Luizinho e Grafite deram muita trabalho a defensiva botafoguense. Foto: Ernesto Carriço/O Dia.
14 de novembro de 2015 (sábado)
O Santa Cruz foi time de primeira contra o Botafogo. Sem medo do melhor ataque da Série B, foi impecável na defesa. Como há muito não se via fora de casa (com exceção da vitória sobre o Bahia), foi certeiro e letal no ataque. Ignorou a festa do virtual campeão Botafogo. Em pleno Engenhão, fez 3 a 0 e deu um largo passo rumo à Primeira Divisão. Está a quatro pontos do quinto colocado, o Bragantino. E se a matemática ainda não assegura o acesso, a atitude demonstrada pelo time em campo é a garantia do torcedor coral para que o time volte, após 10 longos anos, ao grupo de elite do futebol brasileiro. O que pode, inclusive, acontecer com uma rodada de antecedência, em caso de vitória sobre o Mogi Mirim.
Desde o início da partida, o time coral mostrou que não fora ao Engenhão apenas para se defender. A começar pela escalação; em vez de resguardar a defesa com Bileu, como havia feito no jogo contra o Bahia, o técnico Marcelo Martelotte optou por montar o meio com Daniel Costa e João Paulo, deixando Wellington sozinho na cabeça de área.
Com um time ofensivo, o Santa fez um primeiro tempo aberto com o Botafogo. Os dois times revezavam chegadas ao ataque. Logo aos dois minutos, Luisinho aplicou um chapéu sobre o adversário, mas chutou torto. Aos 17, Vitor arriscou do meio de campo, mas Helton Leite, atento, defendeu. O Alvinegro chegava, mas não tinha chances concretas.
Aos 27 minutos, o árbitro Heber Roberto Lopes paralisou o jogo por conta do forte calor do Rio de Janeiro. A pausa pareceu ter feito mal ao Santa. Aos 30, Diego Giaretta recebeu de frente para o gol, com Tiago Cardoso batido; coube a Danny Morais, em cima da linha, salvar o Tricolor. Um minuto depois, Neílton, quase sem ângulo, encobriu o goleiro coral e quase marcou um golaço. O Bota ainda chegaria com perigo mais duas vezes antes do fim da primeira etapa, sempre aproveitando os espaços de Allan Vieira, pela esquerda.
Daniel Costa e Grafite comemoram com Lelê, o primeiro gol coral.
Segundo tempo
A apatia do Santa no final de primeiro tempo foi substituída pelo fogo no início da segunda etapa. Logo com um minuto, uma chance incrível perdida: após cruzamento de Daniel Costa, Grafite, dentro da pequena área, tocou para bela defesa de Helton Leite. Aos cinco, o atacante se redimiu: impedido, recebeu de Luisinho e apenas ajeitou para Lelê, livre, fazer 1 a 0 para o Tricolor.
Vaiado pela torcida, restou ao Botafogo se lançar ao ataque. A bola rondou a área tricolor por 15 minutos. As investidas, porém, paravam na bem postada defesa coral. Perigo real, só aos 20 minutos, em cabeçada de Roger Carvalho. O Santa esperava um contra-ataque para matar o jogo. E ele veio: Aos 22, Daniel Costa achou Luisinho entre os zagueiros. Ele dominou e teve tempo de sobra para achar Grafite, sem goleiro: 2 a 0.
Com um resultado confortável no placar, o Santa administrou a partida com muita tranquilidade. Nervosos, os mandantes tinham pouca inspiração. O pouco que criavam era facilmente abafado pela defesa coral, que contou com tarde inspirada de Danny Morais e Alemão. Aos 30, Bruno Moraes, que havia acabado de entrar no lugar de Grafite, recebeu cruzamento de Allan Vieira e fechou a conta. Vitória de Série A do Tricolor.
Ficha do jogo
Santa Cruz
Tiago Cardoso; Vitor, Alemão, Danny Morais e Allan Vieira; Wellington Cézar, Daniel Costa (Vinicius Reche) e João Paulo; Luisinho, Grafite (Bruno Moraes) e Lelê (Bileu). Técnico: Marcelo Martelotte.
Botafogo
Helton Leite; Luis Ricardo, Roger Carvalho, Giaretta e Carleto; Rodrigo Lindoso, Camacho (Fernandes), Willian Arão e Diego Jardel (Elvis); Neilton e Navarro (Ronaldo). Técnico: Ricardo Gomes.
Local: Engenhão (Rio de Janeiro-RJ)
Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Assistentes: Kléber Lúcio Gil (Fifa-SC) e Carlos Berkenbrock (SC)
Público: 23.035 pessoas.
Renda: R$ 679.030,00
Gols: Lelê, aos 4 minutos do 2º T; Grafite, aos 22 do 2ºT; e Bruno Moraes, aos 30 do 2º T.
Cartões Amarelos: João Paulo, Lelê, Grafite e Daniel Costa (Santa). Carleto (Botafogo).
Por: Caio Wellerstein/Diário de Pernambuco.
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