5 de dezembro de 2015
Na semana em que o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), abriu o processo de impeachment
para destituí-la, a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), desembarcou
na capital pernambucana para tratar de um dos mais graves problemas de saúde
pública registrado nos últimos anos. O avião da chefe do Executivo estava
programado para chegar neste sábado, (5), às 10h20, à Base Aérea do Recife, mas
aterrissou precisamente às 10h35. De lá, Dilma partiu para o Comando Militar do
Nordeste, onde lidera uma reunião emergencial sobre as ações de enfrentamento
às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, chikungunya e
zika).
O número de casos de dengue
cresceu assustadoramente este ano em Pernambuco. Até o dia 14 de novembro,
foram notificadas 119.646 ocorrências em todo o Estado, enquanto no mesmo
período no ano passado foram 17.702 notificações. O número de casos confirmados
foi de 42.781 este ano, enquanto em 2014 foram 6.573 no mesmo período.
Recife é a cidade com o maior
número de notificações do Estado, segundo o último boletim divulgado no último
mês pela Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, foram 25.219 casos, o que
representa um aumento de 838,2% no número de notificações – foram 2.688 no
mesmo período de 2014. A cidade contava ainda 15.168 casos confirmados de
dengue até o dia 14 de novembro, 20 vezes mais que os 693 casos do ano anterior.
Até o início do ano, não havia um protocolo definido para a notificação do zika
vírus e da febre chikungunya em Pernambuco.
Na reunião, a presidente também
deverá tratar do aumento exponencial dos casos de microcefalia no Estado.
Pernambuco possui mais da metade dos casos registrados no país este ano. Pelo
último levantamento do Ministério da Saúde, são 646 notificações, contra 1.248
em todo o Brasil. Às 12h30, a presidente deverá conceder entrevista coletiva à
imprensa. O retorno para Brasília está marcado para 13h15.
Dilma Rousseff cumprimenta policiais militares no Comando Militar do Nordeste.
Participam do evento o governador
Paulo Câmara (PSB), os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Integração
Nacional, Gilberto Occhi, entre outras autoridades locais para tratar do
combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável por transimitir dengue,
chikungunya e zika vírus - esta última, associada aos casos de microcefalia. Em
novembro, o governador Paulo Câmara, participou de reunião com a chefe do
Executivo, que manifestou “preocupação” com a situação e afirmou que viria ao
Estado.
“Um assunto como este tem a
preocupação de todos nós e a presidenta também demonstrou muita preocupação.
São números que crescem rápido e as crianças que estão nascendo agora foram
geradas no início do ano, então toda a investigação e a preocupação é no
sentido de que a gente tome ação imediata para que o início do próximo seja com
menos casos”, afirmou o governador após reunião realizada com a presidente
Dilma, no Palácio do Planalto, no último dia 26.
Na ocasião, Câmara ainda afirmou que
passou cerca de duas horas em reunião com a presidente e com ministro da Saúde
para tratar do aumento “exponencial” dos casos de crianças com a má-formação.
Segundo ele, Pernambuco é o estado no Nordeste com o maior número de casos
notificados e confirmados e que, por isso, precisaria contar com ajuda do
Governo Federal.
A microcefalia é uma condição
rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Em
razão das diversas crianças que nasceram com a má-formação, o Governo Federal
criou uma força-tarefa integrada por 17 ministérios para tentar conter o avanço
dos casos. Até o Exército foi acionado para integrar o combate ao Aedes aegypti,
transmissor de doenças como a dengue, a febre chikungunya e a zika – essa tida
como uma das responsáveis pela microcefalia.
Até o dia 30 de novembro, o
Estado registrava 646 casos. O governo de Pernambuco anunciou um novo protocolo
para diagnóstico da microcefalia. Desde a última quinta-feira (3), passaram a
ser considerados com a má-formação apenas os bebês que tenham perímetro
cefálico igual ou inferior a 32 centímetros -- e não mais 33 cm. O estado decidiu
adotar os parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O protocolo também aconselha que as mães que apresentarem manchas vermelhas pelo corpo (exantema) durante a gestação, devem procurar a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para que o caso seja notificado.
O protocolo também aconselha que as mães que apresentarem manchas vermelhas pelo corpo (exantema) durante a gestação, devem procurar a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para que o caso seja notificado.
Por: G1- Pernambuco.
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