981, Baiano recebeu a Chuteira de Bronze promovida pela ADIDAS e Revista Placar, como o terceiro maior artilheiro do Brasil com 43 gols. A Chuteira de Ouro ficou com Jorge Mendonça (Guarani-SP), com 49 gols e a Chuteira de Prata foi para Roberto Dinamite (Vasco) com 44 gols. Em sua passagem pelo Santa Cruz, Baiano marcou 62 gols.
Baiano no Fluminense, sendo homenageado pelos conterrâneos no Engenheiro Araripe-ES. Foto: Arquivo Pessoal de Baiano.

Em janeiro de 1982, o Santa Cruz negocia Baiano com o Fluminense-RJ por CR$ 15 milhões de cruzeiros para disputar a Taça de Ouro (nome do Campeonato Brasileiro). O Fluminense vendeu vários jogadores e enfraqueceu a equipe. Baiano não foi bem e passou boa parte do campeonato como reserva. Passou apenas cinco meses no tricolor carioca, participou de 15 partidas e marcou apenas 5 gols.

Ainda em 1982, Baiano deixa o Fluminense e volta para Pernambuco, agora no Náutico, para se consagrar como um dos maiores goleadores da história do futebol pernambucano. No campeonato estadual deste ano, Baiano bate seu próprio recorde fazendo 40 gols e no final da temporada somou  43 gols, sendo o maior artilheiro do país e ganhando a primeira  Chuteira de Ouro da Adidas. Zico (Flamengo) ficou com a de prata e Casagrande (Corinthians) com a de bronze. Apesar  do sucesso de Baiano, não foi desta feita que ele foi campeão pernambucano. O Sport Recife tornara tricampeão.
Baiano no Náutico, exibindo sua segunda Chuteira de Ouro como o maior artilheiro do Brasil em 1983. Foto: Revista Campeão.

Em 1983, Baiano chega a disputar a final do Campeonato Pernambucano contra o Santa Cruz. Depois do empate no tempo normal, o Santa Cruz vence nos pênaltis e torna-se campeão, para frustração de Baiano, que foi pela terceira vez consecutiva, artilheiro do Campeonato Pernambucano com 40 gols, igualando seu próprio recorde. Baiano foi também, o grande goleador do alvirrubro dos Aflitos na Taça de Ouro (Brasileirão) com 12 gols. Com seus 52 gols na temporada, Baiano conquistou sua segunda Chuteira de Ouro da ADIDAS, sendo o maior artilheiro do país.  

Em 1984, talvez o esquema de jogo do Náutico, implantado pelo técnico Ênio Andrade, não tenha favorecido a Baiano em busca do gol, pois ele marcou apenas 24 gols no Campeonato Pernambucano e mais 2 gols em amistosos contra o Grêmio Petribu e Seleção de Surubim. O artilheiro do campeonato foi Luís Carlos, do Sport Recife, que igualou a sua marca, com 40 gols. Mas, Baiano desta feita, conquistou seu primeiro título pernambucano numa final contra o Santa Cruz. No Brasileirão, Baiano novamente foi o artilheiro do time, desta vez, com 9 gols. Terminando a temporada com 35 gols. Neste ano, o Clube Náutico Capibaribe fez sua melhor campanha em campeonatos brasileiros da Série-A, terminando em 6º lugar. Além de Baiano, a equipe contava com excelentes jogadores como: Mazaropi, Manguinha, Alfredo Santos, Rogério, Heider, Lourival, Denô e Ademir Lobo.
                                                                                                                      
Já em 1985, a média de gols do artilheiro Baiano caiu bastante, foram apenas 22 gols em toda temporada: 12 gols no Pernambucano, 7 gols no Brasileirão da Série A e 3 gols em amistosos. Baiano fez poucos gols, mas conquistou o bicampeonato estadual para alvirrubro, novamente contra o Santa Cruz na final.

1986, Baiano  demonstrava a cada ano que já não tinha o mesmo faro de gol do início da década. Em toda temporada foram minguados 19 gols: 13 gols no estadual, 3 gols em amistosos e 3 gols no Brasileirão da série-A. O Náutico fez uma péssima temporada, foi o 4º colocado no Campeonato Pernambucano, atrás do Central de Caruaru e 30º colocado no Brasileirão da série-A.
Baiano vestindo a camisa do Rio Branco-ES em 1987. Foto: Tablóide/Recife.

1987, Se a média de gols de Baiano no ano anterior, foi bem abaixo do esperado deste grande goleador. Neste ano,  ainda foi mais decepcionante. Baiano fez apenas 15 gols em toda temporada: 10 gols no Pernambucano, 3 gols em amistosos e apenas 2 gols no Brasileirão (Módulo Amarelo) onde Baiano disputou pelo Rio Branco-ES (seu primeiro clube, como profissional). O Náutico acabou em 3º no Campeonato Pernambucano e o Rio Branco-ES ficou em 10º a frente do Náutico que acabou em 13º. De 1982 a 1987, tempo em  que Baiano jogou pelo Náutico, ele marcou 183 gols.
Em 1988, depois de um bom campeonato estadual pelo Central de Caruaru, o Sport Recife contratou Baiano para a Copa União (Brasileirão/88). Onde o Sport Recife fez uma excelente campanha. Foto: Revista Placar.

Em 1988, Baiano se transferiu do Rio Branco-ES para o Central de Caruaru, onde no primeiro semestre disputou o Campeonato Pernambucano e teve um bom desempenho, onde marcou 12 gols, alguns contra os três grandes de Pernambuco. O Central fez uma boa campanha e terminou na 4ª colocação. O primeiro gol de Baiano com a camisa do Central aconteceu em 28 de fevereiro quando o Central perdeu para o Náutico por 3 a 2. O bom desempenho de Baiano no Central, despertou o interesse do Sport Recife que logo o contratou para disputar a Copa União (Brasileirão). O Sport Recife de Robertinho, Ribamar e Baiano, fez uma excelente campanha, terminando na 7ª colocação na classificação geral. No entanto, Baiano marcou apenas um gol, contra o maior rival do rubro-negro, o Santa Cruz. O placar foi 1 a 0, em 4 de setembro, que marcou o fim de sua carreira como jogador profissional. Baiano é até hoje, o maior artilheiro em Campeonatos Pernambucano com 202 gols. Marcou 318 gols na carreira.

Depois que Baiano deixou o futebol, ele  e o ex-goleiro Joel Mendes tornaram-se sócios em uma panificadora em Curitiba. O negócio não foi adiante. Baiano atualmente, é proprietário de uma vidraçaria em Vila Velha-ES.

GALERIA DE FOTOS DE BAIANO:

Charge do cartunista Humberto de 1981, de Baiano no Santa Cruz, na corrida da artilharia do Campeonato Pernambucano. Gravura: Diário de Pernambuco.

Baiano (Náutico) em 1982, ao lado do garoto Casagrande (Corinthians) de 19 anos, recebendo sua primeira chuteira de ouro, como o maior artilheiro do Brasil, nos Aflitos.


Baiano, jogando pelo Fluminense. Esta foto é do dia 24/1/1982, onde o Sport Recife, venceu o Flu por 2 a 1, no Maracanã.
14/7/1987, Baiano defendendo a Seleção Pernambucana lá na Paraíba. Em pé: Chiquinho, Ivan, Zé do Carmo, Heraldo, Betão e Leão. (agachados): Robertinho, Baiano, Mirandinha, Ademir Lôbo e Gilson Gênio. Foto: Diário de Pernambuco.
Baiano atualmente (2011) após uma pelada em Vila Velha-ES. Foto: Arquivo pessoal de Baiano.
Baiano e família em 2011. Foto: Arquivo pessoal de Baiano.

Por: Jânio Odon
Fonte: Revista Placar, Diário de Pernambuco, Revista Campeão e Futebol80.com.br











11 comentários:

  1. Meu pai me falava que comprava ingresso só pra ver ele jogar no ES , pelo Rio Branco , o mais tradicional

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  2. SOU TORCEDOR DO NÁUTICO, E BAIANO PRA MIM, É O MEU GRANDE ÍDOLO... JOGADOR COMPLETO E QUÊ NÓS SÓ TEMOS A AGRADECER. OBG POR TUDO BAIANO! SAUDADES.

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    1. E Baiano chegou no melhor momento do Náutico, quando montou um excelente elenco. Obrigado pela visitação. Um abraço!

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  3. SOU BETO MORAES DE RECIFE TORCEDOR DO NÁUTICO. BAIANO É INESQUECÍVEL PRA NÓS. JOGADOR COMPLETO, E QUÊ FEZ MUITO NOSSA ALEGRIA. OBG POR TUDO BAIANO!!! SAUDADES DEMAIS 🙏

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  4. Só gratidão craque sem frescura tratavas os torcedores com muito carinho sempre nessa época era uns dos diretores da torcida do náutico Timbucana de 1983 a 1993 participei 10 anos .

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  5. Tenho 52 anos e ha 40 soi sócio do Náutico. Na minha geração não vi melhor jogador. Artilheiro, protegia a bola como ninguém. Jagava fácil, diblava, sabia cabecear. Jogador completo. Melhor que vi no glorioso CNC.

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  6. Baiano, realmente fez história no futebol pernambucano. Obrigado pela participação.

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  7. Sou torcedor do Sport,fui assistir um clássico dos clássicos na ilha,o que Baino e Mirandinha fizeram naquele jogo, meu Deus. Não foi pior porque o juiz nos ajudou. O cara jogava muita bola.

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  8. Baiano foi espetacular artilheiro por onde passou , muito habilidoso , fazia a leitura do jogo como poucos , craque da bola , todas as homenagens a esse cara ainda é pouco , parabéns Baiano .

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