Faixa na entrada da Bomba do Hemetério em 1957, convoca moradores para participar de debates com o prefeito Pelópidas Silveira para melhorias na comunidade. Foto: Museu da Cidade do Recife.
Em 1957, o prefeito do Recife, Pelópidas Silveira convocou os moradores da Bomba do Hemetério para uma audiência para saber os problemas estruturais da localidade, pois a Bomba ainda não era um bairro, era uma localidade pertencente ao bairro de Água Fria. A Bomba era tão esquecida nesta época, que era muito comum a imprensa em suas notícias policiais, fato corriqueiro na periferia, citar a Bomba do Hemetério como localidade pertencente ao Arruda ou Casa Amarela.
A verdade é que o prefeito Pelópidas Silveira pouco fez pela comunidade da Bomba do Hemetério. Para não dizer que ele fez nada, fez o canal do córrego São Sebastião e asfaltou a Estrada Velha de Água Fria e só.
A questão da iluminação pública por exemplo, foi duma morosidade tão grande que os moradores do Córrego do Cotó ( atual rua Pastor Benóbi de Carvalho Souza) e Córrego Antônio Rodrigues tiveram que protestar contra a SILFB (Serviço Industrializado de Luz e Força de Beberibe) responsável pelo fornecimento de energia elétrica na comunidade, que havia longo tempo, posteado toda a extensão dos dois córregos mais que não colocou as luminárias, a ponto dos moradores perderem a paciência e protestarem. Decorria o ano de 1959.
Nota publicada pelo Diário de Pernambuco em 17 de janeiro de 1957.
O Diário de Pernambuco do dia 4 de outubro de 1959 publicou a revolta e o descontentamento dos moradores da seguinte forma:
" A posteação já existe há anos, com os fios e a rede toda instalada também. Mas, o que não existe ainda é iluminação pública no Córrego do Cotó e no Córrego Antônio Rodrigues, situados no final da Bomba do Hemetério. É a mesma coisa que se observa noutros locais da Cidade.
Dizer-se, em contrapartida, que o problema da iluminação pública, no Recife, não pode ser resolvido assim da noite para o dia e que está a depender da solução de outros considerados fundamentais, como da distribuição de energia elétrica em melhores condições, por exemplo, é uma coisa. Outra muito diferente é constatar-se o absurdo de existir muitos casos como acima enunciado.
Inexplicavelmente, acontece isso: os postes são fincados, os fios instalados e todo material distribuído para, no fim, não aparecer a luz.
APELO À PREFEITURA
Os moradores do Córrego do Cotó reclamam, apelam, enviam memorial às autoridades municipais. Como é que um trabalho já iniciado, com a sua fase mais difícil transposta, fica desse jeito sem ser concluído - perguntam eles. A "Força e Luz de Beberibe" vem com as mesmas desculpas. Será que a Prefeitura, depois de fazer tanto, tenha empacado no caminho? E que a "Força e Luz" não coloque os braços e lâmpadas nos postes, porque não foi paga para isso? Lamentável em tudo, não cansamos de repetir, é que os habitantes dos dois córregos (população numerosa) fiquem prejudicados e ainda por cima suplicados, vendo há tanto tempo todas aquelas instalações, sem serventia alguma, inúteis.
Na realidade, o que se falta fazer ali é mesmo pouco relativamente ao que já foi feito.
Trechos da matéria publicada pelo Diário de Pernambuco em 4 de outubro de 1959.
ESCURIDÃO FAVORECE SÓ MELIANTES
Por causa da escuridão reinante, as famílias vivem sempre sobressaltadas com medo dos ladrões. Às dez horas, muita gente se arreceia de passar pelos aludidos córregos. Há o perigo do assalto. A vadiagem grassa à rédeas soltas e é alimentada não somente por falta de policiamento, mas também pela escuridão. Muitas famílias protestam contra o clima de desrespeito instaurado pelos malandros que reinam protegidos pela falta de iluminação pública.
ESPERAM SOLUÇÃO URGENTE
Se há gente, por tudo que foi dito, que espera e reivindica uma solução urgente, para dentro de poucas semanas, é aquela dos córregos do Cotó e do Antônio Rodrigues. Os moradores do Alto do Cotó, é claro, também precisam de luz nas ruas. Todavia, lá não existe nenhum sinal de posteação, Precisamente o contrário do que ocorre nos dois aludidos córregos.
É verdade que no Córrego do Cotó faltam uns quatro postes ( o que não quer dizer nada, diante dos outros). E no de Antônio Rodrigues não falta nenhum deles. Com tudo já pronto, só falta mesmo ligar a luz".
Por: Jânio Odon/BLOG VOZES DA ZONA NORTE.
Fonte: Diário de Pernambuco.
bom dia, meu e juarez.
ResponderExcluirteria possubilidade de informar qual foi ano que alterou o nome da qie era corrego do coto para Rua Pastor Evamgelico Bemoni.