quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Náutico reage e supera o Paysandu nos pênaltis

Num jogo inesquecível contra o Paysandu, o Náutico empata no último minuto do jogo e consegue o acesso nos pênaltis. Foto: Arthur Mota/Folha de PE.


No Náutico, foram 665 dias aguardando a tarde deste domingo. Nos bons e maus momentos ao longo da temporada, era sempre ponderado que o mais importante ainda estava por vir. Que o mais importante seria sair da Série C, dar fim à uma angústia que demorou mais do que deveria. Ou, na realidade, nem deveria ter existido. Mas o momento não é mais de lamentação e, sim, de comemorar aliviado.
Alívio este que veio com muito drama. Após sair perdendo com um gol em cada tempo, o Timbu diminuiu com Álvaro e empatou aos 49 do segundo tempo com Jean Carlos, levando a disputa para os pênaltis, onde Jefferson brilhou com uma defesa e, assim, deu ao Timbu o tão sonhado acesso.

O alívio, também, por dias melhores. Quer dizer, um ano melhor - com mais dinheiro, visibilidade e um calendário cheio. Condizente com a tradição alvirrubra, que é entre os principais clubes do Brasil. A Série C é uma inconveniente exceção e não regra. E que ela nunca mais aconteça.

Com o 2020 garantido, no entanto, ainda resta ao Timbu algumas formalidades em 2019. Ao bater a equipe paraense, classificou-se às semifinais da Terceirona e, agora, terá como adversário o vencedor do confronto entre Juventude e Imperatriz, que entram em campo na noite desta segunda-feira, no Rio Grande do Sul.
  
O Náutico teve duas mudanças em relação ao primeiro jogo. Jean Carlos foi acionado no lugar de Matheus Carvalho e Rafael Oliveira voltou de lesão na vaga de Wallace Pernambucano.

Como é normal em um confronto desta dimensão, o jogo começou um pouco nervoso, com algumas divididas duras no centro do campo, paralisações demoradas e até discussão entre as comissões técnicas. Sofrendo uma marcação alta do Paysandu no início, o Náutico tentou chegar em bolas paradas - seja em escanteio ou faltas frontais. Em 13 minutos, tinha feito três lançamentos na área com Jean Carlos, mas sem sucesso.

Com dificuldade por conta dessa pressão, no entanto, o Timbu nem precisou fazer esforço para criar uma chance. Jean Carlos recebeu um presente ao goleiro Mota errar a saída de bola, conseguiu driblá-lo e, quando chutou, viu Micael tirar em cima da linha.

Mesmo com o passar do tempo, o Náutico não viu o ímpeto do Paysandu na marcação alta diminuir. E assim o Timbu sofreu um forte golpe. Aos 25 minutos, a defesa Timbu errou a saída de bola, Vinicius Leite recebeu na intermediária, chutou, a bola desviou em Diego Silva e, sem chances para Jefferson, parou no fundo das redes.

Em desvantagem no placar, a equipe alvirrubra passou a ter mais espaço para sair jogando, uma vez que o Papão recuou as linhas. Ainda assim, sentiu o gol sofrido e não conseguiu imprimir o seu ritmo de jogo. Pior: quase sofreu outro. Nicolas recebeu de frente para Jefferson, passou pelo goleiro e finalizou, mas viu Camutanga salvar com um carrinho.

Para a etapa complementar, o Náutico voltou com uma mudança. Jhonnatan entrou na vaga de Jiménez para dar mais mobilidade ao time, travado no primeiro tempo. E foi boa a troca, já que a equipe voltou melhor, mais enérgica.

Com quatro minutos, o Timbu chegou em duas oportunidades pela direita, uma delas com o jogador, que fez com cruzamento para Álvaro, que testou por cima. Entretanto, esse crescimento inicial durou pouco porque o Náutico sofreu outro golpe. 

Em investida do Paysandu pelo lado direito, Tony cruzou e Nicolas completou no primeiro pau, sem chances para Jefferson. Mais uma vez, o Timbu sentiu o revés e por pouco não levou outros dois. Novamente com o autor do segundo gol, o atacante perdeu duas chances na entrada da área.

Após os sustos, o Náutico voltou para a partida e foi para cima. Para o tudo ou nada. E assim conseguiu diminuir. Aos 18 minutos, Wilian Simões cruzou na área e Álvaro cabeceou para fazer o primeiro do alvirrubro. O gol, como esperado, aumentou o ânimo da equipe, que seguiu pressionando, com mais alma do que organização. 

À certa altura, Wilian Simões virou ponta de um lado, Jhonnatan do outro, Álvaro atacante pelo centro ao lado de Wallace Pernambucano. No ‘abafa’ na reta final do jogo, o Timbu não criou efetivamente, mas, aos 49, conseguiu um pênalti - após cruzamento no lado esquerdo, a bola rebateu na mão de Uchôa. Na marca da cal, Jean Carlos deslocou o goleiro Mota e empatou o confronto.

O goleiro Jefferson defende a cobrança de Wellington Reis do Paysandu. Foto: Arthur Mota/FolhaPE.

Pênaltis
- Náutico: Jean Carlos, Jhonnatan, Wilian Simões, Josa e Matheus Carvalho fizeram; 
- Paysandu: Caique Oliveira, Tony e Uchôa fizeram; e Jefferson defendeu o de Wellington Reis

Náutico 2 (5)
Jefferson; Hereda, Diego Silva, Camutanga e William Simões; Josa, Jimenez (Jhonnatan) e Jean Carlos; Thiago (Matheus Carvalho), Rafael Oliveira (Wallace Pernambucano) e Álvaro. Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Paysandu 2 (3)
Mota; Tony, Micael, Perema, Bruno Collaço; Anderson Uchoa, Wellington, Tomas Bastos (Thiago Primão); Nicolas, Vinicius Leite e Hygor. Técnico: Hélio dos Anjos.

Local: Estádio dos Aflitos
Público: 16.662
Renda recorde: R$ 622.183,00
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Leirson Peng Martins e Lucio Beiersdorf Flor (ambos do RS)
Gols: Vinicius Leite, Nicolas (P); Álvaro, Jean Carlos (N)
Cartões amarelo: Caique Oliveira, Uchôa, Thiago Primão, Nicolas (P)
Cartão vermelho: Diego Silva (N); Perema (P)

Por: Geraldo Rodrigues/Diário de Pernambuco.

GALERIA DE FOTOS

Matheus Carvalho marca o gol que levou o Náutico para Série B em 2020. Foto: Paulo Paiva/DP.
O mascote Timbu animou a festa da vitória alvirrubra. Foto: Léo Lemos/Náutico.

Chegada da equipe do Náutico aos Aflitos. A torcida fez a festa. Foto: Arthur Mota/Folha PE.
































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