A Gripe Espanhola chega pelo Porto do Recife |
No Brasil, a Gripe Espanhola chegou ao final de setembro de 1918, marinheiros que prestavam serviço militar durante a 1ª Guerra Mundial em apoio à França, em Dakar ( Senegal), na costa atlântica da África, chegaram doentes no porto do Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe espanhola em outras cidades do nordeste, em São Paulo , Rio de Janeiro, Curitiba e focos da doença em todo o país, vitimando fatalmente até o Presidente da República, Rodrigues Alves. No Recife, de setembro a outubro, foram registrados 1.893 mortes pela epidemia, entre elas o diretor de higiene pública do Recife, Dr. Abelardo Baltar que foi substituído pelo Dr. Otávio de Freitas, que já havia combatido a epidemia dos Males, que matou milhares de nordestinos no final do século XIV.
No Recife a Gripe matou 1.893 pessoas |
Os sintomas da Gripe Espanhola eram terríveis: A vitima começava sentindo uma imensa dor de cabeça. Os olhos começavam a arder. O corpo começava a sentir calafrios, levando-o à cama, e que por mais enrolado com cobertores que ficasse, o frio era intenso. Adormecia-se sem repousar, delirava-se e tinha pesadelos à medida que a febre aumentava. E quando a vitima começava a despertar num estado de semi-consciência, os músculos doíam e a cabeça latejava. O corpo esmorecia e o sentimento de morte vinha à mente. Os médicos não sabiam como deter a doença, apenas reconhecer os sinais. O rosto assumia um tom castanho arroxeado escuro, as pessoas não conseguiam distinguir se as vitimas eram brancas ou negras, de tão deplorável que ficavam a pele. A vitima começava a tossir sangue. Os pés ficavam pretos. Quando o fim estava próximo, sentia-se uma terrível falta de ar. A saliva tingida de sangue saía da boca. A vitima morria afogada pela própria saliva e um liquido avermelhado que enchia-lhes os pulmões. Na autópsia, o médico constatava que a vitima estava com os pulmões pesados e encharcados em seu peito, saturados de um líquido sanguinolento ralo, com pequenos pedaços de fígado.
Rodrigues Alves |
A Gripe Espanhola (1918-1919), como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha. Apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, surgiu no Estados Unidos e Europa durante a 1ª Guerra Mundial onde as condições de higiene eram precárias. Em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal e devastou o mundo inteiro: o vírus influenza espanhola atingiu também a população da Índia, sudeste asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul. Calcula-se que 40 a 200 milhões de pessoas morreram no mundo todo. Os dados não são precisos porque a Índia e a China informaram dados imprecisos e não confiáveis
Por: Jânio Odon de Alencar/Blog Vozes da Zona Norte (DIREITOS RESERVADOS)
Fonte: Fio Cruz e Estudos Acadêmicos de Eduardo Alexandre de Farias/UFPE.
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