No dia 5 de dezembro de 1935, o Diário de Pernambuco, publicou um fato policial ocorrido no Córrego da Calma, na Bomba do Hemetério, que provocou revolta e comoção aos moradores da localidade pelo grau de perversidade de uma mulher contra um bebê de apenas quatro meses. O jornal narrou o fato da seguinte forma:
Foi sepultado no dia 27 do mês último, no cemitério de Santo Amaro, o cadáver de uma criança de quatro meses de idade, de cor preta, de nome Severino, vindo da Bomba do Hemetério, comissariado policial do Arruda.
Esse menino era filho da doméstica Maria de Santana, irmã de um soldado da Brigada Militar, de nome Osório. Eram as mais desencontradas as notícias que corriam então a respeito da "causa mortis" do pequeno. Chegava-se a dizer mesmo no local que ele foi vítíma de um crime.
Uma mulher desalmada, amásia do soldado referido, apanhara a infeliz criança pelas pernas e a jogara na rua. Uma vizinha que assistira á cena brutal apanhou a desditosa criança e levou-a para casa de uma senhora chamada Júlia, parenta de Maria de Santana. Três dias depois, Severino morria.
A reportagem do Diário de Pernambuco ciente disso e sindicando para esclarecer o fato, esteve ontem na Bomba do Hemetério, no Córrego da Calma, onde faleceu o pequeno. Ali não se fala em outra coisa e por isso foi ao repórter de relativa facilidade encontrar as pessoas que sabem informar relativamente ao perverso infanticídio.
COMO SE ORIGINOU O FATO?
Dona Julia, que recolheu o pequeno contou ao repórter que perto dali reside o soldado Osório, em companhia de Ana, uma mulher de maus hábitos e dada a desordens. Em dias da semana passada chegou à casa de Osório a sua irmã Maria de Santana, com um menino que tivera em julho último, na maternidade.
Maria de Santana declarou nessa ocasião à amásia de seu irmão o propósito de residir em sua casa, com o que ela não concordou. Por esse motivo estabeleceu-se uma discussão séria entre as duas mulheres. Ana em dado momento empurrou a irmã do seu amásio para o meio da rua e logo após, num ímpeto de raiva, pegou o menor pelas pernas e o atirou para fora da casa, a criaturinha até o momento gozava saúde e acabava de ser alimentada.
Recolhido pela informante, Severino faleceu na circunstâncias que narramos atrás. No dia da morte de Severino o comissário local mandou chamar á sua presença a mulher criminosa e a deteve no xadrez. A noite foi a mesma, no entanto, posta em liberdade. A polícia remeteu o cadáver para o necrotério. Até hoje não foi aberto inquérito sobre o fato.
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