Negro da Mata vivia como os homens das cavernas na mata de Sirinhaém. Foto ilustrativa.
Este fato curioso aconteceu há 84
anos na cidade de Sirinhaém. Um homem que ficou conhecido como “Negro da Mata”
que durante quatro anos viveu embreado no meio da mata, nu, sobrevivendo da
caça e assaltando transeuntes à beira da estrada para roubar-lhes as roupas,
causando pavor e medo aos moradores da cidade de Sirinhaém, em Pernambuco.
A notícia da prisão e da
surpreendente história de “Negro da Mata” foi publicado pelo Diário de Pernambuco
de 26 de junho de 1936, assim narrado: Negro da Mata viveu quatro anos despido –
dizia a manchete – Comia caça, andava feito índio e assaltava os transeuntes
para tomar-lhes a roupa.
Chegou preso a esta capital e foi
recolhido ao xadrez da Secretaria de Segurança, o indivíduo conhecido por “Negro
da Mata”, que usa também os nomes de Manoel Galdino ou Manoel Barata. Foi
detido no dia 12 do corrente pela polícia de Sirinhaém, às margens do rio do
mesmo nome, quando pescava.
É um mulato robusto, de cerca de
45 anos de idade. Vez por outra o nosso noticiário policial registrou assaltos
tão originais como os praticados por “Negro da Mata”. Costumava ele sair
despido de dentro do mato e assaltar os transeuntes para roubar-lhes as vestes.
Homem robusto, subjugava as suas vítimas e as despia. Levando-lhes as roupas
para si. Tempos depois, aparecia ele novamente na estrada, do mesmo estado,
perto de uma mata para tomar a roupa de outra pessoa.
Seu nome chegou a correr boca a
boca em Sirinhaém e adquiriu o apelido, por só viver embrenhado na mata.
Algumas de suas vítimas saiam feridas, o que motivava queixas para a polícia.
As autoridades, por mais diligências que
fizessem, não o capturavam. E “Negro da Mata” continuava a sua original
aventura. Sucedeu porém, que véspera de Santo Antônio, o surpreenderam
pescando. “Negro da Mata” foi preso.
A HISTÓRIA – “Negro da Mata”
contou na polícia que era agricultor há quatro anos, mas desse tempo para cá,
foi viver no mato, sem roupa. De certo tempo a esta parte, sentia vergonha de
se apresentar em público e por isso roubava as vestes dos que passavam na
estrada da mata em que morava. Comia da caça e da pesca.
Disse ele que durante o dia
examinava a toca do tatu e da paca, para durante à noite ir esperá-los na saída
do passeio noturno. Assim, pegava esses animais, que segundo afirmou, eram os
de que mais gostava. Matava-os e assava. Comia sem sal. O fogo ele arranjava
nas casas dos moradores residentes ali às margens da mata, quando podia entrar
sem ser visto e retirar um tição (lenha abrasiva tirada do forno = fogão de
lenha).
Durante o dia, “Negro da Mata”
dormia em buracos que cavava debaixo de moitas e forrava de folhas. Pescava
também à noite e comia peixe da mesma forma. Foi instaurado inquérito afim de
apurar todas as suas responsabilidades. Finalizou.
Por: Jânio Odon/VOZES DA ZONA NORTE.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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