quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Náutico, vice-campeão da Taça Brasil de 1967

Uma das formações do Clube Náutico Capibaribe, Vice-Campeão da Taça Brasil de 1967: (Em pé) Gena, Mauro, Fraga, Clóvis, Lala e o goleiro Lula. (Agachados): Miruca, Paulo Choco, Bita, Ivan e Nino.


A Taça Brasil de futebol foi uma competição organizada pela antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos) em 1959, e que foi disputada até 1968. Daí, saía os dois clubes representantes do Brasil na Taça Libertadores. A disputa da Taça Brasil de 1967, começou no dia 30 de junho e terminou em 29 de dezembro. Foram realizadas 61 partidas e marcados 168 gols, média de 2,75 gols por jogo. O artilheiro da competição foi o jogador Chicletes (Treze-PB) com 6 gols. A maior goleada aconteceu no dia 19 de novembro: Grêmio 8 x 0 Perdigão(SC). 

Neste período, o Esporte Clube Bahia, o Clube Náutico Capibaribe e o Fortaleza Esporte Clube eram as melhores equipes do Nordeste Brasileiro. Na Taça Brasil, o Bahia chegou a ser campeão em 1959. Com a atual unificação feita pela CBF, o Bahia é considerado o primeiro campeão brasileiro de futebol da “Série A”, depois, foi vice-campeão em 1961 e 1963, perdendo ambas vezes, para o poderoso Santos de Pelé. O Fortaleza por sua vez, foi vice-campeão por duas vezes. A primeira em 1960, onde perdeu a final para o Palmeiras de Ademir da Guia, e em 1968, quando perdeu na final para o grande Botafogo de Mané Garrincha.

O Clube Náutico Capibaribe dominou o futebol pernambucano na década de 60 do século XX. Montou o melhor time de sua história futebolística em todos os tempos. Conquistou sete vezes o Campeonato Pernambucano (1960, 63, 64, 65, 66, 67 e 68) e mantem até hoje, o maior tabu do campeonato pernambucano, o hexa campeonato. Nessa época, o Clube Náutico Capibaribe tinha uma equipe capaz de derrotar grandes times como o Santos de Pelé, o Palmeiras de Ademir da Guia, e o Cruzeiro de Tostão e Piazza. O Náutico tinha Bita, o maior artilheiro da história do futebol pernambucano com 224 gols. Duas vezes artilheiro da Taça Brasil. Em 1965, com 9 gols, e em 1966, com 10 gols. Para Taça Brasil de 1967, o Náutico recontratou o seu grande artilheiro, Bita, que havia ido para o Nacional do Uruguai, sendo o primeiro jogador de um clube pernambucano a ir jogar no exterior, mas, ele não se adaptou ao futebol uruguaio e retornou após seis meses, e não foi bem na competição devido à contusões. O Náutico já havia contratado no ano anterior junto ao Treze de Campina Grande, Miruca, que foi o grande nome desta competição. Trouxe de volta, Salomão, que foi jogar no Santos, depois foi negociado ao Vasco da Gama e posteriormente, retornou ao Recife para concluir o curso de medicina, sendo um dos grandes nomes desta campanha do alvirrubro de Rosa e Silva. Outros nomes que foram encaixados  neste grande elenco e se destacaram foram: o goleiro Lula, que retornou depois de se recuperar de várias lesões, e o prata da casa, Rafael, que foi a grande revelação da equipe alvirrubra. Entre os veteranos destacaram-se, o clássico defensor Gena; o goleiro Valter; o meia Ivan Brondi e os atacantes Ladeira e Nino.

Duque era o técnico do Náutico
A TRAJETÓRIA ALVIRRUBRA

O Náutico começou a disputa da Taça Brasil de 1967, no dia 22 de outubro, no Estádio dos Aflitos, enfrentando o campeão cearense, o América, que fazia 31 anos que não levantava a taça do estadual, e que já havia vencido os confrontos com o Paysandu e Treze. O Náutico venceu o América pelo placar de 1 a 0, gol de Salomão. O arbitro do confronto foi Guálter Portela Filho (RJ). Público aproximado de 8.000 torcedores, com renda de NCr$ 21.414,00.

O jogo da volta, aconteceu em 29 de outubro, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Com a arbitragem de Amilcar Ferreira (RJ) e uma renda de NCr$ 24.000,00. A imprensa na época, não informava o público. O Náutico voltou a vencer o América por 1 a 0, gol de Miruca. O América perdeu com: Pedrinho; Ribeiro, Cícero, Luciano Frota e Ninoso (Aráujo); Osmar e Loril; Mozart, Wilson, Da Silva e Zé Geraldo. O Náutico venceu e classificou-se para próxima fase com a seguinte formação: Lula; Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Salomão, Ladeira e Ivan; Miruca, Nino (Paulo Choco) e Lala. Técnico: Duque.

ROTA MINEIRA

Depois de despachar o campeão cearense, o Náutico pegou duas pedreiras. O Atlético Mineiro, campeão mineiro de 1966 e posteriormente, o poderoso Cruzeiro de Raul Plasmann, Piazza e Tostão e Cia. Campeão da Taça Brasil do ano anterior.

O segundo play-off alvirrubro foi contra o Atlético Mineiro, que já havia despachado o Goytacaz (RJ) e o Botafogo carioca de  Manga, Leônidas, Gerson e do técnico Zagalo. Que foi eliminado, pasmem! Na moeda, no cara-coroa. O primeiro confronto aconteceu em 22 de novembro, na Ilha do Retiro. Todos os gols foram marcados no primeiro tempo. Salomão cobrando falta de fora da área, abriu a contagem aos 4 minutos. Ladeira fez o segundo gol aos 37 minutos e Bita fez o terceiro aos 42 minutos. O arbitro foi Romualdo Arpi Filho. O Náutico venceu com Lula (depois, Valter); Gena, Mauri, Fraga e Clóvis; Salomão e Ivan; Miruca, Bita, Ladeira e Lala. Técnico: Duque. O Atlético Mineiro perdeu com Luizinho; Humberto, Edmar, Dilsinho e Varlei; Mario e Santana; Willian, Bianchini, Beto (depois Lola) e Pelado. Técnico auxiliar: Dequinha.

O segundo jogo, aconteceu em 29 de novembro, no Mineirão. O Atlético Mineiro venceu o Náutico por 2 a 0, gols de Amaury e Mauro (contra). Com este resultado, foi necessário a realização de um terceiro jogo. O arbitro foi Amilcar Ferreira (RJ). Renda: NCR$ 63.440,00 e o público foi de 23.327 torcedores. O Atlético Mineiro jogou completo, pois no jogo de Recife poupou alguns titulares pensando que o Náutico seria presa fácil. A equipe mineira atuou e venceu com: Hélio; Canindé, Grapete, Dilsinho e Décio; Vanderlei e Adilson (depois Amauri); Buião, Laci, Renaldo e Tião. Técnico: Freitas Solich.


O goleiro Lula garante o empate do Náutico em 2 a 2 no Mineirão, que eliminou o Atlético. Foto extraída do Blog do Roberto.

O terceiro e decisivo jogo, aconteceu no dia 1º de dezembro, também no Mineirão. O primeiro tempo do jogo normal terminou sem gols. No segundo tempo, logo aos 6 minutos, Amauri marcou para o Atlético. Aos 19 minutos, pênalti para o Náutico. João Silva derrubou Miruca dentro da grande área. Salomão cobrou e o goleiro Hélio defendeu. Mas, aos 28 minutos, Miruca empatou para o timbu e aos 30 minutos, Nino desempatou para o alvirrubro pernambucano. Mais o jogo era dramático e o galo mineiro empatou novamente aos 33 minutos, através de Laci. 

Terminado o jogo no tempo normal em 2 a 2. As equipes foram para a prorrogação para decidir a vaga para próxima fase. Com dois tempos de 15 minutos. Atlético e Náutico fizeram um jogo eletrizante, até que aos 8 minutos da etapa final da prorrogação, outro pênalti para o Náutico. Vanderlei derrubou Gena dentro da área. Miruca chutou forte, a bola bateu na trave e saiu para linha de fundo. Mas, o Náutico suportou a pressão e segurou o empate até o arbitro dá o apito final. 

O arbitro do jogo foi Ethel Rodrigues (MG). O público foi de 31.714 torcedores, com uma renda de NCr$ 82.440,00. O Atlético Mineiro jogou com: Hélio; Canindé, João Silva, Grapete, Décio (depois Varlei); Vanderlei e Amauri; Buião, Laci, Lola e Tião. Técnico: Freitas Solich. O Náutico classificou-se com: Lula; Gena, Mauro, Clóvis e Fraga; Paulo Choco (depois Salomão) e Ivan; Miruca, Nino, Ladeira e Lala. Técnico: Duque.

O terceiro adversário do Náutico foi uma pedreira. O alvirrubro pernambucano enfrentou o poderoso Cruzeiro dos consagrados Raul Plasmann, Piazza, Tostão e Dirceu Lopes. Atual campeão da Taça Brasil, a raposa entrou na competição já nas semifinais. 

O primeiro jogo aconteceu no dia 6 de dezembro no Mineirão. O Cruzeiro venceu pelo placar de 2 a 1. Os gols aconteceram no 2º tempo. Hilton Oliveira abriu o placar para o Cruzeiro aos 23 minutos, Rafael empatou para o Náutico aos 37 minutos, e dois minutos depois, Natal fez o gol da vitória cruzeirense. O arbitro foi Cláudio Magalhães (RJ) e a renda somou a importância de NCr$ 92.580,00. O Cruzeiro venceu com: Raul; Pedro Paulo, Vitor, Procópio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes;, Natal, Tostão, Evaldo (depois Davi) e Hilton Oliveira. Técnico: Orlando Fantoni. O Náutico perdeu com: Lula; Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Salomão (depois Rafael) e Ivan; Miruca, Nino, Ladeira e Lala. Técnico: Duque. Na outra semifinal, o Grêmio venceu o Palmeiras em Porto Alegre, por 2 a 1.


O Náutico conquistou uma façanha incrível. Eliminou o Cruzeiro que era na ocasião, o atual campeão da Taça Brasil e tinha um grande elenco como este. Em pé: Neco, Pedro Paulo, Willian, Procópio, Piazza e o goleiro Raul. (agachados) Natal, Tostão, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton Oliveira.

O segundo jogo aconteceu no dia 13 de dezembro no Estádio da Ilha do Retiro (Recife). O Náutico foi espetacular. Em grande jogo, os alvirrubros não tomaram conhecimento do então, campeão da Taça Brasil e venceram o Cruzeiro pelo convincente placar de 3 a 0. O primeiro gol aconteceu aos 20 minutos do primeiro tempo, através de Miruca, de pênalti. Logo depois, aos 29 minutos, Lala, ampliou o placar. No segundo Tempo, o Náutico fez mais um, novamente através do paraibano Miruca, o grande nome do jogo, aos 13 minutos. O público foi de 38.074 torcedores. Renda recorde no Recife, NCr$ 104.848,00 (Cento e quatro mil, oitocentos e quarenta e oito cruzeiros novos). O arbitro foi Antônio Viug (RJ). O Náutico venceu com: Lula (depois Valter); Gena Mauro, Fraga e Clóvis; Salomão e Ivan; Miruca, Ladeira, Nino e Lala. Técnico: Duque. O Cruzeiro perdeu com: Raul; Pedro Paulo, Vitor (depois Vavá), Procópio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Zé Carlos, Tostão e Hilton Oliveira. Técnico: Orlando Fantoni. No outro jogo da semifinal, O Palmeiras venceu o Grêmio no Pacaembu (SP) por 3 a 1. 

O terceiro e decisivo jogo contra o Cruzeiro, aconteceu novamente no Estádio da Ilha do Retiro (Recife), em 15 de dezembro. O jogo foi duríssimo, mais o Náutico conseguiu segurar o ímpeto da excelente equipe do Cruzeiro, tanto no tempo normal, como na prorrogação, que terminaram em 0 a 0. Com este resultado, o Clube Náutico Capibaribe se credenciou a jogar a finalíssima da Taça Brasil contra o Palmeiras de Ademir da Guia e Cia, que vencera novamente o Grêmio por 2 a 1, no Pacaembu (SP). 
O Palmeiras sagrou-se campeão da Taça Brasil de 1967 com esta escalação que está faltando o grande Ademir da Guia. Em pé: o goleiro Perez, Geraldo Scalera, Baldocchi, Minuca, Ferrari e Zequinha (ex- Santa Cruz). Agachados: César, Servílio, Tupãzinho, Dudu e Lula. Obs: Zequinha e Lula eram pernambucanos. Zequinha nasceu no Recife, e Lula em Arcoverde.

OS FINALISTAS

O primeiro jogo da finalíssima, aconteceu no Recife, no Estádio da Ilha do Retiro. O Náutico pressionou o Palmeiras nos 10 minutos iniciais, depois, o Palmeiras equilibrou o jogo, chegando a dominar o jogo. Destaque para Ademir da Guia, Zequinha e Tupãzinho, que jogaram muita bola. O primeiro gol do jogo, aconteceu aos 17 minutos da fase inicial. Num contra-ataque do Náutico, Ladeira recebeu no meio de campo e lançou em profundidade para Nino, em posição de impedimento. O arbitro estava longe do lance e o bandeirinha, também não deu. Nino tocou na saída do goleiro Perez para abrir o placar. Aos 23 minutos, Geraldo cruzou uma bola alta na área do Náutico e Cesar empatou de cabeça. Aos 37 minutos, num chute de longa distância, Zequinha virou para o Palmeiras. No segundo tempo, a torcida alvirrubra esperava uma reação  do Náutico, mas, logo aos 20 segundos, dada a saída no meio de campo, Lula infiltrou-se pelo lado esquerdo do campo e arrematou forte e cruzado contra o gol de Lula, que nada pôde fazer. O jogo seguiu bem disputado até o final. Náutico 1 x 3 Palmeiras. No dia seguinte, na seção de esportes, a “Folha de São Paulo” anunciava: “Taça é quase do Palmeiras”.

O arbitro do jogo foi Arnaldo César Coelho (RJ) com uma atuação regular. A renda somou a quantia de NCr$ 91.150,00. Público aproximado de 20.000 torcedores. O Náutico perdeu com: Lula; Fernando, Mauro, Fraga e Clóvis; Salomão (depois Paulo Choco) e Ivan; Miruca, Nino, Ladeira e Lala. Técnico: Duque. O Palmeiras venceu com: Perez; Geraldo, Baldocchi, Minuca e Ferrari; Dudu e Zequinha; Cesar, Tupãzinho, Ademir da Guia e Lula. Técnico: Mario Travaglini.


A forte marcação imposta pelo Náutico no Pacaembu diante do Palmeiras, levou o alvirrubro pernambucano a vitória inesperada pelo placar de 2 a 1 e forçou o terceiro e decisivo jogo no Maracanã. Foto: Folha de São Paulo.

O segundo jogo da decisão aconteceu em São Paulo, no Estádio do Pacaembu. A torcida e a imprensa esportiva, não só de São Paulo, como de todo o país, dava como certa, a vitória palmeirense. No entanto, o Clube Náutico Capibaribe, mostrou que não era um mero coadjuvante. Jogou com muita garra e valentia, num jogo digno de uma decisão. E o clube pernambucano de Rosa e Silva saiu do Pacaembu com uma vitória surpreendente e emocionante em cima de um esquadrão magnífico que era a equipe alviverde do Palestra Itália.

O jogo foi emocionante do início ao fim, o Náutico provou que era o melhor time do Nordeste e mostrou dentro de campo que não estava para brincadeira. O Náutico abriu o placar logo aos 17 minutos de jogo, através de Ladeira. Numa rebatida da defesa palmeirense, o atacante alvirrubro que se encontrava na intermediária acertou um chute forte com efeito, no ângulo superior direito do goleiro Perez que estava adiantado. Aos 30 minutos, Fraga e Servilio se agrediram e foram expulsos. Aos 43 minutos, Miruca em brilhante jogada no meio de campo, driblou Dudu, Ferrari e Zequinha e invadiu a área palmeirense servindo a Nino que deu um drible de corpo em Baldocchi e na saída do goleiro Perez, tocou com um leve toque no canto direito do arqueiro. 

No segundo tempo, mais emoção. Aos 18 minutos, Ladeira e Baldocchi se embolaram no gramado, e o árbitro verificou uma agressão mutua e expulsou os dois. Aos 36 minutos, Dudu avança pela direita e cruza para Tupãzinho entre a zaga do Náutico, que marca o gol de honra do Palmeiras.

A Folha de São Paulo em sua análise, considerou Dudu, o melhor jogador palmeirense. E destacou os dois goleiros alvirrubros Lula, que machucou-se e foi substituído por Valter. O zagueiro Mauro, os meias Rafael e Ivan, e os atacantes Miruca e Nino.
A renda no Pacaembu foi de NCr$ 98.632,00. O árbitro foi Arnaldo Cesar Coelho (RJ) com bom desempenho. O Palmeiras perdeu com: Perez; Geraldo Scalera, Baldocchi, Minuca e Ferrari; Dudu e Zequinha; Cesar, Servilio, Tupãzinho e Lula (Ademir da Guia). Técnico: Mario Travaglini. O Náutico venceu com: Lula (depois Valter); Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Rafael e Ivan; Miruca, Ladeira, Nino e Lala (depois Limeira). Técnico: Duque.

Com este surpreendente resultado do Náutico, houve o terceiro e decisivo jogo em campo neutro, realizado no Maracanã. 
Num Maracanã encharcado pelas fortes chuvas que castigaram o gramado durante todo o dia, e que afugentou muita gente de ir ao estádio. O Náutico, apesar do esforço, não fez um bom jogo e acabou perdendo para o Palmeiras pelo placar de 2 a 0, gols de Cesar aos 7 minutos do primeiro tempo, e Ademir da Guia aos 33 minutos do 2º tempo.

A Folha de São Paulo assim publicou sobre o jogo: “ Baqueou o Náutico ante uma equipe que foi superior, mas não deixou má impressão. Seu ataque não apareceu por duas razões: o controle de seu meio de campo, que não foi pros lados. Não pôde expandir-se e porque os seus pontas foram bem marcados e assim os elementos de área se viram alvo mais fácil da capacidade de destruição de Minuca e Baldocchi. Valter (goleiro do Náutico), sem repetir a ação do Pacaembu, foi figura saliente da defesa. Gena o mais clássico e seguro dos zagueiros, enquanto Mauro e Fraga saíram-se bem, apesar da árdua tarefa. Clóvis o menos eficiente. Rafael e Ivan tiveram mais saliência no trabalho defensivo, enquanto Miruca e Nino foram os melhores avantes”.


O goleiro Valter (Náutico) nada pôde fazer no chute potente do atacante César, que abriu o placar no Maracanã. Foto: O Globo.

O jogo do Maracanã, aconteceu em 29 de dezembro, o árbitro foi Armando Marques (RJ). O público de 16.577 para uma renda NCr$ 43.537,75. O Palmeiras venceu com: Perez; Geraldo Scalera, Baldocchi, Minuca e Ferrari; Dudu e Zequinha; Cesar, Tupãzinho, Ademir da Guia e Lula. Técnico: Mario Travaglini. O Náutico perdeu com: Valter; Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Rafael e Ivan; Miruca, Ladeira (Paulo Choco), Nino e Lala. Técnico: Duque.

Com este resultado, o Palmeiras tornou-se Campeão da Taça Brasil de 1967. O Clube Náutico Capibaribe ficou com o vice-campeonato e tornou-se o primeiro clube pernambucano classificado para a disputar a Taça Libertadores da América (1968). 

A Taça Brasil de 1967 foi disputada por 21 clubes: Palmeiras(SP), Cruzeiro(MG), Atlético(MG), Botafogo(RJ), Grêmio(RS), Náutico(PE), Treze(PB), CSA(AL), ABC(RN), América(SE), Leônico(BA), América(CE), Piauí(PI), Moto Clube(MA), Paysandu(PA), Goytacaz(RJ), Rio Branco(ES), Goiás(GO), Rabello(DF), Ferroviário(PR) e Perdigão(SC). 


CAMPANHA DOS CLUBES PERNAMBUCANOS NA TAÇA BRASIL (1959-1968)

TAÇA BRASIL DE 1959 
23/8/59- Auto Esporte(PB) 0 x 3 Sport Recife – Local: Almeidão (PB) 
30/8/59- Sport Recife 5 x 2 Auto Esporte(PB) – Local: Ilha do Retiro (PE)
13/9/59- Sport Recife 2 x 2 Tuna Luso (PA) – Local: Ilha do Retiro (PE)
27/9/59- Tuna Luso (PA) 1 x 3 Sport Recife – Local: Francisco Vasquez (PA)
27/10/59- Bahia 3 x 2 Sport Recife –  Local: Fonte Nova (BA)
30/10/59- Sport Recife 6 x 0 Bahia – Local: Ilha do Retiro (PE)
3/11/59- Sport Recife 0 x 2 Bahia – Local: Ilha do Retiro (PE) (Bahia classificado)

TAÇA BRASIL DE 1960
16/11/60- Santa Cruz 2 x 2 Fortaleza – Local: Ilha do Retiro (PE)
23/11/60- Fortaleza 2 x 1 Santa Cruz- Local: Presidente Vargas (CE) (Fortaleza classificado)

TAÇA BRASIL DE 1961
23/11/61- Náutico 0 x 0 Bahia- Local: Aflitos (PE)
27/11/61- Bahia 1 x 0 Náutico- Local: Fonte Nova (BA) (Bahia classificado)

TAÇA BRASIL DE 1962
12/10/62- Sport Recife 2 x 0 Ceará- Local: Ilha do Retiro (PE)
17/10/62- Ceará 1 x 1 Sport Recife- Local: Presidente Vargas (CE)
20/11/62- Campinense (PB) 0 x 0 Sport Recife- Local: Plínio Lemos (PB)
24/11/62- Sport Recife 3 x 0 Campinense (PB)- Local: Ilha do Retiro (PE)
12/1/63- Sport Recife 1 x 1 Santos- Local: Ilha do Retiro (PE)
16/1/63- Santos 4 x 0 Sport Recife- Local: Pacaembu (SP) (Santos classificado)

TAÇA BRASIL DE 1963
15/9/63- Paysandu 0 x 1 Sport Recife- Local: Francisco Vasquez (PA)
19/9/63- Sport Recife 2 x 0 Paysandu- Local: Ilha do Retiro (PE)
25/9/63- Sport Recife 2 x 2 Bahia – Local: Ilha do Retiro (PE)
29/9/63- Bahia 1 x 0 Sport Recife- Local: Fonte Nova (BA) (Bahia classificado)

TAÇA BRASIL DE 1964
30/8/64- Náutico 3 x 1 Paysandu- Local: Aflitos (PE)
6/9/64- Paysandu 0 x 6 Náutico- Local: Curuzu (PA)
20/9/64- Náutico 3 x 0 Ceará- Local: Aflitos (PE)
27/9/64- Ceará 1 x 0 Náutico- Local: Presidente Vargas (CE)
29/9/64- Ceará 4 x 0 Náutico- Local: Presidente Vargas (CE) (Ceará classificado)

TAÇA BRASIL DE 1965
29/8/65- Remo 3 x 0 Náutico – Local: Baenão (PA)
5/9/65- Náutico 3 x 1 Remo – Local: Aflitos (PE)
7/9/65- Náutico 3 x 1 Remo – Local: Aflitos (PE)
15/9/65- Náutico 2 x 0 Vitória (BA) – Local: Aflitos (PE)
22/9/65- Vitória (BA) 0 x 2 Náutico – Local: Fonte Nova (BA)
13/10/65- Fortaleza 2 x 3 Náutico – Local: Presidente Vargas (CE)
20/10/65- Náutico 3 x 2 Fortaleza – Local: Aflitos (PE)
3/11/65- Náutico 2 x 2 Vasco da Gama – Local: Aflitos (PE)
10/11/65- Vasco da Gama 1 x 0 Náutico – Local: Maracanã (RJ) (Vasco da Gama classificado)

TAÇA BRASIL DE 1966
28/9/66- Náutico 3 x 0 Vitória (BA) – Local: Aflitos (PE)
15/10/66- Náutico 3 x 2 Vitória (BA) – Local: Ilha do Retiro (PE)
19/10/66- Palmeiras 0 x 0 Náutico – Local: Pacaembu (SP)
26/10/66- Náutico 0 x 0 Palmeiras – Local: Ilha do Retiro (PE)
28/10/66- Náutico 3 x 0 Palmeiras - Local: Ilha do Retiro (PE)
9/11/66- Náutico 0 x 2 Santos – Local: Ilha do Retiro (PE)
17/11/66- Santos 3 x 5 Náutico – Local: Pacaembu (SP)
19/11/66- Santos 4 x 1 Náutico – Local: Pacaembu (SP) (Santos classificado)

TAÇA BRASIL DE 1967
22/10/67- Náutico 1 x 0 América (CE) – Local: Aflitos (PE)
29/10/67- América (CE) 0 x 1 Náutico – Local: Presidente Vargas (CE)
22/11/67- Náutico 3 x 0 Atlético (MG) – Local: Ilha do Retiro (PE)
29/11/67- Atlético (MG) 2 x 0 Náutico – Local: Mineirão (MG)
1/12/67- Atlético (MG) 2 x 2 Náutico, prorrogação: 0 x 0. Local: Mineirão (MG)
6/12/67- Cruzeiro 2 x 1 Náutico – Local: Mineirão (MG)
13/12/67- Náutico 3 x 0 Cruzeiro – Local: Ilha do Retiro (PE)
15/12/67- Náutico 0 x 0 Cruzeiro- Local: Ilha do Retiro (PE)
20/12/67- Náutico 1 x 3 Palmeiras – Ilha do Retiro (PE)
27/12/67- Palmeiras 1 x 2 Náutico – Pacaembu (SP)
29/12/67- Palmeiras 2 x 0 Náutico – Maracanã (RJ) ( Palmeiras campeão, Náutico vice)

TAÇA BRASIL DE 1968
24/8/69- Fortaleza 2 x 1 Náutico – Local: Presidente Vargas (CE)
27/8/69- Náutico 2 x 1 Fortaleza – Local: Aflitos (PE)
29/8/69- Náutico 0 x 1 Fortaleza – Local: Aflitos (PE) (Fortaleza classificado) 

TODOS OS CAMPEÕES, VICES E ARTILHEIROS DA TAÇA BRASIL
1959 – Bahia (campeão), Santos (vice), artilheiro: Léo Briglia (Bahia) com 8 gols.
1960 – Palmeiras (campeão), Fortaleza (vice), artilheiro: Bececê (Fortaleza) com 7 gols.
1961 – Santos (campeão), Bahia (vice), artilheiro: Pelé (Santos) com 9 gols.
1962 – Santos (campeão), Botafogo (vice), artilheiro: Coutinho (Santos) com 7 gols.
1963 – Santos (campeão), Bahia (vice), artilheiro: Ruiter (Confiança-SE) com 9 gols.
1964 – Santos (campeão), Flamengo (vice), artilheiro: Pelé (Santos) com 7 gols.
1965 – Santos (campeão), Vasco da Gama (vice), artilheiro: Bita (Náutico) com 9 gols.
1966 – Cruzeiro (campeão), Santos (vice), artilheiros: Bita (Náutico) e Toninho Guerreiro (Santos) com 10 gols.
1967 – Palmeiras (campeão), Náutico (vice), artilheiro: Chicletes (Treze-PB) com 6 gols.
1968 -  Botafogo (campeão), Fortaleza (vice), artilheiro: Ferretti (Botafogo-RJ) com 7 gols.

Por: Jânio Odon/ BLOG VOZES DA ZONA NORTE (DIREITOS RESERVADOS)
Fonte: Diário de Pernambuco, Folha de São Paulo, Revista Placar e Blog do Marcão. 
OBS: Alguns dados do Blog do Marcão não estão de acordo com os jornais acima pesquisados, cabendo a este blogueiro, manter os dados publicados nos jornais da época.


















4 comentários:

  1. O SANTOS FC FOI O PENTACAMPEÃO DESTE TORNEIO: DE 1961 A 1965. DETALHE: NAQUELA ÉPOCA, O SANTOS REALIZAVA MUITAS EXCURSÕES AO EXTERIOR, O QUE FISICAMENTE DESGASTAVA O MARAVILHOSO ELENCO. O NÁUTICO FOI UMA GRATÍSSIMA SURPRESA EM 1967. PARABÉNS A POSTAGEM DO JÂNIO ALENCAR. BELA MATÉRIA! HÁ SOMENTE UM REGISTRO A FAZER: MANÉ GARRINCHA NÃO MAIS JOGAVA NO BOTAFOGO (RJ)EM 1967.ANTES, ELE HAVIA SIDO CONTRATADO PELO CORINTHIANS (SP). EM 1968, O BOTAFOGO SAGROU-SE CAMPEÃO E O VICE FOI O TIME DO FORTALEZA. O BOTAFOGO ATUAVA COM O SEGUINTE TIME BASE: CAO, MOREIRA, ZÉ CARLOS, LEÔNIDAS E VALTENCIR; CARLOS ROBERTO E GERSON, ROGÉRIO, JAIRZINHO, ROBERTO E PAULO CÉSAR. O NÁUTICO FOI GRANDE E O SANTOS FC FOI GIGANTE.

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  2. O Santos, o Botafogo e o Palmeiras eram os clubes brasileiros mais badalados da década de 1960.No Nordeste, o Bahia, o Náutico e o Fortaleza, sem dúvidas, formaram grandes elencos.Obrigado pela sua opinião, Ney Marinho. Um abraço.

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  3. Gostei do comentario,me interessou,porque fui jogador do náutico nos anos 68 no gual fui exa pelo timbu onde me senti muito feliz e realizado

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  4. Boa noite, faltou revelar seu nome. Grande feito do Náutico. Obrigado pela participação. Um abraço.

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