Boa noite, meu povão dos morros, dos córregos, dos becos, das vielas e das favelas, ou seja, meu povão suburbano. Vimos nesta quarta-feira, mais um atentado contra a dignidade do povo brasileiro, lá no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. A corrupção e a bandidagem mais uma vez levou a melhor. Michel Temer com o apoio de seus magníficos aliados, representantes do povo, com seus acordos obscuros nos bastidores do Planalto Central, ignoram os crimes contra a nação praticados pelo nosso mandatário.
Nossos representantes que votaram pelo arquivamento das denúncias, estão cientes que nós suburbanos, somos cretinos e idiotas. Eles sabem, que fomos e sempre seremos uns tolos, que vendemos nosso voto por qualquer falsa promessa ou por qualquer migalhas. Para eles, somos uns miseráveis, um voto certo. Pois, nós suburbanos, somos pessoas sem auto-estima, sem orgulho, sem nada. Somos uma classe fácil de manipular. Que resmungamos, mais não lutamos pelos nossos direitos e ainda o chamamos de doutor.
Submissos, escravos contemporâneos, acostumados com o sofrimento, inerte a tudo que acontece. É o que nossos representantes pensam de nós. O pior de tudo é sabermos que estamos com a chave da mudança nas mãos, que é o voto, e não sabemos usá-lo. Isso é que é constrangedor e decepcionante.
Nós suburbanos, precisamos aprender a protestar, a vaiar, a dizer um não bem grande na hora de votar nessa corja de abutres. Temos que aprender a combater toda essa sujeira provocada por esta corrupção infinita, ou então, teremos em breve um futuro obscuro e tenebroso e sentiremos na pele o que é miséria de verdade sem opção de solução, porque a corrupção já terá consumido tudo diante de nossa paciente omissão.
Vejam o posicionamento de nossos ilustres representantes pernambucanos.
Nesta quarta-feira (25), o presidente Michel Temer esteve mais uma vez nas mãos da Câmara. Mas, o resultado novamente não surpreendeu. Com 251 votos a favor e contando com as 25 ausências, a base aliada conseguiu garantir o arquivamento da segunda denúncia contra o presidente.
Deputados decidem arquivar mais uma denúncia contra Michel Temer
Na bancada pernambucana a votação foi empatada, com 11 votos a favor do arquivamento e 11 contra.
Eles arquivaram a corrupção. |
Confira abaixo o voto de cada um dos deputados de Pernambuco:
Votaram “sim” (11):
Augusto Coutinho (SD)
Bruno Araújo (PSDB)
Eduardo da Fonte (PP)
Fernando Filho (sem partido)
Fernando Monteiro (PP)
Jorge Côrte Real (PTB)
Luciano Bivar (PSL)
Marinaldo Rosendo (PSB)
Mendonça Filho (DEM)
Sebastião Oliveira (PR)
Zeca Cavalcanti (PDT)
Votaram “não”(11):
André de Paula (PSD)
Betinho Gomes (PSDB)
Daniel Coelho (PSDB)
Danilo Cabral (PSB)
Gonzaga Patriota (PSB)
Jarbas Vasconcelos (PMDB)
Luciana Santos (PCdoB)
Pastor Eurico (PHS)
Silvio Costa (Avante)
Tadeu Alencar (PSB)
Wolney Queiros (PDT)
Ausentes:
Ricardo Teobaldo (Podemos)
João Fernando Coutinho (PSB)
Adalberto Cavalcanti (Avante)
Com base na delação premiada do executivo da JBS Joesley Batista, foi instaurado no Supremo Tribunal Federal um inquérito que investigará o presidente Michel Temer por indícios de três crimes: corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça.
1. Corrupção passiva
"No inquérito instaurado pelo Supremo, Janot faz a narrativa de que Michel Temer indicou o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (aliado próximo do presidente) para defender interesses de Joesley Batista no governo federal, atuando frente a órgãos como o Cade", explica Machado de Almeida.
Isso se refere ao trecho da delação em que Temer, na conversa gravada por Joesley, indica Loures como pessoa de sua confiança para atuar como interlocutor das demandas da JBS.
Segundo o relato do empresário, Loures teria atuado, com aval do presidente, em uma disputa em favor da JBS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), principal órgão de defesa da concorrência do país.
Posteriormente, Batista gravou conversas com o deputado oferecendo propina em troca de que consiga que o Cade atenda pleito da JBS, que desejava adquirir gás diretamente da Bolívia, a preços menores do que o cobrado pela Petrobras.
"Isso pode ser entendido como corrupção passiva, que seria solicitar ou receber para si ou uma outra pessoa uma vantagem indevida", explica a professora da FGV. "Na descrição da denúncia que será investigada no Supremo, Temer estaria solicitando uma vantagem indevida para Joesley e indicando Loures como intermediário para isso."
Loures estava nos EUA quando o caso eclodiu. Ao desembarcar em São Paulo na manhã desta sexta-feira, foi questionado por jornalistas, mas permaneceu em silêncio. Afirmou apenas que falará "na hora adequada".
2. Organização criminosa
"A promoção de uma empreitada para prática de crimes" configuraria organização criminosa, explica a professora.
No pedido de inquérito, isso é caracterizado pela suposta "articulação entre Temer, Loures e Joesley voltada para crimes contra a administração pública".
No acordo de delação, Joesley Batista afirma que realizou entre 2010 e 2017, a pedido de Temer, pagamentos que atingem valores milionários.
Esses montantes teriam incluído, por exemplo, R$ 3 milhões em propina na eleição de 2010, quando Temer foi candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff, pagos em parte por meio de doação oficial e em outra parte por meio de caixa dois
Joesley Batista disse que Temer o convidou para uma reunião no seu escritório jurídico, em São Paulo, em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma, e pediu propina no valor de R$ 300 mil para pagar despesas de marketing político pela internet.
3. Obstrução de justiça
Machado de Almeida explica que obstrução de justiça seria a tentativa de impedir uma determinada investigação.
O texto do inquérito diz o seguinte: "Verifica-se que Aécio Neves (senador tucano também investigado), em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da (operação) Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio do controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos."
Aécio Neves negou ter agido para obstruir as investigações. "Não existe qualquer ato do senador, como parlamentar ou presidente do PSDB, que possa ter colocado qualquer empecilho aos avanços da Operação Lava Jato", diz nota divulgada pela assessoria do parlamentar, que foi afastado pelo STF.
Também pode ser investigado como obstrução de justiça o momento em que, na gravação de Joesley de conversa feita com Temer, o presidente dá a entender que teria poder de influência sobre dois ministros do STF, em possível auxílio ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Por: Jânio Odon/BLOG VOZES DA ZONA NORTE.
Fonte: Informações extraída da BBC Brasil e Diário de Pernambuco.
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