Tempestade no Recife, um dia de caos. Foto: Folha de São Paulo.
Vendaval e tempestade provocaram
medo e pânico na região de Águas Compridas, nesta sexta-feira (29/01). É bem verdade que aconteceu em toda RMR e interior, mais vamos falar o que aconteceu por aqui. Tudo
parecia muito normal pela manhã, calorão de lascar, propício para curtir uma
boa praia. É parecia, só que lá pelas 14 horas, o tempo começou a mudar, o céu
ficou nublado e cinzento, trovões começaram a estrondar tudo e raios provocaram
clarões que dava medo em todo mundo. De repente, chegaram os ventos fortíssimos
que começaram a arremessar telhas, tampas de caixa d’água e objetos diversos
pra tudo que é lado, duas árvores caídas na rua da Linha, Isso aí eu presenciei
no Alto da Bondade e na comunidade de Passarinho Alto, onde caiu até granizo,
pouco, mais caiu. Algo fenomenal, jamais visto por estas bandas.
Lá, por volta das 16 horas, veio
a falta de energia elétrica que só se restabeleceu lá pelas 23 horas. Isso é,
na comunidade de Passarinho-Alto, porque em vários pontos do Alto da Bondade e
região de Águas Compridas o breu foi total. Peguei o carro aproximadamente às 20 horas, e fui até o terminal
integrado de passageiros de Xambá. Lá a cena era de pavor e desespero. Sem
energia elétrica, sem ônibus, que estavam presos no trânsito em decorrência do temporal. Um verdadeiro caos. Parecia cena de filme americano de catástrofe,
gente correndo pra tudo que é lado, sem rumo. Semáforos apagados, Estrada do
Caenga e Avenida Presidente Kennedy entupidas de veículos sem ter para onde ir.
Um colapso impressionante.
No dia seguinte, grande parte da
região de Águas Compridas e Beberibe ainda estavam sem energia elétrica.
Comerciantes e donas-de-casa em desespero por causa dos alimentos que estavam apodrecendo
nas geladeiras e frezeres. À noite, começaram as famigeradas barricadas com pneus,
galhos de árvores e tudo que não presta, provocadas por populares em virtude da
falta de energia elétrica. Isso aconteceu em diversos pontos desta região, para
lascar mais a vida desta população que não tem nada a vê com isto. Oh gente pra
sofrer!
Alto da Bondade também sofreu com o temporal. Foto: Alcione Ferreira/DP.
Peguei o carro aqui na Bondade
para ir até a Bomba do Hemetério, quando chego na descida da rua da Linha, um
protesto com barricada. Retorno e vou por Dois Unidos, porque em Caixa D’Água
está uma vergonha é só buracos com crateras gigantescas. Retornando da Bomba,
sigo pelo Alto Santa Terezinha na tentativa de pegar um atalho e chegar até
Dois Unidos, o fluxo de veículo é grande, já fiquei desconfiado que algo estava
errado. No Alto do Céu por trás do Bela Vista tento chegar na avenida Hildebrando
de Vasconcelos em Beberibe, encontro outro protesto, rua bloqueada. Retorno e
tento a Ladeira do Sapoti, lá encontro outro protesto, e para piorar um ônibus
da empresa caxangá bate em meu carro, não era minha noite de sorte. Três horas
depois que a Companhia de Trânsito fez a ocorrência, lá vou eu de novo tentando
chegar em casa. Pego uma rua que não sei o nome, no Alto do Céu, tão íngreme,
que pensei que o carro ía capotar, a mulher fechou até os olhos. O fato é que
desci a ladeira numa boa. Sigo por Dois Unidos e Passarinho sem obstáculos,
graças à Deus, chego na subida da rua Andorinha que dá acesso ao Alto da
Bondade, outro protesto. Retorno e sigo por outra rua próximo e chego no meio
da rua Andorinha, finalmente chego em casa, sã e salvo neste dia de caos.
Por: Jânio Odon.
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