quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sport Recife empata com o Ceará no Castelão e torna-se tricampeão da Copa do Nordeste

Ailton é abraçado pelos companheiros após sofrer o pênalti em que ocasionou o gol do titulo, batido por Neto Baiano. Foto: Fotos Públicas.



9 de abril de 2014 (Quarta-feira)

FORTALEZA - Pode guardar essa data, torcedor do Sport. Guardar com carinho, desde já com saudosismo. Junte a 1994 e a 2000. Está eternizado na história do clube: o Leão é tricampeão da Copa do Nordeste. E de um jeito inesquecível. Frente a um adversário que valorizou o peso da taça. Diante de uma Arena Castelão que esteve em ebulição na noite desta quarta-feira. A torcida do Ceará lotou o estádio, fez barulho e deu todo o brilho necessário, digno de decisão. Fanáticos que foram à loucura quando Magno Alves abriu o placar no fim do primeiro tempo. Mas que silenciaram quando Neto Baiano empatou no início da etapa seguinte. O gol (e tinha que ser o do artilheiro rubro-negro!) seria, sim, o do título.
Como vencera o jogo de ida por 2 a 0, o Ceará, então, precisaria fazer 4 a 1 para reverter o quadro. Tinha 40 minutos de jogo pela frente sob os gritos de “Eu acredito!” dos torcedores. Não daria. O Sport agigantou-se. A melhor defesa da competição fez valer jus à fama. Nada mais passaria pela muralha Magrão. O título era do Sport. Aos 26 minutos do segundo tempo, a torcida leonina timidamente já começada a gritar: “É campeão!”, logo em seguida lembrou-se: “Tricampeão!”, corrigiu-se para não mais parar de gritar.
O estádio já esvaziado, foi o cenário para uma imagem memorável. Histórica por si só. Durval, seis anos após levantar a taça da Copa do Brasil, dessa vez levantando a taça de campeão da Copa do Nordeste. Diante de aproximadamente quatro mil guerreiros rubro-negros que foram a Fortaleza torcedr pelo Leão. Ao seu lado, Magrão. Juntos ambos se tornaram os únicos jogadores do Leão a conquistarem títulos estaduais, nacionais e agora um regional.
Nasce um técnico
Título que coroou a nascimento de um novo técnico para o Brasil: Eduardo Baptista. Afinal, foi ele que fez do mesmo time praticamente eliminado na primeira fase, o campeão. Até então preparador físico, o Leão renovou-se. Transformou-se, reinventou-se. O zagueiro Ewerton Páscoa virou zagueiro. O time todo cresceu nas mãos do treinador. Com a torcida a favor, o Leão bateu o Náutico (ainda na primeira fase), eliminou o CSA, o Santa Cruz e, por fim, o Ceará. Sempre decidindo no campo adversário. Foi campeão por merecimento. De quebra, o Sport ainda prêmio de R$ 1 milhão, mais vaga na Copa Sul-Americana.

 Durval, o capitão rubro-negro, segurou o ataque cearense e garantiu o título. Foto: CBF
 
O jogo
 
O Sport começou a partida exatamente como tinha orientado o técnico Eduardo Bastita, valorizando a posse da bola, trocando passes, deixando o tempo passar. Com a defesa bem postada em campo e utilizando-se do nervosismo do adversário, ainda dava as suas beliscadas ao ataque. Chegou perto do gol com Páscoa e Wendel. Parecia tudo sob controle. Perfeito demais. Fácil de mais. Não seria assim. Aos 41 minutos, Magno Alves fez explodir em alegria o Castelão. Era o que o Vozão precisava para fazer ferver ainda mais o caldeirão.
No segundo tempo, porém, o Sport praticamente acabou com o jogo aos cinco minutos. Ailton, em jogada individual, sofreu pênalti do goleiro. Neto Baiano foi para a cobrança e, bem a seu estilo, soltando uma bomba no meio da barra, empatou o jogo. A partir daí, o Leão fez o que queria. Jogou no erro e no nervosismo do adversário. Gastou o tempo para soltar o grito de campeão.

 A torcida do Sport Recife comemorou muito a conquista no Castelão. Foto: Rafael Ribeiro/CBF.

A OPINIÃO DA CRONICA CEARENSE

Mais de 60 mil torcedores e uma só decepção na Arena Castelão. Na noite desta quarta-feira, o Ceará não passou do empate em 1 a 1 com o Sport e ficou com o vice-campeonato da Copa do Nordeste. Sem atuação de brilho no ataque, o Vovô falhou na tentativa de vencer por três gols de diferença e levantar a taça do Regional. Fim de um dos sonhos no ano do centenário do clube de Porangabuçu. Já o Sport, que triunfou por 2 a 0 no jogo de ida, selou o seu terceiro título de campeão do Nordestão.
"Desespero" não é uma palavra forte. Forte mesmo é o emprego do "quase" no futebol. Quando o jogo em questão se trata de uma final, então, não há torcedor paciente que reaja a uma bola que deixou de entrar por pouco. No jogo entre Ceará e Sport, os mais de 60 mil alvinegros comprovaram esta máxima. O time dominou a etapa, acuou o Leão pernambucano e desferiu golpes incansavelmente à meta adversária. E quem arrisca mais, também está sujeito a desperdiçar mais. Os suspiros dos alvinegros ecoaram com as jogadas de efeito de Assisinho, com a cobrança de falta perigosíssima de Ricardinho, aos 24 minutos, além do tento incrivelmente perdido por Magno Alves, aos 37, cara a cara com Magrão.
Mas a multidão preta e branca não desistiu. Xingou muito, é verdade, mas não desistiu. Mesmo com a surpreendente postura ofensiva do Sport, que deu trabalho ao arqueiro Luís Carlos, principalmente em lances de Wendel e Ewerton Páscoa. Só que não era a Ilha do Retiro, mas sim o Castelão. Por lá, o artilheiro atende pelo apelido de Magnata. Aos 42 minutos, o camisa 11 recebeu assistência de Souza e marcou: 1 a 0. Dos assentos, o grito de "eu acredito" subiu de volume. Para o nível ensurdecedor.
 A torcida do Ceará acreditava, mas não deu, o Sport Recife segurou o vovô e garantiu mais um título da Copa do Nordeste. Foto: Rafael Ribeiro/CBF.

A etapa final parecia ser o momento do Alvinegro embalar de vez, depois de um primeiro tempo com gol e diversas oportunidades criadas. Contudo, logo no início dos últimos 45 minutos, veio a decepção. Pior do que a dor do tal "quase" é o balanço das redes indesejadas. Aos 4, Neto Baiano caiu na grande área e o árbitro assinalou pênalti. O próprio cobrou, sem piedade, e empatou a partida: 1 a 1. Agonia dos amantes do Vovô no Castelão. Início do desequilíbrio dos comandados de Sérgio Soares no gramado.
Ao passo que o Sport aumentou a responsabilidade do Ceará, que precisaria de três gols para vencer, os anfitriões não conseguiram chegar ao ataque com qualidade. Não há jogadas de destaque a serem citadas. Apenas o desapontamento dos milhares de alvinegros no estádio cearense, que nos minutos finais deixaram os setores do Castelão rumo a suas casas. Muitos apoiadores se voltaram contra o treinador alvinegro, que foi chamado de "burro". Mas nenhuma tentativa de encontrar culpados foi maior do que o tombo de um "quase" título que não chegou perto de existir na decisão.

Ceará 1
Luís Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente;Amaral, Ricardinho e Souza (Tadeu - aos 14 do 2ºT); Assisinho (Leandro Brasília - aos 29 min do 2ºT), Magno Alves (Rogerinho- aos 34 min do 2ºT) e Bill.
Técnico: Sérgio Soares.

Sport Recife 1
Magrão; Patric, Ferron, Durval e Renê; Éwerton Páscoa (Rithely - aos 20 min do 2ºT), Rodrigo Mancha, Wendel (Igor - intervalo) e Ailton; Felipe Azevedo (Oswaldo - aos 35 do 2ºT)) e Neto Baiano.
Técnico: Eduardo Baptista.

Local: Arena Castelão, em Fortaleza-CE. Árbitro: Jaílson Macedo Freitas (BA). Assistentes: Adson Márcio Lopes (BA) e Ailton Farias da Silva (SE). Gols: Ceará - Magno Alves (aos 41 min do 1ºT); Sport - Neto Baiano (aos 6 min do 2ºT). Cartões amarelos: Ceará - Bill (aos 44 min do 1ºT); Sport - Neto Baiano (aos 3 min do 2ºT). Público: 61.280 Renda: R$ 1.476.187.

Por: WSCOM.online (opinião da crônica cearense) e Daniel Leal/Diário de Pernambuco.


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