O Clássico das Emoções valia três pontos, a esperança de seguir na Série B para os dois lados e até taça. O troféu Gena, criado para comemorar o centenário do duelo. Por todos esses motivos, as equipes sabiam que não poderiam esperar um pelo outro. Quem tivesse com a bola teria que partir para cima. Isso aconteceu, num jogo que teve muito mais emoção do que o esperado. Até o fim. O duelo terminou com vitória do Náutico, por 3 a 2, sendo decidido num pênalti bastante questionado pela equipe coral. Resultado que aumentou a esperança do Náutico em sair da zona do rebaixamento e que diminuiu o ânimo e as chances corais de buscar uma reação.
Matematicamente, ainda há chance para os dois, mas o cenário é daqueles em que só ocorre em sonhos. O Santa Cruz precisa vencer quatro partidas das cinco últimas e o Náutico tem que vencer todas e torcer por tropeços de outras equipes.
O jogo
O primeiro tempo teve um dono e foi o Santa Cruz. Mesmo que o placar da primeira etapa tenha terminado empatado. A equipe coral não deu brechas para o Náutico nos 45 minutos iniciais e trabalhou muito mais a bola no campo adversário. Porém, a atuação mostrou porque as equipes estão na zona de rebaixamento da Série B. Faltou pontaria, qualidade no passe e até inteligência na hora de superar os goleiro adversário.
Os lances corais mais perigosos eram a partir de jogadas em que a bola era cruzada na área ou chutes de média distância. O verdadeiro susto provocado, porém, só veio aos 25 minutos, quando Bruno Paulo invadiu a área e chutou em cima de Jefferson, que desviou e viu a bola tocar na trave.
O lance aumentou a confiança coral. A sensação era de que o gol poderia sair a partir do momento que houvesse um pouco mais de dedicação ofensiva. O problema para o Tricolor é que o Náutico acordou e começou a tentar sair mais para o jogo. A tática deu certo. Aos 31 minutos, após contra-ataque do Timbu, Rafinha arrumou a bola para David cruzar e colocar na cabeça de William, que livre de marcação abriu o placar no Arruda.
O Tricolor sentiu o gol e junto com ele a sua torcida. O apoio inicial, que já era pequeno, sumiu e as reclamações tomaram conta do José do Rego Maciel. Qualquer jogada errada era motivo para vaias ou gritos de revolta. Quando parecia que o primeiro tempo terminaria com o placar positivo para o Náutico, porém, André Luis foi derrubado na entrada da área e Anderson Salles mostrou que a pontaria voltou. Já nos acréscimos, aos 46 minutos, o camisa 4 e capitão da equipe na tarde deste sábado colocou a bola no fundo das redes de Jefferson e empatou a partida.
Segundo tempo
A segunda etapa começou o Santa Cruz mostrando que não aceitaria o empate. O time partiu para cima. Após André Luis ir até a área coral e desarmar William, a bola chegou até os pés de Nininho, que lançou Ricardo Bueno na ponta direita e o centroavante atuou como garçom. Cruzou na cabeça de João Paulo, que apenas escorou de cabeça para o gol de Jefferson. O gol da virada.
A partida seguiu elétrica e o Náutico respondeu assim que recolocou a bola em jogo. Aos quatro minutos, Dico se livrou de Nininho com facilidade e bateu cruzado. A bola ia entrar, mas Anderson Salles deu uma voadora na bola para evitar o empate alvirrubro. O Santa Cruz respondeu no ataque seguinte. André Luis bateu cruzado e quase ampliou o marcador, mas a bola passou rente à trave direita de Jefferson.
Após um início tão avassalador, as equipes se ajustaram e o Náutico soube aproveitar a bola parada para empatar novamente a partida. Aos 12 minutos, após cobrança de escanteio, William aproveitou a inércia da defesa coral e empurrou com tranquilidade para o gol de Júlio César.
Com o jogo empatado, os técnicos mudaram e antes dos 30 minutos cinco das seis alterações já haviam sido realizadas. O jogo foi ficando cada vez mais aberto. A marcação no meio de campo deixou de existir e a afobação tomou conta das equipes. Por isso, chances foram criadas com facilidade do mesmo modo que foram desperdiçadas por displicência.
Os chutes e cabeçadas dos dois lados estavam jogando cada vez mais longe a esperança de uma vitória, se seguir na Série B. Até que Júlio César cometeu pênalti em William aos 45 minutos de partida. Pênalti bastante questionado pelos corais e que acarretou na expulsão do técnico Marcelo Martelotte. Confusão que não desconcentrou William, que bateu forte no canto direito de Júlio César e definiu o placar no Arruda.
Para finalizar o jogo elétrico, o atacante Augusto foi derrubado por Joazi na área e o árbitro Thiago Duarte Peixoto não marcou nada. Revolta do lado coral e que levou o volante Derley a peitar o juiz e ser expulso, precisando ser contido pelos companheiros mesmo após o cartão vermelho. Fim que mostrou o desespero tricolor.
Agora, para seguirem a caminhada em busca de um milagre, as duas equipes voltam a jogar na próxima terça-feira. O Náutico recebe o Paysandu, na Arena de Pernambuco, e o Santa Cruz visita o Vila Nova.
Santa Cruz 2
Julio Cesar, Nininho, Anderson Salles, Guilherme Mattis e Yuri; Derley, João Ananias (Jeremias, aos 21’ do 2ºT) e João Paulo; André Luis (Halef Pitbull, aos 27’ do 2ºT), Bruno Paulo (Augusto, aos 19’ do 2ºT), Ricardo Bueno. Técnico: Marcelo Martelotte.
Náutico 3
Jefferson; David (Joazi, aos 35’ do 2ºT), Breno Calixto, Aislan e Ávila; Amaral, Diego Miranda (William Schuster, aos 22’ do 2ºT) e Bruno Mota (Iago, aos 17’ do 2ºT); Rafinha, William e Dico. Técnico: Roberto Fernandes.
Data: 4/11/17
Estádio: José do Rêgo Maciel
Horário: 16h30
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (SP)
Assistentes: Rogério Pablos Zanardo (SP) e Vitor Carmona Metestaine (SP)
Gols: William (aos 32’ do 1ºT, aos 12’ e 49’ do 2ºT) (N); Anderson Salles (46’ do 1ºT) e João Paulo (aos 3’ do 2ºT) (S)
Cartões amarelos: Yuri e João Paulo (S)
Cartões vermelhos: Derley (S)
Público: 8. 564
Renda: R$ 44. 540,00
Por: Diário de Pernambuco.
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