terça-feira, 10 de abril de 2018

Após 13 anos, Náutico é novamente Campeão Pernambucano em final inédita

O lance que podia mudar a história da partida. Gildo (Cen) dribla Camutanga (Nau) e faz o gol que o bandeira assinalou o impedimento. Lance difícil. Foto: Folha de Pernambuco.

8 de abril de 2018 (Domingo).

Era mais que um incômodo. No peito, uma angústia perseguia. A garganta com um nó, doía, ardia seca em silêncio. Do passar de longos 13 anos, uma geração inteira de torcedores alvirrubros sofreu com uma ausência de título. Vazio curável somente frente ao grito mais alto de palavra composta pela junção - ironia da vida - justamente por sete letras mágicas: campeão. Após exatos 5.103 dias, diante de uma Arena de Pernambuco lotada por 42.352 mil aficionados (um recorde para jogos entre clubes no estádio), o Náutico venceu o Central por 2 a 1 em uma partida repleta de emoções até o apito final. Os gols de Ortigoza e Jobson, enfim, puderam fazer seus mais fiéis apaixonados voltarem a sentir (ou, para os mais novo, debutarem) a alegria de erguer uma taça. 

A Patativa, que vendeu caro a derrota, diminuiu com Júnior Lemos. E por muito pouco esteve perto de calar a arena na reta final do jogo. A trave e o goleiro Bruno salvaram o Náutico. O grito de campeão pôde então ecoar com força no estádio, pelas ruas do Recife, por todo o estado. A taça do Campeonato Pernambucano retorna para o lado do Timbu. 
Volta com colocando um ponto final à espera, à desconfiança, ao temor que rodeava um clube desiludido com seguidas decepções nos últimos anos. Se o Timbu não tinha um time tecnicamente impecável, a equipe comandada pelo técnico Roberto Fernandes assumiu o espírito de garra alvirrubro. Deu certo.

O Náutico voltou a ser campeão justamente sob a tutela de um treinador assumidamente alvirrubro. Pernambucano, Roberto Fernandes esteve à frente do time em uma campanha impecável no Estadual. Foram oito vitórias em oito jogos como mandante. A equipe comandada pelo técnico conseguiu manter 100% de aproveitamento. Número marcante que significou um capítulo que não acontecia no futebol do estado há 20 anos. A última equipe a alcançar tal façanha foi o Sport, em 1998.

Com 117 anos de vida, o Náutico nunca tinha ficado tanto tempo sem conquistar títulos desde que, em 1934, começou a colecionar taças. Antes, o maior jejum alvirrubro aconteceu entre 1989 e 2001. A taça do Campeonato Pernambucano deste ano foi a 22ª levantada na história timbu. 
Empurrado por um estádio lotado, com mais de 90% do público pintando a arena de vermelho e branco, o Náutico começou o jogo melhor. Marcando sob pressão e compacto na defesa, tentou dar uma blitz na Patativa. Aos 3 minutos Wallace Pernambucano bateu falta com categoria. A bola explodiu na trave e atravessou a linha do gol deixando entalado o grito de gol alvirrubro. Aos poucos, porém, o Central conseguiu ir igualando as forças. E chegou ser melhor em boa parte da etapa inicial.

Aos 25, Fernando Pires aproveitou jogada de Douglas Carioca e bateu de primeira, a bola desviou em Camacho e Bruno fez grande defesa. No lance seguinte, contra-ataque timbu. Robinho deu belo drible da vaca em Charles e cruzou. Dudu Gago e Rafael Assis furaram. Aos 28, o lance mais polêmico da partida. Gildo recebeu lançamento, driblou Camutanga e bateu no cantinho. O gol, porém, foi anulado pela arbitragem, que assinalou impedimento no lance. No lá e cá do jogo, melhor para o Timbu. Aos 43, Timbó fez boa jogada e cruzou para Ortigoza bater de primeira. A bola desvia em Danilo Quipapá e morre nas redes. 

Júnior Timbó e Ortigoza que fez o gol, comemoram, era o início da festa.

Na volta do intervalo, o Timbu assumiu de vez o protagonismo da partida. Foi para cima do Central. Com Jobson na vaga de Wallace Pernambucano, o time se soltou de vez. E encontrou novamente o caminho do gol com a estreia da alteração realizado por Roberto Fernandes. Aos 12 minutos, Jobson fez grande jogada individual, tirou dois com um drible e bateu cruzado para marcar um golaço.

Controlando o jogo com tranquilidade, o Timbu parecia que levaria a vantagem até o fim. Só parecia. Aos 25, Dudu chutou e Kevyn se joga na área tocando com a mão na bola. Pênalti que Leandro Costa bateu com categoria, diminuindo o placar. O gol deu a tensão que faltava ao jogo. A carga emocional dos atletas e da torcida se refletiram em desajuste e pressão caruaruense. 

Aos 32, Lucas Silva bate de dentro da área para boa defesa de Bruno. Dois minutos depois, Júnior Lemos calou o estádio. Após bate-rebate na área alvirrubra, a bola sobrou para o meio-campista bater colocado. A bola beijou a trave, caminhou pela linha do gol e correu para linha de fundo. Um milagre não ter entrado. Seria a última grande chance da Patativa, que lutou até o fim. E só permitiu ao Timbu soltar o grito de campeão ao apito final.

A Torcida alvirrubra enfim, salta o grito de campeão após 13 anos de espera.

Náutico 2
Bruno; Thiago Ennes, Camutanga, Camacho e Kevyn; Negretti, Júnior Timbó (Clebinho) e Wallace Pernambucano (Jobson); Rafael Assis, Ortigoza e Robinho. Técnico: Roberto Fernandes.

Central 1
França; Eduardo Gago, Danilo Quipapá, Vitão e Charles; Douglas Carioca (Itacaré), Fernando Pires, Eduardo Eré e Júnior Lemos; Leandro Costa e Gildo (Lucas Silva). Técnico: Mauro Fernandes.

Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata.
Árbitro: Nielson Nogueira.
Assistentes: Clóvis Amaral e Cleberson Nascimento.
Gols: Ortigoza (43’ do 1ºT), Jobson (12’ do 2Tº) (N); Leandro Costa (26’ do 2ºT) (C).
Cartões amarelos: Camacho, Jobson, Ortigoza, Kevyn (N); Eduardo Gago, Eduardo Eré (C).
Público: 42.352. 
Renda: R$ 956.695,00.

Por: Daniel Leal/Diário de Pernambuco.

GALERIA DA FINAL

O jogo foi muito disputado

Náutico Campeão Pernambucano de 2018, após 13 anos de sofrimento.

Roberto Fernandes, o técnico campeão.

Formação do Clube Náutico Capibaribe.



















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