sábado, 17 de novembro de 2012

Givanildo, o recordista de títulos de Pernambuco

Givanildo o maior ídolo do Santa Cruz de todos os tempos e recordista de títulos em Pernambuco. Foto: Revista Placar.


Givanildo José de Oliveira, nasceu em 8 de agosto de 1948, no bairro de Vila Popular, em Olinda-PE. Givanildo que era apelidado de Topo Gigio (ratinho italiano que fez grande sucesso na TV brasileira na década de 1970), foi um extraordinário jogador, volante rápido, marcador ferrenho, detentor de passes precisos e de grande movimentação em campo. É até hoje, o maior ganhador de títulos do futebol pernambucano.  Descoberto pelo publicitário Paulo Duarte, que o viu jogar pelos times de várzea, do  Portela (Jaboatão dos Guararapes-PE) e pelo 10 de Novembro (Olinda-PE). Givanildo que era ponta-esquerda e com a idade estourada para jogar na equipe juvenil, quando foi apresentado em maio de 1968, quase foi emprestado ao Confiança de Sergipe. Por sorte do Santa Cruz e intervenção do Técnico Gradim, ele ficou. Sua grande chance aconteceu em 31 de março de 1969, num amistoso contra o Bahia, vários titulares estavam no departamento médico lesionados, resolveram então, escalar Givanildo de ponta-esquerda, apesar de sua baixa estatura, 1,62m, encarnou a raça tricolor. Fez o primeiro gol dos cinco marcados do jogo, onde o Santa Cruz venceu por 5 a 2, na Ilha do Retiro, e assegurou sua vaga na equipe coral. No mesmo ano, com muita categoria, raça e valentia, Givanildo logo tornou-se titular e capitão da equipe. Mas só assumiu a posição de volante em 1971, lançado pelo técnico Duque.

A partir de 1969, e toda década de 70, o Santa Cruz viveu a melhor fase de sua história e Givanildo foi o grande maestro da equipe nesta época. Logo, foi penta campeão (1969 a 1973), realizando na campanha, 113 partidas, 89 vitórias, 17 empates e apenas 7 derrotas, além de ter marcados 11 gols. Em 1975, o Givanildo perdeu para o Sport Recife o título estadual, mas fez a melhor campanha em Campeonatos Brasileiros de sua história, chegando às semifinais, após o Santa Cruz vencer por 3 a 1, no Maracanã, o Flamengo de Zico. Juntando-se a: Internacional-RS, Cruzeiro e Fluminense. O Santa Cruz perdeu para o Cruzeiro por 3 a 2, no Arruda. Givanildo por pouco, não ganhou a Bola de Prata/75 da Revista Placar, ficando em segundo, atrás de Falcão, do Internacional-RS.  Em 1976, viveu o apogeu, ganhou o título estadual pelo tricolor pernambucano, foi convocado em janeiro, pelo técnico Oswaldo Brandão para servir a Seleção Brasileira no Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, onde barrou Falcão do Internacional-RS e foi campeão do Torneio. Vestindo a camisa do Santa Cruz, Givanildo defendeu a Seleção Brasileira cinco vezes:

28/5/76- Estados Unidos 0 x 2 Brasil – Local: EUA
31/5/76- Itália 1 x 4 Brasil – Local: EUA
2/6/76- Universidade do México 3 x 4 Brasil – Local: EUA
4/6/76- México 0 x 3 Brasil – Local: México
9/6/76- Brasil 3 x 1 Paraguai – Local: Maracanã-RJ

Em agosto de 1976, Givanildo foi vendido ao Corinthians por 2 milhões de cruzeiros. Tornou-se logo o titular da equipe. Participou do histórico jogo do Campeonato Brasileiro contra o Fluminense, onde 70 mil corinthianos invadiram o Maracanã, depois do empate em 1 a 1, o timão ganhou nos pênaltis por 4 a 1, e disputou a final contra o Internacional-RS, dos pernambucanos Manga e Lula. O Corinthians perdeu por 2 a 0 no Beira Rio e ficou com o vice-campeonato. Já em 1977, Givanildo foi campeão do Campeonato Paulista juntamente com outro ídolo do Santa Cruz e Sport Recife, Luciano Veloso, lá chamado de Luciano Coalhada. O Corinthians chegou ao título após 22 anos de jejum, Givanildo participou de 24 partidas das 48 realizadas. Givanildo foi convocado para jogar pela Seleção Brasileira vestindo a camisa do Corinthians oito vezes.

Depois de momentos gloriosos no Corinthians (disputou a Libertadores) e Seleção Brasileira, o segundo semestre de 1977, não foi nada bom para Givanildo, taxado de medíocre e burocrata pela torcida e a crítica esportiva paulistana, além de ser cortado da relação dos 22 convocados para Seleção Brasileira. Givanildo desmotivado, resolve voltar para o Recife. Em 4 de agosto de 1977, desembarca no Aeroporto dos Guararapes para vestir novamente a camisa do Santa Cruz, ganhando 30 mil cruzeiros mensais pelo período de dois anos, para alegria da nação tricolor. Em 7 de agosto de 1977, Givanildo reestréia  no tricolor do Arruda contra o América-PE, na vitória de 4 a 0. Neste ano, o Santa Cruz não fez uma boa campanha e a final acabou sendo entre Sport Recife e Náutico, no famoso jogo do Arrudão  que teve três prorrogações e 150 minutos, onde o Sport acabou sendo o campeão.

Em 1978 e 1979, Givanildo torna-se bicampeão pernambucano, ganhando seu oitavo título com a camisa coral. Realizou seu último jogo no Santa Cruz, em 16 de setembro de 1979, na derrota por 1 a 0, para o Náutico no Arrudão, onde Givanildo levou um cartão amarelo.
Givanildo tricampeão pelo Sport Recife, 1980/81/82. Foto: Revista Placar

Em 1980, Givanildo é negociado com o Fluminense-RJ e disputa o Campeonato Brasileiro. Em agosto, Givanildo vem ao Recife para o sepultamento de sua mãe, depois é contactado pela diretoria do Santa Cruz para voltar ao Arruda, mais nada ficou acertado. Ao retornar ao Rio de Janeiro, encontra-se com o presidente do Sport Recife, José Tavares de Moura que ofereceu 3 milhões de cruzeiros ao Fluminense e trouxe Givanildo ao leão da Ilha. Aquele que já havia feito tanto estrago ao time da Praça da Bandeira, deixou muitos torcedores desconfiados, a ponto de Givanildo chegar a afirmar a Revista Placar que quando era garoto torcia pelo Sport. A verdade é que Givanildo chegou e estreou na equipe rubro-negra só no segundo turno do Campeonato Pernambucano, em 17 de agosto de 1980, lá em Serra Talhada, contra o Comercial, quando venceu por 2 a 0. Com Givanildo o Sport Recife foi tricampeão estadual 1980/81/82. Foi com Givanildo e com o tricampeonato que o Sport Recife se reestruturou-se e recuperou a hegemonia do futebol pernambucano adormecida por 20 anos, sendo a agremiação melhor estruturada na atualidade..
19/5/1978-Givanildo(Seleção Pernambucana) duela com Oscar(Seleção Brasileira) em jogo que terminou 0 a 0, no Arruda. Ao fundo, Campos do Náutico e Biro-Biro do Sport Recife. Foto: Revista Placar.

Em 1983, Givanildo começou uma vitoriosa carreira de técnico de futebol profissional, adotando o nome de Givanildo Oliveira. Em Pernambuco, como técnico ele conquistou mais cinco títulos de campeão pernambucano: pelo Sport Recife (1991/92; 94 e 2010) e pelo Santa Cruz em 2005. Como jogador e técnico Givanildo Oliveira arrebatou em Pernambuco, nada menos do que 16 títulos. Sendo a personalidade, recordista e mais vitoriosa do futebol pernambucano.

Givanildo também é conhecido no meio esportivo como o “Rei do Acesso” por classificar para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro: o América-MG(1997 e 2015), Paysandu(2001), Santa Cruz(2005) e Sport Recife(2006). Em 2009, Givanildo Oliveira foi campeão brasileiro da série C, pelo América-MG. Em 2002, foi campeão com o Paysandu da Copa dos Campeões, que credenciou o papão da Curuzu a disputar a Libertadores da América, a primeira de uma equipe do Norte do país. Fora Pernambuco, Givanildo Oliveira também foi campeão estadual em outros Estados: Paysandu-PA(1987,1992,2000,2001,2002); Remo-PA(1993 e 1994); CSA-AL(1990); Vitória-BA(2007). Givanildo Oliveira já treinou mais de 20 clubes pelo Brasil.
Givanildo ergue a primeira  taça em 1968, era o início do penta tricolor do Arruda. Foto: Diário de Pernambuco.
4/12/1975- O Santa Cruz de Givanildo conquista uma das maiores façanhas de sua história, vence o Flamengo de Zico, no Maracanã por 3 a 1 e toma a vaga do clube da Gávea nas semifinais do Brasileirão. Foto: Revista Placar
Givanildo foi convocado para servir a Seleção Brasileira pela primeira vez por Oswaldo Brandão em 1976, quando jogava no Santa Cruz, sendo campeão do Torneio Bicentenário dos Estados Unidos. Realizou 5 jogos. Foto: Revista Placar.
Givanildo chegou ao Corinthians em agosto de 1976, foi vice-campeão brasileiro/76 e em 1977, ganhou o Campeonato Paulista, após 22 anos de jejum, disputou a Libertadores da América e foi convocado por Cláudio Coutinho para jogar 8 partidas pela Seleção Brasileira. Foto: Revista Placar.
Givanildo no time do Corinthians que foi vice-campeão brasileiro, perdendo a final para o Internacional por 2 a 0. Foto: Revista Placar.
1/12/1976- Seleção vence a URSS por 2 a 0, no Maracanã. (E/D) Carlos Alberto Torres, Leão, Amaral, Beto Fuscão, Givanildo, Marco Antônio, (agachados): Massagista Nocaute Jackson, Gil, Zico, Roberto, Rivelino e Nei. Foto: Revista Placar.
Corinthians 1 x 1 Internacional em 1977, pela Libertadores, a esquerda Falcão e Givanildo. Foto: Revista Placar.
Em 1980, Givanildo defendeu o Fluminense no Brasileirão depois foi para o Sport Reclfe em agosto. Foto: Revista Placar.
O Técnico Givanildo Oliveira, "O Rei do Acesso"

Por: Jânio Odon
Fonte: Revista Placar, Diário de Pernambuco, Blogdosantinha, Duelosdecraques.blogspot e Tardesdepacaembu.wordpress e Arquivo Pessoal.




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