3 de maio de 2017
Nunca duvide do Sport. Esse é o
lema que todo rubro-negro se orgulha de dizer. E que se fez valer nesta
quarta-feira. Após perder a partida de ida das semifinais por 2 a 1, precisava
vencer o Santa Cruz por diferença de dois gols no Arruda. E em um clássico que
entregou tudo o que se esperava dele (disputado, quente e cheio de polêmicas e
alternâncias), o Leão cumpriu a sua missão. E se no primeiro confronto, o
atacante Hallef Pitbull encerrou um jejum de oito jogos sem gols ao anotar o
tento da vitória coral, dessa vez o herói foi André, que aos 32 minutos
classificou o Sport colocando ponto final a um hiato de 12 partidas sem
marcar.
Na decisão, o rubro-negro vai
encarar o Bahia, nos dias 17 e 24 de maio, com jogo de ida na Ilha do Retiro e
a volta na Arena Fonte Nova. Antes, porém, decide também o Campeonato Pernambucano.
A começar por domingo, contra o Salgueiro, em casa, no primeiro jogo da final.
A volta ainda não tem data. Ao Santa, resta a decisão do terceiro lugar contra
o Náutico (ida sábado, na Arena de Pernambuco) para lutar por uma vaga no
Nordestão de 2018.
Como a decisão pedia, Santa Cruz
e Sport fizeram um primeiro tempo já eletrizante. Desde os primeiros
segundos, com André obrigando Júlio César a fazer uma ótima defesa seguido de
um princípio de confusão na área antes da cobrança de escanteio entre
rubro-negros e tricolores após André trombar com Hallef Pitbull. Seria a
primeira de muitas.
Apesar da necessidade de vencer
por dois gols de vantagem, o técnico rubro-negro Ney Franco não abriu mão do
esquema com três volantes, com Diego Souza atuando mais avançado e a volta de
Ronaldo Alves na defesa, após passar sete partidas ausente por um estiramento
muscular. Os dois, no entanto, ficariam pouco tempo em campo.
Logo com 15 minutos, o camisa 87
sentiu uma dor muscular na coxa e precisou ser substituído. O que seria um
baque nas pretensões leoninas, por perder seu principal jogador, se transformou
em gol no minuto seguinte, com o substituto Everton Felipe, abrindo o placar
com liberdade ao finalizar na entrada da área, elevando de vez a temperatura no
Arruda. O Sport estava no jogo.
O gol tão cedo do Leão assustou
os tricolores, que até então lembrava a sua pior face nessa temporada, apenas
se defendendo, rifando a bola com chutões. Mas aos poucos, o time do técnico
Vinícius Eutrópio, que manteve a mesma formação do jogo de ida (apenas com o
retorno de Júlio César ao gol), começou a colocar a bola no chão e equilibrar
as ações. Tendo em Thomas o maestro. E o lado esquerdo, em cima de um Ronaldo
Alves nitidamente sem condições físicas, como o mapa da mina.
Por ali, o Santa só não empatou
porque Durval salvou em cima da linha e porque Pereira perdeu um gol que não se
perde. Após Thomas ganhar mais uma em cima de Ronaldo Alves e chutar, o meia
coral, embaixo da trave e sem marcação,”furou” após rebote de Magrão.
Os tricolores ainda tiveram uma
chance na especialidade da casa. Com Anderson Salles cobrando falta da entrada
da área, mas parando em Magrão. Defesa comemorada como um gol pelos
rubro-negros.
No retorno para a etapa final, os
dois times voltaram com a mesma formação. E como no primeiro tempo, Júlio César
foi obrigado a trabalhar logo de cara, dessa vez em chute de Rithely. O roteiro
dos minutos iniciais ainda renderam reclamações com a arbitragem e chegadas
duras dos dois lados. O jogo valia muito.
Sentindo que o Santa Cruz voltava
a ser dominado e que precisava de uma válvula de escape para os contra-ataques
(até porque o Leão teria que se atirar ao ataque), Eutrópio sacou Léo Costa
para a entrada de André Luis,a os 12 minutos. A mudança deu resultado e os
corais voltaram a equilibrar o confronto. Com chances lá e cá e os dois times procurando
o ataque, o jogo ficou aberto e ainda mais emocionante.
E também quente. Com uma nova
confusão entre jogadores, mas dessa vez com expulsão dos dois lados. Rithely e
Elicarlos receberam o cartão vermelho aos 26 minutos. A essa altura, um
detalhe poderia definir o finalista. E esse detalhe apareceu aos 32 minutos.
Com uma bobeira incrível da defesa do Santa Cruz, até então a melhor do
Nordestão.
André desencantou após doze jogos e marcou o gol da classificação leonina. Foto: DP.
Em um lance que começou com
Magrão, o lateral Samuel Xavier recebeu com liberdade e cruzou, Anderson Salles
cortou mal e André, completamente livre da entrada da área, só teve o trabalho
de escolher o canto e tirar do alcance de Júlio César. Primeiro gol do camisa
90 após 12 jogos de jejum. Não poderia vir em uma hora melhor. O gol da
classificação.
O lado negativo ficou pela
confusão que se formou após o gol. Dentro de campo, novamente com os jogadores,
e nas arquibancadas da torcida do Santa. Wellington Cezar e Vitór ainda
encontraram tempo para serem expulsos mostrando a perda de nervos do Santa. Sport
na final do Nordestão.
Santa Cruz 0
Júlio César; Vítor, Anderson
Salles, Bruno Silva e Tiago Silva; Elicarlos, David (Júlio César), Léo Costa
(André Luis),Pereira (Wellington Cezar) e Thomás; Hallef Pitbull. Técnico:
Vinícius Eutrópio.
Sport Recife 2
Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo
Alves (Henriquez), Durval e Mena; Fabrício, Ronaldo e Rithely; Diego Souza
(Everton Felipe), André e Rogério. Técnico: Ney Franco.
Local: Arruda. Árbitro: Péricles
Bassols (PE). Assistentes: Clóvis Amaral e Marcelino Castro (ambos de PE).
Gols: Everton Felipe (16 min do 1º) e André (32 min do 2º). Cartões amarelos:
Everton Felipe, Rithely, Samuel Xavier (S), Pereira (SC). Expulsões: Elicarlos,
Vitor e Wellington Cezar (SC), Rithely (S) Renda e Público: não divulgados.
Por: João de Andrade Neto/Diário
de Pernambuco.
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